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Adesão É a base da dentística na atualidade; Constituem um conjunto complexo de mecanismos físicos, químicos e mecânicos que permitem a junção e união de uma substancia a outra; Processo através do qual um material restaurador é unido aos substratos (esmalte e dentina) dentários; Está relacionada ao processo de restauração, cimentação de próteses, pinos, facetas etc; Um sistema adesivo odontológico tem três funções essenciais: Promover resistência a separação de um substrato aderente (ou seja, esmalte, dentina, metal, compósito, cerâmicas) de um material restaurador ou de cimentação; Distribuir tensão (estresse) ao longo da superfície de colagem: Selar interface através de colagem adesiva entre dentina e/ou esmalte e o material restaurador, aumentando a resistência a microinfiltração e diminuindo o risco de sensibilidade pós-operatória manchamento marginal e carie secundaria. Aplicações da adesão Hoje, o condicionamento ácido é um dos métodos mais eficazes de promover a retenção da restauração e assegurar uma união interfacial hermética na margem das restaurações. Esse procedimento expandiu marcadamente o uso de materiais restauradores a base de resina e a estrutura dental e se constitui na base para muitos procedimentos restauradores inovadores, tão diversos como colagem de brackets ortodônticos e facetas laminadas de porcelana. Aplicações adicionais da adesão incluem selantes de sulcos e fissuras, cimentos adesivos, incluindo materiais restauradores a base de ionômero de vidro e cimentos endodônticos. Mecanismos de adesão Alcançar adesão real tem sido a “busca do cálice sagrado” para os materiais dentárias restauradores por muitas décadas. Para que a adesão real de materiais restauradores a estrutura dental seja alcançada, três condições devem se r feitas: 1. A estrutura dental sadia deve ser conservada. 2. Uma retenção ideal deve ser conservada. 3. A microinfiltração deve ser prevenida. Em geral, os seguintes fatores podem ter maior ou menor influência na adesão: 1. Energia de superfície e molhamento 2. Interpenetração (formação da camada hibrida) 3. Retenção micromecânica 4. Adesão química O molhamento é o primeiro passo essencial para o sucesso de todos os mecanismos de adesão. O adesivo tem que formar intimo contato com a superfície, para formar retenção micromecânica, adesão química ou redes interpenetrantes. Embora o molhamento seja um requisito essencial para adesão intraoral, ele não é suficiente para garantir durabilidade da adesão. Para garantir alta resistência de união através do mecanismo de embricamento micromecânica os monômeros devem adaptar-se intimamente ao esmalte e preencher irregularidades e/ou infiltrar-se na rede colágena criada pela desmineralização da dentina. Outro requisito para a obtenção de adesão intraoral duradoura é a estabilidade hidrolítica (resistência a degradação química pela água). Esmalte e dentina são tecidos hidratados, hidrofílicos e permeáveis a água. Mesmo que as superfícies de esmalte e dentina sejam inicialmente secas antes da aplicação do adesivo, contaminação inadvertida e a difusão podem facilmente resultar em uma forte absorção de agua aos tecidos mineralizados e ao material adesivo. Portanto, para que um monômero adesivo possa molhar tecidos dentais mineralizados, e consequentemente formar adesão durável no ambiente oral úmido, ele deve ser tanto hidrofílico, para aumentar a compatibilidade com a agua, como resistente a hidrolise, para assegurar a longevidade. Técnica do condicionamento ácido Condicionamento de esmalte A primeira demonstração significativa de adesão intraoral foi reportada por Michael Buonocore. Buonocore condicionou superfícies de esmalte com vários tipos e concentrações de ácidos, realizou restaurações com materiais acrílicos nessas superfícies usando retenções micromecânicas e encontrou um aumento significativo da resistência de união esmalte-resina. Um dos agentes condicionantes que ele usou, o ácido fosfórico, é ainda hoje o mais amplamente utilizado em procedimentos adesivos em esmalte ou dentina. Dependendo da concentração o ácido fosfórico remove a camada de esfregaço e aproximadamente 10 mícrons de esmalte, expondo prismas de esmalte e criando uma superfície com alta energia, altamente retentiva, com formato semelhante a uma colmeia. Antes da introdução do condicionamento acido o uso de agentes de união em esmalte, os materiais restauradores eram colocados diretamente sobre a camada de esfregaço do dente preparado. A remoção da camada de esfregaço resulta em adesões mais resistentes e mais duradouras, já que as resinas podem então aderir a superfície mineralizada diretamente. Condicionamento da dentina O esmalte e a dentina são condicionados simultaneamente usando o ácido fosfórico a 37%. Seu estudo demonstrou que, com esse procedimento, não só a retenção das restaurações aumentava significamente como também danos pulpares não eram observados. Um estudo revelou que resinas hidrofílicas podem infiltrar a camada superficial desmineralizada pelo ácido, com fibras colágenas expostas, formando uma camada de dentina infiltrada por resina com alta resistência coesiva. Tal estrutura, conhecida como camada hibrida, leva a altos valores de resistência de união através do desenvolvimento de uma rede polimérica interpenetrada por fibras colágenas, juntamente com numerosos nichos de retenção micromecânica na interface entre a resina e a camada hibrida. O condicionamento da dentina é mais sensível a técnica do que o de esmalte, dada a maior complexidade da estrutura dentinária. Diferentemente do esmalte, a dentina é um tecido vivo e consiste em 50% de fosfato de cálcio mineral (hidroxiapatita da dentina sadia quase que completamente numa profundidade de vários micrometros, expondo uma rede de colágeno com microporosidades suspensa em agua. Em contrastes com o esmalte condicionado, que precisa ser completamente seco para assegurar altos valores de resistência de união com resinas hidrofóbicas, a dentina condicionada deve ser úmida para assegurar a formação da camada hibrida. A quantidade de agua remanescente na dentina condicionada é crítica. Se não houver agua suficiente, a rede de colágeno se colapsa e forma uma camada relativamente impermeável a infiltração do adesivo resinoso, impedindo a formação da camada hibrida. Se agua em excesso estiver presente, a infiltração da resina é incapaz de deslocar a agua por completo e, consequentemente, torna o ambiente propicio para infiltração com o passar do tempo. Portanto, a aplicação do primer é necessária para manter a rede de colágeno hidratada ao mesmo tempo em que o excesso de agua é removido. Procedimentos adesivo e fatores que o afetam Diversos aspectos das técnicas de condicionamento total e técnicas correlacionadas são críticos para o sucesso ou a falha de sistemas adesivos. Tempo de condicionamento O tempo ideal de aplicação do agente condicionante pode variar, dependendo de exposições previas da estrutura dental ao flúor e outros fatores. Por exemplo, um dente permanente com alto conteúdo de fluoropatita pode requerer tempos de condicionamento mais longos. No caso de dentes decíduos, tempos de aplicação do ácido mais prolongados são necessários para melhorar o padrão de condicionamento no esmalte, que apresentam características mais aprismáticas nesses dentes. O tempo de condicionamento recomendado para esses géis é de 15 segundos. A vantagem desse tempo curto é que eles produzem resistência de união aceitável na maioria dos casos, causando um aspecto que permite a adesão de outro materialao mesmo tempo que conservam estrutura dental e reduzem o tempo de tratamento no consultório. Enxágue e secagem Uma vez que o dente é condicionado, o ácido deve ser removido com enxágue cuidadoso com um jato de água por aproximadamente 20 segundos, e a água usada no processo deve ser descartada. Quando apenas o esmalte é condicionado para ser tratado com um adesivo hidrofóbico, a superfície deve ser completamente seca com jato de ar aquecido até que o esmalte adquira uma aparência esbranquiçada e fosca. A dentina, ao contrário, não suporta uma secagem tão agressiva, a qual causaria falha na união devido a formação de uma camada de fibras colágenas colapsadas, impermeável a infiltração do adesivo. Na técnica de condicionamento total, um agente de união dentinário e um primer devem ser usados, compatíveis com substratos de esmalte e dentina úmidos. Limpeza das superfícies de colagem As superfícies condicionadas devem ser mantidas limpas (livres de contaminantes) e suficientemente secas até que o adesivo seja aplicado para garantir a formação de uma união mecânica. Embora o condicionamento ácido aumente a energia de superfície, uma eventual contaminação pode rapidamente diminuir o nível de energia da superfície condicionada, por sua vez, torna o molhamento da superfície pelo adesivo mais difícil, especialmente se o adesivo tiver tensão superficial elevada. Por tanto, até mesmo o contato momentâneo com saliva ou sangue pode reduzir as chances de formação de prolongamentos (tags) de resina e comprometer a resistência de uma união drasticamente. Outro contaminante é o óleo liberado pelo compressor de ar. Se uma contaminação desse tipo ocorrer, o contaminante deve ser removido e a superfície condicionada novamente por 10 segundos. Outros fatores Depois que as resinas compostas com alto conteúdo de carga começaram a ser comercializadas, a técnica de condicionamento ácido foi ‘redescoberta’, ou seja, passou a ser utilizada. O condicionamento ácido é um modo bastante efetivo de melhorar a adesão e a durabilidade de restaurações, assim como garantir a integridade do selamento. Esta utilização permitiu a expansão da utilização de resinas compostas como material restaurador, devido a formação de uma adesão forte com o substrato dentário, estabelecendo a base para diversos procedimentos restauradores inovadores. Agentes adesivos dentinários Adesivos odontológicos foram e vem sendo desenvolvidos com o intuito de produzir uma interface suficientemente resistente entre os compósitos restauradores e o substrato dental, capaz de suportar desafios mecânicos e a tensão de polimeralização. O sucesso dos adesivos depende de dois tipos de união: 1. Embricamento micromecânico, ligações químicas com a dentina ou ambos; 2. Copolimeralização com a matriz resinosa de compósitos; Antes da técnica de condicionamento ácido ser adotada, adesivos hidrofóbicos para esmalte eram usados apenas para melhorar o molhamento e a adaptação da resina composta a superfícies de esmalte condicionadas. Um sistema de união dentinário bem- sucedido deve apresentar as seguintes características: Remoção ou dissolução adequada da camada de esfregaço de esmalte e dentina; Manutenção ou reconstituição da rede de colágeno dentinário; Bom molhamento; Eficiente difusão e penetração de monômeros; Polimeralização enquanto impregnado na estrutura dentária; Copolimerização com a matriz da resina composta restauradora; Composição Condicionadores Condicionadores são ácidos fortes que removem a camada de esfregaço e dissolve a fase mineral, permitindo a formação de retenções micromecânicas em esmalte e dentina. O ácido fosfórico, em concentrações que variam de 30% a 50% (geralmente 37%), é o agente de condicionamento consistentes que não produzem efeitos negativos na polpa dental. Composições superiores a 50% impede a dissolução adicional, pois resultam na deposição de uma camada aderente. O condicionador ácido é apresentado em forma de um gel aquoso, permitindo a aplicação precisa sobre uma área especifica. Pode ser aplicado com auxílio de pinceis ou de seringas descartáveis, que facilitam a aplicação em áreas especificas do esmalte ou da dentina. Durante a aplicação é importante considerar o risco de inclusão de bolhas. Regiões onde essas bolhas se formam não são condicionadas adequadamente. Primers o condicionamento da dentina é extremamente sensível a técnica porque a rede de colágeno desmineralizada colaba rapidamente se ressacada. Portanto, a aplicação do primer faz-se necessária para manter a rede de colágeno expandida ao mesmo tempo em que o excesso de agua é deslocado para permitir a infiltração dos monômeros hidrofílicos contidos no adesivo. As soluções de primer contem monômeros hidrofílicos dissolvido em solventes, tais como acetona, etanol ou água. Tais monômeros apresentam propriedades hidrofílicas. Solventes Esses também desempenham papel importante em sistemas de primers. Melhora o molhamento da dentina hidrofílica, cada solvente tem uma contribuição especifica para melhorar a adesão. Os mais usados: água, etanol e acetona. Adesivo Para adesão a dentina, o principal papel dos adesivos é preencher os espaços interfibrilares da rede colágena criando uma camada hibrida e prolongamentos de resina para promover retenção micromecânica depois que as resinas são polimeralizadas. A camada de adesivo impede a infiltração de fluidos ao longo da margem restauradora. Para isso os adesivos devem apresentar um caráter hidrofóbico. E, ao mesmo tempo uma certa hidrofilia é necessária para permitir a sua difusão na dentina hidrofílica infiltrada com primer. Classificação dos sistemas adesivos Se tem ácido fosfórico chama-se o adesivo convencional ou adesivo total etch. Não utilizando o ácido fosfórico chama- se adesivos autocondicionantes. Esse, porém, não penetra de formão tão profunda não removendo assim a lama dentinária.
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