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11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Jurisdição 
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Prof. Rodrigo Vaslin
@rodrigovaslin rodrigovaslin@gmail.com
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Introdução
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
PROCESSUAL 
CIVIL 
Ação 
Processo 
Tutela 
Jurisdição
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
História e Conceito de 
Jurisdição
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
“Ubi homo ibi societas; ubi societas, ibi jus”
Fase Primitiva
i- A comunidade se organizava em famílias, clãs, sempre com base nas
crenças religiosas.
ii- O direito e a prática (usos e costumes) não se diferenciavam.
Elemento objetivo: prática reiterada da conduta.
Elemento subjetivo (opinio juris): é representado pela convicção das
pessoas de que aquela conduta é devida e exigível.
DPU/2015: Opinio juris é um dos elementos constitutivos da norma
costumeira internacional.
AGU/2009: O elemento objetivo que caracteriza o costume internacional é a
prática reiterada, não havendo necessidade de que o respeito a ela seja
uma prática necessária (opinio juris necessitatis).
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Culturas Pré-modernas
O direito passou a ser estabelecido por regras mais permanentes e gerais,
não presas às ao parentesco, permitindo a participação na vida da cidade.
Jurisprudência Romana
a) ações da lei (753 a.C. até 149 a.C);
Originaram-se de um texto legal (da Lei das XII tábuas ou de outra lei), ou
porque as situações jurídicas por elas tuteladas se fundavam em uma lei,
cujas palavras deveriam ser cuidadosamente repetidas no formulário da
actio.
1ª Fase - pretor (autoridade estatal): sua função declarar qual era a lei
(sentido lato – norma jurídica) aplicável à controvérsia;
2ª Fase - iudex (cidadão romano que não fazia parte da magistratura): sua
função era examinar o conflito e resolver a causa, por meio da aplicação da
lei determinada pelo pretor.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
b) processo formulário (149 a.C a 17 a.C)
Menos formalista, mais ágil e mais seguro, com procedimento escrito.
O pretor redigia a fórmula, designava o iudex e as partes, por meio da
litiscontestatio, acordavam em levar o caso ao iudex.
c) processo extraordinário
Carreira Alvim diz:
Mais importante do que essa modificação na órbita do processo privado, foi a
unificação das instâncias: com a ingerência da cognitio extraordinária do princeps
ou de seus delegados, em determinadas causas que careciam de tutela jurídica, o
procedimento, até então obrigatoriamente bipartido, passa a desenrolar-se,
desde sua instauração, até o final, diante de uma única autoridade estatal
(magistrado-funcionário), por meio da lex Julia. Assim, a decisão do magistrado,
no novo sistema processual, não mais corresponderá a um parecer jurídico
(sententia) de um simples cidadão autorizado pelas leis, mas, sim, a um comando
vinculante de um órgão estatal.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
TCE-PE/2017 - Embora influenciadas pelo direito romano, as diversas instituições
jurídicas das nações ocidentais contemporâneas criaram métodos originais de
resolução de lides, já que o sistema processual, na Roma antiga, era rudimentar e
fundamentado em discursos míticos e crenças religiosas.
Comentários: Incorreta, pois na Roma Antiga (753 a.C até 476 d.C), o sistema de
solução de lides era bem elaborado, com procedimentos bem definidos.
 Dogmaticidade na Idade Média
i- A jurisdição era exercida por assembleias populares de homens livres, com
procedimento oral e provas ritualísticas, como ordálias e juízos de Deus.
O juiz dos germanos tinha por função, no campo da prova, tão-somente fiscalizar o
desenvolvimento das solenidades e o resultado do experimento.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
ii- A falta do Estado como instituição organizadora da sociedade fazia com que a
Igreja assumisse tal papel, definindo o que era o lícito-ilícito, moral-imoral.
iii- Após um período de retrocesso – processo civil romano-barbárico – o processo
voltou a ser utilizado como ferramenta de resolução de conflitos.
Os períodos dos glosadores (1100 até 1271) e pós-glosadores (1271 até 1400)
foram essenciais para a reconstrução dos conceitos.
XIV, XV e XVI - Surge a concepção de soberania e de Estado
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Teoria Jurídica na Era Moderna
i- A partir do Renascimento, o direito perde progressivamente seu caráter
sagrado, o que significará a tecnização do saber jurídico.
ii- As revoluções liberais, inspiradas pelo iluminismo, aboliram o
absolutismo, constituindo um novo ideal de governo. O poder real, passa a
ser limitado por uma Constituição e pelo Parlamento.
iii- Montesquieu divide o Estado em três categorias: executivo, legislativo
e judiciário.
Obs1: os outros poderes também podem exercer funções atípicas.
 Funções atípicas do Poder Legislativo:
a) Função jurisdicional:
a.1 - arts. 52, I e II, CRFB – cabe ao Senado julgar, nos crimes de
responsabilidade, o PR, Vice, STF, PGR, membros do CNJ, CNMP, AGU);
a.2 - Decreto-Lei nº 201/67 – cabe às Câmaras Municipais julgar Prefeitos e
Vereadores pela prática de infrações político-administrativas;
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
b) Função executiva: arts. 51, IV e 52, XIII, CRFB – dispor de sua organização,
prover cargos, conceder férias, licenças etc.
 Funções atípicas do Poder Executivo:
Função jurisdicional: apreciação e julgamento de processos administrativos;
Função legislativa: edição de medida provisória, com força de lei (art. 62, CRFB).
 Funções atípicas do Poder Judiciário:
Função legislativa: elaboração de seu regimento interno (art. 96, I, CRFB)
Função executiva: art. 96, I, “f”, CRFB - conceder licença, férias e outros
afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
TJBA – Analista/2015: A Constituição da República, em seu Art. 2º , dispõe que “são
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário". Nesse contexto, é correto afirmar que:
a) o Poder Judiciário exerce como atividade típica a função jurisdicional e não pode
praticar qualquer ato no exercício de funções normativa e administrativa que cabem,
respectivamente, ao Legislativo e Executivo;
b) os Poderes Legislativo e Executivo desempenham respectivamente, funções
normativa e administrativa, mas excepcionalmente, exercem atividade jurisdicional típica;
c) os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário desempenham, respectivamente,
funções normativa, administrativa e jurisdicional e não podem exercer outras funções, em
observância ao princípio da separação dos poderes;
d) o Poder Executivo, ao qual incumbe precipuamente a função administrativa,
desempenha também função atípica normativa, quando produz, por exemplo, normas
gerais e abstratas por meio de seu poder regulamentar, ou quando edita medidas
provisórias;
e) o Poder Legislativo não pode exercer, em hipótese alguma, função jurisdicional, a qual
cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, em razão do sistema de freios e contrapesos.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
 Positivação do Direito (século XIX)
1ª Etapa: A crítica dos pensadores iluministas ao arbítrio e a exigência da burguesia
por uma maior segurança jurídica exigiu a valorização dos preceitos legais.
Daí surgiu um respeito quase mítico pela lei, dando surgimento à escola da exegese
francesa (O juiz era mera boca da lei, bouche de la loi), jurisprudência dos conceitos
alemã e jurisprudência analítica inglesa.
2ª Etapa: escola do direitolivre (Duguit) na França, jurisprudência dos interesses e
do valores na Alemanha e realismo jurídico na Inglaterra.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
 Direito como instrumento decisório (século XX)
A ciência dogmática do direito, na tradição de que vem do século XIX,
prevalentemente liberal, encarando o direito como regras dadas, tende a assumir o
papel de conservadora daquelas regras.
Percebe-se, assim, a valorização dos saberes técnicos.
O Direito deixa de assentar-se sobre a natureza, sobre o costume, sobre a razão e
sobre a moral para basear-se na uniformidade da própria vida social, da vida social
moderna, com sua imensa capacidade para a indiferença – o homem, criador do
Direito, é tido apenas como um bem de consumo.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Conceito: a jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial de
realizar o Direito de modo imperativo e criativo (reconstrutivo)
reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas
concretamente deduzidas em decisão insuscetível de controle externo
e com aptidão para tornar-se indiscutível.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
1. Terceiro imparcial: heterocomposição com equidistância;
2. De realizar o direito de modo imperativo
3. E criativo (reconstrutivo)
4. I- Reconhecer, proteger ou efetivar: não é somente dizer o
direito, mas protegê-lo e efetivá-lo;
II – situações jurídicas: jurisdição se realiza a partir de um direito
afirmado (não necessariamente lide);
5. concretamente deduzidas
6. Decisão insuscetível de controle externo: p. ex. CNJ não
controla decisões;
7. Aptidão para definitividade: coisa julgada é exclusividade da
jurisdição.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
1 - Jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial
Critério objetivo (imparTialidade)
Critério subjetivo (imparcialidade)
Neutralidade x imparcialidade
2 - Realizar o Direito de modo imperativo
A jurisdição é inevitável. Não se pode dizer: “não aceito ser réu”.
Exceções:
a) CPC/73: Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este
negar a qualidade que Ihe é atribuída, assinar-se-á ao nomeante novo
prazo para contestar.
b) imunidade de jurisdição e de execução de estados estrangeiros e
organismos internacionais.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
b) imunidade de jurisdição e de execução de estados estrangeiros e
organismos internacionais.
b.1 - Imunidade de jurisdição de Estados estrangeiros para atos de império;
b.2 - Imunidade de execução de Estados estrangeiros, salvo se renunciá-la;
b.3 - Imunidade de jurisdição e execução para organismos internacionais,
em especial a ONU.
Atos de império (jure imperii) Atos de gestão (jure gestionis)
Atos que o Estado pratica no
exercício de sua soberania.
Atos que o Estado pratica como se
fosse um particular. Não têm relação
direta com sua soberania.
Exs: atos de guerra,
negativa de visto,
negativa de asilo político.
Ex: contrato de luz/água, contrato de
compra e venda, contratação de
empregados, acidente de veículo.
Quando o Estado estrangeiro
pratica atos de império, ele
desfruta de imunidade de
jurisdição.
Quando o Estado estrangeiro pratica
atos de gestão, ele NÃO
goza de imunidade de jurisdição.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
ESTADOS ESTRANGEIROS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
(EM ESPECIAL A ONU)
Possuem imunidade de jurisdição?
SIM, para atos de império.
NÃO, para atos de gestão.
Possuem imunidade de jurisdição?
SIM, para todos os seus atos (desde que haja previsão
em tratado internacional).
Possuem imunidade de execução?
SIM.
Possuem imunidade de execução? SIM.
Fundamento:
Em geral, não há tratado internacional
regulando o tema. Logo, esta
imunidade é garantida por força de
direito consuetudinário internacional
(Direito das Gentes - jus cogens).
Exceção: a imunidade de jurisdição
das autoridades diplomáticas ou
consulares encontra-se prevista nas
Convenções de Viena de 1961 e 1963
(Decretos 56.435/65 e 61.078/67).
Fundamento:
A existência de tratados internacionais assinados pelo
Brasil prevendo esta imunidade.
No caso específico da ONU, este documento é a
Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações
Unidas, de 1946 (Decreto 27.784/50).
Causas trabalhistas:
Trata-se de imunidade relativa. Assim,
os Estados estrangeiros não gozam
de imunidade de jurisdição (são atos
de gestão), mas possuem imunidade
de execução.
Causas trabalhistas:
Gozam de imunidade absoluta. Os organismos
internacionais (com base neste precedente da ONU)
gozam tanto de imunidade de jurisdição como de
execução.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
TRT/SP (2015) - Sobre o tema das imunidades de jurisdição:
a) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade de
jurisdição das Organizações Internacionais deriva do costume internacional e não
permite ser afastada nem em caso de reclamação trabalhista.
b) Às Organizações Internacionais não se aplica a distinção entre atos de império e
atos de gestão, uma vez que sua imunidade de jurisdição tem base convencional.
Assim, a extensão da imunidade de jurisdição de uma Organização Internacional
será determinada pelo tratado que regule seu funcionamento no Brasil.
c) A prática brasileira de admitir reclamações trabalhistas movidas por empregados
de Missões Diplomáticas estrangeiras no Brasil é uma violação do direito
internacional, que entende que a contratação de funcionários para suas Missões no
exterior é um ato de império e, portanto, abrangida pela imunidade de jurisdição.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
d) Se o edifício onde funciona a Missão Diplomática de um País estrangeiro no
Brasil for de propriedade desse Estado estrangeiro, é possível a penhora do edifício
para execução de eventual condenação em reclamação trabalhista movida por ex-
empregado da Missão.
e) Nos casos em que, segundo o art. 31 da Convenção de Viena sobre Relações
Diplomáticas, não se beneficiar o agente diplomático da imunidade em relação à
jurisdição civil e administrativa do Estado acreditado, eventual execução da
sentença pode incidir sobre qualquer bem do seu patrimônio, inclusive os
localizados em sua residência, desde que respeitada sua inviolabilidade pessoal.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
3 – Criativo
A criatividade jurisdicional se revela em dois aspectos:
i) O Juiz cria a norma jurídica individualizada
ii) O Juiz também cria uma norma jurídica geral (ratio decidendi) que serve
como padrão para a solução de casos futuros, semelhantes àquele.
Qual o fundamento para essa criatividade?
Inafastabilidade e da obrigatoriedade de se decidir.
Luhmann afirma que essa vedação ao non liquet, essa proibição da recusa
da Justiça garante a abertura por intermédio do fechamento. Porque não se
pode deixar de decidir, não se pode deixar de ficar aberto àquilo que ainda
não foi regrado legislativamente.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
4 - Reconhecer, efetivar ou proteger ou integrar situações jurídicas
A jurisdição serve para reconhecer situações jurídicas (processo de
conhecimento), efetivá-las (processo de execução) ou protegê-las (tutela da
segurança, cautelar ou inibitória).
5 - Situações jurídicas concretamente deduzidas
É exercida por encomenda, pois é chamado a exercer sempre uma situação
concreta.
Seria sempre uma lide? Nem sempre.
Exs: ação de mudança de nome, opção de nacionalidade, separação
consensual; processos objetivos; casos de revelia, reconhecimento jurídico
do pedido nos denominados “processos necessários” (necessidade de se
socorrer ao judiciário mesmo não havendo lide).
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
6 - Em decisão insuscetível de controle externo
Enquanto uma lei ou um ato administrativo podem ser invalidadospelo
judiciário, o contrário não é possível.
E o indulto?
Decreto 9.246/2017 e ADI 5874.
7 - Com aptidão para a coisa julgada
A coisa julgada é a definitividade da decisão, atributo exclusivo da
jurisdição.
“coisa julgada administrativa” existe?
Só as decisões jurisdicionais têm é a aptidão para a coisa julgada.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Didier: a jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial de realizar o
Direito de modo imperativo e criativo reconhecendo/efetivando/protegendo
situações jurídicas concretamente deduzidas em decisão insuscetível de
controle externo e com aptidão para tornar-se indiscutível.
Ada, Dinamarco e Cintra  jurisdição é, ao mesmo tempo, poder, função e
atividade.
Como poder, é a manifestação do poder estatal, conceituado como
capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. Como função,
expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação
de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através
do processo. E, como atividade, ela é o complexo de atos do juiz no
processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
MPT/Procurador/2009 – É INCORRETO afirmar que:
a) como monopólio estatal, a jurisdição é, ao mesmo tempo, poder, função e
atividade, e seus critérios distintivos são o caráter substitutivo e o escopo de
atuação do direito, pressupondo lide, inércia e definitividade, podendo o juiz, em
casos específicos, autorizados pela lei, agir de ofício;
b) ante a exceção do princípio da perpetuação da jurisdição, inscrito no CPC, a
alteração superveniente de competência, ditada por norma constitucional, afeta a
validade da sentença anteriormente proferida, por se tratar de coisa julgada
inconstitucional;
c) a competência para a causa se estabelece levando em consideração os termos
da demanda, isto é, à vista da petição inicial, e não a procedência ou improcedência
da pretensão, bem como não a definem a legitimidade ou não das partes
(pertinência subjetiva da lide);
d) a competência é requisito de validade do processo: a incompetência do juízo para
apreciar a reconvenção não impede que ele aprecie a demanda principal, uma vez
que a competência para a reconvenção, como procedimento incidental, não é
pressuposto processual de validade;
e) não respondida.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Escopos
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
i- Fins sociais: pacificação do conflito, gerando um efeito secundário que é a
educação da sociedade quanto a seus direitos e deveres.
Marinoni, Arenhart e Mitidiero - art. 3º, CRFB
ii- Fins políticos: há três vertentes: primeiro, fortalecer o Estado e as Instituições.
Segundo, a jurisdição é o último recurso em termos de proteção às liberdades
públicas e dos direitos fundamentais. Terceiro, como se vive em uma democracia
representativa, busca-se conferir participação direta do jurisdicionado no processo
jurisdicional (ex: ação popular, audiências públicas, amicus curiae etc.);
iii- Fins jurídicos: atuação da vontade concreta da lei (Chiovenda). A jurisdição tem
por fim fazer com que se atinjam (cumprimento, realização), em cada caso concreto,
os objetivos das normas de direito substancial (direito objetivo).
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
TRF 3ª REGIÃO/TRF 3 – Juiz Federal Substituto/2018
Sobre a jurisdição é CORRETO afirmar que:
a) Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário.
b) Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos.
c) Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada
material.
d) Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Teorias sobre Jurisdição
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
1ª - Teoria dualista (declaratória): Chiovenda afirmava que o Estado, por
meio da jurisdição, não cria direitos, mas apenas se limita ao conhecimento
de direitos preexistentes. A norma jurídica cria o direito substancial,
limitando-se o Estado a atuar a vontade da norma, subsumindo-a ao caso
concreto.
Para Chiovenda, a jurisdição tem a ver com a substitutividade e com a
atuação concreta da lei.
Crítica: A jurisdição é uma atividade criativa.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
2ª - Teoria unitária (constitutiva): Carnelutti afirmava que o direito material
não é apto a criar direitos subjetivos, apenas expectativa de direito. Assim, cabe
ao juiz criar o direito subjetivo antes inexistente.
Para Carnelutti, jurisdição é a justa composição da lide (conflito de
interesses qualificado por pretensão resistida), com a criação, constituição
pelo juiz, de uma norma individual, que passa a integrar o ordenamento
jurídico.
Críticas: A teoria de Carnelutti peca em dois pontos:
1º ponto: Há situações que, embora não sejam lides, são deduzidas em face
do Poder Judiciário.
2º ponto: Ao mesmo tempo em que afirma que o juiz cria uma norma individual
para o caso concreto (teoria unitária ou constitutiva), não aceita que o juiz crie
um direito que não exista no ordenamento.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
“As concepções de Carnelutti e Calamandrei (que também perfilha o
entendimento de Carnelutti), apesar de filiadas à teoria unitária do
ordenamento jurídico, não se desligaram da ideia de que a função do
juiz está estritamente subordinada à do legislador, devendo declarar a
lei. Na verdade, a distinção entre a formulação de Chiovenda e as de
Carnelutti e Calamandrei está em que, para a primeira, a jurisdição declara
a lei, mas não produz uma nova regra, que integra o ordenamento jurídico,
enquanto que, para as demais, a jurisdição, apesar de não deixar de
declarar a lei, cria uma regra individual que passa a integrar o ordenamento
jurídico”.
Mas qual seria a solução para superar essas críticas?
Marinoni passa a discorrer sobre a Jurisdição no Estado Constitucional e a
influência do neoconstitucionalismo e pós-positivismo.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Atualmente, o intérprete se pauta não apenas pela interpretação literal da lei,
mas sim pelas normas (regras e princípios); considera a jurisprudência como
fonte direta do Direito, tem diante de si precedentes vinculantes, cláusulas
gerais, conceitos indeterminados, pode se valer do controle difuso de
constitucionalidade, bem como do controle de convencionalidade. Há ainda a
possibilidade de aplicar a teoria da derrotabilidade das regras, bem como a
regra da proporcionalidade (adequação, necessidade, proporcionalidade em
sentido estrito) ante o conflito aparente de princípios.
Conclusão: há um leque significativo de possibilidades para que o juiz supere
o positivismo acrítico e efetivamente tutele o direito material,
principalmente os direitos fundamentais, em uma atitude comprometida
com a Constituição.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
TJ-MT – Juiz de Direito Substituto/2014 - A jurisdição no Estado Constitucional:
a)constitui um poder vinculado tão-somente à lei.
b)constitui um poder vinculado à Constituição e que deve ser exercido na dimensão
dos direitos fundamentais e da legislação vigente.
c)constitui uma declaração judicial de uma norma pré-existente, cujo sentido é dado
pelo legislador na redação da proposição legal.
d)constitui uma atividade constitutiva da juridicidade do Estado, que está, contudo,
totalmente vinculada à legislação infraconstitucional federal, que deve ser respeitada
em qualquer caso, mesmo em caso de inconstitucionalidade.
e)Nenhuma das alternativas é correta.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Características
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
1 - Carátersubstitutivo
O Estado substitui a vontade das partes pela vontade da lei, resolvendo o
conflito entre elas, proporcionando a pacificação social;
Obs1: substitutividade não está presente em todos os casos.
Ex1: ações constitutivas necessárias em que ambas as partes estão de acordo,
mas têm de buscar o poder judiciário para constituir uma situação jurídica nova.
Ex2: na execução indireta, o Estado Juiz pode promover a execução com a
colaboração do executado, forçando a que ele próprio cumpra a prestação
devida.
2 – Lide
3 – Inércia
Sem demanda não há processo.
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Há 3 motivos para a consagração de tal princípio:
a) possível perda da imparcialidade do juiz;
b) sacrifícios dos meios alternativos de resolução de conflitos;
c) o juiz não deve transformar um potencial conflito jurídico em conflito social.
VUNESP/TJSP – Juiz de Direito Substituto/2008: Como é sabido, a jurisdição é
o poder de dizer o direito objetivo, função do Estado, desempenhada por meio
do processo, na busca da solução do conflito que envolve as partes, para a
realização daquele e a pacificação social. Sobre o assunto em questão,
assinale a resposta correta.
a) O exercício espontâneo da jurisdição, na condição de regra geral, implicaria
em possível prejuízo da imparcialidade do juiz na solução da lide.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Exceção ao princípio da inércia?
CPC/73, Art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se
nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no
prazo legal.
Ex1: restauração de autos (art. 712, CPC).
Ex2: herança jacente (art. 738, CPC).
Ex3: arrecadação de bens do ausente (art. 744, CPC);
Ex4: coisas vagas (art. 746, CPC)
Ex5: O juiz trabalhista, quando julga procedente ação de reconhecimento de
vínculo empregatício, intima de ofício a Fazenda para que se dê início a
execução fiscal dos tributos devidos em razão daquela relação (art. 114, VIII da
CRFB).
Ex6: o julgador pode dar início a incidentes sem provocação da parte, a
exemplo do IRDR (art. 976, CPC); conflito de competência (art. 951, CPC);
incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948, CPC).
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Inércia x congruência/adstrição x dispositivo.
O princípio da inércia foca no início do processo, impedindo o juiz de começar
a demanda.
O princípio da congruência, correlação ou adstrição impõe que o juiz não
ultrapasse os limites do pedido, não julgue extra ou ultra petita, bem como não
julgue aquém do pedido (citra petita).
Enquanto a inércia é voltada ao impedimento do juiz de dar início à demanda, o
princípio dispositivo impõe que o juiz julgue a causa com base nos fatos
alegados e provados pelas partes, sendo-lhe vedada a busca de fatos não
alegados e cuja prova não tenha sido postulada pelas partes.
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FCC/PGE-AP-Procurador do Estado/2018
Afirma-se, de modo pacífico na doutrina, que O magistrado está limitado, na sua
decisão, aos fatos jurídicos alegados e ao pedido formulado. (DIDIER Jr., Fredie.
Curso de Direito Processual Civil. Edit. Jus Podivm, 1 v., 17.ed., 2015, p. 553)
Essa lição concerne ao princípio
a) da inércia processual.
b) da eventualidade
c) do dispositivo ou da livre iniciativa da parte.
d) da inafastabilidade da jurisdição.
e) da adstrição ou congruência.
PGR/Procurador da República/21º Concurso - Esclareça no que consiste a
correlação entre a tutela jurisdicional e a demanda, bem como indique e explicite,
fundamentadamente, as atenuações à norma que impõe a referida correlação.
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FCC/ALESE – Analista Legislativo – Processo Legislativo/2018
Os princípios processuais da inércia da jurisdição, da isonomia e da primazia do mérito
significam, respectivamente, que o Judiciário
a) só age, como regra, quando provocado pelas partes; deve o juiz tratar as partes com
igualdade no processo; e deve, o juiz, priorizar a prestação da jurisdição julgando o
mérito da ação, sempre que for possível suprindo e sanando irregularidades processuais.
b) age com menos eficiência do que deveria, mostrando-se inerte; o juiz deve tratar as
partes com igualdade; e o juiz deve julgar com prioridade o mérito, sanando as
irregularidades processuais sempre que possível.
c) só age quando provocado pelas partes; deve o juiz tratar as partes com base na lei,
observando o contraditório e a ampla defesa; e somente quem tem mérito deve vencer o
processo, não se permitindo privilégios a ninguém por sua condição pessoal.
d) deve vencer sua inércia, visando a tornar-se mais eficiente, em prol da sociedade;
deve o juiz tratar as partes com igualdade; e o mérito do pedido deve prevalecer,
devendo o juiz suprir e sanar irregularidades em qualquer ocasião.
e) só age, como regra, quando provocado pelas partes; o juiz deve ser imparcial e
observar o contraditório e a ampla defesa; e o pedido de maior mérito deve ser julgado
procedente pelo juiz.
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Obs1: pelo art. 190, é possível que as partes, por meio de um negócio jurídico
processual, limitem a atuação de ofício do juiz?
Obs2: como o processo se desenvolve por impulso oficial, se a demora for
imputada à má-prestação jurisdicional, a prescrição intercorrente não poderá
ser conhecida.
Súmula 106, STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a
demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não
justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
Obs3: É necessária a provocação do autor para o início da fase de satisfação?
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4 - Definitividade
Somente a solução jurisdicional pode tornar a solução definitiva e imutável.
Obs1: Seis hipóteses de modificação da coisa julgada, quais sejam:
a) art. 505, I, CPC (relação de trato sucessivo);
b) art. 966 (hipóteses de ação rescisória);
c) vícios transrescisórios (ex: vício de citação – art. 525, I e 535, I, ambos do
CPC);
d) coisa julgada inconstitucional (art. 525, §§12 a 15, CPC);
e) coisa julgada injusta inconstitucional;
f) 2ª coisa julgada prevalece sobre a 1ª (STJ, EAREsp 600.811, 4.12.19)
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Princípios
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1 - Investidura:
Árbitro é investido de uma forma e juiz de quatro:
i- concurso público (art. 93, I, CRFB);
ii- quinto constitucional– TRFs, TJs (art. 94, CRFB), TRTs (art. 115, CRFB),
TST (art. 111-A, CRFB);
iii- 1/3 para o STJ (art. 104, parágrafo único, II, CRFB); TSE (art. 119, II,
CRFB); TRE (art. 120, §1º, III, CRFB); STM (art. 123, parágrafo único).
iv- STF - indicação do Poder Executivo, aprovação do Senado por maioria
absoluta, nomeação pelo Presidente (art. 101, parágrafo único).
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2 – Territorialidade
Exercício da Jurisdição dentro do território nacional (soberania).
Obs1: as regras de competência delimitam esse poder (foro), dentro do qual a
atuação jurisdicional será legítima. Se o ato processual ultrapassar os limites,
necessitará de cooperação, como carta precatória (dentro do território nacional
– art. 237, III e 260ss), carta rogatória (fora do território nacional – art. 237, II e
260ss).
Exceções:
i- citação (art. 247);
ii- citação, intimação, penhora ou qualquer ato executivo pelo oficial de justiça
em foro contíguo ou na mesma região metropolitana (art. 255);
iii- colheita de depoimentos à distância por meio do sistema de transmissão de
imagem (art. 385, §3º, 453, §§1º e 2º, CPC);
iv- realização de penhora de imóvel e de automóveis situados em qualquer localdo Brasil (art. 845, §1º, CPC).
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Obs2: não confundir territorialidade da jurisdição (competência para apreciar e julgar
a matéria) com o lugar onde a decisão produzirá efeitos.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela
Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
A eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas não deve
ficar limitada ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou
a decisão. STJ. CE. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, d.j. 24/10/2016.
A redação do dispositivo mistura “competência” com “eficácia da decisão”, que são
conceitos diferentes. O legislador confundiu, ainda, “coisa julgada” e “eficácia da
sentença”. A competência territorial limita o exercício da jurisdição e não os efeitos
ou a eficácia da sentença, os quais correlacionam-se com os "limites da lide e das
questões decididas" (art. 468, CPC/art. 503 CPC15) e com as que o poderiam ter
sido (art. 474, CPC/art. 508 CPC15)
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TRF2/Juiz Federal/2018: Nos termos do entendimento fixado pelo Supremo Tribunal
Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, sobre o alcance territorial da sentença
coletiva transitada em julgado, diante da limitação determinada pelo art. 16 da Lei n.
7.347/85:
a) a sentença pode ser executada nacionalmente independentemente do que foi
fixado no título.
b) a sentença fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial
do órgão prolator, ainda que o título tenha estabelecido de modo mais amplo.
c) o Supremo Tribunal Federal entendeu que o tema possuía repercussão geral,
estabelecendo que a coisa julgada deve prevalecer, em razão da proteção
constitucional.
d) o Supremo Tribunal Federal entendeu que o tema possuía repercussão geral,
estabelecendo que limitação determinada pela lei não ofende a coisa julgada.
e) a sentença pode ser executada fora dos limites da competência territorial do
órgão prolator, por força da coisa julgada, ainda que em contrariedade à limitação
legal, se fixado no título.
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3 - Indelegabilidade
No aspecto externo, não pode delegar tal função a outros poderes ou órgãos
que não pertencem ao Poder Judiciário.
No aspecto interno, não pode delegar a função para outro órgão jurisdicional.
Exceções:
i– carta de ordem (art. 972);
Ii- delegação da função executiva dos julgados do STF (art. 102, I, “m”, CRFB);
iii- 109,§3º, CRFB;
iv- delegação da competência do Tribunal Pleno para o órgão especial do
mesmo Tribunal (art. 93, XI, CRFB).
Poderes ordinatórios (pode - art. 93, XIV, CRFB); instrutórios (pode); decisório
(não pode); executório (pode).
4 - Inevitabilidade
Vinculação obrigatória dos sujeitos ao processo judicial.
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5 - Inafastabilidade (art. 5º, XXXV, CRFB)
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
Vista sob três óticas:
a) Impossibilidade de limitação do direito de ação;
b) Impossibilidade de condicionamento ao prévio esgotamento da esfera
administrativa.
c) Acesso à ordem jurídica justa.
FCC/DPE-AP – Defensor Público/2018
Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Esse é o princípio da
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo,
princípio constitucional e infraconstitucional do processo civil.
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6 - Juiz Natural (art. 5º, LIII, XXXVII, CRFB)
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente;
Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Dimensão formal: juiz competente, com previsão em lei geral e prévia.
Dimensão material: juiz imparcial.
Questões Interessantes: Mutirão; vara de substituição, juiz convocado
(ADIn 1.481; Resolução 106, CNJ).
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
CESPE/TCM-BA – Auditor Estadual de Controle Externo/2018
De acordo com norma presente no art. 286, inciso II do Código de Processo Civil
(CPC), que trata da prevenção do juízo, devem ser distribuídas por dependência as
causas de qualquer natureza “quando, tendo sido extinto o processo sem resolução
de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou
que sejam parcialmente alterados os réus da demanda”. Essa regra objetiva dar
efetividade ao princípio
a) do contraditório.
b) da inércia
c) da unidade.
d) do juiz natural.
e) da investidura.
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7 - Promotor Natural
Impede que o PGR ou Procurador-Geral de Justiça faça designações discricionárias
de promotores ad hoc (para o caso), o que impede os acusadores de encomenda.
Obs1: No informativo 880, STF reconheceu que não viola o Princípio do
Promotor Natural se o Promotor de Justiça que atua na vara criminal comum
oferece denúncia contra o acusado na vara do Tribunal do Júri e o Promotor que
funciona neste juízo especializado segue com a ação penal, participando dos atos
do processo até a pronúncia (STF. 1ª Turma. HC 114093/PR, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/10/2017).
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Regra Cronológica
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.(Redação dada pela Lei
nº 13.256, de 2016)
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde
logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973, § 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica
observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em
vigor deste Código.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à
disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de
improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em
julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas
repetitivas;
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IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão
fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões
entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado
pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição
em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o
processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de
realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na
hipótese do art. 1.040, inciso II.
11490666796 - CONSTANCAVILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
MPE-MS/MPE-MS – Promotor de Justiça Substituto/2018
Os juízes e os tribunais, ao proferir sentenças e acórdãos, deverão observar
preferencialmente a ordem cronológica de conclusão, conforme dispõe o caput do
art. 12 do CPC. O art. 12, § 2º, inciso VII, do CPC, exclui dessa regra de preferência,
entretanto, as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça. Assinale a
seguir a alternativa que contém apenas matérias priorizadas pelo Conselho Nacional
de Justiça para o ano de 2018:
a) Julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa, o
julgamento dos recursos repetitivos e o julgamento dos processos relativos ao
estado de pessoa e direitos da personalidade.
b) Julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa, o
julgamento das ações coletivas e o julgamento dos processos dos maiores litigantes.
c) Julgamento dos processos em fase de execução, o julgamento das ações
coletivas e o julgamento dos processos relativos ao estado de pessoa e direitos da
personalidade.
d) Julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa, o
julgamento dos recursos repetitivos e o julgamento dos processos de Fazenda
Pública e Registros Públicos. e) Nenhuma das alternativas anteriores.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Novos desafios
As novas metas nacionais a serem adotadas em 2020 são:
Meta 9: integrar a Agenda 2030 ao Poder Judiciário (aprovada pelo STJ e pelas
Justiça Estadual, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Militar)
Meta 10: promover a saúde de magistrados e servidores (aprovada pelas Justiça do
Trabalho e Justiça Militar)
Meta 11: promover os direitos da criança e do adolescente (aprovada pela Justiça
do Trabalho)
Meta 12: impulsionar os processos relacionados com obras públicas paralisadas
(aprovada pelas Justiça Federal e Justiça Estadual).
1) Ministério Público Federal – 20º Concurso para Procurador da República:
Dissertar, à luz da visão instrumentalista do sistema processual, sobre a
JURISDIÇÃO: a) o conceito; b) os princípios; c) os objetivos sociais, políticos e
jurídico.
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Formas Alternativas de 
Resolução de Disputas 
(ADR)
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MPE-GO/MPE-GO – Promotor de Justiça Substituto/2019 O novo Código de
Processo Civil trouxe medidas alternativas de resolução de conflitos, proporcionando
ao ordenamento jurídico uma maior efetividade das normas constitucionais, em
especial ao princípio da razoável duração do processo, determinando,
expressamente, no seu art. 3° e respectivos parágrafos, que o Estado promoverá,
sempre que possível, a solução consensual dos conflitos, por meio da conciliação,
da mediação e de outros métodos, os quais deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso
do processo judicial. Acerca desta temática, assinale a alternativa incorreta:
a) Por conta dessa diretriz de solução consensual de conflitos, o Código de
Processo Civil trouxe para o processo verdadeira fase processual de conciliação ou
mediação, em que estabeleceu-se audiência própria e exclusiva para tal finalidade.
b) Tem-se a partir desse novo modelo de solução consensual de conflitos o que se
denomina de sistema multiportas, proposto pelo professor Frank Sander, da
Faculdade de Direito de Harvard, em palestra proferida em 1976 (“Multi-Door
Courthouse System”), como forma de desafogar os Tribunais.
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Estado não possui o monopólio da solução dos conflitos, sendo admitidas formas
alternativas de solução dos conflitos (ADR ou sistema multiportas).
Há quatro (ou três) espécies de equivalentes:
1 – Autotutela
2 – Autocomposição
i- Transação
ii- Submissão
iii- Mediação e Conciliação
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Mediação e Conciliação 
a) arts. 165 a 175 – tratam da mediação e conciliação;
b) estruturação do procedimento a fim de tentar a autocomposição antes do
oferecimento da defesa pelo réu (arts. 334 e 695, CPC);
c) permite homologação judicial de acordo extrajudicial de qualquer natureza (arts.
515, III e 725, VIII);
d) permite que, no acordo judicial, seja incluída matéria estranha ao objeto do
processo (art. 515, §2º);
e) permite negócios jurídicos processuais (art. 190);
f) Lei nº. 13.140/15, que disciplina exaustivamente a mediação;
g) Os entes da Administração (U, DF, E, M) podem criar câmaras administrativas de
solução consensual (art. 174,CPC).
h) art. 3º, CPC, norma geral que estimula a autocomposição.
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Formação do 
processo -
propositura da 
demanda com o 
protocolo da PI
Juiz pode extinguir o 
processo nas 
hipóteses do art. 354 
(arts. 485 e 487, II e 
III)
Juiz pode Julgar 
antecipadamente o 
mérito de forma total
(art. 355) ou parcial
(art. 356)
No caso de 
julgamento parcial do 
mérito, o processo 
prossegue quanto ao 
restante -
saneamento, AIJ, 
sentença.
Não sendo o caso 
das duas primeiras 
hipóteses, o Juiz irá 
promover o 
Saneamento (art. 
357)
Audiência de 
Instrução e 
Julgamento
Se a causa for complexa, o debate oral
pode ser substituído por razões finais
escritas no prazo sucessivo de 15 dias (art.
364, §2º). Depois, o juiz terá o prazo
impróprio de 30 dias para sentenciar.
Registro ou 
Distribuição (torna 
prevento o juízo - art. 
59)
Despacho do Juiz pra 
citar o réu (interrompe
a prescrição - que 
retroage à data da 
propositura - art. 240, 
§1º)Citação (induz 
litispendência, torna 
litigiosa a coisa e 
constitui em mora o 
devedor - art. 240, 
caput)
Audiência de 
conciliaçao e mediação 
(art. 334). Não havendo 
acordo, abre prazo para 
contestação ( art. 335)
Contestação (art. 
335 a 342)
Réplica do autor no 
caso dos arts. 350 e 
351.
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Princípios aplicáveis à mediação e à conciliação:
1. Independência
O mediador e o conciliador não podem sofrer pressões externas.
2. Imparcialidade (art. 5º, Lei n. 13.140/15)
Devem ser imparciais, declarando-se suspeitos ou impedidos, sob pena de punição
e exclusão do cadastro.
3. Autonomia da vontade
Quem define o resultado, ou seja, se haverá acordo ou não, são os conflitantes.
John Nash introduziu o elemento cooperativo na teoria dos jogos. A ideia de
cooperação não seria totalmente incompatível com o pensamento de ganho
individual, já que, para Nash, a cooperação traz a noção de que é possível
maximizar ganhos individuais cooperando com o outro participante (até então,
adversário).
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
FCC/DPE-MA-Defensor Público/2018
O conceito de Equilíbrio de Nash (NASH, John F. Theory of Games and
Economic Behavior, 1944) na teoria dos jogos
a) se trata de teoria de comportamento econômico, sem qualquer relevância
para o estudo da mediação em demandas judiciais.
b) tem como principal elemento a competição entre os envolvidos na disputa,
de modo que deve prevalecer quem tem maior mérito.
c) é absolutamente incompatível com os escopos e finalidades da mediação
como instrumento de autocomposição.
d) tem por finalidade assegurar a absoluta igualdade entre as partes envolvidas
em um litígio judicial.
e) é compatível com a cooperação, pois combinando estratégias entre os
jogadores alcança-se um melhor resultado, individual e coletivamente.
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4. Confidencialidade
Estende-se a todas informações recebidas ao longo da negociação (art.
166, §1º, CPC e art. 30, Lei n. 13.140/15).
5. Oralidade
A mediação e a conciliação devem desenvolver-se em um ambiente
pessoal, presencial, para que a comunicação entre as partesseja oral.
6. Informalidade
Ex: vestimenta, mesa, linguagem etc.
7. Decisão informada
Colheita de dados para que as partes decidam bem, que a decisão final
seja consciente.
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CONSULPLAN/TJMG – Juiz de Direito Substituto/2018
São princípios fundamentais do processo civil, EXCETO:
a) Isonomia.
b) Cooperação.
c) Informalidade.
d) Boa-fé objetiva.
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Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência
de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as
disposições da lei de organização judiciária.
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não
podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde
que necessárias à composição das partes.
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na
composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição,
e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência,
contados da data da audiência.
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser
manifestado por todos os litisconsortes.
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio
eletrônico, nos termos da lei.
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de
conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será
sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida
ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores
públicos.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica,
com poderes para negociar e transigir.
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por
sentença.
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§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de
modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma
e o início da seguinte.
FCC/DPE-ES 2016 - Sobre conciliação e mediação, assinale a correta:
a) No procedimento comum, o não comparecimento injustificado do réu à audiência
de conciliação ou mediação gera a sua revelia e impõe o pagamento de multa.
b) A audiência prévia de conciliação ou mediação somente não será realizada se o
autor ou o réu manifestarem, expressamente, desinteresse na composição
consensual.
c) A conciliação seria o método mais adequado para a solução consensual para uma
ação ajuizada como divórcio litigioso.
d) Na sua atuação, o mediador deverá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada
a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem.
e) O conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não
poderão depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da
mediação.
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FMP CONCURSOS – PGE AC/2017 Considere as seguintes afirmativas sobre o
tema da audiência de conciliação ou de mediação no âmbito do Código de Processo
Civil. Assinale a alternativa INCORRETA .
a) Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
b) A audiência não será realizada quando não se admitir a autocomposição.
c) A audiência de conciliação ou de mediação deve ser realizada sempre com a
presença física dos interessados, vedando-se a sua realização por meio eletrônico.
d) A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo
a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início
da seguinte.
e) A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com
poderes para negociar e transigir.
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iv - Dispute Board
“É um comitê formado por profissionais experientes e imparciais, contratado antes
do início de um projeto de construção para acompanhar o progresso da execução da
obra, encorajando as partes a evitar disputas e assistindo-as na solução daquelas
que não puderem ser evitadas, visando à solução definitiva”.
I Jornada sobre Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios
49. Os Comitês de Resolução de Disputas (Dispute Boards) são um método de
solução consensual de conflito, na forma prevista no parágrafo 3º do art. 3º do CPC.
76. As decisões proferidas por um Comitê de Resolução de Disputas (Dispute
Board), quando os contratantes tiverem acordado pela sua adoção obrigatória,
vinculam as partes ao seu cumprimento até que o Poder Judiciário ou o juízo arbitral
competente emitam nova decisão ou a confirmem, caso venham a ser provocados
pela parte inconformada.
80. A utilização do Dispute Board, com a inserção da respectiva cláusula contratual,
é recomendável para os contratos de construção ou de obras de infraestrutura,
como mecanismo voltado para a prevenção de litígios e a redução dos custos
correlatos, permitindo a imediata resolução de conflitos surgidos no curso da
execução dos contratos.
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Arbitragem
A arbitragem é forma de resolução de conflito em que as partes buscam terceira
pessoa, de sua confiança, para solucionar o litígio, por meio de uma convenção de
arbitragem (Lei n. 9.307/96 - parcialmente modificada pela Lei n. 13.129/2015).
Convenção: cláusula compromissória e compromisso arbitral.
Natureza: Equivalente Jurisdicional ou Jurisdição?
Essa sentença arbitral é, inclusive, título executivo judicial (art. 515, VII, CPC).
Ademais, ela faz coisa julgada material, autorizando a revisão judicial apenas quanto
a vícios formais e nunca quanto ao seu conteúdo (art. 32 e 33, Lei 9.307/96).
Jurisprudência em tese, n. 122:
Tese 09) A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem possui natureza
jurisdicional, o que torna possível a existência de conflito de competência entre os
juízos estatal e arbitral, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça - STJ o seu
julgamento.
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PGE-RJ – Procurador/2012 – Tendo o Estado do Rio de Janeiro celebrado compromisso
arbitral, discorra sobre as medidas cautelares requeridas contra ele prévia e
incidentalmente à instauração do procedimento arbitral.
Lei n. 9.307/96, Art. 22-A. Antes de instituída a arbitragem, as partes poderão
recorrer ao Poder Judiciário para a concessão de medida cautelar ou de urgência.
(Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015)
Art. 22-B, Parágrafo único. Estando já instituída a arbitragem, a medida cautelar ou
de urgência será requerida diretamente aos árbitros. (Incluído pela Lei nº 13.129, de
2015)
CPC, Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido,
prescinde de forma específica e pode ser executado como: III - a efetivação de tutela
provisória; § 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos
jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.
Art. 237. Será expedida carta: IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário
pratique oudetermine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de
ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral,
inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.
Enunciado 24, FPPC.
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Qualquer pessoa capaz pode optar pela arbitragem: pessoas naturais, jurídicas e,
inclusive, pessoas de Direito Público (mas nesse caso não pode ser sigilosa e não
pode ser por equidade – art. 2º, parágrafo 3º).
Ex: regulação estatal (telecomunicações, art. 93, XV, Lei n. 9.472/97; exploração de
petróleo e gás natural, art. 43, X, Lei n. 9.478/97); concessões (art. 23-A, Lei n.
8.987/98), parcerias público-privadas (11, III, da Lei 11.079/2004), contratos built to
suit (art. 44-A, Lei 12.462/11).
TJ-CE – Titular de Registro e Notas (adaptada) - 2011: Instituído juízo arbitral por
convenção de arbitragem celebrada entre as partes, embora o árbitro seja juiz de
fato e de direito, sua sentença se submete a recurso e precisa ser homologada pelo
Poder Judiciário – detentor do monopólio da jurisdição – para ter força de coisa
julgada material.
VUNESP/TJRS – Juiz de Direito Substituto/2018 - Quanto à arbitragem em geral,
assinale a alternativa correta. b) O juiz poderá conhecer de ofício sua existência
para extinguir a ação.
Art. 337, § 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o
juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
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Espécies de Jurisdição: 
Foco na Voluntária
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Características
a) Obrigatoriedade
b) Inquisitoriedade
Permite-se ao juiz dar início a determinadas demandas (herança jacente, bens de
ausente e coisas vagas);
c) Decisão com base na equidade (art. 723, parágrafo único);
MPE-BA/MPE-BA – Promotor de Justiça Substituto/2018
d) A pretexto de julgar por equidade não pode o juiz decidir por critérios inexistentes
numa norma positivada, posto que lhe compete julgar, exclusivamente, segundo as
regras previstas em lei.
c) Participação do MP
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Natureza Jurídica
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MPT-Procurador/2013 – A respeito dos procedimentos de jurisdição voluntária ou
graciosa, também conhecidos como administração judicial de interesses privados,
considere as seguintes afirmações:
(I) Caracterizam-se pela inexistência de lide no conceito clássico de Francesco
Carnelutti, como conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, não
obstante possa haver certo grau de controvérsia entre os envolvidos.
(II) Não possuem partes na concepção técnico-processual do instituto, mas somente
interessados, conquanto estes possam produzir provas das suas alegações, sendo
lícito, entretanto, ao juiz investigar livremente os fatos e ordenar de ofício a
realização de quaisquer provas.
(III) Em regra, suas decisões não podem ser objeto de ação rescisória, tendo em
vista que não constituem decisões de mérito.
(IV) O julgador não está adstrito à observância do critério de legalidade estrita,
podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente
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Limites da Jurisdição 
Nacional
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As hipóteses de competência concorrente são, alternativamente (art. 21, NCPC,
idêntico ao antigo art. 88, CPC73):
 Réu, brasileiro ou estrangeiro, domiciliado no Brasil; (não importa a matéria da
lide).
 Obrigação a ser cumprida no Brasil;
 Ação se originar de fato ou ato ocorrido no Brasil.
TJ-RO – Titular de Serviços de Notas e Registros/2017: Compete à autoridade judiciária
brasileira processar e julgar as ações em que:
I. O fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
II. No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação.
III. O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.
IV. No exterior tiver de ser cumprida a obrigação.
A sequência correta é: d) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.
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NCPC possui 3 novidades nos caso da competência concorrente (artigo 22)
1. No caso dos alimentos, quando:
(a) o credor (é o autor) tiver domicílio ou residência no Brasil;
(b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos. Mesmo que o réu não
seja domiciliado aqui etc.
2. Nas ações decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil;
3. E nos casos em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à
jurisdição nacional. É uma convenção processual, negócio jurídico processual
que amplia a jurisdição brasileira.
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Competência exclusiva (artigo 23)
Inova-se trazendo a hipótese de atuação do juiz brasileiro em divórcio,
separação judicial ou dissolução de união estável, para proceder à partilha
de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Obs: criou-se hipótese de derrogação da jurisdição nacional.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência
internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplicam-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º. (regulamentação da
cláusula eletiva de foro, permitindo ao juiz declará-la abusiva antes da citação,
remetendo os autos ao juízo competente).
11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
FCC/Câmara Legislativa do DF – Procurador Legislativo/2018
Em relação à função jurisdicional, é correto afirmar:
a) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, em nenhuma hipótese.
b) A possibilidade jurídica da ação é uma das condições preliminares a serem
observadas no atual CPC por ocasião da prestação jurisdicional, até mesmo de
ofício.
c) É admissível a ação meramente declaratória, salvo se houver ocorrido a violação
do direito.
d) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e
acordos bilaterais em vigor no Brasil.
e) Compete à autoridade judiciária brasileira, em qualquer hipótese, o
processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato internacional, por sua ineficácia.
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Cooperação Jurídica 
Internacional
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Fundamentos Constitucionais
i- art. 4º (princípios);
ii- art. 5º (proibição de extradição de crime político e de brasileiros natos, salvo os
naturalizados naquelas condições);
iii- art. 102 (extradição);
iv- art. 105 (rogatória e homologação de sentença estrangeira);
v- art. 109 (nacionalidade, para execução de sentenças homologadas pelo STJ,
execução de rogatórias).
Institutos no Processo Civil: Rogatórias (ativa e passiva); auxílio direto (pela 1ª vez
se deu estatura legal a tal instituto).
ESAF/PFN – Procurador/2012 - No Brasil, os instrumentos de cooperação jurídica
internacional são o auxílio direto, a homologação de sentença estrangeira, a carta
rogatória e a extradição (mesmo que estes não estejam todos previstos na
Constituição da República Federativa do Brasil).11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Art. 27.A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
(IDECAN/ES Procurador Legislativo/2016) - Segundo o Novo Código de Processo
Civil, a cooperação jurídica internacional NÃO terá por objeto:
a) Homologação e cumprimento de decisão.
b) Concessão de medida judicial de urgência.
c) Citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial.
d) Medida processual, mesmo que proibida pela lei brasileira.
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O auxílio direto é uma forma de cooperação jurídica internacional mais simplificada,
em que a providência solicitada é cumprida no Brasil mesmo sem exequatur.
(Juiz Federal TRF2 2014) O auxílio direto é espécie do gênero cooperação jurídica
internacional e consiste na assistência que a autoridade nacional presta à
autoridade estrangeira requerente por meio de um procedimento nacional. Como
regra, deve estar previsto em tratado internacional e prescinde da concessão de
exequatur pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no
Brasil.
CESPE/MPU – Analista/2018: Na cooperação jurídica internacional, poderá ser
prestado auxílio direto caso a medida requerida não decorra diretamente de decisão
jurisdicional que, proferida por autoridade estrangeira, será submetida a juízo de
delibação no Brasil.
Art. 26, caput c/c §1º: pode haver previsão em tratado internacional. Não havendo, é
possível esta forma de cooperação com base no princípio da reciprocidade.
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Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro
interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a
autenticidade e a clareza do pedido.
Normalmente, o tratado internacional que é firmado pelo Brasil com o Estado
estrangeiro já prevê quem exercerá o papel de "autoridade central" em cada país.
A exemplo, a Procuradoria Geral da República (PGR) é a Autoridade Central no
Brasil para:
i- pedidos de auxílio direto destinados e provenientes de Portugal, Canadá e, desde
2016;
ii- pedidos de cooperação advindos de países falantes da língua portuguesa.
iii- para a convenção internacional que trata da prestação de alimentos no exterior.
Na ausência de designação específica, o Ministério da Justiça (DRCI) é quem
exercerá as funções de autoridade central em nosso país (art. 26, § 4º).
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Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio
direto terá os seguintes objetos:
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre
processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no
estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas
congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela
tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo
Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
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Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei
brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as
providências necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o
encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida
solicitada. Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida
solicitada quando for autoridade central.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida
apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade
jurisdicional. (Incisos I, III e X do art. 109, CRFB).
A oitiva de estrangeiro, preso por ordem do STF em processo de extradição,
enquadra-se como providência a ser cumprida por meio de auxílio direto,
competindo ao STF apreciar tal pedido (info 835)
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11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
(TRF 2ª REGIÃO) O Novo Código de Processo Civil de 2015, Lei Federal nº 13.105,
trouxe consideráveis aprofundamentos em relação à cooperação jurídica internacional e
aos instrumentos que a viabilizam. Sobre o tema proposto, assinale a alternativa
correta.
a) O auxílio direto é via útil ao órgão estrangeiro interessado para requerer quaisquer medidas
judiciais ou extrajudiciais não proibidas pela lei brasileira.
b) Não poderá ser objeto de auxílio direto a obtenção e prestação de informações sobre o
ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso.
c) Apenas quando houver prévio tratado de cooperação jurídica bilateral celebrado entre o
Brasil e o país requerente será possível a prática de atos de cooperação jurídica internacional
em território nacional.
d) O Superior Tribunal de Justiça, no juízo de delibação da carta rogatória, pode rever o
mérito do pronunciamento judicial estrangeiro para adequá-lo com as normas fundamentais
que regem o Estado brasileiro.
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Estrutura do Poder 
Judiciário e 
Funções Essenciais à 
Justiça
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11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
1ª Etapa: É o caso de 
Jurisdição Nacional (arts. 21 
a 23, CPC)?
2ª Etapa: É o caso de 
competência dos Tribunais 
de Superposição (STF e 
STJ) ou órgão jurisdicional 
atípico (art. 52, I e II, CRFB)?
3ª Etapa: Qual a Justiça 
Competente (Especializadas 
- Trabalho, Militar, Eleitoral 
OU Comum -
(Federal/Estadual)
4ª Etapa: Competência 
originária é do Tribunal ou do 
1º grau? 
5ª Etapa: Qual é a 
competência territorial ou de 
foro?
6ª Etapa: Qual é a 
competência de Juízo?
7ª Etapa: Qual é a 
competência recursal?
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Ministério Público
Mudanças promovidas pelo Processo Civil:
1ª mudança: Acabou o prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer
(antigo art. 188, CPC/73). Agora, prazo em dobro para as suas manifestações.
2ª mudança: Aplicabilidade ao MP das citações e intimações por meio eletrônico,
sendo dever do MP manter cadastro.
3ª mudança: Art. 279, § 2o A nulidade só pode ser decretada após a intimação
do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência
de prejuízo.
4ª mudança: Não há mais a previsão genérica de atuação do MP “nas causas
concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição,
casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade” (art. 82, II,
CPC), mas essa atuação deverá ocorrer nos casos previstos em lei.
Ex1: Inventário, havendo herdeiros incapazes (arts. 616, VII, 626);
Ex2: Arrolamento (arts. 664, §1º e 665);
Ex3: Ações de família, quando houver interesse de incapaz e vítima de violência
doméstica e familiar (arts. 698);
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Ex4: Alteração de regime de bens do matrimônio (art. 734, §1º);
Ex5: Abertura de testamentos e codicilos (arts. 735, §2º; 737, §2º);
Ex6: Procedimento de verificação de herança jacente (arts. 739, §1º; 740, §6º);
Ex7: Auração de bensdos ausentes (arts. 745, §4º);
Ex8: Excluída a previsão de que o MP representará o interditando no procedimento
quando não for o requerente (art. 747, IV; art. 748, caput; 752, §1º; art. 756, §1º);
5ª mudança: Vários dispositivos do NCPC restringem a intervenção nas ações
individuais, priorizando a orientação institucional de racionalização do trabalho
(Recomendações n. 34/2016; 57/2017, ambas do CNMP).
6ª mudança: Ao mesmo tempo em que racionaliza os trabalhos em ações
individuais, amplia sua participação nas demandas de interesse público e
social.
Ex1: No CPC/73, havia previsão apenas para litígio coletivo rural, mas agora é
também urbano (art. 178, CPC/15).
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Advocacia Privada
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável
por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Pontos importantes:
i- Exceções à indispensabilidade do advogado: HC, revisão criminal, juizados
especiais (estadual – 20 SM ou, no âmbito federal, 60 SM), Justiça do Trabalho (art.
791,CLT).
ii- Constitucionalidade da exigência de inscrição na OAB para exercer a advocacia
(RE 603583 – 2011).
v- SV nº 5: Falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo não
ofende a CRFB.
vi- ADI 3026:OAB - serviço público independente e autônomo (não é autarquia
especial)
Processo Civil:
a) nova hipótese de suspeição do juiz: “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
partes ou de seus advogados” (art. 145, inc. I).
b) Não correm prazos processuais no período compreendido entre 20 de dezembro
e 20 de janeiro (art. 220).
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c) art. 229, CPC – prazo em dobro;
d) O § 1º do art. 272 admite que o advogado requeira que nas intimações a ele
dirigidas conste apenas o nome da sociedade;
e) Faculta-se ao advogado promover a intimação do advogado da outra parte por
meio do correio, juntando aos autos a comprovação de tal intimação (art. 269, § 1º).
f) O caput do art. 455 criou mais um encargo ao advogado: informar ou intimar a
testemunha por ele arrolada acerca do dia, data e local da audiência. A intimação
por via judicial consistirá em opção residual, somente sendo possível quando
comprovada que a tentativa do advogado foi frustrada (art. 455, § 4º, inc. I). A inércia
do advogado em relação à comunicação da testemunha implica a desistência da sua
inquirição (art. 455, § 3º).
g) Honorários (art. 85, CPC).
i- superadas súmulas 306 e 453, STJ;
ii- natureza alimentar, com privilégios;
iii- honorários recursais.
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Advocacia Pública
i- No MS 24.631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, d.j 09/08/2007, foi feita uma
diferenciação entre parecer facultativo, obrigatório e vinculante:
i- ADI 4289: Escolha do Procurador Geral do Estado não pode ser submetida ao
crivo da Assembleia Legislativa.
iii- A escolha do Procurador Geral do Estado pode ser de sujeito não integrante da
carreira.
iv- HC nº 103.803: Pode a Constituição Estadual prever prerrogativa de foro (art.
125, § 1º, CRFB). Não pode ser prevista por lei estadual.
Processo Civil
Art. 75, incisos I a III: tratam da representação processual da Fazenda Pública
Federal, Estadual e Municipal por seus procuradores Art. 85, § 3º: regime de
honorários próprio se condenada a Fazenda Pública;
Art. 85, §19: recebimento de honorários de sucumbência, tema que será
aprofundado na aula pertinente. Obs1: arguição de inconstitucinalidade do TRF4; do
TRF2 (está entendendo pela inconstitucionalidade desse recebimento); ADI 6053,
proposta pela PGR, em 2019, que discutirá exatamente o pagamento de honorários
de sucumbência a advogados públicos.11490666796 - CONSTANCA VILLABOIM DE CASTRO GONCALVES TORRES
Art. 183, caput e §1º: intimação pessoal (que não se aplica aos juizados especiais).
Art. 247, inciso III: citação pessoal por oficial de justiça, enquanto não implementada
a citação por meio eletrônico
Art. 496: remessa necessária, como condição do trânsito em julgado de decisões
contrárias à Fazenda Pública, nos casos ali previsto
Art. 1.007, § 1º: dispensa de custas de recurso
Art. 1.021, § 5º: dispensa da multa como requisito para recorrer em caso de
condenação de agravo interno
Art. 1.026, § 3º: dispensa da multa como requisito para recorrer em caso de
condenação de embargos de declaração.
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Defensoria Pública
i- A EC45/2004; EC69/2012; EC74/2013; EC80/2014.
ii- A EC80/2014 fez o seguinte: a) mudança topológica: criou uma nova seção dentro
do capítulo das funções essenciais à justiça; b) o art. 134, caput, foi modificado, para
consolidar um atuar mais ampliado da Defensoria (orientação jurídica, promoção dos
direitos humanos, defesa, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos);
c) previsão dos princípios institucionais: unidade, indivisibilidade, independência
funcional e, como novidade, aplicação do art. 93 e 96, II da CRFB, no que couber; d)
todas as unidades jurisdicionais, em 8 anos, deverão ter Defensores Públicos (art.
98, ADCT);
iii- ADI 5287: Governador não pode reduzir proposta orçamentária da DP que estava
de acordo com a LDO.
iv- arts. 44, I; 89, I e 128, I, LC80/94 garante a prerrogativa de receber intimação
pessoal e contagem em dobro dos prazos. Isso se aplica não só para processo civil
(art. 186, §1º, CPC), mas também ao processo penal (regra que está em trânsito
para a inconstitucionalidade – HC70.514/STF). Referido prazo em dobro não se
estende aos advogados dativos.
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v- o art. 68, CPP está em trânsito para a inconstitucionalidade, pois a ação civil ex
delicto não deve ser mais proposta pelo MP quando houver órgão da Defensoria
capaz para fazê-lo.
vi- ADI 3943: DP tem legitimidade para propor ACP. Veja tabela do DoD:
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Processo Civil
i- súmula 421, STJ, superada por entendimento recente do STF.
Súmula 421: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública
quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.
O STF, no AR 1937 AgR (em Plenário), julgado em 30/06/2017 decidiu que é
possível a condenação em honorários, não havendo confusão patrimonial.
ii- Previsões interessantes no NCPC:
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais.
§ 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos
do art. 183, § 1o.
§ 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal
da parte patrocinada quando o ato processual depender de providência ou
informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada.
§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades
de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência
jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.
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Obrigado!
Prof.: Rodrigo Vaslin
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Prof. Rodrigo Vaslin
@rodrigovaslin rodrigovaslin@gmail.com
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