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Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais
HomeA Diversidade e a Lei de Diretrizes e BasesMaterial ComplementarReferências
BibliográficasVersão Impressa
Unidade 2 - Título da unidadeIntroduçãoAula 01 | Nome da AulaAula 02 | Nome da AulaAula 03
| Nome da AulaAula 04 | Nome da AulaAula 05 | Nome da AulaAula 06 | Nome da
AulaAtividadesReferências
Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais | Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F.
Stringhetta e Prof.ª Esp.ª Ruth Cássia Schreiner
Aula 1
A Diversidade na Educação Escolar
Tópicos Abordados
● Aspectos gerais da diversidade
● Diversidade e legislação
● Educação Especial e diversidade
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Compreender em que consiste a diversidade na sociedade atual.
Analisar a diversidade com foco na escolarização.
Refletir a respeito das legislações no que tange a diversidade.
Estabelecer relações entre a diversidade e a Educação Especial.
Introdução
Querido(a) leitor(a)!
Mais uma unidade de estudos se inicia e a temática a ser trabalhada neste momento será a
http://docs.google.com/index.html
http://docs.google.com/a-diversidade-na-educacao-escolar.html
http://docs.google.com/material-complementar-a-diversidade-na-educacao-escolar.html
http://docs.google.com/referencias-a-diversidade-na-educacao-escolar.html
http://docs.google.com/referencias-a-diversidade-na-educacao-escolar.html
http://docs.google.com/documents/236c795bb---unidade-4.pdf
diversidade e a Educação Especial. Antes de seguir com seus estudos, reflita sobre o tema e
pontue aquilo que você considera ser diversidade na sociedade atual.
Entender o conceito de diversidade na sociedade atual é importante e, para isso, esses
estudos levarão à compreensão de que em tempos anteriores esse tema não era tratado tal
como é hoje, e isso se deve principalmente pelas discussões acerca do preconceito com a
diversidade existente ao longo da história.
Para além das discussões do termo diversidade, e seu significado social, será possível verificar
também, a questão da diversidade e da educação escolar, mas especificamente a respeito da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, inferindo quais aspectos essa lei agrega para
a discussão acerca da diversidade na educação.
Para além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, outras tantas leis foram
instituídas, muitas delas inseridas no próprio texto da LDB em prol da construção de uma
sociedade mais justa frente às diversidades que possui.
Uma vez estudado tais aspectos da diversidade, chegará o momento de contextualizá-la com a
educação especial, a inclusão e o reflexo disso para os alunos e a comunidade como um todo,
será visto assim, a educação para a diversidade mais especificamente no âmbito da educação
especial.
Boa leitura e bons estudos!
Aspectos Gerais da Diversidade
Para que o estudo envolto à diversidade seja efeito é importante que seu significado seja
analisado com o de vários outros termos que o cercam e que até certo ponto estão diretamente
relacionados a ele. Isso significa que não seria tão significativo estudar a diversidade de modo
isolado, até porque como o próprio nome sugere é diverso, múltiplo de significados e
considerações.
Por esse e outros motivos, aliado ao termo diversidade, se faz relevante analisar ainda, que
brevemente, a diferença, desigualdade, igualdade e equidade. Mas o que cada um desses
termos significa e qual sua relação com a diversidade será verificado ao longo desse texto.
A diversidade tal como se discute na atualidade, como algo próprio das sociedades, da vida em
grupo, bem como da globalização que possibilitou maior troca de saberes entre as pessoas em
todo o mundo nem sempre foi percebida dessa forma. Por muito tempo, a diversidade,
característica das diferenças, era vista como algo negativo e se munia do preconceito e
sensação de superioridade de determinados grupos que se julgavam “iguais”. Segundo Paula
(2013, p. 20),
A história apresenta exemplos de violências cometidas contra os diferentes: as “minorias”,
como negros, mulheres, crianças e idosos etc. Essa diferença ao ser traduzida como
desigualdade, tem proporcionado e justificado práticas cada vez mais violentas.
A desigualdade traz evidências de uma sociedade deficiente quanto ao senso de justiça,
enquanto poucos têm grande oportunidades, a maioria fica à mercê da sorte e de
oportunidades que possam não aparecer, e isso não deve ser visto como normal, uma
sociedade mais justa traz a possibilidade de maior igualdade e menos discriminações. Tais
aspectos, característicos do preconceito, levaram e ainda levam pessoas ao sofrimento e a
exclusão, contudo, é válido que se repense o fato da diferença como algo negativo, visto que
as pessoas não são iguais e sim diferentes, assim, aquilo que for comum a um grupo não é e
não deve ser motivo para desmerecer ou discriminar outro. Ainda para a autora,
Em meio à complexidade é que nos constituímos. Somos semelhantes como humanos, pois
descendemos de um tronco comum e, ao mesmo tempo, muito diferentes nas realizações e
construções históricas, culturais e sociais. Somos desafiados pela experiência humana a
conviver com as diferenças, mas ainda demonstramos dificuldades nessa coexistência.
(PAULA, 2013, p. 25)
A sociedade é múltipla e as diversidades que a compõem não são somente de raça ou de
classe social, mas de uma série de fatores que a torna diversa em muitos sentidos, podendo-se
destacar dentre eles a diversidade racial, étnica, cultural, de capacidades físicas e mentais,
diversidade religiosa, socioeconômica, política, de opinião e tantas outras. Todas essas
diversidades são enriquecedoras de saberes e experiências quando respeitadas, ademais, o
desrespeito é gerador da discriminação e preconceito, propulsor das desigualdades que
assolam parte da população ao longo dos anos, fato que muitas vezes impossibilita o seu
desenvolvimento.
Para Silvério (2015, p. 87),
O substantivo feminino diversidade pode significar variedade, diferença e multiplicidade. A
diferença é a qualidade do que é diferente, o que distingue uma coisa da outra, a falta de
igualdade ou de semelhança. A variedade diz respeito a qualidade, atributo ou estado de algo
que possui diferentes formas ou tipos que se diversificam dentro de uma classe. A
multiplicidade diz respeito a grande número ou variedade de algo.
Assim, pode-se perceber que as diferenças são muitas e que o problema não consiste nas
diferenças, características de um ambiente diversificado em si, mas sim, no julgamento errôneo
de superioridade que leva a exclusão e a busca de padronizar para se ter homogeneidade.
O fato é que a diversidade está relacionada ao heterogêneo, às variedades e diferenças e por
isso, necessita de atenção para que não haja retrocessos e discriminações no espaço em que
haveria de predominar o respeito e aceitação dessa diversidade até mesmo como meio de
enriquecimento, seja ele intelectual, cultural ou social de modo mais amplo. 
No âmbito da sociedade como um todo e das distinções sociais que a representam e que
asseguram privilégios a uma minoria, cabe ressaltar que:
As diferenças sociais, econômicas e culturais impactam na divisão da sociedade. A expansão
da democracia e de políticas direcionadas ao bem-estar social sugerem novas formas de
relacionamento entre as pessoas, a fim de amenizar as diferenças sociais. Tais ações
contribuem para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.
(HIRYE; HIGA; ALTLOÉ, 2016, p. 35)
Para que a sociedade seja mais justa, a inclusão, bem como a igualdade e a equidade, devem
se fazer presentes, pois dessa forma, independente das “diferenças”, todos terão
oportunidades iguais para desenvolverem-se enquanto indivíduos e cidadãos críticos perante a
realidade que vivenciam.
VOCÊ SABIA?
De acordo com Michaliszyn (2012), no que tange a área das ciências sociais, o termo
diversidade pode estar relacionado com os termos alteridade, diferença e semelhança. Você
saberia pontuar as características pertinentes a cada uma das palavras pontuadas? Poisbem,
vejamos:
Por alteridade, um conceito mais restrito que o de diversidade, entendemos o sentimento de
um indivíduo em ser outro, colocar-se ou se constituir como outro. É por meio desse sentimento
que conseguimos perceber o outro, o diferente, sem discriminá-lo pelas suas características
que nos distinguem. A diferença é, por assim dizer, a determinação da alteridade.
(MICHALISZYN, 2012, p. 16)
As diferenças são as características que irão diferir um indivíduo do outro, evidenciando assim
sua dessemelhança, ou seja, a identidade particular de cada indivíduo possibilitará ser
dessemelhante e assim também diferente, visto que as diferenças podem ser físicas ou não.
Leia mais no livro: MICHALISZYN, M. S. Educação e diversidade. Curitiba, PR: InterSaberes,
2012.
Visto ainda, que brevemente, a respeito do que é a diversidade torna-se possível refletir que ela
é composta pelas pessoas que fazem parte da sociedade e que possibilitam a ela ser diversa e
tão rica de culturas e saberes advindo de cada indivíduo ou grupos.
Ao analisar os termos que também permeiam a diversidade, observa-se que ao passo que se
analisa a exclusão, o preconceito e a discriminação, verifica-se também uma crescente
preocupação pela inclusão, respeito, igualdade e equidade, de tal modo que a sociedade possa
caminhar para algo mais justo aos seus indivíduos e certamente mais enriquecedor para cada
um, individualmente, e para a sociedade como um todo também.
Voltando a atenção para esses termos, entender como a igualdade e equidade ocorrem na
prática é um passo importante para a promoção de ambientes mais justos. O passo inicial está
na conscientização, na informação, na educação voltada a esse respeito, isso significa que
para se entender a pluralidade em que se vive, é de grande valia conhecê-la. A inclusão, por
exemplo, está muito atrelada ao conhecimento e ao respeito às diferenças, pois para que haja
inclusão, significa que em outro momento havia exclusão.
A igualdade e equidade, conforme Azevedo (2013, p. 131), “[...] constituem valores essenciais
para a construção de políticas públicas voltadas para a promoção da justiça social e da
solidariedade”, assim, são fundamentais no processo inclusivo e da construção de uma
sociedade mais justa, isso porque, basicamente, a igualdade possibilita possibilidades
semelhantes a todos e a equidade a possibilidade adequada às necessidades do indivíduo, de
uma maneira que todos possam chegar aos mesmos resultados.
A exemplo da educação escolar, igualdade compreende assegurar o acesso de todos à
educação, ou seja, possibilitar que todos tenham acesso a se matricular e frequentar a escola,
já a equidade, nesse contexto, remeteria a fomentar o ensino e aprendizado de acordo com as
particularidades dos alunos para que todos possam aprender determinado conteúdo no mesmo
período de tempo, tendo assim, o suporte mais adaptado para que isso aconteça.
Não somente no processo de escolarização, mas também nas demais áreas da sociedade,
fazer valer a diversidade como algo positivo para o crescimento dos indivíduos, oferecendo a
eles direitos iguais e condições de equidade, torna possível o desenvolvimento de uma
sociedade mais justa, independente das diferenças que a compõem.
IMPORTANTE!
A diversidade está envolta a uma série de aspectos que a concretizam como algo positivo e
fonte de desenvolvimento dos espaços que ocupa. Nesse sentido, para que haja harmonia na
diversidade, ela precisa estar aliada, ou seja, envolver em seus processos, o respeito, a
inclusão, a igualdade e a equidade, pois dessa forma será cada vez mais possível o
desenvolvimento de uma sociedade mais justa.
Figura 1 - Implicações positivas da diversidade
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Diversidade, Legislação e Educação
Com vistas a assegurar legalmente uma sociedade mais justa e igualitária, que não discrimine,
mas sim tenha respeito pelas diferenças e possa a partir delas, buscar também seu próprio
desenvolvimento, é que o país tem sancionado ao longo da história uma série de leis, que
respaldam a questão da diversidade, do respeito às diferenças.
Embora a discussão antecede a essa data, haja vista a diversidade da qual o Brasil é
composto, um marco importante que será também o ponto de partida aqui, trata-se da
Constituição Federal de 1988, sendo que em seu texto há parte fundamental para as
discussões a respeito da diversidade e da formação de uma sociedade mais justa para as
pessoas que dela fazem parte.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Todos os pontos elencados nesse artigo da Constituição trazem à tona a necessidade
constante por desenvolver e manter a sociedade mais justa, tendo como base tais princípios,
que vigoram desde 1988, porém é triste saber que ainda hoje não é difícil se deparar com
notícias de atos discriminatórios no país. Seja qual for a diferença, a discriminação é algo
insustentável para o desenvolvimento efetivo do país.
REFLITA
Com base no texto da Constituição, você julga que tais itens são amplamente difundidos e
aplicados no país?
O que falta para que a sociedade seja mais livre, justa e solidária, promovendo o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação?
A caminhada para se obter êxito na construção de uma sociedade mais justa e sem
discriminações ainda é longa, e a disseminação da tolerância e do respeito se devem, em sua
maioria, à conscientização da população, ao conhecimento, consequentemente, à educação a
ser desenvolvida seja no ensino formal ou não, o fato é que os princípios de humanidade
precisam se fazer valer nas ações de cada um.
A constituição irá contemplar a diversidade em vários momentos, bem como os direitos e
deveres do cidadão brasileiro. No que tange a educação, mais especificamente, a Constituição
também agrega valor significativo na caminhada da igualdade ao considerar:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
A igualdade e liberdade empregados no texto constitucional é que garante a todos o direito de
acesso à educação no país. Isso foi um marco de muita representatividade para a educação,
uma vez que contempla o direito de acesso e permanência no ensino, bem como a liberdade
para o trabalho com a construção e desenvolvimento de saberes, dada a pluralidade, ou seja, a
diversidade de concepções pedagógicas, bem como de demandas pedagógicas ao longo de
todo o território nacional.
WEB
As discussões que permeiam a diversidade no Brasil são amplas, e tanto a Constituição
Federal como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, trazem pontos de grande
importância, por isso, fica aqui o convite para acessá-las:Constituição Federal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm >. Acesso em: 22 fev. 2019.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 22 fev.
2019.
Na sequência e, após a Constituição, muitas foram as discussões a respeito da diversidade,
exercendo papel de destaque a Lei nº 7.853/89, que tratado apoio às pessoas portadoras de
deficiência, a Declaração Mundial de Educação para Todos, a Lei nº 8.069/90 que trata do
Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a Declaração de Salamanca, todas
representando grandes marcos para a temática da diversidade e também da inclusão.
Além das políticas e leis já citadas, serão elencadas algumas considerações pertinentes a essa
discussão e que estão contidas no texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei nº 9394/96). No que se refere aos princípios e fins da educação nacional, essa lei
contempla:
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de
ensino;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº
13.632, de 2018)
Ao tratar da educação atrelada aos princípios de liberdade e de solidariedade humana, bem
como o fato de ser um direito de todos, de primar pelo respeito à liberdade e apreço à
tolerância, reafirmam os pressupostos contidos na Constituição e para além disso, visa uma
gestão democrática, além de considerar a diversidade étnico-racial. Todos esses fatores
apresentados servem de suporte para que a prática educativa atual se fortaleça enquanto meio
de inclusão e de valorização das diversidades enquanto forma de desenvolvimento e
enriquecimento de saberes em sala de aula e para a formação cidadã dos alunos.
É a LDB que irá também oferecer o suporte legal, assim como outras leis que a
complementam, a fim de tratar da diversidade no que contempla a educação voltada para
populações específicas, dentre as quais enquadram-se a Educação de Jovens e Adultos,
Educação no Campo, Educação Indígena e Educação Quilombola.
Todos esses grupos possuem particularidades que demandam olhares atentos dos
profissionais, para direcionar práticas que possibilitem a escolarização significativa e eficaz,
isso significa que podem haver adaptações para que eles tenham o mesmo direito de acesso,
permanência e, sobretudo, qualidade na educação. Essas particularidades que os representa,
evidenciam também a diversidade do perfil de alunos no qual o sistema de ensino nacional
abrange.
A busca pela universalização e democratização do ensino contidas na LDB nº 9394/96,
esclarece a preocupação e a responsabilidade que o setor da educação tem de findar com a
discriminação e preconceitos, ao tratar da diversidade cultural e também do atendimento
educacional especializado, utilizando-se da diversidade e sua riqueza como fonte de saberes e
do desenvolvimento do conhecimento.
 Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), é possível observar a existência de temas
transversais que em muito contribuem para a compreensão e respeito às diversidades, são
eles: ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual e temas locais. Esses
temas estão inseridos nas discussões e conteúdo da educação no país, sendo necessário
serem contemplados no processo de escolarização para que a diversidade esteja cada vez
mais sendo explorada em prol de aprendizado e do desenvolvimento de uma sociedade justa.
Nos PCNs fica evidente o trato com a diversidade e a necessidade de se promover uma
educação cada vez mais inclusiva, fato que, também se percebe, nas Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCNs). Mais especificamente nas diretrizes que tratam da diversidade e inclusão.
Observe um excerto da introdução do referido documento:
Um dos desafios postos pela contemporaneidade às políticas educacionais é o de garantir,
contextualizadamente, o direito humano universal, social inalienável à educação [...]. Nessa
perspectiva, torna-se inadiável trazer para o debate os princípios e as práticas de um processo
de inclusão social, que garanta o acesso à educação e considere a diversidade humana, social,
cultural, econômica dos grupos historicamente excluídos. Trata-se das questões de classe,
gênero, raça, etnia, geração, constituídas por categorias que se entrelaçam na vida social,
mulheres, afrodescendentes, indígenas, pessoas com deficiência, populações do campo, de
diferentes orientações sexuais, sujeitos albergados, em situação de rua, em privação de
liberdade, de todos que compõem a diversidade que é a sociedade brasileira e que começam a
ser contemplados pelas políticas públicas. (BRASIL, 2013, p. 7)
As políticas públicas direcionadas à inclusão das diversidades têm crescido, e isso é reflexo,
das demandas da própria sociedade em caminhar rumo ao desenvolvimento com maior
igualdade, e justiça. As diretrizes irão abarcar assim, pareceres, resoluções, conferências e leis
que regem a inclusão e a diversidade, bem como quais rumos precisam tomar essas políticas
para que essa inclusão seja efetivamente cumprida na prática, ou seja, na vida em sociedade.
Lutar por uma sociedade mais justa tem sido uma preocupação do sistema de ensino em
âmbito nacional, por isso, a legislação que compreende a diversidade tem ganhado espaço ao
longo dos anos, a fim de que nas escolas, desde a mais tenra idade, a criança tenha o direito
de frequentá-la e permanecer em seus estudos, que devem, nessa perspectiva, compreender o
aprendizado para além dos conteúdos teóricos em si, mas para a formação cidadã, que tenha
por princípios a liberdade e democratização do ensino, para que os alunos possam ser agente
da própria formação e que aprendam o respeito, a interação com os demais e exerçam a
inclusão nos meios dos quais fazem parte.
Educação Especial e Diversidade
Parte relevante nas discussões sobre a diversidade e a educação, especialmente aliada à
inclusão, é a Educação Especial, que por muitos anos foi limitada e percebida com certo
preconceito. Ao tratar do tema inclusão, é válido ressaltar que está relacionado a um processo
histórico que partiu do preconceito, discriminação e exclusão.
Nessa perspectiva, a inclusão no contexto escolar e também fora dele, visa oportunizar
possibilidades de inserir as pessoas com algum tipo de deficiência no convívio social, isso inclui
a escolarização, o mercado de trabalho e demais espaços sociais, fato que deveria ser natural,
mas que devido à falta de informação e ao preconceito não ocorreu por muito tempo, reduzindo
o que deveria ser um direito de todos. Para Freire (2002, p. 67), “qualquer discriminação é
imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a
enfrentar”.
O ensino inclusivo visa assim oferecer possibilidades de acesso e permanência com mais
igualdade e equidade para as pessoas portadoras de deficiência, identificando suas
potencialidades e dificuldades para que seja possível adaptar as práticas pedagógicas a essas
necessidades específicas. Conforme contribuições de Mantoan (2013, p. 105), “o ensino
inclusivo se propõe a explorar talentos, atualizar possibilidades, desenvolver predisposições
naturais de cada aluno. As dificuldades e limitações dos alunos devem serreconhecidas, assim
como suas possibilidades”.
Cabe ao docente a impreterível função de respeito a essas novas demandas e de trabalho
adaptado para que todos possam compreender e sistematizar os saberes trabalhados em sala
de aula, por isso, conforme apresenta Freire (2002), respeitar a autonomia e as
particularidades que caracterizam o estudante exige do profissional da educação práticas que
estejam de acordo com tais aspectos. Nesse pensar,
A inclusão só é possível onde houver respeito à diferença e, consequentemente, a adoção de
práticas pedagógicas que permitam às pessoas com deficiências aprender e ter reconhecidos e
valorizados os conhecimentos que são capazes de produzir, segundo seu ritmo e na medida de
suas possibilidades. (SARTORETTO, 2013, p. 77)
No processo inclusivo, muitas foram as discussões e a elaboração de leis para que alcançasse
a realidade atual, e muito ainda há de se fazer a fim de que os indivíduos com deficiências,
sejam elas quais forem, estejam efetivamente inseridos no contexto social. Com relação à
legislação que norteia a inclusão, podem-se destacar a Constituição Federal de 1988, que
prevê a educação como um direito de todos, assegurando o pleno desenvolvimento e o
exercício da cidadania.
Outro marco legal no âmbito da inclusão é a Lei nº 7.853/89 que dispõe a “respeito do apoio às
pessoas portadoras de deficiência, sua integração social”. Verifique os trechos que seguem:
 
Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos
individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social,
nos termos desta Lei.
 
[...]
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o
pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao
trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que,
decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Esta lei trata-se de uma conquista valiosa às pessoas portadoras de deficiência e a sua
integração social. Assegurando-lhes direitos que eram recusados outrora, com relação à
educação, trata da matrícula, oferta gratuita de Educação Especial na rede pública de ensino.
A LDB nº 9394/96 também é representativa no processo de inclusão ao tratar do atendimento
educacional especializado, oportunizando estratégias educacionais condizentes com as
necessidades e potencialidades de cada estudante.
No ano de 2000, foi sancionada a Lei nº 10.098/00, que regulamenta a questão da
acessibilidade ao estabelecer normas e critérios básicos para que seja promovida a
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou que tenham a mobilidade reduzida.
Após isso, muito ainda se discutiu a respeito da inclusão, e do atendimento às pessoas com
necessidades especiais, da Educação Especial e principalmente a inclusão e integração dos
estudantes nas escolas e também na sociedade, como um todo. O Plano Nacional de
Educação, sob a Lei nº 10.172/01, contempla a questão da diversidade e da Educação
Especial como um desafio e intenciona a promoção de melhorias significativas, assim, em seu
texto prevê:
As tendências recentes dos sistemas de ensino são as seguintes:
. integração/inclusão do aluno com necessidades especiais no sistema regular de ensino e, se
isto não for possível em função das necessidades do educando, realizar o atendimento em
classes e escolas especializadas;
. ampliação do regulamento das escolas especiais para prestarem apoio e orientação aos
programas de integração, além do atendimento específico;
. melhoria da qualificação dos professores do ensino fundamental para essa clientela;
. expansão da oferta dos cursos de formação/especialização pelas universidades e escolas
normais. (BRASIL, 2001, on-line)
Essas tendências contidas no texto da lei reforçam a eminente demanda por modificar a forma
de se fazer educação no país ao contemplar em todos os processos educativos as
diversidades dos alunos que o compõe, atendendo a todos e fornecendo subsídios para que
possam desenvolver-se.
A Educação Especial, conforme a Lei nº 10.172/01, está destinada “[...] às pessoas com
necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física,
sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou
talentos”. (BRASIL, 2001, on-line)
A preservação da dignidade humana, a busca pela identidade, bem como o exercício da
cidadania são os princípios que regem a Educação Especial, segundo as Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na educação básica, publicado em 2001, em que se verifica que,
A construção de uma sociedade inclusiva é um processo de fundamental importância para o
desenvolvimento e manutenção de um Estado democrático. Entende-se por inclusão a
garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade [...]. (BRASIL,
2001, on-line)
Nesse mesmo pensamento de possibilitar uma educação para todos é que em 2007 foi
publicado o Decreto nº 6.094/2007, que abarca a melhoria da qualidade da educação,
conforme indicado no artigo que segue:
Art. 1º O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação (Compromisso) é a conjugação
dos esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, atuando em regime de
colaboração, das famílias e da comunidade, em proveito da melhoria da qualidade da
educação básica.
Esse documento contempla o acesso e permanência no ensino regular, bem como o
atendimento aos estudantes que possuem alguma deficiência, ou transtornos globais do
desenvolvimento, assim como os alunos com altas habilidades/superdotação. Sendo,
posteriormente, implementado o Plano de Desenvolvimento da Educação.
A Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, compreende a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), sendo uma das mais recentes no que tange
o atendimento às pessoas com deficiência. Ela se destina, conforme seu artigo primeiro a “[...]
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. Para
isso, o Estatuto da pessoa com deficiência trata da inclusão, dos direitos, do acesso, do
respeito, da igualdade e da não discriminação.
Outras políticas, leis e conferências marcaram as discussões dessa temática como a Base
Nacional Comum Curricular que contempla a necessidade da educação no país estar
preparada para a diversidade que possui de modo a oferecer equidade na educação, para isso,
os profissionais da educação necessitam de preparo e atualização constante para oportunizar a
todos os estudantes um ensino e aprendizagem significativa e eficaz.
(1948) Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1959) Declaração Universal dos Direitos das Crianças
(1988) Constituição da República Federativa do Brasil
(1989) Lei nº 7.853/89 - apoio às pessoas portadoras de deficiência
(1990) Declaração Mundial de Educação para Todos
(1990) Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente
(1994) Declaração de Salamanca
(1996) Lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(1999) Convenção da Guatemala
(2001) Lei nº 10.172 - Plano Nacional de Educação (PNE)
(2001) Resolução CNE/CEB nº 2. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica
(2002) Lei nº 10.436/02 - Língua Brasileira de Sinais (Libras)
(2006) Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
(2007) Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(2007) Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
(2008) Decreto nº 6.571 - O Atendimento Educacional Especializado (AEE)
(2009) Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(2014) Plano Nacional de Educação (PNE)
(2015) Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência)
Quadro 1 - Políticas para a Educação Inclusiva
Fonte: Elaborado pelas autoras.
No que se refere à Educação Especial no Brasil, conformeleis nacionais, fica estabelecido que
essa educação será oferecida preferencialmente em instituições regulares de ensino, sendo
que a educação especial compreende pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades e superdotação.
Quanto às especificidades desse atendimento nas escolas, verifique os itens:
INFOGRÁFICO
especificidade 01
Deverá haver apoio especializado para atender a demanda da escola de ensino regular sempre
que necessário e direcionado para as particularidades de cada aluno que o demande.
especificidade 02
Os alunos somente não serão inseridos em instituições regulares de ensino, com os devidos
atendimentos, quando, devido às suas condições específicas sua integração não seja possível,
de modo que tenha o atendimento sempre mais adequado à sua necessidade.
especificidade 03
Serão assegurados aos alunos de educação especial, além de profissionais especializados,
currículos, métodos, recursos, técnicas adaptados para atender às necessidades específicas
para o bom desenvolvimento do aluno.
especificidade 04
Dessa inclusão, vale-se o atendimento e estratégias adequados aos alunos, bem como uma
integração efetiva desse estudante com a turma, a escola e a sociedade. Tendo por base o
respeito e a igualdade de acesso e permanência na escolarização.
O Brasil tem por uma de suas principais características a diversidade das pessoas que o
compõem, por isso, estudar e compreender essa diversidade seja no convívio familiar, nas
instituições de ensino, ou nos mais variados espaços sociais é imprescindível para que o país
seja mais justo e igualitário.
Igualdade, equidade, democracia, respeito, compreensão, entre outros, são condicionantes de
uma sociedade diversa e harmoniosa que caminha para o desenvolvimento. As tentativas de
padronização e concepções de iguais e diferentes levaram e, infelizmente, ainda levam a
atitudes discriminatórias e excludentes, mas aceitáveis para a sociedade do conhecimento que
se vive.
O ambiente escolar tem papel de grande importância nesse aspecto, ao formar cidadãos
críticos e reflexivos frente a essas atitudes errôneas de preconceitos e discriminação e por isso,
é também na escola que a formação cidadã e inclusiva poderá transformar a sociedade como
um todo.
VÍDEO
Para complementar seu aprendizado assista a videoaula:
Aula Concluída
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http://docs.google.com/material-complementar-a-diversidade-na-educacao-escolar.html

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