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Nathália Gomes Bernardo A n o taçõ es b asead as n a au la d e R ep ro d u ção A n im al 1 - F A M E V . E im ag en s d o slid e d a P ro fesso ra R icard a. Aula 19- Professora Ricarda- 04/05/2021 Ciclo Estral das Porcas Curiosidades: (lembretes) ▪ As porcas tem múltipla ovulação; ▪ O uso do cachaço é bastante importante para detectar cio; ▪ Ainda não se consegue congelar sêmen do cachaço de uma forma eficiente. Utiliza-se muito a inseminação, porém com sêmen resfriado. ▪ Não fazendas mais modernas, se compra sêmen de empresas, não se utiliza o cachaço para este fim; ▪ São necessários no mínimo dois conceptos por corno uterino para mudar a rota de liberação da prostaglandina; ▪ Enquanto as porcas estão amamentando, elas não expressam cio > Então pode- se utilizar o desmame para sincronizar o cio das porcas > ex.: desmamar um lote de porcas ao mesmo tempo ou dentro de um período bastante curto; O: ovário com vários folículos (porque apresenta múltipla gestação). Cx: cérvix espiralada UH: corno uterino bastante volumoso e grande (para conseguir abrigas os conceptos). As porcas possuem a cérvix praticamente do mesmo tamanho que a vagina. Cornos uterinos cumpridos. Ve: vestíbulo da vagina. Cx: cérvix. UH: cornos uterinos. > diferentemente das vacas, não possui carúnculas. Aspectos do Ciclo Estral da Porca ▪ Puberdade: o Idade de 4 a 9 meses; o Depende muito de genética, nutrição, manejo, ganho de peso, raça (algumas raças podem ser melhoradas geneticamente pensando em precocidade; Então existe variabilidade de precocidade dentro de uma mesma raça). o Fatores também importantes/determinantes: densidade de animais do mesmo sexo (fêmeas) sendo criados juntos e a presença do macho (mas não necessariamente o contato físico) > acelera a puberdade. ▪ Duração do ciclo: o 21 dias (variando de 18 a 24 dias) o Poliéstricas não estacionais: ciclam o ano todo. ➔ Em um grupo grande de fêmeas a puberdade é atingida com 28 semanas. Enquanto que em um grupo pequeno a puberdade é atingida um pouco mais tardiamente, com 32 semanas. Porém quando se tem um lote pequeno, mas o macho está próximo (independente se está junto ao lote ou se está apenas próximo - separado por cerca > ação provavelmente por feromônios) a puberdade das porcas é atingida mais precocemente, com 24 semanas. E S T R O ▪ Duração: o 40 a 60 horas; (OBS: a duração do estro das vacas é de 18 a 20 horas > como o estro das vacas tem m período de duração menor, teoricamente é mais fácil observar o cio das porcas; Porém, na vaca é mais fácil determinar o momento correto de inseminar.) o Na puberdade, ou seja, nos animais mais jovens, o cio tende a ser mais curto com média de 47 horas. o O cio das porcas é mais longo no verão do que no inverno > mas isso é pouco perceptível aqui na nossa região porque não temos grandes diferenças de temperaturas. ▪ Sinais/ sintomas de Estro: o Vulva edemaciada e hiperêmica; A n o taçõ es b asead as n a au la d e R ep ro d u ção A n im al 1 - F A M E V . E im ag en s d o slid e d a P ro fesso ra R icard a. o Comportamento sexual de macho; o Muito interesse pelo macho ou criador; o Mucosidade na vulva-vagina; o Emitem grunhidos frequentes; o Em resposta ao som, ao odor e ao toque do macho ou homem, adquirem uma postura imóvel > pode-se então utilizar um cachaço ou até mesmo o homem pode fazer uma pressão sobre o dorso da porca para diagnosticar o cio nesta espécie. > um problema é que geralmente as porcas ficam em baias individuais com espaço limitado. ▪ Ovulações o No final do estro (2º dia): 38 a 42 horas após o início do estro e dura cerca de 3,8 horas (variando de 6 a 8 horas). Apesar das porcas não ter ovulação induzidas, a ovulação ocorre mais cedo nas porcas que foram cobertas. o Normalmente no primeiro estro das porcas elas apresentam de 8 a 10 ovulações. Posteriormente, até o terceiro estro as porcas apresentam de 12 a 14 ovulações. E enquanto na fase adulta apresentam de 15 a 20 ovulações. > Porém isso não significa que ocorrerá um número tão alto de prole, pois parte não será fecundado e as porcas apresentam um percentual de perda de gestação (fertiliza, mas não desenvolve). o Em um ciclo estral normal a regressão do corpo lúteo ocorre por volta do 16º ou 17º do ciclo. o O embrião das porcas no 10º dia de gestação tem de 5-10 mm de cumprimento, e depois sofre elongamento muito significativo. o É necessário que ocorra distribuição dos embriões no útero como um todo; sendo necessário pelo menos 2 conceptos em cada corno uterino para que haja ação local da presença do concepto, que produz estrógeno, para mudar a rota de liberação da prostaglandina (direcionada a luz uterina e não cai na corrente sanguínea para que não ocorra luteólise). Obs: O interferon tau não participa do reconhecimento materno nas porcas. ➔ Variação do tempo em horas de ovulação. ➔ Para representar que as porcas tem múltiplas ovulações. No dia 5, na imagem do ovário cortado, é possível observar corpos lúteos sendo formados. No dia 10 a imagem mostra corpos lúteos ativos > produzem progesterona. No dia 15 ou 16 a imagem mostra corpos lúteos em luteólise > já perderam função de produção de progesterona e estão em regressão estrutural ( regredindo e vão se tornam corpos albicans). Obs: a divisão do ciclo estral das porcas é muito parecido com a divisão do ciclo das vacas > com exceção do tempo de cio (aceitação de monta) e as porcas possuem uma janela ovulatória maior, por conta da multiplaovulação. Indução do Cio ▪ Utilizar o macho na com mãe recém desamada (porca que parou de amamentar a prole recentemente – o filhote desmama com 21 dias). o Desde o primeiro dia pós a porca cessar a amamentação da prole, conduzir o cachaço a passar próximo a fêmea. > Algumas porcas apresentam cio muito cedo (ex.: logo na manhã do dia seguinte após ter parado de amamentar); então caso não se realize esse procedimento de passar com o cachaço, não se observa precocemente o cio. > Nessa prática o macho (cachaço) tem dupla função: além de estimular a retomada de ciclicidade da porca (através de feromônios) também tem função de detecção do cio. o É importante estimular as porcas com diferentes machos, com uma variação constante e o mais ampla possível. O melhor é ter grupos de machos, para poder trabalhar ao mesmo tempo com 2, 3 ou mais. > Teoricamente, acredita-se que durante essa pratica de conduzir o macho, o animal está bastante ativo a auxiliar na identificação do cio nos primeiros 3- minutos; depois disso seria necessário mudar de animal; sendo necessário vários machos. ▪ Utilização da luz na estimulação da ciclicidade. o Apesar da porca ser poliéstrica não estacional, a luz interfere na ciclicidade. o Necessário 16 horas de luz para a porca ciclar > na nossa região são muito poucos e raros os dias que não possuem esse período de horas de luz. o Pode ser induzido essas horas de luz com luz artificial (porém evitar lâmpadas com sujidade, porque reduz a intensidade e consequentemente o animal demora mais a voltar a ciclar). ▪ Alimentação após o desmame: o A porca deve comer livremente após o desmame até a inseminação. > O ideal seria que a porca coma, no período de desmame até a cobrição (inseminação), aproximadamente metade do que ela comia no fim da lactação. Obs: ocorre redução natural do apetite quando animal para de amamentar (apetite exacerbado porque o animal produzia leite). o Quando apetite do animal está baixo mas se tem o intuito de manter o aporte de nutrientes: basta oferecer alimentos com maior densidade energética; outra estratégia é oferecer alimento um número maior de vezes por dia, porque todavez que se coloca alimento no cocho ocorre estimulação para que o animal coma. ▪ Indução de cio nas nulíparas: o Uso dos machos > a partir do momento que as porcas nulíparas (marrãs) estão próximas a puberdade, se introduz o macho ao lote; Em grande mais tecnificadas, apenas passa o macho próximo ao lote de marrãs. Detecção de Cio ▪ Usando o macho > é o método utilizado na maioria das vezes. o Os cachaços doadores de sêmen ficam em centrais específicas, mesmo assim a fazenda produtora de suínos necessita do macho para detecção de cio > macho não cobre as fêmeas. o Recomendação: começar utilizando o melhor macho e no lote das possíveis repetições de cio (onde é mais difícil identificar o cio) > Ex.: tem-se o lote das marrãs, o lote das porcas que acabaram de parar de amamentar e tem lote das porcas que foram inseminadas mas que não se tem certeza que vão emprenhar > Então, passa primeiramente no lote das porcas inseminadas para ver te tem cio de retorno (se vão retornar ao cio); é mais difícil observar cio nesse lote porque tem um percentual pequeno de animais com cio de retorno ( interação menor) e porque tem uma variabilidade maior da expressão do cio. Enquanto que as porcas que cessaram a amamentação, têm início de cio entre cerca de 3 a 5 dias após pararem de amamentar, então tem uma maior uniformidade de cio neste lote. Melhor macho= tem melhor libido o Depois, se só se tem um macho, deve-se dirigir para o lote das porcas desmamadas, pois ainda que o macho esteja mais cansado, estas são mais fáceis de detectar o cio. o Não existe muito diferença de prioridade entre o lote das nulíparas e das porcas recém desmamadas, mas o ideal é que se tenha machos diferentes. o O ideal é usar machos diferentes. ▪ Detecção pelo Homem: o A aproximação da porca deve ser suave > ‘avisa-la’ de que está chegando próximo, para evitar que o animal se assuste e deixe de ter comportamento natural. o Pressiona-la com alguma intensidade e, se necessário, subir na porca para confirmar o reflexo de imobilização. o O ideal é que seja sempre a mesma pessoa, pois o animal se acostuma com o tratador. ▪ Horário para Detecção do Cio: o O ideal é que seja 45 a 50 minutos após a refeição, para que a porca esteja tranquila. O momento ideal para observar cio nos animais é quando o animal não está fazendo nada. É fundamental que haja uma rotina de trabalho: mesma hora, mesmo modo, e pouca variação nas pessoas que se encarregam deste trabalho. o Quando se utiliza macho, preferencialmente trabalhar com machos descansados. Inseminação Artificial em Porcas Antigamente era comum fazer inseminação com deposição na cérvix; atualmente é se tornou mais comum utilizar cateter e fazer inseminação intrauterina. Não se faz palpação nas porcas (diferentemente das vacas). ▪ O cateter espiral se acomoda melhor na cérvix. A colocação desse cateter é lenta e girando. ▪ A recomendação é que a colocação do cateter multi-aneis e do cateter esponja seja rápida, para previnir contração da cérvix. > não passa da cérvix, mas o intuito é que se acomode bem na cérvix e evite ter refluxo do sêmen. Neste caso, se a colocação fosse lenta, poderia causar incomodo a porca que como resposta iria contrair a cérvix. ▪ Inseminação Artificial com porca estimulada: o Colocar o macho na frente da porca no momento da estimulação para que ela tenha estimulação sexual. > Ainda assim, deve-se respeitar o tipo de colocação de acordo com o tipo de cateter; > As medidas de higiene são necessárias e deve-se ter atenção aos detalhes: são imprescindíveis para obter o máximo proveito da inseminação artificial. ➔ É possível realizar a inseminação cervical: é a convencional. > era muito utilizada antigamente. ➔ Também é possível realizar inseminação intrauterina, que seria no corpo do útero. > atualmente tem sido bastante usada. ➔ Também é possível realizar inseminação profunda: no corno uterino. A n o taçõ es b asead as n a au la d e R ep ro d u ção A n im al 1 - F A M E V . E im ag en s d o slid e d a P ro fesso ra R icard a. Inseminação Artificial Cervical O volume do ejaculado do cachaço é maior (comparada a outras espécies > o volume inseminante de uma vaca é de 0,25 mL) sendo de cerca de 100 mL (diluído). Na IA tradicional (cervical) se coloca o cateter na cérvix da porca e a borracha do cateter faz função de tampão para evitar o refluxo do produto. E por movimentos de contração da cérvix do animal, o sêmen que está na embalagem é ‘sugado’ em direção ao útero. ➔ essa imagem é de uma IA convencional de mãos livres: tem um dispositivo que garante que a embalagem que contem o conteúdo fique voltada para cima. Geralmente, o manuseador faz em vários animais ao mesmo tempo. IMPORTANTE: É imprescindível a correta detecção do cio; e a fêmea deve ser bem estimulada, com o macho à frente para que a IA se assemelhe ao máximo a uma monta natural; e o cateter deve ser bem colocado na cérvix e não haver tensão. IA pós cervical O sémen é depositado no corpo do útero. Tem-se um cateter rígido e maior e um cateter mais fino e maleável passa por dentro do cateter rígido para que o sêmen seja depositado no corpo do útero. IMPORTANTE: É importante trabalhar de forma ordenada: se prepara as porcas ( são levantadas, limpa as vulvas, coloca o cateter externo) sendo até 5 porcas por operador, porque mais de 5 corre-se o risco de voltarem a deitar, deslocar o cateter, se sujarem, etc. Porcas multíparas podem ser inseminadas com IA pos cervical. Nas nulíparas, geralmente não é possível realizar inseminação pós-cervical porque ‘não se sabe o que pode acontecer’ > como é a primeira vez que elas tem essa sensação e, de certa forma, estão assustadas ( o que provoca contração da cérvix de forma excessiva, intensamente e contínua como ‘defesa’ pode causar até mesmo a contração tetânica que impedirá a passagem da sonda, situação que se agrava cada vez que se toca na cérvix em cada tentativa de introduzir a sonda). Além disso, nas nulíparas, o problema que impede a IA pós cervical é porque a cérvix é menor e possui o final mais estreito, e isso dificulta a inserção da sonda. IA cervical profunda em nulíparas / marrãs Vantagens: redução da dose inseminante (cervical profunda: 1,5 x 10>9/45 mL; e cervical convencional: 2,5x10>9/85mL) sem alterar resultados (taxa de gestação e parto, número de leitões nascidos). Qual o momento ideal para fazer inseminação nas porcas? Normalmente a ovulação ocorre depois de passado 2/3 do tempo de cio da porca. Esse gráfico mostra a representação de um cio de 60 horas ; Considerando o início ao final do reflexo de imobilidade de 48 horas. A ovulação nesse esquema ocorre por volta de 30 horas e o momento ideal para IA seria então por volta de 20 horas a partir do início do reflexo de imobilidade. > como é difícil acertar esse momento de inseminação, geralmente se faz mais de uma inseminação (dupla inseminação). Obs: mas também existem protocolos hormonais, para sincronizar a ovulação e não ter que depender de dupla inseminação. ▪ O sêmen é viável por cerca de 24 horas no trato reprodutivo porca; ▪ Se for inseminado por 3 dias com intervalo de 24 horas, a probabilidade de fecundação será alta, pois há espermatozoides disponíveis durante uma percentagem muito elevada de período de cio. ▪ A janela de fecundação é menor que o período de cio (momento em que a porca apresenta reflexo de imobilidade), pois a ovulação geralmente não se inicia até o início do último terço desse. ▪ Deve-se trabalhar para reduzir ao máximo o número de inseminação por cio, podendo chegar as vezes 1,5. ▪ Apesar de realizar mais de uma inseminação, normalmente apenas 1 das inseminações resultam na concepção.▪ É essencial a detecção correta por cio > existe até uma recomendação de efetuar procedimentos de detecção do cio 2x por dia. Inseminação Artificial por Tempo Fixo IATF Um estudo de 2020: ▪ Grupo controle: inseminação artificial realizada 12 e 36 horas após o início do cio ▪ IATF: aplicação de 10mg de GnRH 72 horas após o desmame e a inseminação artificial foi realizada após 32 horas o A aplicação de GnRH foi 72 horas após o desmame porque após o desmame começa a ocorrer desenvolvimento folicular e com a aplicação de GnRH ocorre pico de LH e consequentemente ovulação. ▪ O trabalho fez IA convencional e IA intrauterina: o Na IA convencional (2 inseminações): não teve diferença significante em animais do grupo controle e animais IATF o Na IA intrauterina (1 inseminação): no grupo controle nasceram mais animais que na IATF. Diagnóstico de Gestação ▪ O método mais convencional é a observação do retorno ao cio: o animal que não retornou ao cio, considera-se em prenhez. ▪ Através do doppler: identificação de movimento de líquido (25 dias pós- cobertura, detecta o som do fluxo sanguíneo da artéria uterina, aos 32 dias o fluxo da artéria umbilical, aos 40 dias o batimento cardíaco dos fetos). ▪ Ultrassom A-mode: emite ondas que refletem em estrutura cheia de líquido (líquido amniótico) e o eco é convertido em um som audível ou em sinal luminoso caracterizado por luz verde. o O doppler e o ultrassom modo A são bastante utilizados. ▪ Ultrassom B-mode: gera imagens em tempo real por transdutor que emite e recebe o som de ondas de altas frequência que penetram em tecidos > mais utilizados transabdominal que retal. o Vantagens: Detecta viabilidade e patologia. ▪ Palpação retal: pode ser feita, mas não é uma prática de manejo (causa muito estresse ao animal). ▪ Dosagem hormonal: sulfato de estrona, progesterona e PGFM (pouco confiável). o Estrona é um metabólico do estrógeno produzida pela placenta. Apesar da dosagem ser confiável para o diagnóstico, seria uma detecção muito tardia. o Dosagem de progesterona: é mais caro.
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