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Após a análise do modelo e determinação da discrepância de modelo, dependendo do resultado, a abordagem ortodôntica para gerenciamento de espaço vai ser diferente, podendo ser supervisão, manutenção ou recuperação do espaço ou até mesmo a extração seriada. Qualquer tentativa de desenvolver métodos preventivos em ortodontia deve ser baseada no desenvolvimento normal das dentições e nos possíveis fatores modificadores. Durante todo o período de dentição decídua e dentição mista, que dura em média 11,5 anos em que há o crescimento, desenvolvimento e maturação do sistema estomatognático, o ortodontista precisa estar vigilante, pois dependendo da discrepância de modelo e se houver mudanças indesejadas no crescimento (fatores hereditários e ambientais), vamos ter condutas diferentes e específicas em cada caso. Basicamente, o gerenciamento do espaço se divide em 4 possibilidades: - Supervisão de Espaço: discrepância de modelo muito positiva (EP >>> ER) - Manutenção de Espaço: discrepância de modelo nula (EP = ER) ou levemente positiva - Recuperação de Espaço: discrepância de modelo negativa (EP < ER) - Extração Seriada: discrepância de modelo muito negativa (EP <<< ER) Todas essas possibilidades do gerenciamento de espaço serão exploradas nesse resumo e se encaixam na ortodontia preventiva ou interceptiva, onde há orientação/supervisão do crescimento e desenvolvimento da dentição. Casos em que a discrepância de modelo (DM) é positiva, ou seja, o espaço presente é maior que espaço requerido. A DM deve ser maior ou igual a 4mm. É considerado uma quantidade de espaço alta, principalmente porque ainda haverá o espaço livre de Nance. Se faz a utilização de ortodontia preventiva, com vigilância constante, dinâmica e disciplina do paciente. Não se deve intervir, mantendo somente a dentição em observação. A ortodontia preventiva visa a prevenção de potenciais interferências de potenciais interferências no desenvolvimento da oclusão. A prevenção é definida como medida tomada por antecipação, a fim de evitar um mal. Quando a discrepância de modelo é nula ou levemente positiva, com DM nula ou menor que 4mm. Deve ser feita a manutenção do espaço para possibilitar a erupção. Mais de 70% dos pacientes com manutenção de espaço por meio de arco lingual apresentam espaço adequado para o alinhamento dos incisivos, principalmente pelo aparecimento do espaço livre de Nance porém o espaço deve ser supervisionado e mantido. Preservação do espaço livre de Nance (0,9 mm nos superiores e 1,7mm nos inferiores) fornece espaço adequado para manejo da discrepância negativa em aproximadamente 70% dos casos. O objetivo da manutenção: evitar a perda do comprimento, da largura e do perímetro do arco dentário. Isso porque a perda prematura de dentes decíduos leva a movimentos indesejáveis dos dentes e deficiência do comprimento do arco, o que pode produzir ou aumentar a severidade das más oclusões. Por exemplo, uma situação que é muito comum é a perda prematura ou precoce dos dentes decíduos que leva a movimentos indesejados dos dentes e deficiência do comprimento do arco, o que pode produzir ou aumentar a severidade das más oclusões. Nesses casos, é indicado o uso de aparelhos mantenedores de espaço. No caso de paciente que tem a DM nula ou pouco positiva, este tem que ser acompanhado de perto, pois nada pode sair do caminho. Se há a perda precoce, tem que entrar com os aparelhos mantenedores de espaço para manter o espaço do dente perdido e para manter o espaço livre de Nance. Outras maloclusões também podem estar associadas, então é sempre interessante acompanhar durante a dentição mista e interceptar se necessário, se mantendo na ortodontia interceptiva, do que ter que recorrer a ortodontia corretiva no futuro. Mesmo se ele não tiver perda precoce, ele SUPERVISÃO DE ESPAÇO MANUTENÇÃO DE ESPAÇO precisa que o espaço livre de Nance seja preservado para que tudo se encaixe. A ortodontia interceptativa tem como objetivo a eliminação de interferências existentes com os principais fatores no desenvolvimento da dentição. APARELHOS MANTENEDORES DE ESPAÇO: - MANTENEDORES DE ESPAÇO BANDA ALÇA: Dispositivo fixo, unilateral, indicado para manutenção de espaço nos segmentos posteriores (inferiores e superiores); restrito para manter o espaço de um dente (resistência limitada, se for muitos dentes a banda não conseguirá manter o espaço); mantenedor de escolha antes da erupção dos incisivos permanente (porque os outros aparelhos que passam pela palatina podem prejudicar os germes dos permanentes). O ideal é bandar o dente em uma sessão e moldar, mandar para o laboratório fazer o aparelho e somente na outra sessão extrair o dente que deixará o espaço, para que o dente já não migre para o espaço vazio. Isso não é possível quando o paciente já vem com o dente perdido. - MANTENEDOR – ARCO LINGUAL: É fixo e bilateral. indicado quando os incisivos permanentes estiverem erupcionados. Previne o movimento anterior dos dentes posteriores e o movimento posterior dos dentes anteriores (em contato com os incisivos). Basicamente mantém todos os dentes no lugar (incisivos sem apinhamento e posteriores em posição), muito importante para a manutenção do espaço livre de Nance e para espaços quando há perda precoce. Mais de 70% dos pacientes que usaram o arco lingual apresentaram espaço adequado para o alinhamento dos incisivos. O espaço de Nance é extremamente importante porque fornece espaço adequado para o manejo das discrepâncias nulas e negativas, então ele deve ser mantido. - MANTENEDOR – BOTÃO DE NANCE: Mantenedor de espaço superior semelhante ao arco lingual. É bem efetivo. O botão pode atrapalhar no contato da língua com o palato interferindo levemente na deglutição, higienização e na fala. Vai funcionar com duas bandas cimentadas nos primeiros molares e tentar segurar a perda de ancoragem (espaço) no arco superior se tiver perda precoce. Pode possui dispositivos acoplados, como para ancoragem em tracionamentos ortodônticos. - MANTENEDORES DE ESPAÇO REMOVÍVEIS (OU FUNCIONAIS): Dependem da colaboração dos pacientes. Útil para manutenção do espaço posterior bilateral, quando mais de um dente foi perdido por segmento e os incisivos permanente ainda não erupicionaram. Substitui parte da função oclusal/impede extrusão do antagonista. Possui vantagens sociais e estéticas, pois inclui dentes de estoque. Cuidados e controle dos aparelhos removíveis: testar oclusão e retenção; motivar a criança para aceitar o seu uso; observar a fonética (fonemas com som de R,S, T, V e Z); ensinar a remoção e a instalação do aparelho para os responsáveis; motivar para a necessidade de higienizar; quando remover o aparelho deve ir direto para a caixa ortodôntica. - CONTRAINDICAÇÕES DOS MANTENEDORES DE ESPAÇO (TODOS): Em geral, sendo fixo ou removível, utilizar um mantenedor de espaço pode ser contraindicado: - Quando já houver perda de espaço: é indicado um aparelho para tentar recuperar esse espaço - Quando o sucessor já estiver irrompendo: pois atrapalha sua erupção. Quando já tiver instalado e começar a irromper, remover o aparelho - Quando há agenesia do sucessor: é uma situação mais complexa porque tem que manter o osso alveolar também. Geralmente a escolha é não extrair o decíduo e mantê-lo em posição até a idade que poderá extrair para colocar implante. - Quando não puder manter o controle do paciente: tem que acompanhar pra saber se o espaço está se mantendo e para quando o permanente irromper, retirar o aparelho. - PLANEJAMENTO PARA OS MANTENEDORES DE ESPAÇO: Avaliar coisas como o tempo decorrido desde a perda, idade dentária do paciente, quantidade de osso que cobre o dente sucessor,sequência de erupção dos dentes. Tempo decorrido desde a perda: - Indicar o mantenedor o mais cedo possível após a remoção ou avulsão (traumatismo). Preferencialmente, planejar e confeccionar o mantenedor antes da remoção e instalar na mesma consulta; - Quanto maior o tempo decorrido, maior a chance de fechar o espaço pois a perda é mais acentuada nos primeiros seis meses; - Quanto mais precoce for a extração, maior será o fechamento do espaço, principalmente se antes da erupção do 1º molar permanente que com sua força de erupção pode movimentar. Idade dentária do paciente: Saber interpretar o estágio de formação de Nolla do sucessor permanente, pois quando o dente está irrompendo não precisa mais de mantenedor. Ficar claro na cabeça os estágios 6, 7, 8: no 6 a coroa está completamente formada começando o início da irrupção. No 7 está com um terço de raiz formada, ou seja, está com movimento irruptivo. No 8, 2/3 da raiz está formada, não necessitando de mantenedor de espaço, o dente está erupcionado. Quantidade de osso que cobre o dente sucessor: Extração de dente decíduo antes do início dos movimentos eruptivos (menos de 1/3 de raiz formada) do permanente ocorrera atraso na erupção devido formação óssea sobre o dente permanente sucessor tornando sua erupção mais difícil e lenta, nestes casos, imprescindível a instalação de um aparelho mantenedor de espaço (primeira imagem). Erupção do dente permanente será acelerada nos casos em que o osso que recobre apresentar-se destruído por infecção na época da perda do dente decíduo correspondente, podendo o permanente irromper com um mínimo de desenvolvimento radicular (segunda imagem). Sequência de erupção dos dentes: Observar a relação dos dentes em desenvolvimento e em erupção ao espaço criado pela perda precoce de um dente decíduo. Ou seja, observar se extrair um dente agora, se vai ter que colocar ou não o mantenedor de acordo com o estágio de erupção do permanente intraósseo. Quando a discrepância é negativa (até 4mm), sendo necessário acompanhamento de rigoroso, lançando mão de aparatos ortodônticos para recuperação do espaço. A recuperação pode ser distribuída (falta de espaço ao longo do perímetro) ou localizada (problema localizada envolvendo uma região ou um dente). O diagnóstico é criterioso. A recuperação requer o uso de aparelhos recuperadores de espaço (recuperação da largura e do perímetro do arco e melhorar a posição eruptiva do permanente). A recuperação de espaço pode ser feita a partir de expansão/disjunção (quando em sentido transversal), vestibularização (projeção dos incisivos), distalização (geralmente do 1° molar permanente), desgaste interproximais e em casos extremos, a extração seriada (exodontias). Para a maioria desses casos, para tentar evitar o desgaste ou a remoção do elemento dental, é requerido o uso de aparelhos recuperadores de espaço, para recuperar a largura e o perímetro do arco e melhorar a posição eruptiva do permanente. RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO SUPERIOR/INFERIOR: - MOLA DE BENAC: Aparelho removível restrito a região posterior superior e inferior. Eficaz e ideal para inclinar um molar que pode ser movido para distal até 3mm por 3 a 4 meses. É uma placa de resina acrílica com grampos de retenção Adams, grampos auxiliares e arco vestibular de Hawley e como componente ativo a mola de Benac (a mola é ativada em boca fazendo a pressão e empurrando a coroa do molar e ganhando espaço). Depende da colaboração do paciente. Esse movimento é somente a inclinação da coroa do molar de volta, não consegue transladar o dente todo. Como todo aparelho removível, só tem esse efeito que houver cooperação do paciente. É bastante usado em perda de espaço localizada. RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO SUPERIOR: - EXPANSORES E DISJUNTORES A expansão e a disjunção são mecanismos para aumento a dimensão transversal da maxila (com ou sem mordida cruzada). Podem ser aparelhos fixos ou RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO removíveis (sua escolha vai da avaliação da maturidade/colaboração do paciente). - Expansão: aumento transversal dentário, com deslocamento dos dentes. Geralmente a ativação é lenta (1 vez por semana) e os aparelhos podem ser removíveis (principalmente) ou fixos (se usarmos os disjuntores para expandir). Exemplos: Na imagem visualiza-se um aparelho expansor removível, com um torno de expansão, com uma cobertura acrílica palatina e grampos de retenção. Existem algumas variáveis, mas em geral todos praticam a expansão. Um exemplo interessante é o quadri-hélix, que é um aparelho somente de expansão dentária e é fixo sem o torno (única desvantagem é que para ativá-lo tem que retirar da boca e recimentar). Em alguns casos, quando há algum apinhamento dentário, podemos acoplar ao acrílico desses aparelhos removíveis uma mola digital e enquanto faz a expansão, também conserta algum apinhamento, vestibularizando um dente. Esse é um exemplo de que podemos tratar algumas outras maloclusões com esses aparelhos, tudo isso é planejado de acordo com cada caso. Nessa imagem por exemplo, há um aparelho expansor, uma mola digital e um arco vestibular. - Disjunção: aumento transversal esquelético, com a ruptura da sutura palatina mediana (na criança ainda não está toda embricada). A ativação é rápida (1/4 de volta 2 vezes por dia) e os aparelhos são fixos na maxila. Um aparelho disjuntor pode realizar expansão (quando ativado lentamente), mas um aparelho expansor não realiza disjunção. Exemplos: o disjuntor clássico é o aparelho disjuntor de Hyrax (fixo na maxila, bandado nos 1°MP). Tem algumas variáveis como o disjuntor de Haas (fixo também, mas o torno de expansão é coberto com acrílico, interessante para inserir outros dispositivos para corrigir outras maloclusões como molas digitais) ou o disjuntor de Mcnamara (fixo, mas com cobertura acrílica na oclusal dos dentes posteriores). Existem várias formas, sendo que qualquer um faz a disjunção, a escolha é pela preferência do ortodontista. Então após as ativações mais rápidas, ocorre a disjunção da maxila com o rompimento da sutura palatina mediana. Com isso aparece o clássico diastema entre os incisivos centrais superiores (corrigido depois com alinhamento dentário). Existe um limite para a disjunção da maxila, para que não haja uma mordida cruzada vestibular total (maxila cresce demais transversalmente e ultrapassa totalmente a mandíbula). Esse limite é a cúspide palatina do 1°MS ocluindo na cúspide vestibular do 1°MI. Outro ganho de tamanho é conseguido com a vestibularização dos dentes (principalmente os anteriores), o que pode ser conseguido com as molas digitais em alguns casos, mas outra alternativa é o aparelho fixo com braquetes cimentados de forma passiva (para não modificar a posição da raiz – perigo nos incisivos caso esteja na fase do patinho feio) nos quatro incisivos superiores e nos dois primeiros molares de cada lado com o fio chamado arco de projeção ou de vestibularização (aparelho chamado de 4 por 2). - BARRA TRANSPALATINA (BTP): É um aparelho que pode ser removível ou soldado (fixo). A barra transpalatina removível auxilia no controle anteroposterior, conseguindo distalizar e girar molares (se o dente está acometido pelas duas coisas, é mais interessante usar essa do que uma mola de Benac, por exemplo). A barra transpalatina soldada (fixa) participa de um controle transversal, utilizada como contenção após uma disjunção ou como ancoragem de alguns outros aparelhos. - APARELHO EXTRA-BUCAL (AEB) É um aparelho clássico muito utilizado para discrepâncias esqueléticas, sendo um dispositivo ortodôntico e ortopédico. A indicação mais comum é a Classe II esquelética (segura a maxila para a mandíbula crescer). Porém, dentrodessa indicação, se ativado de forma mais branda, ele pode ajudar a distalizar molares. É composto pelo arco facial, casquetes e tracionadores/elásticos. Existem alguns tipos de AEB: por tração cervical (baixa), tração occipital (média), tração parietal (alta) e AEB combinado (tração alta + baixa). A indicação de cada tipo depende de cada caso e da colaboração do paciente. Por exemplo, um aparelho de tração cervical que tem a inserção e tração baixa, além de cumprir sua função esquelética e poder distalizar molares, ele tem um efeito colateral de extruir os molares (o que pode não ser interessante em um paciente com altura facial já maior – mais usado em braquifaciais, então considerar isso no planejamento do caso). RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO INFERIOR É interessante lembrar da limitação do arco inferior pela ausência de uma sutura que poderia rompida em uma disjunção. O mais utilizado é uma tentativa de expansão dentária, vestibularização dos dentes e até lançar mão de desgastes interdentários em último caso. - EXPANSÃO INFERIOR (APARELHO DE SCHWARZ): Aparelho mandibular usado para melhorar a expansão dentária transversal. Tem um parafuso de ativação e grampos de retenção posteriores (geralmente sem arco vestibular), removível e portanto requer boa colaboração do paciente. Existem várias variáveis de forma e disposição de grampos, podendo também acoplar alguns outros dispositivos no acrílico (mola digital, arco vestibular que poderiam estar incluso na imagem em esquema a seguir para ajudar no apinhamento dos dentes anteriores inferiores). - PLACA LÁBIO ATIVA (PLA / LIP BUMPER) Aparelho removível miofuncional (bochecha, lábios e língua – coloca estes em uma posição correta para equilibrar as forças e permitir a movimentação dentária). Realiza tanta expansão dentária transversal como anteroposterior. Muito utilizado naquele paciente com overjet acentuado que ficam com o lábio inferior interposto às arcadas. O dispositivo acoplado ao aparelho coloca esse lábio na posição correta e permite o reposicionamento dos dentes inferiores. Então, ao manter a musculatura do lábio inferior e bochechas longe dos dentes inferiores, esse equilíbrio entre a pressão da musculatura externa e interna é quebrado, e a língua é capaz de expandir a arcada mandibular. A pressão do lábio inferior contra a PLA durante a deglutição é transmitida diretamente aos molares inferiores, resultando em uma ligeira distalização e inclinação distal dos molares. Quando o caso possui discrepância muito negativa, sendo necessário extração dos decíduos para recuperação do espaço. É um procedimento terapêutico destinado a harmonizar o volume dos dentes com o dos maxilares mediante a eliminação de alguns dentes decíduos (caninos e primeiros molares) e permanentes (primeiros pré-molares) na dentadura mista. Objetivo: conciliar as diferenças entre a quantidade conhecida do material dental e a deficiência permanente do osso de suporte, ou seja, compensar a discrepância de modelo. Tem—se então: É destinado a pacientes com discrepância de modelo negativa alta e severa (8 a 10mm negativos). Procedimento longo, requer paciência e compreensão dos pacientes e familiares. Procedimento de ortodontia interceptadora. É idealizado com o propósito de diluir o apinhamento sem mecanoterapia. Evita tratamentos ortodônticos prolongados e movimentos dentais exagerados. O mais importante disso tudo para extração seriada, é o correto diagnóstico. A extração seriada é feita no início da dentadura mista (primeiro período transitório) EXTRAÇÃO SERIADA O verdadeiro desafio do ortodontista é distinguir as crianças com deficiências insuperáveis no comprimento do arco daquelas para as quais há uma esperança de se obter um tratamento sem extrações dentárias. INDICAÇÃO - DIAGNÓSTICO CORRETO: Para o paciente ser indicado para uma extração seriada, ele tem que cumprir esses requisitos: Sistema esquelético: Classe I esquelética. Sistema muscular: Classe 1 facial. Sistema dentário com discrepância de modelo negativa maior que 7 ou 10mm. DESVANTAGENS: - Aumento da sobremordida - Inclinação lingual dos incisivos - Tecido cicatricial nos espaços das extrações - Diastemas - Aumento da curva de Spee ESTÁGIOS TERAPÊUTICOS NA ARCADA SUPERIOR: 1ª FASE: Coincide com o 1º período transitório da dentadura mista. Diagnóstico do apinhamento primário definitivo genético. Faz a extração dos caninos decíduos com o intuito de promover o alinhamento dos incisivos permanentes. Por envolver extração somente de um dente decíduo, é considerada reversível em termos de integridade futura do arco. 2ª FASE: Coincide com o 2° período transitório da dentição mista e constitui uma fase crítica em que se extrai o 1° molar decíduo e o 1° pré-molar (permanente). Por isso é considerada irreversível e como regra o pré-molar só é extraído após a sua irrupção na cavidade bucal. RESUMINDO: 1) extrair os caninos decíduos para permitir auto- alinhamento fisiológico dos incisivos permanentes. 2) extrair os 1° molares decíduos para acelerar a irrupção dos 1° pré-molares (analisar radiografia para ver o estágio de formação radicular). 3) extrair os 1º pré- molares em irrupção para permitir uma irrupção distal mais favorável dos caninos e irrupção dos 2º pré-molares depois. O QUE MUDA DA ARCADA INFERIOR A extração seriada é favorável no arco superior porque o canino é o último dente a erupcionar. Porém, na arcada inferior, é necessário inverter a ordem de erupção dos caninos e pré-molares, já que os caninos inferiores erupcionam normalmente antes dos 1° pré- molares, portanto esperar o 1° pré nascer para extrair implica no fato de que o canino já teria nascido apinhado na arcada. Então para inverter isso, temos que ficar muito atentos à radiografia panorâmica para não perder o timing de extrair o 1° molar decíduo para acelerar a irrupção do 1° pré antes do canino. Geralmente na radiografia, o 1° pré e canino inferiores tem seus estágios de formação quase iguais. Então quando o 1° pré tiver com os 2/3 da raiz formada, já extrai o 1° molar decíduo para acelerar sua irrupção antes do canino, para garantir o alinhamento do arco. Na maioria das vezes se faz necessário o uso do arco lingual para manter o espaçamento correto. Seu uso é interessante quando tem perda precoce do canino decíduo (comum nesses casos) e instala o arco lingual quando extrai o 1° molar decíduo, depois extrai o 1° pré-molar (pode até extrair o 2° molar decíduo porque o arco lingual mantém o espaço), garantindo a erupção correta dos caninos permanentes e 2° pré-molares. *Observação sobre perda precoce: não é todo dente decíduo que se perde em que se usa o mantenedor de espaço. A perda precoce é definida como a perda do decíduo mais ou menos 1 ano antes da erupção do dente permanente e este tem menos de 2/3 da sua raiz formada.
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