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ANATOMIA DAS GLANDULAS SUPRA-RENAIS • O cortisol é produzido pela glândula supra renal, localizada a cima dos rins. • Glândulas supra renais são divididas em duas porções, uma interna que é chamada de medula e outra externa chamada de córtex. • Na medula da supra renal, será produzido as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). • No córtex da supra renal, será produzido os esteroides sexuais (andrógenos e estrógenos), mineralocorticoides (aldosterona e glicocorticoides). LIBERAÇAO DO CORTISOL • O cortisol é um hormônio liberado em momentos de estresse e em momentos que nosso corpo precisa do processo inflamatório para sua defesa. • O cortisol tem um pico de liberação geralmente às 08:00 da manhã para preparar o organismo para o dia. • Ele obedece ao eixo hipotálamo e hipófise suprarrenal, e funciona através de um mecanismo chamado feedback positivo. • O hipotálamo libera o hormônio liberador da corticotrofina, que vai até a hipófise glandular, anterior e vai estimular a hipófise anterior a produzir o ACTH, que por sua vez vai até o córtex da suprarrenal e estimula a liberação do cortisol. • Feedback positivo: altos níveis de cortisol percebidos no sangue vão inibir o hipotálamo a liberar o CRH, a hipófise anterior de liberar o ACTH e por fim a supra renal de liberar o cortisol. Quando a um nível alto de cortisol no sangue, o hipotálamo vai intender que não é necessário liberar mais cortisol devido à alta concentração no sangue, ou seja, se um paciente faz uso prolongado de um corticoide, vai haver a desregulação desse eixo, e atrofia da glândula suprarrenal devido a completa interrupção de sua ação. • Pacientes que fazem uso de doses altas por um longo período, necessitam de um desmame da medicação, para que o organismo volte a produção natural de cortisol. MECANSIMO DE AÇAO DOS CORTICOIDES • Os corticoides são derivados do colesterol, ou seja, eles têm uma consistência lipídica que é a consistência da membrana celular e também são moléculas pequenas, e por esses motivos eles não precisam de transportadores, conseguem atravessam a membrana celular livremente. • Atua no receptor farmacológico do tipo 4, receptor nuclear, são receptores que estão localizados dentro do núcleo ou complexados no citoplasma dentro da célula. • Os corticoides atuam entrando dentro da célula, seu receptor de corticoide vai estar ligado a duas proteínas de choque térmico, quando é formado o complexo corticoide e receptor de corticoide, essas proteínas são desligadas e o complexo glicocorticoides e seu receptor consegue entrar dentro da célula, quando isso acontece, ele vai agir ativando ou inativando genes promotores específicos que vão estar Fármacos Corticoides Jamilly Barbosa Rodrigues relacionados ao processo inflamatório, vão agir por transcrição genica, que é mais demorado. • Resumo: age através de transcrição genica, o receptor dele está no núcleo celular e quando ele se liga a esse receptor ele irá em regiões especificas de DNA e vai estimular a produção de alguns produtos e inibir a produção de outros responsáveis pelo processo inflamatório. ➢ Ex: genes que ele inibe – AP-1 e NF-Kβ. ➢ Ex: genes que ele estimula – lipocortina e vasocortina. EFEITOS GERAIS DOS GLICOCORTICÓIDES • Efeitos no processo inflamatório e são imunossupressores. • Efeitos no metabolismo. • Efeito no equilíbrio eletrolítico. • Efeito sobre a retroalimentação negativa sobre a hipófise anterior e hipotálamo. METABOLISMA DA PROTEINA • Diminui a síntese proteica nos tecidos periféricos. • Aumenta o catabolismo proteico (musculo). • Aumenta a concentração de aminoácidos. • Aumenta a gliconeogênese – aumento da produção de glicose. • Diminui o balanço nitrogenado. • Diminui a excreção de ácido úrico e aminoácidos. METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS • Aumento do catabolismo proteico. • Aumento da glicogênese hepática. • Aumento da glicogenólise – quebra do glicogênio. • Aumento de glicose para o sangue – aumento da glicemia – aumento da glicosuria. • Diabetes cortisônico. • Resistência à insulina. METABOLISMO DOS LIPIDEOS • Aumento da quebra de lipídeos – lipólise. • Aumento da distribuição centrípeta da gordura – Lipodistrofia. • Liberação de ácidos graxos e glicerol. • Gliconeogênese. BALANÇO HIDROELETROLITICO • Aumento da retenção de Na+ (naturais). • Aumento de H2o – aumento da PA e edema. • Aumento da excreção de potássio (K+) – aumento da fadiga – câimbras. • Diminuição da absorção intestinal – diminuição da reabsorção tubular CA++. • Aumento da desmineralização óssea. • Osteoporose. AÇAO ANTIINFLAMATORIA E IMUNOSSUPRESSORAS • Inibem as manifestações iniciais e tardias. • Eventos vasculares: ➢ Diminuição da vasodilatação. ➢ Redução de exsudação de líquidos e proteínas (controle e edema). EVENTOS VASCULARES • Nas áreas de inflamação aguda: ➢ Diminuição do numero e atividade dos leucócitos. • Nas áreas de inflamação crônica: ➢ Diminuição do numero e atividade de mononucleares. ➢ Diminuição da proliferação dos vasos sanguíneos. ➢ Diminuição da fibrose: diminuição de fibroblastos, osteoblastos, colágeno e GAGs. • Nas áreas linfoides: ➢ Diminuição da expansão clonal das células T e B. ➢ Diminuição da ação das células T secretoras de citosinas. MEDIADORES INFLAMATORIOS E IMUNES • Diminuição e ação de citosinas (IL-1, IL-6, IL- 8, TNF-γ e GM-CSF). • Diminuição de geração de PGs e PAF (diminuição de PLA2). • Diminuição dos componentes do complemento. • Diminuição da expressão de NOS e COX. • Diminuição da liberação de histamina. • Diminuição da expressão de moléculas de adesão (ICAM-1, VCAM-1, selectina-E). MECANISMO DO EFEITO ANTIINFLAMATORIO • Inibição do fator de transcrição ativador proteico (AP1). • Inibição do NF-KB. • Inibe a fosfolipase A2 – não haverá acido araquidônico, prostaglandina e nem leucotrieno. ➢ AP-1 participa na indução de vários genes inflamatórios: ✓ Colagenase. ✓ IL-2. ✓ Receptor IL-2. ✓ COX-2. ➢ O complexo GC-receptor se liga a AP-1 e inibe sua função. ➢ Como consequência pela inibição de NF-KB: Não haverá produção de interleucina, citosinas, receptores das citosinas, enzimas do processo inflamatório, selectinas e integrinas SINDROME DE CUSHING – EFEITOS ADVERSOS • Se dá pelo uso crônico de corticoide a longo prazo/produção excessiva de cortisol. • Principal causa da síndrome de Cushing são os tumores na glândula hipófise anterior, causando produção excessiva de ACTH e o paciente vai produzir mais cortisol. ➢ 5x mais frequente em mulheres. ➢ 20 a 30 anos. ➢ Principalmente um adenoma produtor de ACTH. • Efeitos adversos. ➢ Lipodistrofia na nuca ➢ Face em lua cheia ➢ Diabetes ➢ Osteoporose ➢ Hipertensão ➢ Fraqueza muscular ➢ Aumento da gordura abdominal. ➢ Hiperglicemia, poliuria e polidipsia. ➢ Inibição da resposta imunológica. ➢ Alteração de humor. ➢ Anormalidade no ciclo menstrual. • Efeitos catabólicos em proteínas: ➢ Pele fina e friável. ➢ Cicatrização deficiente. ➢ Estrias abdominais. • Diagnostico: ➢ Determinação dos níveis de cortisol na urina. ➢ Determinação da concentração sérica de ACTH. OBS: Quando o ACTH está aumentado: ➢ Uso de corticoides (dexametasona) para redução de corticosteroides na urina. ➢ Na síndrome de Cushing paraneoplásica essa redução não ocorre. • Tratamento médico: ➢ Tumores na suprarrenal – excisão cirúrgica. ➢ Hiperplasia adrenocortical – adrenalectomia bilateral. ➢ Causas secundarias – controle das causas desencadeantes, podem resultar em insuficiência supra-adrenal. FARMACOCINETICA • Vias: oral, IM ou IV. • Administração tópica: via intra-articular, aerossol, gotas, cremes ou pomadas. TRANSPORTE E ABSORÇAODOS GLICOCORTICOIDES • Transportados no plasma ligados à globulina de ligação dos corticosteróides (CBG) ou transcortina, e à albumina. • Pequenas moléculas lipofílicas. • Absorção por difusão simples. DISTRIBUIÇAO DOS GLICOCORTICÓIDES • Levados pela circulação para os diferentes órgãos-alvo (receptores). • Respostas detectáveis em 2 horas, algumas até dentro de 10 a 30min. BIOTRANSFORMAÇAO • Metabolismo: fígado. • Metabolitos mais polares ou hidrossolúveis. • Eliminação pelos rins. USO CLINICO DO CORTICOIDE • Hidrocortisona, prednisona, dexametasona. • Doença de addison: não tem corticoide, precisa suplementar com corticoide. • Anti-inflamatório e imunossupressor. • Asma e choque anafilático. • Lúpus eritematoso e artrite reumatoide. • Doenças do TGI. • Rejeição de transplante. • Eczema, conjuntivite alérgica ou rinite. • Doenças neoplásicas. • UAR, Behçel, pré-cirugica (manifestações bucais de doenças autoimunes ou imunologicamente mediadas). EFEITOS INDESEJAVEIS • Supressão da síntese de GC endógenos. • Supressão da resposta à infecção. • Alterações menstruais. • Síndrome de Cushing iatrogênica. • Osteoporose. • Desgaste e fraqueza muscular. • Aumento do apetite – obesidade. • Euforia, hiperexcitabilidade, insônia. CORTICOIDES SINTETICOS: MEDIDAS SUPLEMENTARES EM USO CRONICO • Dieta • Antiácidos • Cálcio, Vit D, osteoindutores • Fisioterapia • Monitoração de PA, glicemia e pressão ocular. • Exame de sangue EFEITOS NO SNC • Alterações no comportamento. • Psicose. • Convulsões. • Euforia e excitabilidade. • Insônia EFEITOS SISTEMA IMUNOLOGICO • Supressão da resposta às infecções. EFEITOS NO APARELHO DIGESTIVO • Ulcera péptica. • Perfurações intestinais. • Pancreatite. EFEITOS NOS OLHOS • Elevação da pressão intraocular. • Glaucoma. • Catarata subcapsular. • Exacerbação das infecções. EFEITOS NO SISTEMA ENDÓCRINO E METABOLICO • Diabetes • Retardo no crescimento • Cushing iatrogênica EFEITOS NO SISTEM CARDIOVASCULAR • Hipertensão • Infarto do miocárdio • Acidente vascular cerebral • Fragilidade capilar. EFEITOS NO SISTEMA MUSCULOESQUELETICO • Perda da massa muscular. • Miopatia • Osteoporose • Fraturas espontâneas EFEITOS NA PELE • Atrofia • Estrias cutâneas • Acne • Equimoses • Cicatrização lenta. EFEITOS DOS ELETRÓLITOS • Hipopotassemia • Hipocalcemia • Edema CONTRA INDICAÇOES DOS CORTICOIDES • Doenças fúngicas sistêmicas. • Tuberculose ativa ou histórico desta doença. • Histórico de hipersensibilidade à droga. • Pacientes com histórico de doenças psicóticas (crise). USO COM PRECAUÇAO • Em gestantes ou no período de lactação. • Em diabéticos, hipertensos, cardiopatas ou portadores de ulceras péptica ativa. • Pacientes imunodeprimidos. • Infecção bacteriana aguda disseminada. • Herpes simples ocular (risco de perfuração da córnea). DESMAME DOS GLICOCORTICOIDES • Não suprimido: Os pacientes que podem ser considerados com ausência de supressão do eixo hipotálamo – hipófise – adrenal. Qualquer paciente que tenha recebido dose não- parenteral de glicocorticoides por menos de três semanas. Os pacientes tratados em dias alternativos com corticoterapia em doses fisiológicas. • Suprimido: O critério que incluem os pacientes que devem ser assumidos com a supressão da função hipotálamo – hipófise – adrenal são: quem já recebeu mais de 20mg de prednisona por dia, durante mais de três semanas. Além disso, a corticoterapia deve ser reduzida gradualmente para prevenir a recuperação da função hipotálamo – hipófise – adrenal. • OBS: O desmame é necessário em pacientes que já usaram corticoide por mais de uma semana uma dose até mais de 20mg. FATORES CLINICOS QUE DEVEM SER UTILIZADOS PARA INDIVIDUALIZAÇAO DE DESMAME DO CORTICOSTERÓIDE • Idade, doenças concomitantes, risco de surto de doenças subjacentes, fatores psicológicos, e a duração do uso prévio de glicocorticoides são levados em consideração. • A doença é suficientemente estável para que a redução da dose seja adequada. • O paciente faz uso prolongado da terapia esteroide, não recorrentes “pulsos”, como poder ser usado na asma. • A observação, baseando em dados fisiológicos, que a supressão do eixo HHA é incomum em doses de prednisona abaixo de 5mg/dia significa que a maioria dos pacientes com uma dose diária de 5mg/dia não têm de sofrer. MEDICAMENTOS • Prednisona: de 5 a 20mg é considerada uma dose anti-inflamatória, acima de 20mg é uma dose imunossupressora. • Dexametasona: fármaco de longa duração. Doses de: 0,5mg, 0,75, 4mg. Dose anti- inflamatória: 0,5 ate 9mg. Dose imunossupressora: 9 até 15mg. ➢ Geralmente indicado: tratamento preventivo cirúrgico: dexametasona 4mg - tomar 1 comprido 1 hora antes do procedimento. ➢ Tratamento pós-operatório alérgicos a AINES. ➢ Dexametasona 0,75mg--------9 comprimidos, tomar de 8 em 8 horas por 3 dias. • Decadron: Doses: 2 ou 4mg/ml e 0,2 a 20mg. Via: IM e IV. • Triancinolona: ➢ Atua no alivio temporário de sintomas associados com lesões ulcerativas resultantes de trauma. ➢ Triancinolona acetonida ou acetonida de triancilon (omcilon – orobase) – deve-se aplicar sobre a lesão de 8 em 8 horas ate o desaparecimento da lesão. ➢ Contraindicado na presença de infecções fúngicas, virais ou bacterianas na boca ou garganta, por exemplo: tuberculose, e lesões causadas por herpes.
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