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Tamires Pereira Guedes Doenças que acometem o sistema digestivo II Adenoma hepatocelular Definição Também conhecido como adenoma hepático, o adenoma hepatocelular é um tipo raro de tumor benigno do fígado. Muitas vezes é confundido com câncer, porém não se trata da mesma doença. A incidência anual é estimada em um caso por milhão, sendo mais comum aparecer em mulheres entre os 20 e 50 anos, após uma gravidez ou devido ao uso prolongado de anticoncepcional oral. Isso se explica pela origem desse problema estar ligado a níveis alterados de hormônios. Os tumores apresentam, em média, de 5 a 15 cm. Aproximadamente 80% são solitários e de 12 a 30% múltiplos. Quando há presença de mais de 10 tumores benignos no fígado a doença é chamada de adenomatose. Causas A causa está relacionada à ingestão de hormônios, principalmente anticoncepcionais hormonais. A incidência do adenoma hepático pode ser decorrente também de: Uso de anabolizantes; Doença do acúmulo de glicogênio; Diabetes mellitus; Gestação; Mutação genética. Sintomas Geralmente assintomático, esse tipo de tumor benigno é descoberto acidentalmente durante a realização de exames de rotina ou em intervenções cirúrgicas de outros problemas. No entanto, algumas pessoas podem sentir a presença de uma dor leve e constante na região superior direita do abdômen. Eventualmente, pode haver sangramento ou uma massa no abdômen. Existe o risco de o tumor se romper devido ao aumento excessivo de tamanho ou trauma direto no fígado, por exemplo, o que pode levar a hemorragias maciças. Outra possibilidade é de desenvolvimento de câncer, uma complicação ainda mais rara, mas que pode acontecer quando ele continua crescendo, podendo sofrer uma mutação para um câncer. Por isso, a maioria dos especialistas recomenda a remoção do cisto. Tratamento Como ele é quase sempre benigno, a principal forma de tratamento consiste em fazer vigilância constante do tamanho do tumor por meio de exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassonografia. Caso o adenoma surja em mulheres que estão em uso contínuo de anticoncepcional, o médico pode aconselhar interromper o uso e optar por outro método contraceptivo, já que a pílula utilizada pode estar contribuindo para o Tamires Pereira Guedes desenvolvimento do tumor. Com a troca de medicação ou interrupção do uso, há a possibilidade de regressão espontânea de lesões pequenas. Se ele crescer ao longo do tempo ou se tiver com mais de 5 cm, existe um maior risco de romper ou desenvolver câncer, chamado de carcinoma hepatocelular. Por estes motivos, é comum que o médico recomende fazer uma cirurgia para remover a lesão e evitar que possam surgir complicações. Nesse caso, é indicada a cirurgia de ressecção para o adenoma hepatocelular, que pode ser feita por via aberta ou via laparoscópica, modo menos invasivo. O transplante de fígado pode ser uma opção em casos de tumores irressecáveis e em doentes com múltiplos adenomas. Pedra na vesícula (cálculo biliar) Definição Pedra na vesícula é um problema caracterizado por pequenas pedras que se formam na vesícula biliar, órgão localizado no lobo inferior direito do fígado onde a bile se concentra e de onde é lançada sob a influência de um hormônio intestinal. A bile produzida no fígado consiste na mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável por cerca de 75% dos casos de formação de cálculos. Alguns deles se alojam na vesícula biliar e não causam sintomas. Outros ficam presos no duto biliar e bloqueiam o fluxo da bile para o intestino. Essa obstrução provoca a cólica biliar que se caracteriza por dor intensa no lado direito superior do abdome ou nas costas, na região entre as omoplatas. A crise de cólica persiste enquanto a pedra permanecer no duto. No entanto, muitas podem voltar para a vesícula ou ser empurradas para o intestino. Quando isso ocorre, a crise dolorosa diminui. Causas Muitos fatores podem alterar a composição da bile e acionar o gatilho de formação de pedra na vesícula. Alguns fatores que aumentam o risco são: Dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras; Vida sedentária que eleva o LDL (mau colesterol) e diminui o HDL (bom colesterol); Diabetes; Obesidade; Hipertensão (pressão alta); Fumo; Uso prolongado de anticoncepcionais; Elevação do nível de estrogênio o que explica a incidência maior de cálculos biliares nas mulheres; Predisposição genética. Sintomas Alguns casos de pedra na vesícula podem ser assintomáticos, mas outros provocam dor intensa do lado direito superior do abdômen que se irradia para a parte de cima da caixa torácica ou para as costelas. A dor normalmente aparece meia hora após uma refeição, atinge um pico de intensidade e diminui depois. Pode vir ou não acompanhada de febre, náuseas e vômitos. Tratamento O tratamento para pedra na vesícula pode ser feito à base de medicamentos que diluem o cálculo se ele for constituído apenas por colesterol. Nos outros casos, a Tamires Pereira Guedes cirurgia por laparoscopia, que requer poucos dias de internação hospitalar, é a conduta mais indicada. Tratamento por ondas de choque para fragmentar o cálculo representa também uma possibilidade terapêutica. Pancreatite aguda Definição A pancreatite aguda é uma resposta inflamatória do pâncreas – glândula situada atrás do estômago que segrega o suco pancreático, além da insulina e do glucagon - a um conjunto possível de situações. Este é um quadro em geral repentino que requer tratamento hospitalar e, em grande parte dos casos, pode levar a uma internação em ambiente de UTI. Trata-se ainda de uma doença completamente distinta da pancreatite crônica, da qual falaremos na semana que vem. Causas Entre as causas possíveis, a mais comum é a obstrução de cálculos nas vesículas ou na via biliar. Essa obstrução aumenta a pressão no pâncreas, levando as enzimas produzidas a extravasarem o interior do órgão, causando, assim, sintomas como dor, náusea e vômito. A pancreatite aguda pode variar desde quadros de inflamação leve, edematosa (com um acúmulo anormal de líquidos nos tecidos), até situações com complicações necro-hemorrágicas com alto risco de morte. Há também quadros em que a pancreatite aguda é causada por uma reação medicamentosa. Uma dessas substâncias é a liraglutida. Originalmente receitada para pacientes com diabetes, a liraglutida tem sido utilizada – de forma inadequada – por pessoas que não têm a doença, mas desejam perder peso. A prática pode causar complicações no pâncreas. Causas como a dislipidemia , desequilíbrio nos níveis de lipídios (moléculas gordurosas) e ainda a ingestão de comida e bebida em excesso também são observadas pela comunidade médica Sintomas Embora os sintomas possam variar de pessoa para pessoa, o mais comum é a dor constante na parte superior do abdômen que piora com o passar dos dias. Náusea, vômito, sensibilidade à alimentação também podem se manifestar. Tratamento Não existe remédio ou cirurgia especifica para a pancreatite. Por isso, busca-se tratar as causas. No caso da pancreatite gerada por cálculos, a recomendação é a cirurgia da vesícula seguida de repouso e novos hábitos alimentares. Além disso, é importante tanto o acompanhamento médico quanto o tratamento das complicações colaterais. A pancreatite aguda pode levar a pessoa a se tornar dependente de uso de insulina já que pode haver comprometimento total ou parcial do pâncreas. Mais um motivo, portanto, para se adotar hábitos saudáveis e manter as consultas médicas em dia.
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