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PESQUISA JURISPRUDENCIAL ACERCA DA IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO DE PORTADOR DE DOENÇA PARTE 2

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PESQUISA JURISPRUDENCIAL DOS ACÓRDÃOS PRESENTES NOS INTEIRO TEORES DAS DECISÕES COLHIDAS ACERCA DA IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO DE PORTADOR DE DOENÇA
Acórdãos presentes nos inteiro teores das decisões pesquisa parte 1
Interpretação a contrario sensu (tem que ter ser muito muito importante para o tratamento):
	Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
	TERRITÓRIOS Gabinete da Desembargadora Maria de Lourdes Abreu Número do processo:
	0712378-14.2019.8.07.0000 Classe judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) AGRAVANTE:
	MYRNA LOY EPIFANEA GOMES AGRAVADO: BRB BANCO DE BRASILIA SA E M E N T A
	AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. EXECUÇÃO POR QUANTIA
	CERTA.	PENHORA.	VEÍCULO.	ALEGAÇÃO	DE	IMPENHORABILIDADE	DEVIDO
	ATRATAMENTO DE SAÚDE. ENQUADRAMENTO LEGAL. HIPÓTESE NÃO AUTORIZADA. 1.
	A regra geral é o da penhorabilidade de todos os bens do devedor, tratando-se o artigo 833 do
	Código de Processo Civil das exceções, que não podem ser aplicadas extensivamente. 2. Não
	fere a dignidade da pessoa humana a penhora sobre o veículo, quando ausente prova de que o
	tratamento da saúde da executada restará prejudicada com a restrição. 3. É certo que o
	automóvel pode trazer maior conforto à recorrente, contudo, a sua ausência não impede a
	continuidade do tratamento médico. 5. Recurso conhecido e desprovido. (Acórdão 1208818,
	07123781420198070000, Relator: MARIA DE LOURDES ABREU, 3ª Turma Cível, data de
	julgamento: 9/10/2019, publicado no DJE: 23/10/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
	
“PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. VEÍCULO ADAPTADO A PORTADOR DE DEFICIÊNCIA FÍSICA. IMPENHORABILIDADE. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. FUNDAMENTO INATACADO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. 1. Não se conhece do Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 535 do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula 284/STF. 2. É inadmissível Recurso Especial quanto à questão (art. 333 do CPC) que, a despeito da oposição de Embargos Declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal de origem. Incidência da Súmula 211/STJ. 3. A Corte a quo consignou que o recorrido é portador de deficiência física, necessitando de automóvel adaptado à sua condição, e que a impenhorabilidade, no caso, é medida destinada a manter a sua dignidade, enquanto "pessoa integrada ao meio social e profissional, porquanto lhe permite plena liberdade de locomoção, cediço que a situação do transporte público no nosso país não corresponde à necessidade real da população" (fls. 106-107, e-STJ). 4. A composição da lide, portanto, deu-se mediante interpretação do art. 649, V, do CPC à luz de valores e princípios constitucionais, o que inviabiliza a sua discussão no âmbito do Recurso Especial, até mesmo porque a recorrente não impugnou especificamente a ratio decidendi (Súmula 283/STF), nem tampouco interpôs Recurso Extraordinário (Súmula 126/STJ). 5. Recurso Especial não conhecido.” (REsp 1475852/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 27/11/2014)
Agravo de instrumento Cumprimento de sentença - Insurgência em face de decisão que determinou a expedição de mandado de penhora, avaliação e remoção do veículo de
propriedade do executado -Alegação de ser o único veículo do agravante, utilizado para seu transporte, pessoa com dificuldades de saúde, que necessita de cilindro de oxigênio para ajudar na sua respiração, que lhe impossibilita a locomoção por outro meio - Bem móvel, de pequeno valor, velho (1997), útil e indispensável para a digna sobrevivência do agravante - Impenhorabilidade reconhecida - Precedente do E. STJ nesse sentido Hipótese de reforma da decisão hostilizada - Recurso provido” (TJSP; Agravo de Instrumento 2248414- 84.2018.8.26.0000; Relator (a): Jacob Valente; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Privado; Foro de São Pedro - 2ª Vara; Data do Julgamento: 19/03/2019; Data de Registro: 19/03/2019);
IMPUGNAÇÃO À PENHORA. Apelação. Descabimento. Inocorrência. Embora recorrível por agravo de instrumento a decisão que enfrenta impugnação à penhora, o incidente foi julgado como embargos à execução. Aplicação do princípio da fungibilidade. Preliminar rejeitada. Mérito. Automóvel penhorado útil para o exercício da profissão do marido da executada, além de servir de transporte escolar de seus filhos e transporte próprio para fins de tratamento médico- psiquiátrico. Impenhorabilidade. Expropriação de bens do devedor que deve respeitar o princípio da dignidade da pessoa humana. Princípio da menor onerosidade. Precedente do STJ. Necessidade de busca de outros bens para satisfação do crédito. Decisão reformada. Impugnação acolhida. Recurso provido. (TJSP; Apelação Cível 1020672-45.2014.8.26.0576; Relator (a): Tasso Duarte de Melo; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José do Rio Preto - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 25/07/2017; Data de Registro: 25/07/2017)
“IMPENHORABILIDADE Veículo Alegação de impenhorabilidade - Utilização para deslocamento para tratamento de saúde Documentos juntados aos autos que demonstram as alegações da agravante: De rigor o acolhimento da alegação de impenhorabilidade de veículo diante da comprovação de que o filho da executada necessita de cuidados médicos permanentes. RECURSO PROVIDO” (TJSP; Agravo de Instrumento 2104476-94.2019.8.26.0000; Relator (a): Nelson Jorge Júnior; Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional VII - Itaquera
· 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/07/2019; Data de Registro: 04/07/2019);
“ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA Pedido de benefício da gratuidade da Justiça - Pessoa natural - Admissibilidade desde que declarada a falta de condições de pagar as custas e despesas processuais Art. 99, §3º do CPC/2015 Presunção 'iuris tantum' da condição de necessitado - Busca da efetividade do direito de acesso à Justiça - Recurso provido. PENHORA Veículo Hipótese em que a agravada alega impenhorabilidade do bem Motivo: deficiência física e veículo adaptado - Ocorrência Prova concreta acerca da utilidade ou necessidade do bem Valor axiológico de proteção à dignidade da pessoa humana prevista no art. 833 do CPC Precedente
· Recurso provido” (TJSP; Agravo de Instrumento 2238007-19.2018.8.26.0000; Relator (a): J. B. Franco de Godoi; Órgão Julgador: 23ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 22/01/2019; Data de Registro: 22/01/2019).
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. CORRESPONSÁVEL CONSTANTE NA CDA. ÔNUS DA PROVA. EXECUTADO. IMPENHORABILIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. PRECEDENTES DO STJ. VEÍCULO INDISPENSÁVEL AO
TRATAMENTO MÉDICO DO EXECUTADO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. O c. STJ firmou entendimento no sentido de que, quando o nome do sócio não consta na CDA, cabe ao exequente comprovar a ocorrência dos requisitos do art. 135 do CTN. Entretanto, havendo a indicação do nome na CDA, sobre este recai o ônus de comprovar que não incidiu nas hipóteses previstas no art. 135 do CTN, dada a presunção de certeza e liquidez de que se reveste o título executivo. 2. O apelante figura como corresponsável no título executivo, hipótese que lhe impõe o ônus de afastar sua responsabilidade sobre o débito, ônus esse de que não se desincumbiu. 3. O e. Superior Tribunal de Justiça tem dado interpretação extensiva ao art. 1º da Lei 8.009/90, alcançando diversas situações não explicitadas na norma, mas que induzem à necessidade de proteção da entidade familiar e do direito à moradia. 4. Em recente julgado, o e. STJ decidiu pela impenhorabilidade do veículo que atendia às necessidades de instrução e tratamento médico do filho do executado.
5. "Há que se admitir que não há dispositivo legal oposto à penhorabilidade de veículos automotivos, pelo contrário, tais bens são expressamenteexcluídos da garantia de impenhorabilidade, mediante disposto no artigo 2º da Lei nº 8.009/90, como observado pelo juízo de primeira instância. Todavia, para que se alcance o acertado entendimento da questão em debate, faz-se necessária a análise não apenas da literalidade das leis, mas da verdadeira pretensão do legislador ao elaborá-las. O legislador, ao elaborar a referida lei, que protege o bem de família da penhorabilidade, certamente o fez atentando-se menos ao valor material do imóvel, e mais ao direito à dignidade humana por ele representado. Seguindo este raciocínio, não se justificaria o impedimento de penhora de automóvel, haja vista que, em geral, os veículos automotivos não são indispensáveis ao suprimento de necessidades básicas da família. Na questão analisada, porém, o automóvel se vale da mesma importância atribuída ao imóvel protegido da penhora pela lei 8.009/90, qual seja, a satisfação de necessidades extremamente relevantes, configuradas, no caso em pauta, pelo estudo e tratamento do filho do recorrente, à qual se demonstra imprescindível a utilização do veículo. Assim, entendo que, 1 neste caso, o automóvel se enquadra na pretensão do legislador, que se refere essencialmente à garantia do direito à dignidade da vida humana, resguardado pelo artigo Iº da nossa Lei maior. (STJ - REsp 1420702/SP Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, DJe 14/03/2017)" 6. O executado é pessoa hipossuficiente, idoso (85 anos), portador de câncer e outras enfermidades, que mantém tratamento médico distante da imóvel rural em que reside, conforme documentos acostados aos autos, o que torna o veículo constrito instrumento relevante à manutenção da vida do executado, circunstância afeta à proteção insculpida no Princípio da dignidade humana, devendo, por isso, estar sob o manto da impenhorabilidade. 7. Apelação parcialmente provida. (Apelação Cível 0001990-48.2016.4.02.9999. Rel. Desembargador Federal Ferreira Neves. Julgado em 11/09/2017, DJe :14/09/2017 ).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE IMPENHORABILIDADE. AUTOMÓVEL.
ESTATUTO DO IDOSO. Caso excepcional em que o veículo, ao fim e ao cabo, se revela instrumento de efetivação de diretriz constitucional (princípio da dignidade humana), da qual emanam inclusive os direitos fundamentais garantidos no Estatuto do Idoso, fonte normativa igualmente justificadora da salvaguarda ora reconhecida (impenhorabilidade do bem).” (TJRS, AI nº 70049681430, Rel. Des. Eugênio Facchini Neto, DJ 04/09/2012).
“APELAÇÃO CÍVEL. (...). EXECUTADO IDOSO. BEM INDISPENSÁVEL À QUALIDADE DE VIDA DO DEVEDOR. (...) IMPENHORABILIDADE DO BEM MÓVEL (AUTOMÓVEL). Embora o
bem não esteja especificado no elenco do art. 649 do CPC, não sendo tese do embargante a imprescindibilidade do automóvel para o exercício de sua profissão, não poderá se entender como razoável, ou cabível, a retirada de bem essencial à locomoção de pessoa idosa que sofre de dificuldade para deambular, não podendo prevalecer o direito do credor à satisfação do seu crédito em detrimento da dignidade da pessoa humana. Trata-se, sobretudo, de interpretação de textos legais que se sobrepõem ao diploma processual civil, notadamente a Constituição Federal e o Estatuto do Idoso. Impenhorabilidade reconhecida. (...).” (TJRS, AC nº 70029131893, Rel. Des. Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, DJ 03/08/2010).
ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO. LIBERAÇÃO DE VEÍCULO PENHORADO. ART. 833 DO CPC. UTILIZAÇÃO DO BEM POR
IDOSO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Considerando as circunstâncias fáticas - idade avançada do executado que necessita de tratamento médico periódico, com sessões frequentes de fisioterapia, é possível alargar a aplicação da norma do art. 833 V, do CPC, à luz do direito à dignidade da pessoa humana. (TRF4, AG 5038973-57.2018.4.04.0000, TERCEIRA TURMA, Relatora MARGA INGE BARTH TESSLER, juntado aos autos em 22/05/2019).
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. VEÍCULO PENHORADO. LIBERAÇÃO. UTILIZAÇÃO PARA DESLOCAMENTOS DA EXECUTADA COM 94 ANOS E CARDIOPATIA GRAVE. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. 1. Os
documentos acostados aos autos demonstram que a embargante, que por si só em razão da idade avançada (94 anos) já necessita de cuidados especiais, é também portadora de cardiopatia grave, portanto o uso do veículo penhorado (dirigido por sua filha) é utilizado em deslocamentos frequentes para consultas, exames e hospitalizações, sendo o veículo essencial para o atendimento de suas necessidades diárias. 2. Em que pese o bem constrito não se enquadrar em qualquer das hipóteses de impenhorabilidade absoluta, indicadas no art. 649 do CPC, no caso dos autos, o direito à dignidade da pessoa humana autoriza o alargamento da aplicação da norma do art. 649, V, do CPC (sem grifo no original). 3. Sentença mantida. (TRF4, AC 5088863- 44.2014.4.04.7100, SEGUNDA TURMA, Relatora para Acórdão CARLA EVELISE JUSTINO
HENDGES, juntado aos autos em 24/11/2015).

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