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Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 Aula 05 - Antígeno + MHC + Cooperação celular: Antígeno: - Imunógeno (antígeno): toda substância ou molécula com capacidade de imunogenicidade e antigenicidade. ➡ Imunogenicidade: capacidade da substância ou molécula de ativar o sistema imune (ativar linfócito Th). ➡ Antigenicidade: é a capacidade da substância ou molécula de interagir com o produto da resposta imune celular e/ou humoral. - Hapteno: substância com capacidade somente de antigenicidade. • Penicilina e fenol. - Antígeno não é um elemento único, mas sim um mosaico antigênico, ou seja, o antígeno é formado por frações, que constitui a capacidade de ativar o sistema imunológico. • Essas frações menores são chamadas de determinante antigênico ou epítopo. - Regiões do antígeno que possuem a capacidade de imunogenicidade e antigenicidade. - Para cada pedaço do antígeno, existe um receptor de linfócito T, portanto um antígeno consegue ativar de varias formas o sistema imune. Garante que o antígeno consiga ativar o sistema imune. - Epítopo corformacionais: agrupamento de várias partes. - Epítopo linear: mais comum, pequena fração isolada. • Se apresenta quando se desnatura o antígeno. - Não importa como eles se apresentam, os epítopos têm a capacidade de ativar o sistema imunológico. - Nem toda extensão do antígeno induz a resposta imune, somente algumas regiões. • Quanto maior a molécula, maior a capacidade dela de ativar o sistema imune (ex: proteínas são muito mais imunogênicas). ❖ Aminoácidos lineares = região simples. ❖ Aminoácidos aromáticos = maior complexidade da região peptídica, sendo então os epítopos da proteína. - Quanto maior a complexidade da estrutura da proteína, mais epítopos ela terá. ‣ Antigenicidade: epítopo interagindo com um anticorpo (produto da resposta humoral). - Antígenos bacterianos: • Formados por diversos epítopos: flagelo, pilus… • Se há pelo menos 1 linfócito que consiga interagir com um epítopo da bactéria, já ira deflagrar uma resposta imune. • A presença de muitos epítopos na bactéria são como uma garantia para que haja um linfócito correspondente com um epítopo. - Antígenos virais: ex HIV. • Teste de triagem (ELISA): busca anticorpo anti-HIV. - Não é determinante, pois só encontra um tipo de anticorpo para apenas um epítopo. • Teste Western Blot: capta no soro do indivíduo anticorpos específicos para cada epítopo do HIV. - Alta especificidade. - Para cada epítopo do HIV, existe um antígeno específico. Catarina Alipio XXIIB 1 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 - Mandatório que o indivíduo tenha positivo um epítopo do envelope (gp160, gp120 ou gp41) e um do capsídeo (p55, p31 ou p24). Novo epítopo: - Experimento dos ratinhos… • Albumina para o rato é considerada self do ratinho. • Quando o fenol é ligado na estrutura da albumina, considera-se que é inserido um novo epítopo na albumina do ratinho, e ele considera como noself, estabelecendo uma reposta imune. - Tamanho do receptor de linfócito T: • O epítopo que interage com o receptor do linfócito T é um número reduzido (5 a 7 aminoácidos do epítopo). • O fenol sozinho não preencheria todo o espaço do receptor do linfócito T (não ativa sistema imune), por isso, quando ligado à albumina, consegue-se preencher esse espaço do receptor do linfócito T e assim ativar resposta imune. - Antigenicidade do fenol. Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC): - Conjunto de genes, em que seu produto dá origem ao antígeno leucocitário humano ou HLA. - Transplante de órgãos: • Rejeição do tecido transplantado: formas de transplantes. - Autólogo: próprio do corpo (ex: transplante de tecido do braço para perna). - Isólogo: entre gêmeos univitelinos (HLA igual). - Homólogo: entre indivíduos da mesma espécie. Pode ou não ter rejeição. - Heterólogos: entre espécies diferentes (ex: valva cardíaca de material suíno). ‣ Quanto maior a distância filogenética entre os indvíduos, maior a possibilidade de rejeição. - Antígeno de histocompatibilidade (HLA): • Para todas as nossas células, temos esses antígenos de membrana específico de cada indivíduo. • Cada indivíduo tem seu próprio perfil de HLA. • Esse HLA que é expresso na membrana da célula é o fenótipo (expressão do genótipo). • Cromossomo número 6 humano: onde se situa o MHC do indivíduos. - Conjunto de genes em que o fenótipo estabelece uma função comum: produção do HLA. - Classes gênicas do MHC: • Classe I: - Gene que produz HLA do tipo A (HLA-A). - Gene que produz HLA do tipo B (HLA-B). - Gene que produz HLA do tipo C (HLA-C). • Classe II: - Gene que produz HLA do tipo DR (HLA-DR). - Gene que produz HLA do tipo DQ (HLA-DQ). - Gene que produz HLA do tipo DP (HLA-DP). • Classe III: - Sem importância. Catarina Alipio XXIIB 2 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 ➡ Expressão do HLA: • Todas nossas células com núcleo, expressam HLA da classe I. - Rejeição mais evidente. • Todas APCs, expressam HLA da classe II (macrófagos, células dendríticas, linfócitos B). ➡Polimorfismo dos antígenos HLA: • Polimorfismo: significa que não existe só um HLA, por exemplo, o locus do HLA-A pode produzir diferentes tipos de HLA-A (até 209 tipos). • Esse polimorfismo é o que forma o perfil de HLA de cada indivíduo. • Não existe gene dominante ou recessivo, o indivíduo expressa o gene HLA recebido da mãe e do pai igualmente. - Relação co-dominante. - Expressa sempre o HLA do pai e da mãe. ➡A hereditariedade e codominância dos genes MHC: • Filho sempre expressará os dois genes HLA, um recebido da mãe e um recebido do pai. - Todos irmãos possuem algum gene HLA em comum e um gene diferente, o que dá individualidade de HLA para cada um. - Sempre vai haver rejeição, pois nenhum é igual ao outro. ➡Relação de HLA com algumas doenças: • HLA-B35: acelera o desenvolvimento da AIDS em indivíduos HIV positivo. • HLA-B57 e 27: retardam o desenvolvimento da AIDS. ‣ Tipo de HLA pode dar suscetibilidade ou resistências à infecções virais e algumas doenças autoimunes. Estruturas do MHC: ➡ MHC/ HLA classe I: - Produto são HLA da classe I (A, B, C). - Independente do gene, a estrutura molecular será sempre a mesma dos antígenos de membrana da classe I. - Todas células com núcleo. - Estrutura do MHC classe I: • Cadeia peptídica α, que apresenta várias dobras (produzida no cromossomo 6). - Uma parte dela está ligada à membrana citoplasmática (região transmembrana). • Junto à cadeia α existe a cadeia β2-microglobulina (resultante do cromossomo 15). • Cada dobra da cadeia constitui um domínio: - Domínio α1 e α2 são variáveis, ou seja, possuem formas diferentes (região do vale - tamanho de 8 a 11 aa). • Vale não é específico (se liga a um determinante antigênico, mas não de forma específica, possui somente afinidade a alguns epítopos - mais de 1). • Define o polimorfismo dos HLAs da classe I de MHC, por exemplo HLA-A1, HLA-A2… - Domínio α3 é constante. • Define o tipo de HLA (A, B ou C). - Importância clínica: toda vez que tiver um processo de destruição celular, haverá produção de cadeia β2- microglobulina. Grande quantidade dessa célula no sangue indica destruição celular (AIDS, doença renal…). Catarina Alipio XXIIB 3 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 ➡ MHC/ HLA classe II: - Produtos são HLA classe II (DR, DQ, DP). - Estrututa: • Cadeia α. - Domínio α1 e domínio α2. • Cadeia β. - Domínio β1e domínio β2. • As duas produzidas no cromossomo 6. • Dobras das cadeias constituem os domínios: - Domínio alfa 1 com o domínio beta 1 formam um vale: domínios variáveis. • Não é específico. • Tamanho de 15 a 18 aminoácidos. • Define o polimorfismo dos HLAs da classe de MHC, por exemplo HLA-DR1, HLA-DR2… - Domínios alfa 2 e beta 2: domínios constantes. • Defineo tipo do HLA (DR, DQ, DP). • Domínio são paralelos. • As duas cadeias possuem região transmembrana (ligada à membrana citoplasmática celular). Relação do MHC com o sistema imunológico: - O receptor do linfócito T só enxerga o epítopo junto ao MHC, por tanto deve ocorrer essa interação do MHC ao receptor do linfócito T para que ele enxergue o epítopo. - IMAGEM 2: No caso de uma APC, estimula-se um linfócito T CD4 (linfócito TH), portanto há a ativação do sistema imune, por apresentação do peptídeo (epítopo) ao linfócito. • Linfócito CD4 se liga no domínio constante do MHC classe II, como forma de alinhar e aproximar esse complexo molecular —> ativação do sistema imunológico. - Região de especificidade: receptor do linfócito T (TCR). - Região de afinidade: vale do domínio variável do MHC. • Permite que vários tipos de epítopos se ligam à ele —> amplia a possibilidade de interação maior chance de ativação do sistema imune. - IMAGEM 1: Antígenos virais expressos na membrana da célula, então essa célula passa a expressar antígenos virais via MHC classe I, portanto o sistema imunológico reconhece essa célula e destrói ela. Catarina Alipio XXIIB 4 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 • Linfócito T CD8 citotóxico destrói a célula infectada por vírus via expressão do MHC classe I na sua membrana, assim o linfócito T CD8 reconhece o epítopo viral específico. - Resposta imune celular. - Linfócito T CD8 se ancora ao domínio constante do MHC classe I para aproximar esse complexo molecular e facilitar a ação das citocinas liberadas por ele sobre a célula infectada. - Esse processo só ocorre após a ativação do sistema imune, ou seja interação do Linfócito T CD4 ao HLA classe II (por uma APC). Ativação do linfócito T: - Ativação: indução à mitose, tirar a fase do G0 e induzi-la à G1S. - HLA classe II: determina que o linfócito encontrou seu antígeno específico. • 1º passo da ativação do sistema imune. • Reconhecimento específico. - Porém, é necessário outros elementos para complexar ativação do sistema imune. • B7: na membrana do macrófago é fundamental o B7 para que ele ative o linfócito T. - Se o macrófago não expressa o B17, ele não tem capacidade de ativar o linfócito. - Fundamental para o início da indução à mitose. • E o linfocíto T, por sua vez, deve ter o receptor do B17, o antígeno de membrana CD28. - Fases: 1. Identificação do epítopo: especificidade da resposta. - Momento zero. 2. Ligação do CD40 da APC ao CD40L do linfócito T. - Essa ligação estimula a expressão do B7. 3. Expressão do B7, e se liga ao CD28. - Célula APC passa a liberar citocinas pró- mitóticas para o linfócito T —> MITOSE e ativação do sistema imunológico. Obs: vírus EB pega o lugar do CD40 para ativar o linfócito B. Pares de ligantes na ativação dos linfócitos T: - Linfócito T CD4 (helper): • Receptores: - CD3 e cadeias delta: quando estimulado, passa a estimular a ativação de alguns genes que vão efetivamente permitir a expressão do CD40L. • Ancora o domínio constante do HLA classe II. • B7 que se liga ao CD28 após a ligação do CD40 ao CD40L. • Elementos para facilitar a ancoragem entre as duas células: - LFA-3 e CD2. - ICAM-1 e LFA-1. Catarina Alipio XXIIB 5 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 - Linfócito T CD8 citotóxico: • Ligação do HLA classe I ao receptor do linfócito T CD8. • Expressão do B7 junto ao CD28 por ligação antes do CD40 e CD40L. Ativação do sistema imune: - Captura do antígeno: • Células dendríticas no foco infecciosos captam o MO e sofrem sua maturação (competência de fagocitar o MO). • Essa célula com o MO fagocitado passa a expressar HLA da classe II e epítopos desse MO. - Apresentação do antígeno: • Caminham em direção à região paracortical do linfonodo e apresenta ao linfócito T, que é ativado e entra em mitose. Processamento de Ag endógenos (citossólicos): - Ativa linfócitos T CD8 via HLA classe I. - Presente em células infectadas por vírus, por bactérias intracelulares e por células tumorais. • Antígeno ou epitopo é produzido no citoplasma da célula. • Exemplo clássico: infecção viral. - Vírus entra na célula e sofre descapeamento e passa produzir as proteínas virais. - Célula passa a interagir com essas proteínas virais. • Degradação das proteínas pelo proteossoma (conjunto de proteínas enzimáticas) em peptídeos. - Esses peptídeos entram no retículo endoplasmático rugoso no momento da construção do HLA classe I. Então esses peptídeos acabam se incorporando na fenda do HLA classe I. - Essa HLA classe I mais o peptídeo viral passam pelo Complexo de Golgi e são expressos na membrana para identificação do agente viral pelo sistema imune (HLA classe I + peptídeo). Detalhadamente… 1. Vírus já dentro da célula passa a produzir suas proteínas virais no citosol. 2. Algumas dessas proteínas virais acabam sendo ligadas à molécula de ubiqutina —> ubiquitinção. • Qualquer proteína estranha à célula, antes de entrar no proteossoma sofre o processo de ubiquitinação. - Pois o proteossoma só reconhece moléculas ubiquitinizadas. - Assim, os peptídeos sofrem degradação e são quebrados em peptídeos menores que, muitas vezes, já possuem o encaixe certo para o HLA- classe I. Catarina Alipio XXIIB 6 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 3. Os peptídeos que saem do proteossoma vai em direção ao REG, mediado pelo TAP, ou seja, ele introduz os peptídeos resultantes da lise do proteossoma no REG. 4. Paralelo à isso, está ocorrendo a construção do HLA classe I no REG. - Nesse momento ocorre: a construção do HLA classe I e a entrada do peptídeo no REG. • Tapasina = pega o HLA classe I pronto e gruda ele próximo ao TAP. • Calreticulina = faz as dobras finais do HLA classe I (molde final). 5. Os peptídeos do proteossoma entram na fenda do HLA classe I a partir da ação do ERAP, que quebra o peptídeo para que ele encaixe perfeitamente na fenda do HLA classe I (8 a 16 aa). 6. Quando essa união está pronta, esse complexo saí do REG e passa pelo o Complexo de Golgi, então ele migra para a membrana citoplasmática, expressando o HLA classe I ligado ao peptídeo viral. Processamento de Ag exógenos (vesiculares): - Ativa linfócitos T CD4 via HLA classe II. - Fagocitose ou endocitose: quando uma APC fagocita apresenta o antígeno ao linfócito T. • Fagossmo (vesícula fagocítica). • Lisossomo. • Fagolisossomo/ endolisossomo —> degradação do MO fagocitado. • HLA classe II adentra no fagolissosomo e se liga aos produtos da fagocitose. • Esse complexo (HLA classe II + peptídeo) vai em direção à membrana celular por vesícula e se expressam. Detalhadamente… 1. Vesícula fagocítica ou endocítica: englobamento do MO para dentro da célula. 2. Fagolisossomo ou endolisossomo: vesícula com enzimas e o MO fagocitado (principal: catepsina). • Ocorre degradação desse antígeno em peptídeos menores. 3. Paralelo à isso, no RE dessa APC está sendo produzido o HLA classe II. • A fenda desse HLA é tampada pela cadeia variante. • Vesícula exocítica (HLA classe II). - Quando a vesícula exocítica joga para dentro do fagolisossoma o HLA classe II, as enzimas continuam agindo e a catepsina quebra a cadeia variante pela metade (fica metade dentro da fenda/vale - CLIP). • CLIP: resultado da quebra da cadeia variante por ação da catepsinas que ainda sobra na fenda do HLA da classe II. Catarina Alipio XXIIB 7 Imunologia - Edgar 04/09 ATD1 - HLA-DM: retira o CLIP e introduz o peptídeo produzido no fagolisossomo na fenda do HLA. • Essa vesícula contendo o HLA classe II e peptídeo vai em direção à membrana citoplasmática e expressa esse complexo para ativação do sistema imunológico. Apresentação cruzada: - Única célula que faz apresentação cruzada é a célula dendrítica mielóide. - Ativar ao mesmo, tempo o CD4 e o CD8.- Isso acontece porque, na célula dendritica algumas proteínas podem sair e cair no citoplasma, seguindo o caminho do HLA classe I (ativa linfócito T CD8). Mas se permanecerem no interior da célula, seguem o caminho do HLA classe II (ativa linfócito T CD4). Catarina Alipio XXIIB 8
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