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COMPLEXO EQUINOCOCOSE- HIDATIDOSE ovo: no interior contêm o embrião hexacanto. Também chamado de oncosfera, essa estrutura é a forma embrionária munida de 3 pares de ganchos; Quando o ovo é deglutido pelo hospedeiro intermediário ou acidental, a sua eclosão depende da ação da pancreatina sobre o embrióforo, que é por ela desintegrado, mas a ativação da oncosfera requer também a presença de bile. Eclodido o embrião hexacanto, graças a seus acúleos, atravessa a parede intestinal, ganha a circulação sanguínea e é levado aos mais diversos pontos do hospedeiro. No fígado, chega após 3 a 5 horas e pode prosseguir, atingindo o coração direito pela veia cava posterior, daí aos pulmões, pela artéria pulmonar. Pode se fixar no pulmão ou prosseguir até as veias pulmonares, coração esquerdo e, pela artéria aorta, ser distribuída aos mais diferentes órgãos. O embrião hexacanto, uma vez localizado num determinado órgão e já tendo perdido os acúleos, vacuoliza-se, e modifica-se estruturalmente para originar a hidátide ou cisto hidático LARVA = cisto hidático É encontrada nos órgãos/vísceras (fígado, pulmões, cérebro, músculos, rins, etc): Dos hospedeiros intermediários (ovinos, bovinos, bubalinos, suínos, caprinos, equinos Após 6 meses da ingestão do ovo, o cisto hidático estará maduro, permanecendo viável por vários anos no hospedeiro intermediário. Os cães adquirem a EQUINOCOCOSE quando ingerem as vísceras dos hospedeiros intermediários (ovinos, bovinos, suínos, bubalinos, equinos) contaminadas com cistos hidáticos férteis Os parasitos adultos vivem em média 5 meses no intestino dos cães. A manutenção do parasitismo fica na dependência de reinfecções frequentes. HIDATIDOSE – sintomas nos hospedeiros acidentais (seres humanos) Localização hepática pode causar aumento de volume abdominal, desconforto epigástrico, dispepsia, náusea, obstrução do ducto biliar; Localização pulmonar pode causar tosse com ou sem expectoração, dificuldade respiratória; Localização cerebral pode causar dores de cabeça, comprometimento de atividades motoras; Localização óssea pode ocasionar fratura. O cão geralmente não manifesta sinais e o parasitismo passa desapercebido. Em infecção maciça, apresenta diarréia catarral hemorrágica. ETIOLOGIA Ciclo Zoonose : participação de hospedeiros vertebrados para fechar o ciclo. Cestódeos do gênero Echinococcus E. granulosus → cisto hidático . Maior importância na região E. multilocularis → hidatidose alveolar E. oligarthrus E. vogeli Adulto Intestino delgado do cão ● Mede de 2 a 11mm ● Escólex (cabeça do parasito) → quatro ventosas e um rostelo coroa dupla (geralmente 30 a 36) de ganchos → ajuda na fixação do parasito ● Corpo: três proglotes → Proximal (imaturo) sem diferenciação dos órgãos genitais , → Mediano (maduro) aparelhos genitais masculino e feminino desenvolvidos. → Distal (grávido) útero ramificado com ovos. ovos: parede espessa que confere resistência ambiental que favorece o parasito e dificulta o controle. Forma larvar → cisto hidático Hospedeiros intermediários→ Ovinos e bovinos principalmente. Esfera cheia de líquido transparente : Mede de 2 a 5 cm. Areia hidática: pequenos embriões que dão origem ao parasita adulto → presente no cisto hidático. EPIDEMIOLOGIA → Distribuição Geográfica : Mundial ● Maioria das infecções → áreas rurais de criação de ovinos ● Áreas endêmicas: Argentina, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai Brasil→ Rio Grande do Sul → Bovinos 19% , Ovinos 3% , Cães da zona rural 20%(dados de prevalência do cisto hidático e equinococose respectivamente). → Migração dos hospedeiros intermediários distribuem a doença para outros locais. → Na África , Espanha, Itália, Ásia e Austrália há registros de casos. Países endêmicos. → Amazonas tem registros de outros equinococus E. granulosus → causa maiores problemas com saúde pública. Hospedeiro definitivo→ Cães e outros canídeos selvagens Período pré-patente: 5 a 8 semanas → Eliminação de proglote grávida a cada 2 semanas Milhões de ovos produzidos que resistem mais de 50 dias no ambiente → Verme adulto sobrevive por cerca de 1 a 2 anos Hospedeiro intermediário: Ovinos, bovinos, caprinos, suínos, equinos e camelídeos. Pasto contaminado com ovos, ou fontes de água. Parasito adulto eliminado proglote grávida com os ovos, que dá origem à larva no meio ambiente ( se o humano ingerir esse ovo, pode ter a forma larval que é o cisto hidático que se forma em diversos órgãos). O embrião dá origem à oncosfera que migra pela parede intestinal e atinge a circulação. Se o animal com cisto for abatido,e for ingerido a carne contaminada. A areia hidática é a forma do escólex que adere no intestino dos cães. Exames de imagem e palpação permitem o diagnóstico do cisto hidático. Transmissão Ingestão de ovos (feco-oral) → Transferência direta das mãos para boca após contato com cães infectados . Ex. cães com ovos na região perianal, ou quando o cão se esfrega e contamina seu corpo com ovos, e se a pessoa tiver contato com os ovos, existe o risco da transmissão do parasito. ● Contaminação das mãos e contato com cães. ● Transferência de ovos da região perianal para outras áreas do corpo língua e focinho INDIRETO → Água, alimentos e fômites contaminados ● Moscas : vetor mecânico e carrear os ovos nas fezes para os alimentos. ● Vegetais crus contaminados com fezes caninas. Evitar que cães tenham acesso a plantações. ● Ocorrência em Humanos Maioria dos casos em crianças → Contato próximo com cães infectados → Higiene pessoal deficiente. Geofagia Cisto hidático → Fígado, pulmões e outros órgãos (cérebro, intestino). → Bem tolerado: compressão de órgãos. Ex. cérebro tem a calota craniana limitando à compressão. Ruptura → Choque anafilático. Libera o líquido e a areia hidática. → trauma Ocorrência em Animais Normalmente assintomático → Caninos ● Cargas parasitárias de cerca de 200 vermes adultos são comuns em cães ● Podendo chegar a mais de 1.000 : enterite (se tiver carga intestinal muito alta). → Ovinos e bovinos ● Perdas econômicas ● Condenação das vísceras→ fígado ● Queda na produção? carne, leite, lã. ● Se humanos e outros animais ingerirem cisto hidático o ciclo quebra, não têm formação do cestódeo adulto. DIAGNÓSTICO Purgação com bromidrato de arecolina . Faz o cão eliminar o parasita do intestino. Precisa de um tempo da administração e eliminação, o que pode tornar inviável para verificação de vários animais. Vantagens Visualização do parasita: necessita um tempo de execução Efeito excessivamente longo e podem ser examinados poucos animais Custo por dose US$ 0,50. Desvantagens É muito laborioso Baixa sensibilidade 70%- Identificar um verdadeira positivo Pode causar convulsões e morte ( Cães jovens e cadelas prenhes). O parasito morre e a eliminação de um grande número pode causar convulsões, o que pode levar até a morte do animal. Detecção de coproantígenos (ELISA) Vantagens Apropriado para controlar programas, permite análise simultânea de várias amostras. Vários poços , o que permite um número grande de testes ao mesmo tempo Pode ser utilizado para qualquer estado do cão . Não há risco, o teste é com as fezes. Sensibilidade 92% Específico/sensível → 5 a 10 dias pós-infecção . PPP mais curto, pode usar para detectar mesmo que não esteja eliminando nas fezes. Negativa → após 5 dias de tratamento com praziquantel. Pode tratar e depois de 5 dias pode verificar com o ELISA se o tratamento funcionou. Desvantagens É específico para o gênero Echinococcus, não detecta espécie. Desvantajoso em locais que tenham incidência de mais de uma espécie. Custo de kits comerciais US$ 5,00/teste Identificação pelo copro-DNA (PCR) → Eliminação de DNA nas fezes para cão. Mais específico e mais sensível. Número limitado de amostras comparado ao ELISA. Vantagens: Altamente específico Altamente sensível Desvantagens: Alto custo , Manipulação de poucas amostras Detecção de Anticorpos IFI ou Elisa → SORO Vantagens : Sensibilidade > 70%; PPP 2 a 3 semanas após primo infecção; Especificidade70 até 90% . PPP um pouco menor na presença do parasito e um pouco maior que o coproantígeno. No coproantígeno consegue estimar a carga parasitária assim como PCR, no caso da sorologia não dá. Desvantagem : Não há relação com carga parasitária → Pode ser feito para diagnóstico do cisto hidático assim como exames de imagem. PREVENÇÃO E CONTROLE Áreas endêmicas Controle populacional Identificar animais infectados Tratar os cães com anti-helmínticos ● Fase inicial do controle a cada 6 semanas : Praziquantel ● Dose única de 5 mg/kg (Não impede reinfecção). Por isso, a cada 6 semanas, deve impedir o acesso dos cães às vísceras. Inspeção de carnes ● Monitorar eficiência dos programas de controle ● Vacinas recombinantes (EG95) → em teste → Existem pesquisas para produzir vacinas recombinantes para evitar a infecção dos cães. Educação em Saúde Perigo do contato próximo com cães infectados Lavar as mãos após lidar com cães Evitar a ingestão de vísceras por cães → Ovinos, bovinos ou outro animal infectado Lavar ou cozinhar vegetais e frutas
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