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DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO Traz incapacidade social, incapacidade psíquica e incapacidade econômica Normalmente, são alterações do Gânglios Da base geram os distúrbios de movimento: Núcleo subtalâmico, substancia negra, globo pálido, putâmen, tálamo e núcleo caudado. Se for no globo pálido, pode ter distúrbio hipercinético; se tumor próximo da substancia negra, pode ser parkinsonismo secundário. Atetose por lesão no núcleo subtalâmico. Classificados em movimentos · Hipercinéticos · Hipocinéticos TODOS PIORAM COM ANSIEDADE E ESTRESSE TREMOR ESSENCIAL CASO CLÍNICO 1 Homem destro, 65 anos, há 20 anos com tremor de início insidioso com progressão gradual. Esse tremor envolve ambas as mãos, afeta a escrita, ato de beber líquidos no copo e destreza manual. Ocasionalmente, outras pessoas notam que apresentam também tremor na cabeça. Um copo de cerveja ou vinho reduzem muito a gravidade do tremor. Ao exame: tremor regular, 8 ciclos/segundo com mãos estendidas, assim como na manobra index-nariz-index. Observa-se leve ondulação regular quando escreve ou desenha espirais. Tônus normal, embora ao realizar movimentos voluntários com uma mão, perceba-se um tônus semelhante a uma roda denteada no membro superior contra lateral. Às vezes, o tremor também é observado na cabeça e voz. Destaques do caso: · Tremor no repouso e no movimento · História familiar · Alterações dos espirais escritos · Tremor de cabeça e voz, melhora com bebida alcoólica (álcool bloqueia o efeito adrenérgico, por isso ajuda) · Sinal de Froment (sinal da roda denteada à manobra passiva do membro afetado com movimento voluntário do membro contralateral) paciente com tônus normal, não tem rigidez; mas ao faz movimento em um MS, no outro muda o tônus que fica parecendo roda denteada · Pode ser feito teste com papel e mãos estendidas. · Só trata o tremor essencial se começa a ter impacto na vida dele, pois é benigno. O que é tremor? Tremor: movimento rítmico, sinusoidal de uma parte do corpo, é causado por contrações regulares, sincrônicas ou alternantes de músculos reciprocamente inervados. Dividem-se em tremor de repouso e tremor de ação. Os tremores de ação são subdivididos em: · Postural: é visto com a manutenção de uma postura contra a gravidade · Cinético: é visto com o movimento voluntário de um membro · Intenção: aumenta em amplitude na aproximação de um alvo Tremor essencial · Tremor postural e cinético dos braços (9-‐12Hz) · É bilateral e começa junto (mas pode ter assimetria), · Início em qualquer idade, porém mais incidente com o avançar dos anos · Suprimido temporariamente pela ingesta de bebida alcoólica · Não deixa sequelas · Sinal de Froment (sinal da roda denteada à manobra passiva do membro afetado com movimento voluntário do membro contralateral sem o aumento do tônus) paciente com tônus normal, não tem rigidez; mas ao faz movimento em um MS, no outro muda o tônus que fica parecendo roda denteada · Diagnóstico clínico · Tremor de cabeça associado (raro no Parkinson) · Tremor ocorre nos movimentos voluntários Epidemiologia · A prevalência na população oscila entre 0,4 - 4% · O tremor é de baixa amplitude não interferindo tanto na realização das tarefas (90-99%) · Prevalência igualitária entre os sexos · Início precoce pode estar associado aos casos de família e que aproximadamente 50% dos casos são familiais Fatores que podem estar relacionados a exacerbação do tremor: 1. Substâncias estimulantes (cigarro, café) 2. Medicamentos (fluoxetina, nifedipina) 3. Ansiedade 4. Hipertireoidismo Tratamento: Drogas que atuem na redução do tremor · Beta-bloqueadores (PROPANOLOL) · Primidona · Benzodiazepínicos Diagnóstico diferencial com Parkinson Tremor essencial Doença de Parkinson Início da doença Bilateral em membros superiores Unilateral + postura fletida + alteração da marcha (começa num braço, vai para perna ipslateral para depois ir para o outro membro) Corpo afetado pelo tremor Membro superior afetado mais que a cabeça e pernas Marcha arrastada + postura inclinada Características do tremor Associado a movimentos propositados Tremor nos braços posicionados ao lado do corpo Período de latência Imediato Mais longo (paciente tem que relaxar para tremor aparecer) Tremor é mais rápido Tremor é mais lento Acentua-se com a ação dos movimentos Diminui com a ação dos movimentos Diminui com mão em repouso Aumnta com mão em repouso Tremor mais aparente com os braços estendidos Tremor mais aparente com o membro em repouso Simétrico ou levemente assimétrico Há rigidez e bradicinesia Associado ao tremor cefálico e vocal Associado ao tremor mentoniano Não há instabilidade postural ou de marcha Instabilidade postural ou de marcha Levodopa não possui efeito Levodopa geralmente é a droga de escolha. PARKINSONISMO Parkinsonismo: é uma síndrome clínica que apresenta 4 sinais cardinais · T: tremor de repouso (reduz ou desaparece no movimento) · R: rigidez · A: acinesia · P: distúrbios posturais Doença de Parkinson (parkinsonismo primário) Epidemiologia: · Causa desconhecida, 20% história familiar · Incidência maior em homens (55%) · Idade: 55 anos · Acomete em um hemicorpo inicialmente e depois progride para o outro. Essa assimetria persiste até os últimos estágios da doença. · Incidência por idade: > 40 anos: 3 a 4/100.000 habitantes; > 70 anos: 500/100.000 habitantes · Segundo distúrbio neurodegenerativo mais comum Fisiopatologia Degeneração das células dopaminérgicas que formam a via nigroestriatal, tendo como consequência a Redução de dopamina A proteína α-sinucleína, componente da inclusão citoplasmática, corpo de Lewy, é crucial na patogênese da doença de Parkinson Redução da produção de dopamina na substância negra Perda de dopamina no neoestriado, secundária a perda dos neurônios pigmentados da parte compacta da substância negra do mesencéfalo. Aproximadamente 60% dos neurônios dopaminérgicos estarão degenerados antes de as características clinicas da doença se desenvolverem • Paciente torna-se temeroso e dependente • Associação com depressão (40%) • Reflexo glabelar / sucção / palmomentonia Diagnóstico: · Passo 1: Caracterização da síndrome parkinsoniana · Passo 2: identificação da causa do parkinsonismo · Passo 3: confirmação do diagnóstico clínico com base na resposta terapêutica à levodopa e evolução da doença Passo 1: Parkinsonismo (pelo menos 2 das 3 primeiras) Características – Tremor de repouso (4-‐6Hz): ocorre em 70-‐80%. Ele está presente quando o membro está em repouso completo e frequentemente reduz-se quando o membro se move e ocupa uma nova posição, embora possa surgir de novo em um tempo curto (tremor reemergente) após a manutenção de uma nova posição. Exacerba na marcha e estresse (ex: pedir ao paciente para realizar cálculos mentais), e melhora no sono, “tremor em contar de moedas”. – Rigidez (hipertonia plástica): É uma forma de aumento no tônus muscular, observada melhor nos movimentos passivos lentos. Sinal da roda denteada / rigidez do membro passivo quando o membro contralateral faz movimento ativo voluntário (“rigidez em cano de chumbo”)/ postura em flexão / perda dos reflexos posturais (instabilidade) / hipomimia facial – Bradicinesia ou acinesia: Constitui uma variedade de distúrbios do movimento, incluindo lentidão, amplitude reduzida, cansaço e interrupções no movimento em curso. · Marcha em passos curtos e festinante (rigidez para virar), redução do balanço passivo (por conta do tônus aumentado ou pede paciente andar e vou notar menos balanço dos braços, se só tiver ipslateral, vou ver so de um lado) · Micrografia · Hipofonia (fala baixa e monótona) · Fenômeno do congelamento (freezing): bloqueio motor com incapacidade de executar movimentos ativos. É pelo esgotamento das reservas de dopamina, onde paciente inicia o movimento e acaba parando pelo esgotamento. Isto é uma complicação do tratamento, uma outra complicação é a discinesia pelo excesso de medicamento e disfagia também). É avaliada testando movimentos repetitivos rápidose alternados. – Instabilidade posturais: incluem postura flexionada nos membros e no tronco para procurar o centro de gravidade, bem como instabilidade postural (acelera às vezes porque perde o controle devido à instabilidade), resultando em desequilíbrios e quedas. A avaliação clínica postural inclui o “teste do puxão” (a instabilidade fica mais evidente), em que o examinador puxa abruptamente o paciente para trás enquanto está pronto para segurá-lo em caso de uma queda. – Reflexo glabelar, orbicular da boca e palmo-mentoniano vivos e hiperreflexia (geralmente são ausentes ou esgotáveis) – Outros sintomas: dor e outros distúrbios sensoriais; problemas disautonômicos, como urgência urinária; tonteira ortostática; constipação; disfunção erétil; anormalidades do sono, incluindo distúrbio comportamental do sono REM; ansiedade; cansaço; depressão e transtornos cognitivos, incluindo demência. (Sintomas mais tardios e resistentes ao tratamento) EVOLUÇÃO: · Incapacidade para deglutir espontaneamente, levando ao escorrimento de saliva (sialorréia) · Perda dos reflexos posturais, levando a quedas frequentes e incapacidade em ficar de pé sozinho Passo 2: identificação da causa do parkinsonismo (maioria é Doença de Parkinson) Causas de parkinsonismo secundário: · Drogas (neurolépticos – haldol/clorpromazina; Bloqueadores de canais de cálcio – cinarizina e flunarizina) para tontura · Parkinsonismo vascular · Intoxicações exógenas (CO ou organofosforados) · Infecções (encefalites e neurocisticercose) · Hidrocefalia · TCE · Processo expansivo do SNC Parkinsonismo atípico ou parkinsonismo-plus (doenças variantes, cursam com demência, depressão....) · Parkinsonismo atípico refere-se a um grupo de doenças neurodegenerativas além da doença de Parkinson que têm algumas características da doença de Parkinson, mas têm algumas características clínicas diferentes e uma patologia diferente. O diagnóstico é feito por avaliação clínica e resposta à levodopa. · É a Síndrome parkinsoniana com acinesia e rigidez (sem tremor) · Associada a distúrbios autonômicos, cerebelares, piramidais, neurônio motor inferior ou de motricidade ocular extrínseca · Desenvolve de forma simétrica · Má resposta ao tratamento · Doenças neurodegenerativas (PSP – paralisia supranucelar progressiva –, atrofia de múltiplos sistemas, degeneração cortico-basal, demência de corpos de Lewy) VER NO CLÍNICA MÉDICA Obs: Pacientes jovens com doença de Parkinson devem ter doença de Wilson excluída por determinação da ceruloplasmina sérica e do cobre na urina de 24h e pelo exame com lâmpada de fenda. Exames complementares: TC e RNM. Só pede se suspeitar de Parkinsonismo secundário. Passo 3: confirmação do diagnóstico com base na resposta terapêutica TRATAMENTO: Medicamentos que aumentem a atividade dopaminérgica (que está diminuída) ou que diminuam a ativadas colinérgica (que está aumentada) podem ser de utilidade. Nenhum desses medicamentos cura a doença ou interrompe sua evolução. Eles apenas tornam os movimentos mais fáceis e prolongam a vida funcional por muitos anos. Opções: - Levodopa (ultima cartada): é aminoácido precursor de dopamina = convertida em dopamina no cérebro) é para idosos com disfunção cognitiva e que requerem uma melhora rápida; na progressão do tratamento dos casos abaixo. - Pramipexol (agonista dopaminérgico) – droga de escolha quando os sintomas estão mais pronunciados ou inadequadamente controlados, usado em pacientes <65 anos, os quais estão cognitivamente intactos e desprovidos de outros problemas médicos significativos. - Seleginina/rasagilina (inibidores da MAO-B) - início dos sintomas, geralmente pacientes <65 anos, jovens e com função cognitiva normal - Amantadina: aumenta a liberação de dopamina nas terminações nervosas (efeito anticolinergico) - Anticolinérgicos: biperideno OBS: Lembrar do acompanhamento multiprofissional. Fazer fisioterapia, fonoaudiologia, TO. EFEITOS COLATERAIS · Durante o tratamento pode acontecer o on-off e as discinesias · Acinesia matinal e acinesia do término e fim da dose da levodopa. · Discinesia – movimentos de careteamento pelos níveis elevados de levo-dopa; coreia, atetose · Flutuações motoras: Fenômeno on-off – igual ao freezing (vai acabando os níveis de dopamina na evolução da doença, com o remédio, voltam os estoques de dopamina e volta a andar com 30-40 min depois, e entre uma dose e outra os estoques podem cair demais) · Transtornos psiquiátricos (sonhos e pesadelos vívidos, distúrbio comportamental do sono REM, alucinações visuais com ou sem confusão mental, mania, hipersexualidade, psicose paranoide) DISTONIAS Distonias (tto toxina botulínica- 4 a 6 meses) – disfunção do tônus muscular por seu aumento. Melhor com repouso e pior com estresse e ansiedade. É uma contratura que se mantém (em algumas especificas resulta em tremor pela compensação). Definições A distonia é um distúrbio neurológico caracterizado por contrações musculares tônicas, involuntárias, lentamente sustentadas e simultâneas de grupos musculares agonistas e antagonistas, forçando certas partes do corpo a movimentos ou posturas anormais, muitas vezes dolorosas. Podem afetar qualquer parte do corpo, incluindo braços, pernas, pescoço, face ou cordas vocais. É uma síndrome neurológica caracterizada por posturas anormais ou movimento de torção que são causados por contrações musculares involuntárias, sustentadas de grupos musculares antagonistas, muitas vezes dolorosas. Podem afetar qualquer parte do corpo, incluindo braços, pernas, pescoço, face ou cordas vocais Em algumas situações, surgem tremores. Pois o antagonista tenta compensar, daí surgem os tremores. Características · É o segundo distúrbio de movimento mais comum · Contração muscular sustentada causando movimento de torção ou postura anormal · Aumentam com: · Fadiga · Estresse · Transtorno emocional · Diminuem com: · Hipnose · Sono · Relaxamento Epidemiologia: · Brasil: 3,4 pessoas para cada 100 mil para distonias generalizadas (MS) · Brasil: 29,5 por 100 mil para distonias focais (MS) Etiopatogenia: · Na maioria das vezes, a causa não é conhecida · Acredita‐se que seja resultado de uma disfunção dos núcleos da base Diagnóstico: · É baseado em manifestações clínicas Características · O paciente pode lançar mão de truque sensitivo para conseguir supressão do movimento (ex. alguns blefaroespasmos param com o toque) · Quanto menor a idade de início, pior o prognóstico e maior chance de disseminação da distonia (generalização) · Classificação · Focais · Segmentar · Multifocal · Generalizada Distonias focais · São as formas mais comuns de distonias · Início entre a 4ª e 6ª décadas de vida · Acomete mais mulheres · Os principais tipos são: · Blefarospamo · Espasmo Hemifacial · Distonia cervical Podem ser divididas em: · Distonias Primárias – distonia e tremor. Podem ser hereditárias ou esporádicas · Distonia-plus – distonia com outros sinais neurológicos resultando em um defeito genético conhecido ou pressuposto sem processo neurodegenerativo subjacente. Ex: distonia mioclônica e distonia dopa-responsiva (efeito colateral da adm de levodopa) · Distonias secundárias – são o resultado de lesão adquirida no SNC. · Distonias heredodegenerativas – doenças neurodegenerativas genéticas bem como idiopáticas Formas de Distonia Focal · Cervical (tremor em negação) · Oromandibular · Membro · Laríngea ou espasmódica · Blefaroespasmos (não consegue abrir o olho direito) Distonia Segmentar Duas ou mais partes do corpo contíguas. Ex. distonia tarefo-especifica ou caibra do escrivão Distonia Multifocal Duas ou mais partes do corpo não contíguas Distonia Generalizada Pernas e outras áreas do corpo Hemidistonia Unilateral (geralmente uma lesão encefálica focal causativa é encontrada mais frequentemente envolvendo o putâmen) TRATAMENTO · É na maioria das vezes sintomático · Toxina botulínica · Medidas adjuvantes: fisioterapia Nas crises, alguns usam Bacofeno, relaxante muscular para aliviar dor, mas não adianta muito. COREIAS Caso clínico Mulher, 40 anos, com comportamentoinadequado e confusão. Seus colegas de trabalho informam que durante vários anos parecia “inquieta”. Passou a apresentar movimentos bruscos em todo o corpo. Ao exame: alerta, discurso fluente, dificuldade para soletrar a palavra mundo de trás para frente. Equilíquio precário, reflexos aumentados bilateralmente com clônus bilateral nos tornozelos. Definição Consiste em movimentos involuntários, irregulares, aleatórios, rápidos e migratórios, que muitas vezes passam rapidamente de uma parte do corpo para outra em uma sequência imprevisível e sem propósito. Os pacientes podem incorporar movimentos coreiformes em um movimento involuntário para mascará-los. A coréia, palavra derivada do grego que significa dançar, consiste em movimentos involuntários, ora em repouso, ora perturbando o movimento voluntário, arrítmicos, assimétricos, bruscos, breves e sem propósito Início abrupto, explosivo, de curta duração, repetindo-se com intensidade variável, caráter migratório e errático - dança ondulante Ocorrem especialmente nas extremidades (mãos e antebraços principalmente) e na face. Coreia de Huntington (CURSA COM DEMENCIA, DEPRESSÃO E COREIA) Conceito: Doença rara, com características autossômicas dominantes manifestando-se como degeneração progressiva dos neurônios do córtex e gânglios da base. Caracterizada por alterações psiquiátricas, cognitivas e motoras progressivas. Desordem neurodegenerativa autossômica dominante com penetrância completa causada por uma repetição de trinucleotídeos expandida (CAG) no gene da proteína huntingtina. Perda neuronal acompanhada de inclusões intraneuronais e gliose, especialmente no núcleo caudado, putâmen e córtex cerebral. Epidemiologia 1. Afeta 0,003 a 0,007% de indivíduos 2. Mais frequente em brancos 3. Igualmente em homens e mulheres 4. Transmissão familiar dominante 5. Sintomas aparecem dos 25 aos 60 anos 6. Desenvolve-se lentamente, provocando uma degeneração progressiva do cérebro 7. Na fase final leva à morte, ocorre em 10-15 anos. Tríade: Distúrbios do movimento, transtornos psiquiátricos (mudanças de personalidade, depressão, psicose paranoide, impulsividade), e disfunção cognitiva. Manifestações clínicas 1. Decadência mental progressiva 2. Movimentos coreiformes involuntários e rápidos, não padronizados 3. Alteração mímica 4. Disartria 5. Disfagias progressivas 6. Alterações da marcha 7. Anormalidades oculomotoras 8. Depressão (disfunção psiquiátrica) 9. Perda de visão periférica 10. Movimentos Coreicos: Involuntários, Não repetitivos, Marcha dançante, Diminuição das sacadas oculares, Pioram com estímulos emocionais; Desaparecem no sono Sintomas mentais · Perda progressiva da memória · Perda do intelecto · Apatia · Descaso com a higiene pessoal Outras manifestações: · Hipotonia muscular Achados Laboratório: Sangue/Urina/LCR: normais Imagem: TC e RNM crânio: atrofia do núcleo caudado. Na doença avançada pode-se encontrar atrofia cortical mais difusa Diagnóstico · Clínico + história familiar · Confirmado pelo exame genético ≥ 40 repetições de CAG no gene IT15 Diagnóstico diferencial · Discinesia tardia: movimentos repetitivos Tratamento · Coréia: haldol · Depressão e psicose: clozapina/quetiapina · Aconselhamento genético · Abordagem multidisciplinar Coreia Sydenham (componente tardio da febre reumática, após estímulos como foto) Conceito: Coréia menor ou Coréia reumática: acomete mais crianças sendo dependente de processo infeccioso - febre reumática. Epidemiologia: · Incide habitualmente na infância e adolescência (5 a 15 anos); · Mais no sexo feminino (3:1); · Surge em associação com exposição prévia a infecção estreptocócica do grupo A; · Advêm de um distúrbio inflamatório auto-imune. Sinais e sintomas · Movimentos coréicos · Irritabilidade · Marcha dificultada · Labilidade emocional · Ansiedade Complicações · 20% dos pacientes tem endocardite Diagnóstico · Movimentos coreicos na infância · EEG: lentificação difusa · LCR: normal ou com pleocitose Exames complementares: · testes para febre reumática Tratamento: · Controle da coréia - repouso · Manifestações reumáticas – corticoterapia · Controle profilático - antibióticoterapia BALISMO Definição: é uma forma violenta de coréia que compreende movimentos de arremesso, abruptos e de alta amplitude. Causas: a mais comum é uma lesão parcial do Núcleo subtalâmico Na maioria dos casos é autolimitado Tratamento: · É de difícil tratamento · Medicamentos usados no tratamento: tetrabenazina, haloperidol, propanolol, fenitoína, clonazepam e baclofeno · Casos extremos: palidotomia Considerado uma forma extrema de coreia, envolve movimentos de grande amplitude, aleatórios, frequentemente em chute ou arremessos violentos das porções proximais dos membros. Geralmente é consequente de um insulto cerebral agudo, AVC, e envolve geralmente um lado do corpo, particularmente o braço, daí o termo hemibalismo TIQUES Definição (existe o tique motor e o tique vocal) Tique motor: contração motora estereotipada breve, rápida e recorrente. 1. Simples: afeta apenas um grupo muscular (piscar, contorcer o nariz, sacudir o pescoço) 2. Complexos: com o envolvimento coordenado de vários grupos musculares (saltar, fungar, bater com a cabeça e ecopraxia – movimentos de imitação) Tiques vocais 1. Simples: gemidos 2. Complexos: ecolalia (repetição de palavras de outras pessoas), palilalia (repetição das próprias palavaras), coprolalia (emissão de palavras obscenas) Manifestações clínicas dos tiques: 1. suprimíveis 2. Apresenta‐se dos 2 aos 15 anos de idade e atenuam-se ou até mesmo desaparecem na idade adulta 3. Ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo 4. Distúrbios de personalidade, comportamento autodestrutivo, dificuldade na escola e relações interpessoais deficientes Síndrome de Tourette: Tipo de tique. Presença de múltiplos tiques motores e pelo menos um tique vocal (vocalização), começando antes dos 21 anos, durando mais de 1 ano, e tipicamente flutuando no tempo, desaparecendo ou recrudescendo os sintomas ao longo dos anos (novos tiques substituindo os antigos; tiques anteriores são recorrentes anos após sua resolução). É um distúrbio genético Epidemologia: · Sexo masculino; · 0,03 a 1,6%, muitos casos leves não devem procurar auxílio médico. Tratamento: · Orientação e aconselhamento (prejuízo social) · Tratamento farmacológico (somente quando os tiques são incapacitantes e prejudicam a qualidade de vida) – clonidina (agonista adrenérgico de ação direta do receptor adrenérgico α2) / haldol / benzodiazepínicos MIOCLONIAS Definição: · É um movimento breve, rápido, brusco e semelhante a um choque que consiste em descargas musculares únicas ou repetitivas. · Os abalos mioclônicos podem ser focais, multifocais, segmentares ou generalizados. Causas: · Patologias nas regiões cortical, subcortical, lesão hipóxica, encefalopatia, distúrbios neurodegenerativos, perturbações metabólicas Tratamento: · Consiste em terapia do distúrbio subjacente ou remoção do agente ofensivo · Fármacos utilizados: ácido valpróico, clonazepam ou primidona ACATISIA Conceito: · Sentimentos de inquietação interna – incapacidade de se manter quieta. Efeito adverso dos neurolépticos (antipsicóticos = haldol), não devendo ser confundida com manifestações de ansiedade. Manifestações clínicas: · Pode variar de um leve senso de desassossego ou ansiedade a uma total incapacidade de se manter parado, acompanhado de ansiedade e disforia severa, tremedeira e transtornos musculares (principalmente no pescoço e boca). Diagnóstico: · Frequentemente diagnosticada erroneamente, sendo confundida com psicose levando ao uso de antipsicóticos que pioram dos sintomas Tratamento: · Betabloqueadores, benzodiazepínicos e anticolinérgicos ou agonistas dopaminérgicos são eficazes para controlar temporariamente os movimentos involuntários. ATETOSE Definição: É o fluxo contínuo de movimentos lentos, sinuosos de contorção, geralmente nas mãos e nos pés. A coréia e a atetose podem ocorrer simultaneamente (coreoatetose) Atetose não é uma doença e sim sintoma quepode ser decorrente de várias doenças distintas Resulta de anormalidades nos gânglios basais do cérebro ou toxicidade a drogas no sistema nervoso. Distúrbios Características do movimento Tremor essencial Oscilação rítmica de uma parte corporal devida a contrações musculares excessivas Distonias Contrações musculares involuntárias, padronizadas, persistentes ou repetidas, muitas vezes levando a movimentos de torção e postural anormal Coréia Movimentos involuntários não-padronizados, rápidos, semipropositais, graciosos e semelhantes a uma dança, que envolvem grupos musculares distais ou proximais Balismo/Hemibalismo Forma violenta de coreia que compreende movimentos de arremesso, abruptos e de alta amplitude Tiques Contrações musculares breves, repetidas e estereotipadas que frequentemente são suprimíveis. Podem ser simples e envolver um único grupo muscular ou complexos e afetar uma variedade de atividades motoras Mioclonias Abalos musculares súbitos, breves, arrítmicos e semelhantes a choques. Acatisia Sentimentos de inquietação interna – incapacidade de se manter quieta. Atetose Movimentos involuntários, distais, contorsivos e lentos com propensão a afetar os braços e as mãos. 2
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