Buscar

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO INTERNACIONAL
PRIVADO
II UNIDADE
CONFLITOS DE LEI NO ESPAÇO E A NORMA DE DIP: O ESTUDO DA LINDB
1. INTRODUÇÃO
No assunto referente ao conflito de leis no espaço, deve-se questionar: qual lei devo aplicar? Em
regra, este surge diante de situações em que mais de um ordenamento nacional pode incidir sobre uma
relação privada que transcende as fronteiras de um ente estatal.
A REGRA GERAL É A APLICAÇÃO DO DIREITO PÁTRIO (LEX FORI), empregando-se o direito estrangeiro
apenas excepcionalmente, quando for expressamente determinado pela legislação interna de um país.
A Escola Estatutária Italiana (glosadores) faz distinção entre estatuto pessoal (aplicação da norma
do local de origem da pessoa) e estatuto real (aplicação da norma do local onde se encontrava a coisa).
Posteriormente, as Escolas Estatutárias alemã, francesa e holandesa promoveram uma releitura
da teoria dos glosadores, fixando a noção de que os estatutos pessoal e real só se aplicariam, em
princípio, no território do Estado. Entretanto, o estatuto pessoal poderia acompanhar a pessoa inclusive
fora de seu Estado, desde que os demais entes estatais, em razão da cortesia internacional (comitas
gentium) o aceitassem.
JOSEPH
STORY
Noção de TERRITORIALIDADE DO DIP e seu caráter de DIREITO NACIONAL: as normas
que admitirão a aplicação do direito estrangeiro são estabelecidas pelo próprio
legislador estatal.
Principal elemento de conexão  DOMICÍLIO.
SAVIGNY
Caráter UNIVERSAL DO DIP, que deveria buscar a harmonia internacional das decisões.
Propunha uma maior aproximação das ordens jurídicas nacionais, que os Estados
convergissem para a formulação de soluções uniformes para o conflito de leis no espaço.
Principal elemento de conexão  DOMICÍLIO.
(As ideias de Story e Savigny tiveram grande influência no Brasil, que adotou o domicílio
como principal elemento de conexão).
MANCINI
Desenvolveu a noção de AUTONOMIA DA VONTADE e enfatizou que o direito
estrangeiro só poderia ser aplicado quando não ofendesse a ORDEM PÚBLICA no Estado.
- Principal elemento de conexão  NACIONALIDADE (era o EC adotado antes no Brasil).
As normas de DIP não resolvem a questão jurídica propriamente dita, mas indicam qual direito
deverá ser aplicado pelo juiz ao caso concreto (NORMAS DE SOBREDIREITO, INDICATIVAS OU
INDIRETAS). É o próprio ordenamento interno que indicará o preceito, nacional ou estrangeiro, que
regulará um vínculo desse tipo.
Por isso que a LINDB é considerada o Estatuto de Direito Internacional Privado brasileiro. O
Brasil adota o princípio da territorialidade moderada, ou seja, é lei brasileira adotada, mas admite-se a
aplicação, em certos casos, de lei estrangeira.
- A norma de DIP divide-se em duas partes:
1) Objeto de conexão (OC)  Refere-se à matéria. Ex.: personalidade, capacidade, direitos de
família etc.
2) Elemento de conexão (EC)  Refere-se ao critério que indica a lei a ser aplicada. Ex.: a lei do
país em que domiciliada a pessoa (EC) determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o
nome, a capacidade e os direitos de família (OC).
Pode haver mais de um EC para o mesmo objeto. Ex.: quando a pessoa não tiver domicílio,
considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Existe também a possibilidade de as partes elegerem o EC (autonomia da vontade), desde que a
lex fori o permita (é ela que define quais são os EC).
O DIP também tem NORMAS CONCEITUAIS OU QUALIFICADORAS, que informam como uma
regra indicativa deve ser interpretada e aplicada ou que podem proibir sua execução, como os preceitos
referentes à ordem pública.
Bem como, o DIP possui, ainda, NORMAS DIRETAS, referentes à nacionalidade e à condição
jurídica do estrangeiro.
 Normas de sobredireito,
de sobreordenamento,
indicativa ou indireta
 Norma conceitual ou
qualificadora
 Norma direta
2. ELEMENTOS DE CONEXÃO
ELEMENTOS DE CONEXÃO  São fixados pela lex fori.
Com base nessas premissas, pode-se afirmar que o direito brasileiro estabeleceu, como regra, de
conexão principal o ESTATUTO PESSOAL – lei do domicílio do interessado. Assim, a regra é a de que ao
direito brasileiro se aplica a lei brasileira.
No entanto, há 07 exceções previstas em lei em que se aplica a lei estrangeira, pela regra do
estatuto pessoal: 1) Nome; 2) Personalidade; 3) Capacidade; 4) Direito de família; 5) Bens móveis que a
pessoa traz consigo; 6) Penhor; 7) Capacidade para suceder.
#ATENÇÃO: A aplicação dessas 07 exceções, contudo, depende da compatibilidade constitucional e com a
ordem jurídica interna, sob pena de afronta à soberania nacional. Logo, se for incompatível com o nosso
sistema, não se aplica o estatuto pessoal.
Exceções das exceções: casos em que se aplica a lei estrangeira, mas não submetidas ao estatuto
pessoal e sim a uma regra própria. São eles: 1) Bens imóveis: aplica-se a lei do lugar em que estiverem
situados; 2) Lugar da obrigação (internacional): aplica-se a lei do domicílio do proponente; 3) Regra
sucessória mais benéfica: quando se tratar de bens de estrangeiros situados no Brasil, aplica-se a regra
sucessória mais benéfica.
Vejamos cada um do objeto de conexão (matéria) com o respectivo elemento aplicado (critério):
1) DOMICÍLIO (lex domicilii)  PRINCIPAL EC NO BRASIL.
No Brasil, apenas a lei interna civil fixa o conceito de domicílio.
O Brasil ainda não ratificou a Convenção Interamericana sobre o Domicílio das Pessoas Físicas.
Veremos agora a consagração do domicílio como EC na LINDB:
- A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
PERSONALIDADE, o NOME, a CAPACIDADE e os DIREITOS DE FAMÍLIA (art. 7º).
- Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes
e às formalidades da celebração (art. 7º, §1º).
- Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de INVALIDADE DO MATRIMÔNIO a lei do
primeiro domicílio conjugal (art. 7º, §3º).
- O REGIME DE BENS, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio,
e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal (art. 7º, §4º).
- A SUCESSÃO por morte ou por ausência obedece à lei do país em que Domiciliado, o Defunto ou o
Desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens (art. 10). (#LEMBRAR: “DDD”).
- A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a CAPACIDADE PARA SUCEDER (art. 10, §2º).
- Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos BENS MÓVEIS que ele
trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares (art. 8º, §1º).
- É COMPETENTE A AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA, QUANDO FOR O RÉU DOMICILIADO NO
BRASIL OU AQUI TIVER DE SER CUMPRIDA A OBRIGAÇÃO (art. 12).
- Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele
em que se encontre (art. 7º, §8º).
- Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda (art. 7º, §7º).
- O PENHOR regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa
apenhada (art. 8º, §2º).
2) NACIONALIDADE (lex patriae)  no passado, era o critério predominante no mundo. Perdeu
importância com a polipatridia.
- Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de
óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado (art. 18).
- O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do
país de ambos os nubentes (art. 7º, §2º).
- Duas exceções à regra de que as formalidades do casamento se regem pela norma do local de
celebração: em se tratando de apátrida ou refugiado no Brasil, aplica-se a lei de seu domicílio ou, em sua
falta, a de sua residência (art. 12, par.1º da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas e também da
Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados).
3) LEX FORI  fora dos critérios vinculados ao estatuto pessoal, o EC mais comum é o da lex fori, pelo qual
é aplicável a lei do lugar do foro, ou seja, a norma do lugar onde se desenvolve a relação jurídica.
- É regra referente à própria aplicação do DIP, cujas normas são exatamente aquelas em vigor na
legislação interna.
4) LEX REI SITAE  norma do lugar onde está situada a coisa. Tem por objeto o regime dos bens, imóveis
e móveis de situação permanente. Com isso, os conflitos de leis relativos aos direitos reais regem-se pelo
princípio da territorialidade.
- Esse critério é aplicável apenas aos bens corpóreos.
- Para qualificar os BENS e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do PAÍS EM QUE
ESTIVEREM SITUADOS (art. 8º).
- A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus (art. 10, §1º).
- Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil
(art. 12, §1º). Essa regra comporta exceções, como a relativas a conflitos de leis envolvendo aeronaves e
embarcações, regidos pela norma do Estado onde se encontram matriculados ou registrados tais
equipamentos, nos termos do Direito Aeronáutico e do Direito do Mar.
- Na LINDB, vislumbram-se algumas exceções: arts. 7º, 8º §1º, 8º §2º, 10.
5) LEX LOCI DELICTI COMISSI  é aplicável a norma do lugar onde o ato ilícito foi cometido.
6) LEX LOCI EXECUTIONIS  é aplicável a norma do local de execução de um contrato ou de uma
obrigação.
- Até 2012, a regra era aplicável aos contratos de trabalho, de acordo com a extinta súmula 207 do TST (a
relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por quelas do
local da contratação). Na atualidade, o próprio art. 3º da Lei 7.064/82, que regula a situação dos
trabalhadores contratados no Brasil e enviados para prestar serviços no exterior, define que é aplicável a
situação desses empregados a LEI DO LOCAL DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS, SALVO QUANDO MAIS
FAVORÁVEL A LEI BRASILEIRA.
- O art. 12 da LINDB acrescenta que é competente a autoridade judiciária brasileira quando aqui tiver de
ser cumprida a obrigação.
7) LOCUS REGIT ACTUM  o Brasil usa esse critério como regra geral para os contratos e obrigações: para
qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem (art. 9º).
- A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o PROPONENTE (art.
9º, §2º).
- Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta
observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato (art.
9º, §1º).
- As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem
à lei do Estado em que se constituírem (art. 11).
#ATENÇÃO #JACAIU
- Questão de concurso: Arnaldo Butti, cidadão brasileiro, falece em Roma, local onde residia e tinha
domicílio. Em seu testamento, firmado em sua residência, Butti, que não tinha herdeiros naturais, deixou
um imóvel localizado no Rio de Janeiro para Júlia, sua enfermeira, que vive no Brasil. Inconformada com a
partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do falecido, que há 2 anos vivia de favor no imóvel, questiona
no Judiciário brasileiro a validade do testamento. Alega que, embora obedecesse a todas as formalidades
previstas na lei italiana, o ato não seguiu todas as formalidades preconizadas pela lei brasileira. Nesse
caso, Fernanda tem razão? NÃO tem razão em questionar a validade do testamento, pois o testamento
se rege, quanto à forma, pela lei do local onde foi celebrado (“locus regit actum”). A sucessão
testamentária rege-se pela lei do país em que era domiciliado o falecido (DDD), qualquer que seja a
natureza e a situação dos bens. Assim, a feitura do testamento é regulada pela lei da Itália. Ademais, a
LINDB não veda a partilha de bens imóveis situados no Brasil por ato praticado no exterior, exceto
quando ofenderem a ordem pública.
8) AUTONOMIA DA VONTADE  em regra, é limitada pela ordem jurídica estatal. As partes só poderão
escolher o direito aplicável a uma relação jurídica se o Estado permitir e dentro das condições que o
respectivo ordenamento estabelecer.
- No Brasil, AINDA NÃO É EXPRESSAMENTE RECONHECIDA COMO EC JURIDICAMENTE VÁLIDO. A regra
geral para as obrigações é a do art. 9º: para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituírem.
- A Lei da Arbitragem (Lei 9.307/96) admite que as partes têm a opção de escolher livremente as normas
aplicáveis ao processo arbitral, determinando que “poderão as partes escolher, livremente, as regras de
direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem
pública”.
- A jurisprudência pátria já reconhece a autonomia da vontade, embora limitando-a diante da ordem
pública. Exemplo disso é o julgado do STJ que destaca que “a eleição de foro estrangeiro é válida, exceto
quando a lide envolver interesses públicos”.
#ATENÇÃO:
A lex damni, como espécie de elemento de conexão, indica que a lei aplicável deve ser a do lugar em que
se tenham manifestado as consequências de um ato ilícito, para reger a obrigação de indenizar aquele que
tenha sido atingido por conduta delitiva de outra parte em relação jurídica internacional.
O Brasil efetivamente adotou a regra da lex damni, ou seja, aplica-se a lei do local onde se manifestaram
as consequências do ato ilícito para reger a obrigação de indenizar.
#SELIGANATABELA:
Começo e o fim da personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de família
Domicílio
Impedimentos dirimentes e formalidades de
celebração do casamento realizado no Brasil
Lei brasileira (domicílio)
Celebração do casamento de estrangeiros Perante autoridades diplomáticas ou consulares do
país de ambos os nubentes (nacionalidade)
Invalidade do casamento, quando os nubentes
tiverem domicílio diverso
Primeiro domicílio conjugal (domicílio)
Regime de bens matrimonial, legal ou
convencional
Domicílio dos nubentes (se for diverso, primeiro
domicílio conjugal)
Domicílio do cônjuge e dos filhos não
emancipados
Domicílio do chefe da família (salvo caso de
abandono)
Pessoa sem domicílio Residência ou onde se encontrar
Bens (para qualificá-los e reger as relações a ele
concernentes)
Onde estão situados (lex rei sitae)
Bens móveis trazidos ou destinados a
transporte para outros lugares
Domicílio do proprietário
Penhor Domicílio do possuidor da coisa apenhada
Obrigações (para qualificá-las e regê-las) Onde se constituírem (locus regit actum) Obs.: a
obrigação contratual reputa-se constituída no local
de residência do PROPONENTE
Sucessão por morte ou por ausência Domicílio do defunto ou desaparecido (DDD),
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens
Sucessão de bens estrangeiros situados nos
Brasil
Lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que
não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus
Capacidade para suceder Domicílio do herdeiro ou legatário
Organizações destinadas a fins de interesse
coletivo, como as sociedades e as fundações
Onde se constituírem (locus regit actum)
Réu domiciliado no Brasil ou quando a
obrigação tiver de ser cumprida no Brasil
Autoridade judiciária brasileira
(domicílio ou lex loci executionis)
Ações relativas a imóveis situados no Brasil Autoridade judiciária brasileira (lex rei sitae)
Celebração do casamento de brasileiros e atos
de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o
registro de nascimento e de óbito dos filhos de
brasileiro ou brasileira nascido no país da sede
do Consulado
Autoridadesconsulares brasileiras (nacionalidade)
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Aplica-se a lei brasileira para reger a sucessão de bem imóvel situado no
exterior? A Justiça brasileira é competente para julgar inventário e partilha de bem imóvel localizado em
outro país? NÃO. Ainda que o domicílio do autor da herança seja o Brasil, aplica-se a lei estrangeira da
situação da coisa (e não a lei brasileira) na sucessão de bem imóvel situado no exterior.
O art. 10 da LINDB afirma que a lei do domicílio do autor da herança regulará a sucessão por morte.
Ocorre que essa regra não é absoluta e deverá ser interpretada sistematicamente, ou seja, em conjunto
com os demais dispositivos que regulam o tema, em especial o art. 8º, caput, e § 1º do art. 12, ambos da
LINDB e o art. 89 do CPC 1973 (art. 23 do CPC 2015). Desse modo, esses dispositivos revelam que a lei
brasileira só se aplica para os bens situados no Brasil e autoridade judiciária brasileira somente poderá
fazer o inventário dos bens imóveis aqui localizados. Mas no caso em que há um bem imóvel no Brasil e
outro no exterior, como fazer? Deverão ser abertos dois inventários: um aqui no Brasil para reger o bem
situado em nosso território e outro no exterior para partilhar o imóvel de lá. STJ. 3ª Turma. REsp
1.362.400-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 28/4/2015 (Info 563).
* É possível, em processo de dissolução de casamento em curso no país, que se disponha sobre direitos
patrimoniais decorrentes do regime de bens da sociedade conjugal aqui estabelecida, ainda que a decisão
tenha reflexos sobre bens situados no exterior para efeitos da referida partilha. STJ. 4ª Turma. REsp
1.552.913-RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/11/2016 (Info 597)
São admitidos como recursos de integração ao direito, de acordo com a LINDB, o costume, a analogia e
os princípios gerais de direito.
Além do estudo desses elementos e objetos de conexão, faz-se imprescindível analisar outros
institutos básico do Direito Internacional Privado:
1) QUALIFICAÇÃO  é o ato pelo qual é delimitado o objeto de conexão. É a operação pela qual o juiz,
antes de decidir, verifica, mediante a prova feita, a qual instituição jurídica correspondem os fatos
realmente provados. Ocorre antes da escolha da norma aplicável, pois requer a conceituação e a
classificação de um instituto jurídico.
- Uma vez realizada, o juiz examinará a instituição qualificada à luz dos EC para determinar a norma
aplicável a um caso concreto.
JUIZ DEVE, EM PRIMEIRO LUGAR, QUALIFICAR O INSTITUTO PARA, DEPOIS, APLICAR A LEI!
QUALIFICAÇÃO PELA LEX FORI QUALIFICAÇÃO PELA LEX CAUSAE
O juiz deve qualificar o instituto
nos termos do seu próprio
ordenamento.
Predomina no Brasil.
O instituto deve ser qualificado à luz da lei estrangeira.
- Para qualificar os BENS e regular as relações a eles concernentes,
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados (art. 8º).
- Para qualificar e reger as OBRIGAÇÕES, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituírem (art. 9º).
Instituto Informações Relevantes
Qualificação
 Delimitação do objeto de conexão;
 É uma ação anterior à escolha da norma
aplicável;
 Teoria: qualificação pela lex fori, pela lex causae
e por referência a conceito: autônomos e
universais;
 Regra geral: qualificação pela lex fori;
 Tipos de qualificação: qualificação de primeiro
grau e de segundo grau
2) ORDEM PÚBLICA  as leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a ORDEM PÚBLICA, a SOBERANIA NACIONAL e
os BONS COSTUMES (art. 17).
- Ordem pública  princípios fundamentais da ordem jurídica interna ou noções basilares da própria
estrutura do Estado.
- Soberania nacional  autoridade suprema do Estado em seu território e a sua independência.
- Bons costumes  são aqueles que se extraem dos preceitos de ordem moral.
- Rechsteiner divide a “reserva de ordem pública” em gerais e especiais. As reservas gerais abrangem
todas as possibilidades de aplicação da norma estrangeiro e estão consagradas, no Brasil, por preceitos
como o do art. 17 da LINDB. As reservas especiais referem-se apenas a uma determinada matéria, do que
é exemplo o art. 7º, §6º da LINDB.
#VOCÊSABIA? A ordem pública tem aplicação em 3 níveis
1º nível  DIREITO
INTERNO.
Garante o império de
determinadas regras
jurídicas, impedindo que
sua observância seja
derrogada pela vontade
das partes, como as leis
de proteção aos menores.
2º nível  PLANO
INTERNACIONAL.
Impede a aplicação de leis
estrangeiras indicadas pelo
elemento de conexão, caso
essas atentem contra tal
princípio.
3º nível  RECONHECIMENTO DE
DIREITOS ADQUIRIDOS NO
EXTERIOR.
Apesar do Judiciário não reconhecer
certos direitos adquiridos do exterior,
por atentarem contra a ordem
pública, é possível que reconheça as
conseqüências jurídicas de tais atos.
Ordem Pública
 Aspectos fundamentais de um ordenamento
jurídico e da própria estrutura do Estado e da
sociedade;
 O choque com a ordem pública impede a
aplicação da norma estrangeira.
3) REENVIO  é o instituto pelo qual o DIP de um Estado remete às normas jurídicas de outro Estado, e as
regras de DIP deste indicam que uma situação deve ser regulada ou pelas normas de um terceiro Estado
ou pelo próprio ordenamento do primeiro Estado.
- Reenvio de primeiro grau: O ordenamento do Estado A indica a ordem jurídica de um Estado B como
aplicável a um caso, e o direito deste Estado B determina como incidente na situação a ordem jurídica do
Estado A. Fica assim: A  B  A.
- Reenvio de segundo grau: O ordenamento do Estado A determina a aplicação do ordenamento do
Estado B, o qual manda aplicar o direito de um Estado C. Fica assim: A  B  C.
#IMPORTANTE: O Brasil não permite o reenvio: quando se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á
em vista a disposição desta, SEM CONSIDERAR QUALQUER REMISSÃO POR ELA FEITA A OUTRA LEI (art.
16).
- Assertiva de concurso: há reenvio de 1º grau quando o DIP do país A indica o direito do país B como o
aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o direito do país A como o aplicável.
Reenvio
 Ocorre quando o direito Internacional Privado de
um Estado remete às normas de Direito
Internacional Privado de outro estado e estas
remetem a questão às normas indicativas de um
terceiro Estado ou às do primeiro Estado;
 Em geral, o Brasil não permito o reenvio;
#ATENÇÃO: Portela ressalta que há entendimento no sentido de que é possível um caso de reenvio: A
Constituição determina que seja aplicada favor do cônjuge ou filhos brasileiros a lei pessoal do de cujos,
se mais favorável. Argumenta-se, assim, que se a lei pessoal do de cujos tiver reenvio de segundo grau e
se a lei do terceiro estado for mais benéfica, é possível admitir o reenvio.
4) DIREITO ADQUIRIDO  o direito adquirido sob a égide de um ordenamento jurídico estatal
acompanha a pessoa em outro Estado e é neste reconhecido (reconhecimento da soberania estatal),
salvo se ofender a ordem pública. Ex.: os direitos adquiridos relacionados a um casamento poligâmico
não podem ser reconhecidos no Brasil, já que existe impedimento legal para este reconhecimento.
Direito adquirido
O direito em um Estado pode ser reconhecido em outro
se não se chocar com a ordem pública deste último.
#QUADRO-RESUMO (livro Portela):
Elemento de conexão Informações relevantes
Domicílio
 Aplica-se aos conflitos de leis a norma do
domicílio de uma das partes;
 Principal elemento de conexão adotado no Brasil;
 Artigos da LINDB: 7, pars. 1º, 3º e 4º; 8, pars. 1º e
2º; 10 caput e par. 2º; 12.
Nacionalidade  Aplica-se aos conflitos de leis e normas do Estado
de nacionalidade de uma das partes;
 Artigos da LINDB: 7, par. 2º; 18
Lex fori  Aplica-se a lei do lugar onde se desenvolve a
relação jurídica;
 Regra referente à própria aplicação do Direito
Internacional Privado;
Lex rei sitae  Aplica-se a norma do lugar onde está situadaa
coisa;
 Artigos da LINDB: 8; 10, par. 2º; 12, par. 1º;
 Artigo da CF: 5º, XXXI;
 Arigos da LINDB com exceções a esse critério: 7,
caput; 8, pars. 1º, e 2º; 10, caput.
Lex loci delicti comissi  Aplica-se a norma do lugar onde o ilícito foi
cometido.
Lex loci execucionis/lex loci solutionis  Aplica-se a norma do local de execução de um
contrato ou de uma obrigação;
 Artigo da LINDB: 12;
 Artigo 3 da Lei 7.064/82 (salvo norma mais
favorável).
Locus regit actum/lex loci contractus/lugar
de constituição da obrigação
 Aplica-se a norma do lugar em que a obrigaçõa
foi contraída;
 Artigo da LINDB: 9º, caput, e par. 2º;
 Artigo do CPC: 585, par. 2º.
Autonomia da vontade  As próprias partes escolham o direito aplicável a
uma relação privada com conexão internacional;
 Pode ou não ser admitida e é normalmente
limitada pelo ordenamento que a permite;
 No Brasil: sem previsão expressa na lei, salvo na
LINDB (art. 7º, par. 5º) e na Lei 9.307/96 (Lei de
arbitragem – art. 2º, par. 1º)
3. DISPOSITIVOS LEGISLAÇÃO
DIPLOMA DISPOSITIVOS
LINDB Art. 7º ao art. 19

Continue navegando