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05/05/21 1 ESCOLA DE ENGENHARIAS E TI CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Fundações Aula 06 – Recalques de Fundações Rasas OBJETIVOS Ao fnal desta aula, o aluno deverá: -Conhecer os princípios da segurança nas fundações; -Conhecer os estados limites; -Aplicar conceitos de recalques para fundações rasas; Prof. Ray de Araújo Sousa Prof. Maurílio de Medeiros Lucena 05/05/21 2 Introdução 05/05/21 3 Introdução 1. Defnições Prelisinares: • Recalque: • Deslocamento Vertcal para baixo do elemento estrutural em relação à um referencial fxo, proveniente de deformações do solo entre a base da sapata e um elemento indeslocável. Se divide em 02 tpos: 05/05/21 4 Introdução I. Recalque Absoluto: Também chamado “total”, é o recalque uniforme da estrutura. 05/05/21 5 Introdução II. Recalque Diferencial: Também chamado “relatva”, é o recalque onde uma parte da estrutura rebaixa mais que o restante. 05/05/21 6 Introdução: 2. Parcelas do recalque: A análise do recalque o divide em duas parcelas: - Recalque por adensamento (ρc) - Recalque imediato (ρi) (estudo) 05/05/21 7 Introdução 3. Teoria da Elastcidade Linear: • É a base da análise de recalques elástcos imediatos; • Para sua utlização, consideram-se 03 hipóteses chave: I. Meio Elástco linear: • Admite-se que o solo se comporta com uma deformação em proporção linear com o aumento de carga, e que a retrada da carga leva ao retorno ao seu estado original na mesma proporção; 05/05/21 8 Introdução II – Meio Semi-Infnito O indeslocável se encontra numa profundidade desconhecida maior que o limite analisado 05/05/21 9 Introdução III – Meio Homogêneo: As característcas de uma camada de solo (mais especifcamente, seu módulo de deformabilidade) se mantém inalteradas ao longo de sua profundidade ou crescem numa proporção conhecida; 05/05/21 10 Introdução III – Meio Homogêneo: Assim, admitdas estas hipóteses, os solos se encontram em três possíveis sub-classifcações que defnem a metodologia de cálculo a ser adotada: - Meio Elástco Homogêneo Semi-Infnito; - Meio Elástco Homogêneo Finito (com uma ou mais camadas); - Meio Elástco Não Homogêneo; Areias e Argilas Norsalsente Adensadas Argilas Sobre- Adensadas 05/05/21 11 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 05/05/21 12 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Hosogêneos (MEH): • Se trata de solos cujas propriedades não se alteram ao longo de sua profundidade (Argilas pré- adensadas); • Pode encobrir duas situações possíveis: Camada Semi-infnita, ou Camada Finita; a) Casada Sesi-Infnita: • Adotado quando o indeslocável se encontra em uma posição desconhecida e além das análises; • É possível ainda tratar uma camada semi-infnita como uma camada fnita até um limite de H = 6.B pelo conceito de “Bulbo de Recalques” (Análogo ao Bulbo de Tensões); • Utliza a teoria de Boussinesq para análise do recalque de acordo com a tensão aplicada: • Onde: • ρi = Recalque Imediato (mm); • σ = Tensão aplicada pela sapata (MPa); • B = Largura da sapata (mm); • ν = Coefciente de Poisson, tabelado pelo tpo de solo; • Es = Módulo de Deformabilidade do Solo (MPa); • α = Fator de Correlação entre Es e a resistência de ponta de ensaio, tabelado; • K = coefciente de correlação entre resistência de ponta de ensaio e Nspt, tabelado (MPa); • Ip = Fator de Infuência, tabelado; 05/05/21 13 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Hosogêneos (MEH): a) Casada Sesi-Infnita: Tipo de Solo Coefciente de Poisson (ν) Areia pouco compacta 0,2 Areia Compacta 0,4 Silte 0,3 a 0,5 Argila Saturada 0,4 a 0,5 Argila Não-Saturada 0,1 a 0,3 Tipo de Solo K (MPa) Areia com Pedregulhos 1,10 Areia 0,90 Areia Siltosa 0,70 Areia Argilosa 0,55 Silte Arenoso 0,45 Silte 0,35 Argila Arenosa 0,30 Silte Argiloso 0,25 Argila siltosa 0,20 Argila 0,15 Solo α Areia 3 Silte 5 Argila 7 05/05/21 14 Placa sobre argila sobreadensada Placa Flexível Placa Rígida 05/05/21 15 Placa sobre Areia Placa Flexível Placa Rígida 05/05/21 16 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Hosogêneos (MEH): b) Casada Finita: • Para situações mult-camadas de solo, ou onde se conhece a espessura limite do material; • Considera o método de Janbu, que admite taxas constantes de deformação volumétrica do solo ao longo da sua espessura: I. Única Casada de Solo acisa da Rocha: • Onde: • ρi = Recalque Imediato (mm); • σ = Tensão aplicada pela sapata (MPa); • B = Largura da sapata (mm); • Es = Módulo de Deformabilidade do Solo (MPa); • α = Fator de Correlação entre Es e a resistência de ponta de ensaio, tabelado; • K = coefciente de correlação entre resistência de ponta de ensaio e Nspt, tabelado (MPa); • μo e μ1 = Fatores de infuência do embutmento da sapata e da espessura da camada do solo, obtdos por ábacos; • Es = Módulo de Deformabilidade (MPa) 05/05/21 17 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Hosogêneos (MEH): b) Casada Finita: I. Única Casada de Solo acisa da Rocha: 05/05/21 18 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Hosogêneos (MEH): b) Casada Finita: II. Mult-Casadas de Solo acisa da Rocha: • A ocorrência de mais de uma camada de material acima do indeslocável implica em diferentes característcas de material e taxas de deformação que devem ser somadas; • Existem duas Metodologias possíveis de trabalho para essas situações: A. Método da Camada Hipotétca: • Inicialmente se Calcula o recalque da primeira camada admitndo como se fosse um meio fnito de uma camada só; • Calcula-se então o recalque da segunda camada considerando primeiro ela sendo uma camada só, de espessura H1+H2 e Módulo de deformabilidade Es2 (ρ2,1+2); • Calcula-se em seguida o recalque da segunda camada considerando que ela tem espessura H1 e Módulo de deformabilidade Es2 (ρ2,1); • O recalque real da segunda camada é a subtração dos dois recalques obtdos; 05/05/21 19 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Hosogêneos (MEH): b) Casada Finita: II. Mult-Casadas de Solo acisa da Rocha: B. Método da Sapata Fictcia: • Inicialmente se Calcula o recalque da primeira camada admitndo como se fosse um meio fnito de uma camada só; • Para a segunda camada, considera-se uma sapata fctcia de dimensões ampliadas atuando no topo da segunda camada e essa nova tensão gerando o recalque dessa camada: 05/05/21 20 Exercício de Fixação 05/05/21 21 Exercício 1: Estmar o recalque imediato da sapata rígida indicada abaixo, tendo para lados B = L = 3m, aplicando ao solo a tensão de = 0,2 MPa 05/05/21 22 Resolução do Exercício 1: • Recalque inicial • Es módulo de Deformabilidade • Fator de infuência Iρ • Coefciente de Poisson ν • Módulo de Deformabilidade • Fator α de correlação entre Es com qc - Coefciente k correlação entre qc e Nspt ρi = 0,2 MPa . 3000 mm [1 – 0,5²] . 0,99 = 27,8 mm 16 MPa p s i IE B 21 05/05/21 23 Exercício 2: Estmar o recalque imediato para sapata do exercício anterior com um primeira camada de – 1,5 m e com solo rochoso a uma profundidade de – 7,5 m conforme perfl ao lado. Trata-se de uma camada fnita com Es constante ρ i = μ o μ 1 σ B / Es Na primeira camada: h/B = 1,5/3,0 = 0,5 e L/B = 3,00/3,00= 1 → μ o = 0,86 Sapata com duas camadas 05/05/21 24 Exercício 2: Na segunda camada: H/B =(7,5 – 1,5 = 6,0)/3,0 = 2 e L/B = 3,0/3,0 = 1 → μ1 = 0,56 ρ1 = 0,86 . 0,56 0,2MPa .3000mm 16 MPa ρ1 = 18,06= 18,1 mm Sapata 2ª camada: 05/05/21 25 Método de Schmertmann (1970) Fator de Infuência na deformação vertcal A deformação máxima vertcal não ocorre no contato com a base da sapata, mas a uma profundidade em torno de z = B/2 e, a partr desta profundidade, as deformações diminuem gradatvamente e podem ser desprezadas depois de z = 2B. 05/05/21 26 Método de Schmertmann (1970) a) Embutmento da sapata Considerando que um maior embutmento da sapata no solo pode reduzir o recalque em até 50%, Schmertmann defne um fator de correção do recalque (C1), variando de 1 a 0,5, dado por: C1 = 1 – 0,5 (q / σ*) ≥ 0,5 q = tensão vertcal efetva à cota de apoio da fundação(sobrecarga) σ* = tensão líquida aplicada pela sapata ( σ* = σ – q) b) Efeito do tempo Além do recalque imediato, as sapatas em areia desenvolvem um recalque com o tempo (t), daí o autor adota um fator de correção C2: t em anos. Para desprezar o efeito do tempo C2 = 1. 05/05/21 27 Método de Schmertmann (1970) c) Formulação: O recalque de sapatas rígidas em areia (ρd) é dado pelo somatório dos recalques de n camadas consideradas homogêneas, na profundidade de 0 a 2B, incluindo os efeitos do embutmento e do tempo: n i s z z E I CC 1 21 * 05/05/21 28 Método de Schmertmann (1970) 1) Calcular os valores de q, *, C1 e C2 2) A partr da base da sapata, desenhar o triângulo 2B – 0,6 para o fator de infuência 3) No intervalo de 0 a 2B abaixo da sapata, dividir o perfl qc (ou NSPT) num número conveniente de subcamadas, cada uma com Es constante (É necessário uma divisão que passe por B/2, o vertce do triângulo,e além disso, a espessura máxima das subcamadas deve ser igual a B/2) 4) Preparar uma tabela com seis colunas: numero da camada, z, Iz, qc (NSPT), Es e Izz/Es 5) Encontrar o somatório dos valores da últma camada e multplicar por C1, C2 e * (sugerindo o uso das unidades em MPa para qc, * e Es e em mm para z 05/05/21 29 Método de Schermertamann (1978) Recalques em areia Schmertmann (1978) introduz aperfeiçoamentos no seu método com outros autores, com o objetvo principal de separar os casos de sapata corrida (deformação plana ) de sapata quadrada (assimétrica). O anterior foi visto para se obter os princípios básicos do método. Dois novos diagramas são propostos para a distribuição do fator de infuência na deformação, com três novidades: a)O “bulbo” de recalques maior para sapatas corridas; b)O valor inicial de Iz diferente de zero; e c)O valor de Iz máx não é fxo e não ocorre na mesma profundidade, em sapata quadrada ou corrida. 05/05/21 30 Método de Schermertamann (1978) Recalques em areia v zI * 1,05,0max Para sapatas intermediárias (1 < L/B < 10): )/log(12/ BLBz v é a tensão vertcal efetva na profundidade correspondente a Izmax A profundidade de Izmax é igual a ¼ profundidade do bulbo de recalques 05/05/21 31 Módulo de Deformabilidade SPTS NKE Tipo de solo Areia Silte Argila Solo K(MPa) Areia com pedregulhos 1,1 Areia 0,9 Areia siltosa 0,7 Areia argilosa 0,55 Silte arenoso 0,45 Silte 0,35 Argila arenosa 0,3 Silte argiloso 0,25 Argila Siltosa Argila 0,2 0,15 05/05/21 32 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Não- Hosogêneos (MENH): • Adotado para solos arenosos, onde o Módulo de deformabilidade (Es) varia de acordo com a profundidade considerada do meio; • Considera o Método de Schmertmann para cálculo de recalque, que segue a metodologia de avaliar recalque parciais de modo a obter o recalque total; • Divide o solo abaixo da sapata em subcamadas de espessura conhecida (∆z ≤ B/2) aproximadamente constante; Mais Adotado 05/05/21 33 Metodologia de cálculo - Para cada sub-camada é calculado o valor de Módulo de Deformabilidade (Es) e Fator de Infuência (Iz), medidos no meio de cada sub-camada; - O fator de Infuência Iz é obtdo grafcamente, traçando-se o gráfco de acordo com a profundidade abaixo da sapata e o tpo de sapata, se quadrada (L/B = 1), Corrida (L/B ≥ 10) ou retangular (Obtdo por interpolação de valores); 05/05/21 34 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 4. Recalques Isediatos es Meios Elástcos Não-Hosogêneos (MENH): • A defnição de um gráfco de Iz para uma sapata retangular qualquer (1 < L/B < 10) é feita através de uma interpolação simples de valores; 05/05/21 35 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo •Como se tratam de 02 retas para formar o gráfco, basta-se defnir os 03 pontos que compõem o gráfco para sua formação: –Ponto Inicial: z = 0 e Iz = Valor entre 0,1 e 0,2; –Pontos Final: Iz = 0 e z = Valor entre 2B e 4B; –Ponto Intersediário: Izmax e z/B calculados segundo as fórmulas: 05/05/21 36 Estmar o recalque imediato de uma sapata quadrada com B = L = 3 m, assente em uma cota de – 2m, aplicando ao solo a tensão σ = 0,2 MPa 05/05/21 37 Por se tratar de areia, vamos utlizar o método de Schmertmann. Inicialmente, conforme na fgura anterior, desenhamos o diagrama, com Izmax = 0,67, calculado a seguir, e atngindo 6m ( = 2B) de profundidade, a partr da base da sapata. As camadas são subdivididas em função da variação de NSPT respeitando a espessura máxima de 0,5B (= 1,5m). 05/05/21 38 Resolução 05/05/21 39 Recalque inicial: ρ i = C1 C2 σ* Σ [(Iz / Es) Δz] i ρ i = 0,90 x 1,00 x 0,166 MPa x 57,97 mm/MPa = 8,7 mm Considerando um tempo t de um ano, por exemplo: t = 1 ano → Devido o tempo: C2 = 1 + 0,2 log ( t/0,1) = 1 + 0,2 log (1/0,1) = 1,20 Recalque total: ρ d = 0,90 x 1,20 x 0,166 MPa x 57,97 mm/Mpa = 10,4 mm 05/05/21 40 Recalque de Sapatas Metodologia de Cálculo 5. Tolerância de Recalques: • Recalques prejudicam desde a estabilidade da estrutura, até sua funcionalidade, causando danos específcos: – Danos Arquitetônicos → Afetam a aparência visual do empreendimento, sendo perceptveis ao usuário e causando desconforto. (ex. trincas, desaprumos); 05/05/21 41 Danos à Funcionalidade → Não claramente visíveis ao usuário, mas que afetam a utlização do empreendimento, com alteração de declividades de drenagem, emperramento de esquadrias, desgastes de elevadores; 05/05/21 42 Danos Estruturais → Afetam diretamente o elemento estrutural em sua integridade, comprometendo a estabilidade do empreendimento; 05/05/21 43 Recalques diferenciais e totais Para Recalques diferenciais e totais, o limite de aceitação de recalques dependerá do tpo de solo de base: –Areias: • δ (recalque diferencial) ≤ 25 mm; • ρ (recalque total) ≤ 40 mm (para sapatas isoladas) • ρ (recalque total) entre 40 mm a 65mm (para radiers). –Argilas: • δ (recalque diferencial) ≤ 40 mm; • ρ (recalque total) ≤ 65 mm (para sapatas isoladas) • ρ (recalque total) entre 65 mm a 100mm (para radiers). - Recalque Diferenciais Específcos ou Distorção Angular: δ/l = 1 : 300 Ocorrência: trincas em paredes de edifcios δ/l = 1 : 150 Danos estruturais em vigas e pilares de edifcios δ = recalque diferencial entre dois pilares e l = distância entre eles 05/05/21 44 Referências • Cintra, J.C.; Aoki, N. (2010). Fundações Diretas: projeto geotécnico. Ofcina de Textos. 96p. • Fundações: Teoria e Prátca. Hachich et al. (eds). Pini. 751p. • Velloso, D.A; Lopes, F.R. (2010). Fundações. Vol. 1 e Vol.2. Ofcina de Textos. 569p. • Associação Brasileira de Normas Técnicas: NBR 6122- 2010. Projeto e Execução de Fundações. ABNT, 91p. • Straub, H. (1964). A history of civil engineering. Cambridge, Mass. 258 p. 05/05/21 45 Obrigado! Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44Slide 45
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