Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Civil direito das coisas INTRODUÇÃO: · Coisa: tudo aquilo que não for humano, dotado de materialidade (corpóreo) e possível de apropriação humana. SUJEITO COISA O sujeito exercer um poder sobre a coisa OBS; Maria Helena Diniz: coisa não seria apenas aquilo que não é humano dotado de materialidade, mas também incorpóreo. · Efeito: erga omnes (nesse contexto será compreendido como sendo um efeito contra todos). · Teorias: Realista (Clássica e adotada): diz que na pratica só existe um sujeito se relacionando com a coisa (objeto). Personalista (atual não muito adotada): diz que existe sim outro sujeito , e que este é um sujeito Universal (indeterminado). Direito das coisas Posse Direito de Vizinhança (Obrigação Propter rem- acompanha a coisa) Direitos Reais – art.1225 Art.1225: são direitos Reais: I- A propriedade; II- A superfície; III- Os servidões; IV- O usufruto; V- O uso; VI- A habitação; VII- O direito do proprietário comprador do imóvel; VIII- O penhor; IX- A hipoteca; X- A anticrese; XI- A concessão do uso especial para fins da moradia; XII- Concessão de direito real a uso; XIII- A laje. · Principio da Publicidade – registro POSSE E DETENÇÃO · Todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário. EX: você aluga uma casa · Teorias da posse: Subjetiva: CORPUS + ANIMUS · Corpus: poder físico sobre a coisa · Animus; vontade de ter a coisa para si / vontade de ser dono · Usada na usucapião Objetivo: CORPUS · Corpus; poder físico sobre ou que tenha a mera possibilidade de exercer contato · ADOTADA OBS: A posse é um fato ou Direito? --------- É um fato juridicamente protegido · Poderes da propriedade: OBS: o possuidor nunca poderá exercer o poder de dispor da propriedade. Gozar --- fruir, tirar frutos Reaver--- tomar de volta Usar--- utilizar-se da coisa Dispor --- fazer o que quiser · Detenção: servidor dar posse em nome alheio É a chamada posse aparente, o servidor da posse em nome alheio, cumprindo ordens ou subordinação. EX: caseiro CLASSIFICAÇÃO DA POSSE · Posse Direta e Posse Indireta- DESDOBRAMENTO Posse Indireta: exercida pelo proprietário ou locador – possui apenas mero exercício de direito. Posse Direta: exercida pelo possuidor e locatário – tem o poder físico imediato OBS: * posse plena- aquela que não foi desdobrada/ * sucessão da posse- todos os anteriores são possuidores indiretos. ART.1197: o possuidor direto pode defender a sua posse contra o indireto. · Composse: posse ao mesmo tempo e de mesma natureza, exercida por vários possuidores. · Paralelas: posse ao mesmo tempo, mas de natureza diferente. · Exclusiva: exercida por um só possuidor. · Posse Justa e Posse Injusta - VICIO Posse justa: aquela que não for violenta, clandestina ou precária. Posse Injusta: aquela que é violenta, clandestina ou precária. Art.1200: é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária: · Violenta: agressão moral ou física/ EX: Roubo · Clandestina: às escuras, escondidas/ EX: furto. · Precária: recusa na devolução. – apropriação indébita OBS: * convalescimento -1 ano e um dia : a possa injusta passa a ser justa /* melhor posse- em relação a terceiro. · Posse de Boa-fé e Posse de Má-fé – saber ou não saber do VICIO Posse de Boa-fé: desconhece(ignora) o vicio Posse de Má-fé: tem conhecimento do vicio Art.1201: é de boa-fé a posse, se o possuidor, ignora o vicio, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. § ÚNICO: o possuidor com justo titulo tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrario, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. OBS: * Justo Titulo: todo documento formalmente adequado para realizar um ato jurídico, mas que deixa de produzir efeitos em virtude da transmitente não ser competente para o feito. EX: grilagem. · Posse Nova e Posse Velha: Posse Nova: menos de ano e dia – é aquela com até um ano. Posse Velha: anos e dias ou mais – é aquela que conta com um ano e um dia ou mais. Art.558 CPC: força nova – liminar / força velha – procedimento comum FORMAS DE AQUISIÇÃO, TRASNMISSÃO E PERDA DA POSSE: Art. 1204: adquire-se posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes (GRUD) inerentes a propriedade. · Forma de aquisição originaria: em que há uma relação direta entre a pessoa (possuidor ou proprietário) e a coisa, como por exemplo, usucapião. · Forma de aquisição derivada: adquire a posse com vinculo jurídico com a pessoa (possuidor ou proprietário) anterior. Pode ser: Real: entrega efetiva ou material da coisa. Simbólica: entrega o símbolo que representa o bem. Ficta: é aquela que se da por presunção. Ficção jurídica: não acontece no plano real · Constituto possessório: você tinha posse com propriedade e passou a ter posse sem propriedade: EX: eu tenho uma casa e depois de um tempo acabo vendendo, mas continuo morando na mesma casa de aluguel. · Tradition brevi manu: você tem posse sem propriedade e passa a ter posse com propriedade. EX: Maria morava de aluguel em uma casa, depois de m tempo o proprietário resolve vender, Maria por gostar muito de onde mora, resolver comprar a casa e passa a ser proprietária. OBS: Tradition longa manu: quando a coisa é posta a disposição do adquirente, por ser impossível a entrega normal. EX: maquinas de grande porte. Principio de Saisine: adiquire-se a propriedade e posse do espobio no exato momento que o de cujas morrer, o inventario par partilhar. Art.1205: a posse pode ser adquirida: a) pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante, ou, b) por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Art.1206: a posse transmite aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. · Principio da continuidade do caráter de posse: em regra, mantem os mesmos atributos da sua aquisição. Art.1223: perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem. · Pelo abandono da coisa – fazendo surgir a coisa abandonada · Pela tradição- pela entrega da coisa , que pode ser real, simbólica ou ficta. · Pela perda ou destruição da coisa possuída; · Se a coisa for colocada fora do comercio, ou seja, se for tratada com bem inalienável; · Pela posse de outrem, ainda que contra a vontade do possuidor; · Pelo constituto possessório ou clausula constituti: é a hipótese em que a pessoa possuía o bem em nome próprio e passa a possuir em nome alheio. Art.1224: só se considera perdida a posse para que não presenciou o esbulho (tomou de você, perda da posse para outro), quando tendo noticia dele se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. “ UM GANHA O OUTRO PERDE” EFEITOS DA POSSE: 1. Proteção da posse: 2. Posse e fruto; 3. Posse e benfeitorias; 4. Posse e responsabilidade pela perda e deterioração: Regras: 1. Não protege o sujeito de má-fé/ 2. O código veda o enriquecimento sem causa · Frutos: são aquelas coisas que saem e renascem ao bem principal periodicamente, sem diminuir a quantidade e qualidade. É diferente de produto, pois estes saem do bem principal, mas é diminuído sua qualidade, quantidade. Frutos naturais (decorrer da própria natureza – ex: uma laranja na arvore)/ civis (bens que saem da coisa principal em razão de uma relação jurídica – ex: aluguel)/ industriais (vão saindo do bem principal, mas com intervenção humana). Classificação dos frutos: · Pendentes: ligados ao bem principal · Percebidos: colhidos/ separados do bem principal · Estantes: armazenados · Percipiendos: deveriam ter sido colhidos, mas não foram. · Consumidos: colhidos e que não existem mais/ já se beneficiou OBS: Boa-fé: frutos percebidos e pendentes / má-fé: responde pelos frutos percebidos e percipendos. ART.1124: o possuídos de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. § único: os frutos pendentes ao tempo, em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio, devem ser também restituídas os frutos colhidos com antecipação. ART. 1215: osfrutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados só civis reputam-se percebidos dia a dia. ART. 1216: O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. · Benfeitorias: são os melhoramentos que se faz em uma coisa preexistente (já existe). É diferente de acessões, pois esta são construção ou plantações. Classificação das benfeitorias: · Necessárias: conservam o bem · Uteis: aumentam ou facilitam o uso · Voluptuárias: mero deleito, luxo Essa classificação varia conformo a destinação da benfeitoria./ EX: piscina em um clube (uteis) – piscina em uma casa (voluptuária). OBS: Boa-fé: direito a benfeitorias necessárias e uteis e de levantar as voluptuárias, se não lhes forem pagas + direito de retenção (reter a coisa ate o pagamento) / Má-fé: direito apenas as benfeitorias necessárias, sem direito de retenção e nem levantamento. ART.1219: O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. ART. 1220: Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. ART.1221: As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. ART.1222: O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. OBS: indenização ao possuidor de má-fé: valor atual ou de seu custo/ indenização ao possuidor de boa-fé: valor atual. · Responsabilidade pela perda ou deterioração: ou seja, a coisa estragou / se der causa. Se der causa- responde Boa-fé: dolo ou culpa./ má-fé: caso fortuito ou força maior, mesmo que acidental, impõe a responsabilidade. OBS: só não reponde o sujeito de má-fé se demonstrar que a perda daria na mesma condição com o reivindicante./ as benfeitorias compensam-se com os danos. ART.1217: O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. ART. 1218: O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. · Proteção da posse: são demandas para manter-se na posse ou para que esta lhe seja restituída. Tipos de agressão: · Ameaça: promessa de agressão, cabe ação de interdito proibitório. · Turbação: você não perde o exercício, mas tem atos que dificultam (perturbação) o exercício da posse. · Esbulho: deixa de ter contato com a coisa, é a perda da posse, cabe ação de reintegração da posse. EXEMPLOS: ESBULHO: moro de aluguel em uma casa, chega alguém aponta uma arma para mim e diz para sair da casa, porque ele quer ela. TURBAÇÃO: colocam um caminhão em frente a minha casa, impedindo a locomoção para minha casa, dificultando o exercício de posse. AMEAÇA: alguém diz que se você não sair daquela casa, ele vai apontar uma arma para sua cabeça. ART. 1210: o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado (violado). §1º: o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restitui-se por sua própria força logo, os atos de defesa de desforço, não podem ir além do indispensável á manutenção, ou restituição da posse. §2º: não obsta á manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. AUTOTUTELA: protege com as próprias forças (não pode ameaçar), cabe esbulho e turbação. · Turbação: legitima defesa da posse · Esbulho: desforço imediato (LOGO)- calor das emoções HETEROTUTELA: pode proteger contra esbulho, turbação e ameaça. · Esbulho: reintegração da posse · Turbação: ação de manutenção · Ameaça: interdito proibitórios- multa para coibir FUNGIBILIDADE: Principio dos instrumentos das formas ART. 554 DO CPC: A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. – o juiz aceita uma ação ao invés de outra Mudança fática ou “engano”- EX: uma ação ficou mais gravosa FORÇA DA AÇÃO: ART 558 DO CPC: Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Força nova: dentro de ano e dia- especial liminar Força velha- mais de ano e dia- comum NATUREZA DUPLICE: na contestação o réu pode formular pedido contra o autor. O réu pode formular uma pretensão na contestação normalmente seria uma reconvenção. ART.556 DO CPC: É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. EXCEÇAO DE DOMINIO: agente não discute domínio, primeiro é posse ART. 557 DO CPC: O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. OBS: não precisa de reconvenção na ação possessória / não cabe autotutela na ameaça/ não pode propor (vedação da ação de reinvindicação) a ação possessória contra terceiro de boa-fé. Só pode contra quem sabe do esbulho ART.1212: O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Compartilhar