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DIREITO PENAL ESPECIAL

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DIREITO PENAL ESPECIAL
CRIMES CONTRA A VIDA
HOMÍCIDIO – Art. 121, CP
 O Código Penal divide-se em duas partes: 
• Parte Geral (Art. 1º ao 120. Disposições gerais que se aplicam a todos os crimes estudados no Direito Penal); 
• Parte Especial (Art. 121 ao 359. O Legislador tratará das previsões de crimes e das suas condutas).
 O art. 121 traz a descrição do crime de homicídio que é MATAR ALGUÉM. 
Os tipos penais da Parte Especial serão formados pelo verbo núcleo do tipo penal e pelas elementares. Observando o art.121, identifica-se que “matar” será o verbo núcleo e o “alguém” será a elementar.
É um crime de elevado potencial ofensivo, com pena de reclusão de seis a vinte anos.
Todos os tipos penais serão formados por duas partes: 
 Preceito primário (descrição da conduta, ou seja, matar alguém) 
 Preceito secundário (sanção penal, sendo a pena de reclusão). 
OBS: Para haver crime de homicídio é necessário que a vida seja extrauterina, caso contrário seria aborto, e que não se encontre nas hipóteses de infanticídio. 
OBS: Mesmo que a pessoa não tenha a viabilidade duradoura de vida, ainda é um sujeito passivo, de crime de homicídio. 
Pessoas que poderão ser consideradas sem viabilidade de vida: paciente idoso, paciente terminal, bebê anencéfalo.
Sujeito Ativo: É o autor do crime e, no crime de homicídio, pode ser cometido por qualquer pessoa. Sendo cometido por qualquer pessoa, será configurado como Crime Comum. (Há crimes que não podem ser praticados por qualquer pessoa são os chamados de crimes próprios / de mão própria) 
Sujeito Passivo: É a vítima e poderá ser qualquer pessoa.
Elementos Subjetivos: significa que são as intenções do agente. E será analisada por dolo direto, dolo eventual ou mediante culpa.
· DOLO DIRETO: O crime de dolo será direto quando houver a intenção de matar, também chamado de animus necandi.
· DOLO EVENTUAL: Será dolo eventual quando o agente assumir o risco de produzir o resultado, ou seja, mesmo que não possua intenção de matar, o agente pratica uma conduta em que não se importa com a possibilidade de matar uma pessoa. O dolo, sendo eventual, é punido da mesma forma que o dolo direto.
Ex. Dolo Eventual: O agente pega a arma de fogo e efetua disparos em uma via pública e, mesmo que acerte uma pessoa, não se importará com isso.
· CULPA: Se dará por negligência, imperícia ou imprudência. 
Consumação: Quando se produz o resultado / se concretiza a ação. 
Competência: 
Caso haja homicídio doloso e todos os crimes contra a vida dolosos, a competência de julgamento será do Tribunal do Júri (sete pessoas escolhidas dentre o povo e que julgarão se a pessoa é ou não culpada por determinado delito);
Já no homicídio culposo, o julgamento será pelo Juízo Comum (Juiz), sem a participação do Júri.
Tentativa: 
A tentativa poderá ser Branca ou Incruenta. Exemplo: A pega uma arma com a intenção de matar uma pessoa, mas erra todos os disparos. Apesar de não ter causado a lesão, teve a intenção de matar, ou seja, praticou atos executórios para matar a vítima, mas não gerou qualquer lesão nela.
Na Tentativa Vermelha ou Cruenta: O agente pega uma arma, por exemplo, e acerta um tiro no braço da vítima. A intenção do agente nesse caso era de matar a vítima, e não apenas de gerar a lesão corporal.
Homicídio Simples pode ser considerado Crime Hediondo?
No Brasil adota-se o Sistema Legal, em que somente será hediondo o crime que estiver previsto nesta Lei como tal. 
Homicídio simples, em regra, não é hediondo, existindo apenas uma hipótese em que será tratado como hediondo: quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente.
Já o homicídio qualificado, em todas as suas modalidades enquadram-se nos crimes hediondos.
HOMICIDIO PRIVILEGIADO (Art. 121, § 1º, CP)
Havendo o reconhecimento de uma das hipóteses de homicídio privilegiado – pelo Tribunal do Júri-, o juiz “deve” reduzir a pena. A discricionariedade de pena do juiz se refere à quantidade da diminuição de pena, decidindo se aplicará a diminuição de um sexto ou um terço da pena (ou qualquer valor dentro desse intervalo).
Elementos que, isoladamente, (não cumulativos, ou seja, 1 já configura) ensejam a diminuição da pena: 
· Relevante valor social; (Afeta toda sociedade)
· Relevante valor moral; (Defende sua moral – valor particular)
· Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. (o agente deve estar em surto, fora de si – e logo após- injusta provocação. 
O homicídio privilegiado possui caráter subjetivo, ou seja, não se comunica no concurso de pessoas. 
A Premeditação do Crime Afasta o Homicídio Privilegiado?
NÃO Para Relevante Valor Social
 Para Relevante Valor Moral
Porém, afasta para domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. – Se é logo em seguida, não cabe premeditação. - 
 
SE OCORRE ERRO NA EXECUÇÃO CABE DIMINUIÇÃO DA PENA POR HOMÍCIDIO PRIVILEGIADO?
Sim, responde como se tivesse matado a pessoa contra quem queria praticar o crime. Responde como se tivesse matado a vítima virtual, apesar de ter matado a vítima real. 
HOMICIDIO PRIVILEGIADO QUALIFICADO
O homicídio híbrido ocorre quando há uma privilegiadora e uma qualificadora (Não é um crime hediondo)
É possível o homicídio híbrido, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva. 
Exemplo: os indivíduos A e B querem matar C. B se vale de um meio cruel para matar C, que é o fogo, sendo que A já sabia que esse meio seria usado. B vai ao encontro de C e mata a vítima usando fogo. A é partícipe do homicídio. A e B respondem pelo homicídio qualificado, pois quando há concurso de pessoas, a qualificadora se comunica, passa de B e alcança A. – Houve concurso de pessoas e a qualificadora se comunica (porque é objetiva)
OBS: Quando a qualificadora é subjetiva não se comunica. 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
I – Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
· “Mediante paga” - Aqui o pagamento é prévio
· “Promessa de Pagamento” – O pagamento é posterior. 
Não precisa necessariamente ser dinheiro, pode ser ganho moral, vantagem sexual, etc.
· Vingança NÃO é torpe (depende de motivação do fundamento)
· Ciúme não é torpe (pode ser fútil – depende da situação)
· O mandante não responde por “paga ou promessa de recompensa” e sim quem executa.
II) Motivo Fútil tem que ser um motivo conhecido, ou seja, o juiz/jurados têm que conhecer qual é o motivo fútil para aplicarem a qualificadora. 
· A futilidade deve ser imediata;
· Pode haver dolo eventual – Motivo fútil
III) Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum
· O veneno pode ser por substâncias biológicas, químicas que fazem mal a qualquer ser humano (ex.: chumbinho de rato), e também uma substância que faça mal especificamente a uma pessoa.
· Veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura são formas casuísticas. “Outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum”: forma genérica. Quando há a forma genérica, é aplicada a interpretação analógica. Analogia
· Explosivo não é meio cruel, é um meio que resulta perigo comum.
· A asfixia pode ser mecânica, que é aquela que ocorre por esganadura, estrangulamento, enforcamento. São tampadas as vias aéreas da pessoa e ela não consegue respirar. 
· A asfixia pode ser tóxica, que ocorre quando a pessoa morre asfixiada por não ter a renovação do ar, o oxigênio se transforma em CO2 e a pessoa morre asfixiada por respirar gás carbônico.
· Nos dois casos (asfixia mecânica e tóxica), é incidida a qualificadora de asfixia
· A tortura ocorre quando o indivíduo gera à vítima uma dor muito superior à necessária para alcançar o resultado morte.
· Homicídio qualificado pela tortura é diferente da Tortura qualificada pela morte
· Homicídio qualificado pela tortura: Queria matar, mas para alcançar o resultado, torturou até a morte. – Competência do Tribunal do Júri.
· Tortura qualificada pela morte: Queria torturar,apenas. Mas de tanto torturar, matou. – Competência: Juiz
IV) À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
A traição é uma qualificadora subjetiva, ou seja, não se comunica no concurso de pessoas.
Para que se tenha a qualificadora da traição, é necessário que seja depositado uma especial confiança no autor e que ele (autor) venha a trair essa confiança. A qualificadora da traição é um crime próprio.
Obs.: Crimes próprios só podem ser praticados por pessoas que tenham uma qualidade específica.
· A emboscada é uma tocaia. Ex: João passa todos os dias em determinada estrada. Maria fica aguardando-o passar, assim que ele passa, Maria atira em sua direção e acaba matando João.
· Mediante dissimulação: João é membro de um site de encontros. Neste site, há a foto de uma mulher de nome Maria. João se interessa por Maria. João e Maria dão match. Maria convida João para ir até a sua casa. Quando João chega à casa de Maria, ele não encontra Maria, ele encontra um desafeto dele, e esse desafeto mata João. É um crime de enganar para matar uma pessoa, ou seja, o sujeito engana para colocar a pessoa numa situação que dificulte a sua defesa. 
· Traição, emboscada, ou dissimulação são fórmulas casuísticas, são recursos que dificultam ou tornam impossível a defesa do ofendido. “Outro recurso que dificulte torne impossível a defesa do ofendido”: Fórmula genérica. Aplica-se a interpretação analógica.
V – Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Esta qualificadora é chamada de qualificadora de conexão. O indivíduo pratica o homicídio porque há um outro crime que ele quer praticar para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime.
O crime “para assegurar a execução” é chamado de conexão teleológica (finalidade), ou seja, pratica um homicídio para praticar outro crime. 
Ex: A quer sequestrar a filha de um empresário. Para isso, ele mata o segurança para sequestrar a filha do empresário. Matou o segurança para assegurar a execução de outro crime.
O homicídio teológico é praticado antes da prática de outro crime. Nas outras hipóteses (a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime), chamadas de conexão sequencial, o homicídio é praticado após um crime antecedente.
FEMINICIDIO FEMICIDIO
O FEMICÍDIO é um homicídio no qual uma mulher seja vítima, é um homicídio contra a mulher por razões da sua condição de ser do sexo feminino. O autor do feminicídio pode ser homem, pode ser mulher, mas a vítima necessariamente tem que ser uma mulher.
Qualquer homicídio no qual uma mulher venha a ser vítima, é FEMICÍDIO. 
 Um transexual, transgênero, um travesti pode ser vítima de feminicídio?
Não se aplica a transexual, transgênero ou travesti, visto que, ainda não há um posicionamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou do Supremo Tribunal Federal (STF).
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
I – Violência doméstica e familiar; 
II – Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
OBS: Não configura Bis In Idem motivo torpe e feminicídio (Sum. 625 STJ)
VII) Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
É o denominado homicídio funcional e exclui parentes por afinidade (sogro, sogra, genro, nora, cunhado, cunhada) e filho adotivo, embora na CF seja equiparado a filho legítimo (art. 227, § 6º).
OBS: Homicídio familiar não qualifica o homicídio (já tem agravante – art. 61, II, CP)
CP, art. 121. § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
 OBS: Para que haja aumento de pena, tem que o autor conhecer a condição da idade da vítima. 
 OBS: Considera-se milícia privada agentes de segurança que, fora da sua função, passam a atuar sobre determinada área, exigindo da população vantagem financeira para subsidiar uma suposta segurança não institucional.
HOMICIDIO CULPOSO
Negligência: Não tomar atitude esperada, é o descuido, desatenção. Não age como deveria. 
Imprudência: Ação precipitada, sem cautela. Age, mas com atitude sem cautela. 
Imperícia: Inaptidão, falta de qualificação técnica.
Crimes que não admitem tentativa: 
- O homicídio culposo, uma vez que não há intenção de gerar um resultado, 
- E o crime preterdoloso: lesão corporal seguida de morte, quando a intenção era gerar uma lesão corporal, mas, por conta do excesso, a vítima vem a falecer.
PERDÃO JUDICIAL
CP, art. 121. § 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
OBS:
· O perdão judicial somente é possível no homicídio culposo. 
· A natureza jurídica é uma causa extintiva da punibilidade, art. 107, IX, CP. 
· A análise do caso concreto é realizada pelo juiz. 
· É cabível perdão judicial no homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor – art. 302, CTB.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICIDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO (Art. 122, CP)
O Pacote Anticrime adicionou a automutilação. 
Mas... O que é Automutilação?
Automutilação é qualquer comportamento intencional praticado pelo agente que busca gerar lesão à sua integridade física, é uma pessoa que não pretende praticar suicídio, mas quer infringir na sua pessoa alguma dor ou algum tipo de lesão à sua integridade física. 
OBS: A automutilação não é, necessariamente, a mutilação de seus próprios membros, pois inclui qualquer conduta que venha prejudicar a sua integridade física.
Suicídio, tentativa de suicídio, automutilação e tentativa de automutilação não são crimes. A lei incrimina a atitude daquele que induz, instiga ou presta um auxílio material para que alguém pratique suicídio ou automutilação O princípio da alteridade dispõe que só existe infração penal no Direito Penal Brasileiro se
a conduta atingir bens jurídicos alheios.
 Os atos de induzir ou instigar são chamados pela doutrina de participação moral, enquanto prestar auxílio é a participação material.
E qual a diferença entre induzir e instigar? 
Induzir é criar a ideia na mente da vítima, e instigar é reforçar uma ideia preexistente.
O auxílio material precisa ser: auxílio secundário e auxílio eficaz. 
Secundário porque aquele que presta o auxílio não pode praticar a conduta principal; e eficaz porque precisa ser o auxílio efetivamente usado pela vítima.
OBS: Caso o agente induza e também preste o auxílio a vítima, ele exerceu dois verbos-núcleos do Direito Penal, mas praticou apenas um crime do art. 122. A classificação desse artigo é um tipo misto alternativo, isto é, ainda que mais de uma conduta seja praticada, se ele for praticado no mesmo contexto fático contra a mesma vítima, há somente um crime.
A doutrina entende que essas condutas do art. 122 devem ser praticadas contra pessoas determinadas.
A pena deste crime é de reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos o que torna um crime de menor potencial ofensivo pois a pena máxima não é superior a 2 anos.
Antes da alteração do art. 122, ele era chamado de crime condicionado à produção do resultado naturalístico, isto é, o agente que praticava induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio somente respondia por esse crime se a vítima efetivamente morresse ou se sofresse lesão corporal grave ou gravíssima da tentativa de suicídio praticadapor ela. De acordo com a antiga redação do art. 122, se o agente induzisse uma vítima a praticar suicídio, mas essa vítima não tentasse o suicídio, não havia crime.
Agora, ele passa a ser na sua modalidade simples, um crime formal, ou seja, se um agente induz, instiga ou presta auxílio a alguém para praticar suicídio ou automutilação, mas essa vítima jamais tenta praticar esses atos, o agente responderá por esse crime na modalidade consumada. Tentativa é possível.
Ou, mesmo que só haja lesão simples se consuma o crime. 
Esse crime só existe na modalidade dolosa. 
QUALIFICADORAS
1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima; - Pena: Reclusão de 1 a 3 anos.;
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte- Pena: Reclusão de 2 a 6 anos. OBS: Para que haja a qualificadora precisa ser consumado o suicídio. – Crime de alto potencial ofensivo. 
§ 3º A pena é duplicada: 
I – Se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
II – Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência (por qualquer causa)
Obs: Contra um absolutamente incapaz responde por homicídio. 
Obs: O "menor", significa que se aplica às pessoas de 14 a 17 anos, e não se aplica para menores de 14 anos, pois a lei brasileira entende ser vulnerável, sem discernimento para a prática de diversos atos. 
INFANTICIDIO (art. 123, CP)
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena – detenção, de dois a seis anos. 
Este é um crime próprio que exige qualidade especial do sujeito descrita em tipo penal. porque, em regra, ele somente pode ser praticado por uma mulher que se encontra sob o efeito do estado puerperal durante ou logo após o parto. 
Há nesse artigo uma conduta específica em relação ao art. 121 (que trata de homicídio). – Aplicação do Princípio da Especialidade.
Mas, o que é Estado Puerperal?
São alterações físicas e psíquicas que a gestante sofre a partir do momento em que o parto se inicia. Esses efeitos psíquicos podem perdurar por tempo variado dependendo de cada mulher. São alterações que acontecem no corpo feminino quando as mulheres dão à luz. (Perturbações Fisiopsiquicas)
OBS: Esse crime só vai existir se esta morte for praticada sob a influência do estado puerperal. 
E quando se considera o início do parto?
Prevalece na doutrina que o parto tem início a partir do momento em que há a dilação do colo do útero.
E se uma mulher tenta matar ou mata o seu feto antes do início do parto, há o crime de aborto, previsto no art. 124, CP.
Não há uma definição na lei nem na doutrina de uma definição do limite temporal do estado puerperal ou do que é considerado logo após o parto.
Qual o prazo do Estado Puerperal?
A lei dispõe logo após, mas enquanto subsistirem os efeitos do estado puerperal e a sua influência, ainda será admitido o crime de infanticídio.
É necessário perícia para atestar o estado puerperal? 
Em regra, não. Presume-se o estado puerperal durante ou logo após o parto. 
Caso uma mãe mate o seu filho durante ou logo após o parto, mas em razão de não ter mais a compreensão do caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, ela não responderá pelo crime de infanticídio, ela será considerada inimputável e terá a sua culpabilidade excluída.
Pode haver infanticídio culposo? 
Não, o infanticídio não comporta a modalidade culposa.
Agravantes
A mãe que pratica infanticídio não responde por as agravantes do art. 61, pois, se ela respondesse por infanticídio e essas agravantes, haveria um bis in idem, já que está sendo considerado automaticamente que o crime foi praticado contra um descendente e contra uma criança.
Por qual crime responde a mãe que, logo após o parto, sob o estado puerperal, e com a intenção de matar o próprio filho, mata outra criança pensando ser seu filho? 
Erro sobre a pessoa (art. Art. 20, § 3º, CP) e essa mãe responderá pelo crime de infanticídio.
Art. 20, § 3º, CP. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Por qual crime responde o agente que participa do infanticídio, mas que não se encontra sob o efeito do estado puerperal? 
A mãe responde por infanticídio. 
No Brasil é adotada a teoria unitária, isto é, se a mãe pratica infanticídio, o partícipe não pode praticar outro crime, ele responderá pelo crime que foi praticado.
Por qual crime responde o agente que contribui para o infanticídio? 
1º Situação: mãe pratica os atos executórios auxiliada por terceiro. 
Por exemplo, uma mãe mata seu filho com uma faca. A vizinha entregou a faca para a mãe sabendo que ela utilizaria a faca para matar o filho. A vizinha não está sob o efeito do estado puerperal, entretanto, ela prestou auxílio para o crime de infanticídio. Nesse caso, a mãe e a vizinha responderão pelo crime de infanticídio: a mãe como autora e a terceira como partícipe.
2ª Situação: mãe e terceiro praticam os atos executórios conjuntamente. 
Por exemplo, a mãe e o terceiro estão cada um com uma faca nas mãos e ambos praticam golpes e matam a criança. A mãe sob efeito do estado puerperal e o terceiro não. A mãe responderá por infanticídio e o terceiro será coautor do art. 123.
3ª Situação: terceiro pratica atos executórios auxiliado pela mãe. 
A mãe induz o terceiro a matar seu filho. Esse terceiro pega a faca e mata a criança. A mãe responde por infanticídio, mas como partícipe. Sobre o crime do terceiro há uma polêmica, grande parte da doutrina entende que não seria justo, uma vez que esse terceiro executou o crime sozinho, que ele respondesse por infanticídio. Então essa primeira corrente entende que ele deve ser responsabilizado por homicídio. Mas uma segunda corrente entende que não faz sentido ele responder por homicídio e a mãe ser partícipe de um crime que não tem autor. Então, essa segunda corrente, que é a majoritária, entende que o terceiro também reponde por infanticídio, sendo ele autor e a mãe partícipe.

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