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P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto As anomalias dentárias podem ser congênitas, de desenvolvimento ou adquiridas e podem incluir variações no número, tamanho, morfologia ou padrão de erupção normal dos dentes. As alterações congênitas são tipicamente anomalias geneticamente herdadas e as anomalias de desenvolvimento ocorrem durante a formação de um dente ou dentes. Em contrapartida, alterações adquiridas resultam de mudanças nos dentes após a formação normal. • Fatores Sistêmicos: - Deficiências nutricionais; - Substâncias químicas; - Infecções. • Fatores Locais: - Infecções; -Traumatismos; - Irradiação. • Diagnóstico: -Exame clínico; -Exame radiográficos (periapical, oclusal e panorâmico). Microdontia: • Na microdontia os dentes são menores que o normal. • Generalizada ou localizada - pode envolver todos os dentes ou estar limitada a um único elemento ou a um grupo específico de dentes. • Frequentemente, os incisivos laterais e terceiros molares podem ser menores. • A microdontia generalizada é extremamente rara, embora ocorra em pacientes com nanismo hipofisário. • Aspecto clínico: dente conoide • Tratamento: O tratamento protético ou restaurador pode ser considerado para criar um dente de aspecto mais normal, especialmente ao serem consideradas preocupações estéticas na dentição anterior. Laterais Conoides Microdente – 3º Molar Os dentes podem ser verdadeiramente menores que o normal no nanismo hipofisário, ou podem ser relativamente pequenos em comparação com mandíbula e maxila grandes. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Macrodontia: • Aumento do volume dentário, são maiores que o normal. • Macrodontia verdadeira com envolvimento difuso: - Hiperpituitarismo: excesso do hormônio do crescimento; - Hemi-hipertrofia facial: alteração genética – crescimento unilateral das estruturas da face. Os dentes do lado afetado são anormalmente grandes em comparação ao lado não afetado. • Esta pode ser absoluta, como observado no gigantismo pituitário, ou pode ser relativa devido a ma.xilla e mandíbula desproporcionalmente pequenas. • Tratamento: a maior parte dos casos de macrodontia não requer tratamento. O tratamento ortodôntico pode ser necessário se uma má oclusão estiver presente. Macrodontia do 2º pré-molar inferior. Hiperdontia (dentes supranumerários): • Qualquer dente que exceda o número normal nas dentições decídua e permanente. • São dentes que se desenvolvem além do complemento normal como resultado do excesso de lâmina dentária nas maxilas. • Morfologia: - Eumorfo: possui forma semelhante a algum dente normal da cavidade oral; - Dismorfo: apresenta uma forma diferente do dente normal da cavidade oral. • 1% da população, 2:1 (M:F). • Mais frequente na dentição permanente, na região anterior-superior. • Os dentes supranumerários presentes entre os incisivos centrais superiores são denominados mesiodentes, aqueles presentes na área de pré- molares são peridentes, (terceiros pré-molares) e aqueles presentes na área de molares são chamados distodentes (quarto molar). • Tratamento: O tratamento de dentes supranumerários depende de vários fatores, incluindo os seus efeitos potenciais no desenvolvimento da dentição normal, sua posição e número, e as potenciais complicações que podem ser resultantes de uma intervenção cirúrgica. Mesiodentes: Dentes complementares na área do terceiro molar superior (distodente). Dentes pré-molares complementares bilaterais (peridentes). P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Anodontia - ausência completa das dentaduras decídua e permanente. • Hipodontia (anodontia parcial?) - ausência de um ou mais dentes (até 5). • Oligodontia – ausência de seis ou mais dentes Ausência no desenvolvimento dos caninos superiores e segundos pré-molares inferiores e superiores. Vários dentes ausentes e malformados na displasia ectodérmica. • Tratamento: Se o grau da hipodontia for leve, as alterações associadas também podem ser discretas e tratadas ortodonticamente. Em casos mais graves, procedimentos protéticos, restauradores e implantes osseointegrados podem ser realizados. • Dentes Natais – presentes em recém-nascidos. • Dentes Neonatais – dentes que irrompem entre os primeiros 30 dias de vida. • 80 a 90% em região de incisivos inferiores. • 95% são dentes decíduos – que erupcionaram prematuramente (devem ser preservados, desde que não causem injúria à criança ou à mãe). • 5% são dentes supranumerários (devem ser extráidos). • Conduta: preservação se decíduo ou remoção de supranumerário. • Complicações que sugerem remoção: - Prejuízo à amamentação; - Dentes finos e com grande mobilidade: perigo de aspiração. DISPLASIA ECTODÉRMICA HEREDITÁRIA: Intolerância ao calor, pele fina e seca, densidade reduzida de sobrancelhas e cílios, cabelo esparso e fino, unhas quebradiças, anodontia ou hipodontia. Quando os dentes estão envolvidos, a condição pode se manifestar com vários dentes ausentes ou malformados que frequentemente têm um formato canino ou cônico ou uma diminuição notável no tamanho do dente. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Cúspides Supranumerárias: • Cúspides em garra: incisivos e caninos superiores (5% da população). • Cúspide de Carabelli: superfície palatina da cúspide MP de molares superiores (90% da população). Cúspides em garra Cúspide de Carabelli • Tratamento: - Selamento; - Desgaste ou remoção total, quando houver interferência na oclusão. Pérola de Esmalte: • Ilhota de esmalte em JAC (junção amelocementária) ou em furca radicular. • Molares e pré-molares. • É encontrada em cerca de 3% da população, provavelmente formada pela bainha epitelial de Hertwig, antes de perder seu potencial formador de esmalte. • Nódulos radiopacos bem definidos sobre superfície radicular. • Retenção de placa e dificuldade de higienização. • Tratamento: Em geral, a identificação de uma massa radiopaca sobreposta ao dente como sendo uma pérola de esmalte não indica uma necessidade de tratamento. O cirurgião-dentista pode remover a massa se sua localização na altura da junção amelocementária for um fator que predisponha à doença periodontal. A possibilidade de que ela possa conter um corno pulpar deve ser sempre considerada. Fusão: • União total ou parcial de 2 dentes por meio do esmalte ou dentina (coronária ou radicular). • Canais radiculares individualizados. • Resulta em um número reduzido de dentes no arco. • Embora a fusão seja mais comum na dentição decídua, ela também pode ocorrer na dentição permanente. • O resultado pode variar desde um único dente, de tamanho aproximadamente normal, até um dente com quase o dobro do tamanho normal. • Tratamento: O tratamento de um caso de fusão depende de quais dentes estão envolvidos, do grau de fusão e da morfologia observada. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Fusão dos incisivos central e lateral em ambas as dentições primárias e permanentes. União dos dentes! Geminação: • Aumento da distância M-D pela tentativa do germe dentário originar outro dente. • surge quando o botão dentário único tenta se dividir. • Canal radicular alargado e único. • Embora a geminação possa ocorrer nas dentições permanente e decídua, ela mais frequentementeafeta os dentes decíduos, em geral na região do incisivo. • Indivíduos com geminação têm uma contagem de dentes normal, enquanto na fusão há a falta de um dente na contagem. • Número normal de dentes. • Tratamento: o dente envolvido pode ser removido (especialmente se for decíduo), a coroa pode ser restaurada ou o dente pode ser deixado sem tratamento e ser periodicamente examinado para prevenir o surgimento de complicações futuras. Antes de o tratamento ser iniciado em um dente primário, o estado do dente permanente e a configuração dos seus canais radiculares devem ser determinados pela imagem. Um dente tenta se dividir! Geminação de um incisivo lateral inferior. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Geminação. Concrescência: • União de 2 dentes por meio do cemento. • Ocorre quando as raízes de dois ou mais dentes primários ou permanentes estão fusionadas pelo cemento. • Pode acontecer antes ou após a erupção dos dentes. • Concrescência interradicular: dentes multirradiculares superiores. • Se a condição ocorre durante o desenvolvimento, é algumas vezes referida como concrescência verdadeira. Se a condição ocorre mais tarde, é referida como concrescência adquirida. • Tratamento: A concrescência interfere no tratamento somente quando é tomada a decisão de remover um ou ambos os dentes envolvidos, porque essa condição complica a extração. Taurodontia: • Aumento ocluso-apical da câmara pulpar. • A taurodontia pode ocorrer em qualquer dente na dentição permanente ou primária. • Dentes afetados: molares e pré-molares. • Semelhantes a “dentes de touro”. • Ocorre mais em dentes permanentes. • Origem: hereditariedade, deficiência na bainha de Hertwig. • Tratamento: dentes com taurodontia não requerem tratamento. • A taurodontia foi relatada com maior frequência em pacientes com síndrome da trissomia do cromossomo 21. Dilaceração: • A dilaceração é um distúrbio de formação que produz uma curvatura acentuada ou suave no dente em qualquer região na coroa ou na raiz.. • Trauma ou movimentação durante o desenvolvimento dentário. • É resultado de trauma mecânico com a parte calcificada de um dente parcialmente formado. • Tratamento: A dilaceração radicular normalmente não requer tratamento porque ela tem uma inserção óssea adequada. Se o dente precisa ser extraído por qualquer razão, a remoção pode ser complicada, especialmente se o cirurgião- P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto dentista não tiver à mão uma imagem pré- operatória. Dilaceração da raiz de um incisivo lateral superior (A) e terceiro molar inferior (B). Dente Invaginado – “Dens in dente”: • Invaginação exagerada ou acentuada da fosseta lingual. • Abertura coronária em forma de forame ou fissura discreta, que dificulta higienização. • Dens in dente é caracterizado por uma invaginação de esmalte no dente. Formas graves de dens in dente geralmente resultam em necrose da polpa, ápices abertos e rarefação óssea nos ápices do dente. • A severidade de.sse defeito varia de superficial, em que apenas a coroa está afetada, a profunda, em que tanto a coroa quanto a raiz estão envolvidas. • Devido ao defeito poder ser frequententente observado no exame radiográfiico antes da erupção dentária, o paciente pode ser preparado antecipadamente ao procedimento. • Tratamento: Embora seja importante avaliar cada caso individualmente, a colocação de uma restauração profilática no defeito é comumente o tratamento de escolha e deve assegurar uma expectativa de vida normal para o dente. Uma falha na identificação precoce e no tratamento adequado pode resultar na perda prematura do dente ou na necessidade de tratamento endodôntico. Dente Evaginado: • Tubérculo ou cúspide anômalos, localizados no centro da superfície oclusal. • Projeção do órgão do esmalte. • Aparece na superfície oclusal. • Afeta predominantemente os dentes pré- molares (pré-molares de Leung). • Frequentemente, é bilateral. • Corno pulpar se estende para o tubérculo. • Pode sofrer desgaste e expor o corno pulpar – pode resultar em patologia periapical / necrose pulpar. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Tratamento: Se o tubérculo causar alguma interferência oclusal ou houver evidências de abrasão pronunciada, deve-se, provavelmente, removê-lo em condições assépticas e a polpa deve ser coberta, se necessário. Tal precaução pode prevenir uma exposição e infecção da polpa como consequência de fratura acidental ou abrasão acentuada. Dente evaginado do segundo pré-molar inferior. Atrição: • É o desgaste fisiológico ou patológico dos dentes como resultado da mastigação e/ou oclusão. • A atrição fisiológica é um componente normal do processo de envelhecimento. Quando a perda de tecido dentário se torna excessiva, como ocorre no bruxismo, a atrição é considerada patológica. • A coroa é encurtada e é desprovida das superfícies incisal ou oclusal de esmalte. • A redução no tamanho das câmaras pulpares e canais pode ocorrer porque a atrição estimula a deposição da dentina secundária.. • Tratamento: A atrição fisiológica costuma não requerer tratamento, a menos que os dentes se tornem sintomáticos ou que haja alguma questão cosmética. Abrasão: • Consiste na perda patológica da estrutura dentária ou restauração pela ação mecânica de um agente externo. • A abrasão é o desgaste dentário não fisiológico em contato com as substâncias externas como resultado do atrito induzido por hábitos viciosos ou ocupacionais. • Embora existam diversas causas, duas ocorrem com frequência moderada e podem ser normalmente evitadas: (1) lesão por escovação e (2) lesão por uso de fio dental. • Outras causas podem ser citadas, como hábitos de fumar cachimbo, abrir grampos de cabelo usando os dentes, uso impróprio de palitos de dente, grampos de próteses removíveis e cortar linhas de costura com os dentes. • Tratamento: O principal tratamento recomendado para a abrasão é a eliminação dos hábitos e agentes causadores. Áreas muito desgastadas podem ser restauradas. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Erosão: • Consiste na perda da estrutura dentária causada por um processo químico não bacteriano. • Comumente causado pelo contato do ácido com os dentes. • A fonte do ácido pode ser de vômito crônico ou refluxo ácido de distúrbios gastrointestinais ou uma dieta rica em grandes quantidades de comidas ácidas, frutas cítricas ou bebidas carbonatadas. • As lesões são, em geral, depressões lisas e reluzentes, presentes na superfície de esmalte, na maior parte das vezes próximas à gengiva. • Os limites das lesões causadas pela erosão são normalmente mais arredondados, quando comparados com aqueles causados pela abrasão. • Tratamento: Da mesma forma que a abrasão, a erosão é tratada com a identificação e a remoção do agente causador. Se a causa for desconhecida, o tratamento vai consistir somente na restauração do defeito. A restauração previne danos adicionais, uma possível exposição pulpar e uma aparência estética desagradável. Abfração: • Definida como a perda de estrutura dentária devido a um estresse oclusal, que por flexão repetida provoca falha no esmalte e na dentina distante do ponto de pressão. • Durante a formação do esmalte, os ameloblastos são susceptíveis a vários fatores externosque podem ser refletidos nos dentes erupcionados. • Fatores locais: - Trauma; - Abscesso. • Fatores sistêmicos: - Infecções; - Raquitismo; - Sífilis Congênita; - Fluorose. • Hipoplasia do Esmalte: esmalte quantitativamente defeituoso, mas com dureza normal. • Hipocalcificação do Esmalte: esmalte qualitativamente defeituoso, em que quantidade normais de esmalte são produzidas, mas são hipomineralizadas. O esmalte é mole e friável, de modo que ocorre fratura e desgaste rapidamente. • Para diferenciar: - Intensidade do fator etiológico; - Duração do fator; -Momento em que o fator ocorreu durante o desenvolvimento da coroa (se foi antes do ameloblasto começar a depositar ou se foi na fase de calcificação). Amelogênese Imperfeita: • A amelogênese imperfeita é um grupo de distúrbios de formaç.ão de esmalte clinico e geneticamente heterogêneo que afeta ambas as dentições. Amelogênese Imperfeita tipo hipoplásica. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Amelogênese imperfeita tipo hipocalcificada. Dentinogênese Imperfeita: • A dentinogênese irnperfeita é herdada como um traço autossômico dominante com expresividade vari.ável. • Esta tipicamente afeta a dentina de ambas a.s dentições, decídua e permanente. Displasia Dentinária: • A displasia dentinária, subdividida em tipos 1 e 11, é outra condiç.ão autossômica dominante que afeta a dentina. • A incidência deste raro distúrbio é aproximadamente 10 vezes menor do que a dentinogênese imperfeita. • Para diferenciar uma condição ambiental de uma condição hereditária, que envolve um defeito no esmalte e na dentina, basta observar se está afetando um grupo de dentes ou todos os dentes. WHITE, Stuart C.; PHAROAH, Michael J.. Radiologia Oral: princípios e interpretação. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2015. REGEZI, Joseph; SCIUBBA, James; JORDAN, Richard. Patologia Oral: correlações clinicopatológicas. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2012. Aula teórica de Diagnóstico em Odontologia. Faculdade Maurício de Nassau, odontologia, 2020. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto
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