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17 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 A administração científica e a busca por produtividade Neste capítulo, os temas centrais são a administração científica e a busca por produtividade, que caracterizaram o início da era industrial. O processo evolutivo de qualquer espécie depende de sua capaci- dade de enfrentar as adversidades do ambiente no qual está inserida e garantir a sua sobrevivência. Como contextualizamos no capítulo 1, a sociedade das organizações aumentou nossa capacidade de adap- tação ao ambiente, garantindo alimento e sustento em larga escala às populações. 18 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .A crescente relevância das organizações em nossa sociedade nos obriga a conhecer profundamente o seu funcionamento, o que torna a teoria das organizações um conhecimento essencial para a melhoria contínua das práticas administrativas. A evolução dessa teoria teve seu espectro ampliado ao longo de mais de 100 anos de estudo, iniciando-se com foco nas tarefas desempenhadas em ambientes estáveis e chegan- do a estudos mais profundos em ambientes instáveis, característicos da atual era da informação. Muitas das etapas percorridas no desenvolvimento da Teoria das Organizações ainda são válidas, como veremos a seguir. 1 Frederick W. Taylor e a administração científica Frederick Winslow Taylor é o pai da administração científica. Conforme apresentado por Silva (2008), foi ele quem promoveu uma revolução nos métodos de trabalho de sua época com as primeiras apli- cações de métodos científicos, indo de encontro aos costumes e empi- rismos vigentes e aumentando a produtividade. Para estudar o trabalho de Taylor, é necessário analisar sua personalidade a partir dos seguintes aspectos apontados por Silva (2008): • experimentador e pesquisador; • autor e divulgador de seus experimentos; • formador de uma equipe e de uma linha de pensamento. A experiência de 14 anos no chão de fábrica de indústrias metalúrgi- cas norte-americanas moldou a formulação de suas teorias. Ao traba- lhar na Midvale Steel entre 1878 e 1889, Taylor teve o primeiro contato com programas de incentivo para aumento da produtividade. O progra- ma remunerava o funcionário por peça produzida, incentivo este que Taylor, em função de sua experiência como operário, sabia ser ineficaz. 19A administração científica e a busca por produtividade M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Essas observações trouxeram ao trabalho de Taylor o conceito da “vadiagem sistêmica”, que se referia à diferença entre a produção po- tencial e real de um empregado. Segundo ele, a vadiagem sistêmica era motivada pelos seguintes fatores (SILVA, 2008): • Funcionários acreditavam que a maior produtividade seria com- pensada por um nível maior de desemprego. • Sistemas administrativos “defeituosos” e ineficazes provocariam quedas no nível de produtividade. • Efeito da transmissão dos usos e costumes/empirismos às no- vas safras de funcionários. Para Taylor, essa lacuna de produtividade não era “culpa” dos em- pregados, mas dos responsáveis pela administração. Taylor via os ad- ministradores (gerentes) como os responsáveis por projetar atividades e incentivos de maneira apropriada, alcançando uma produtividade maior. Apesar de parecer trivial, a definição de um sistema de incentivos é complexa. Se adotado um sistema de remuneração ou de premiação com base no aumento contínuo de produtividade, os empregados podem inferir que o desempenho futuro será dependente do desempenho presen- te, ou seja, a “régua” do padrão esperado fica continuamente elevada. Nesse sentido, funcionários podem se recusar a cooperar para aumen- tar a produtividade, gerando o efeito conhecido como “efeito catraca” (MILGROM; ROBERTS, 1992). A analogia da catraca se refere à impos- sibilidade de uma catraca girar no sentido contrário ao que ela está gi- rando normalmente. Os estudos de Taylor podem ser divididos em duas fases, represen- tadas pelas publicações Administração de oficinas (1903), que trata das técnicas de racionalização do trabalho do operário por meio do estudo do tempo e movimento, e Princípios da administração científica (1911), que apresenta os estudos de Taylor sobre a administração geral. 20 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . O objetivo da administração científica era aumentar a produtivida- de do empregado por meio de uma análise científica e sistemática do trabalho chamada de “uma maneira melhor”. Na abordagem de Taylor, a motivação dos empregados seria atingida por meio do sistema de tarefas: quanto mais peças produzisse, maior seria a remuneração do trabalhador. O conceito de administração funcional sugeria que a supervisão fosse subdividida entre os especialistas das atividades para, assim, se obter um melhor controle dos aspectos do trabalho – trade off1 natural entre especialização e coordenação, apresentado no capítulo anterior. Para Tragtenberg (1971), Taylor buscava a racionalização do trabalho e um dos principais elementos dessa abordagem foi o estudo do tempo e de movimentos para a execução de tarefas. Assim, os funcionários deveriam ser treinados para exercer suas funções, acabando com o em- pirismo para a realização das atividades de produção (SILVA, 2008). Ao substituir a indução pela dedução, a racionalidade de Taylor via os indivíduos como um “homem econômico” (homo economicus), ou seja, um indivíduo interessado em maximizar seus rendimentos monetários (SILVA, 2008). Na perspectiva de Taylor, aspectos como personalidade e cultura são desconsiderados na análise do trabalhador. PARA PENSAR Você se considera um homo economicus? Todas as suas ações são racionais e voltadas para a maximização de ganhos de consumo e de produção? 1 Trade-off ou tradeoff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Carac- teriza-se como uma ação econômica para resolução de um problema, mas que acaba acarretando outro, levando à obrigação de uma escolha. Em outras palavras, um trade-off ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço. 21A administração científica e a busca por produtividade M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Chiavenato (2010) faz um apanhado das fases do trabalho de Taylor para aumentar a eficiência da produção: remuneração, combate ao des- perdício, racionalização do trabalho, padronização dos métodos e equi- pamentos, e princípios de administração. A profunda influência do trabalho de Taylor na administração passou a ser chamada de Taylorismo. Partindo do chão de fábrica, suas ideias se espalharam em todos os aspectos da vidaorganizacional. Os princí- pios descritos por ele, conforme proposto por Chiavenato (2005b, p. 37), são assim resumidos: • Princípio do planejamento: substituir no trabalho o critério indivi- dual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática pe- los métodos baseados em procedimentos científicos; substituir a improvisação pela ciência por meio do planejamento do método. • Princípio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhado- res de acordo com suas aptidões; prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, conforme o método planejado. Além do preparo da mão de obra, preparar também as máquinas e os equipamentos de produção, bem como o arranjo físico e a dispo- sição racional das ferramentas e dos materiais. • Princípio da execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja mais disciplinada. • Princípio do controle: controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível. • Princípio da exceção: as ocorrências desenvolvidas normalmen- te dentro dos padrões não devem chamar a atenção do gerente. Já as ocorrências excepcionais, que acontecem fora dos padrões, devem atrair sua atenção para que, assim, possa corrigir os des- vios e garantir a normalidade. 22 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .IMPORTANTE Para Decenzo e Robbins (2004), o planejamento envolve: a definição de objetivos/metas da organização, o estabelecimento de uma estraté- gia geral e o desenvolvimento de uma hierarquia. Assim, planejamento abrange o que deve ser feito (o fim) e como deve ser feito (os meios). As organizações estão inseridas em ambientes dinâmicos e de mudanças constantes (tecnológicas, sociais, econômicas, etc.), gerando um efeito considerável em sua sobrevivência e exigindo necessidade de planeja- mento contínuo. 2 A obra dos engenheiros da administração científica Conforme nos apresentam Chianevato (2010) e Silva (2008), outros engenheiros norte-americanos também ganharam reconhecimento por suas ideias e práticas de administração científica. • Henry Lawrence Gantt: seu trabalho teve grande ênfase no esta- belecimento de tarefas específicas, com recompensas adequa- das para cada trabalhador da organização. O gráfico de Gantt controla o desempenho do realizado versus planejado. Figura 1 – Exemplo de Gráfico de Gantt Operação 1 Operação 2 Operação 3 Tempo Programado Realizado Fonte: Silva (2008, p. 120). 23A administração científica e a busca por produtividade M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Frank e Lillian Gilbreth: o trabalho mais relevante para a admi- nistração científica foi o estudo da fadiga humana associado ao estudo do tempo e de movimentos, visando aumentar a eficiência do operário. Eficiência pode ser definida pela equação: E = P/R (em que P= produtos e R= recursos). • Carl Barth: foi o mais ortodoxo dos participantes do movimento da administração científica. Professor de Matemática, ele auxiliou Taylor nos complexos experimentos de corte de metais (estudos do tempo e do movimento). • Harrington Emerson: concentrou seu trabalho nos princípios ge- rais de eficiência, como a relação entre o que é efetivamente atin- gido e o que poderia ser atingido. Os Doze Princípios da Eficiência sistematizaram sua busca. • Henry Ford: aproveitou as ideias da administração científica para construir um império industrial que alterou o modo de vida das pessoas em todo o mundo. Henry Ford representa a contribuição da indústria para a formação da Teoria Clássica da Administração. Na sua visão, a empresa se divide em planejamento e execução, e o trabalho é que dirige a empresa. O que isso significa? De acordo com Silva (2008), enquanto no sistema proposto por Taylor o operário executava a tarefa em um tempo padrão, o sistema de Ford estabelecia que o operário adaptasse seus movimentos à veloci- dade da esteira rolante da linha de produção. O modelo administrativo de Ford, caracterizado pelo trabalho contínuo, dividido e repetitivo, se baseava em três princípios: 24 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 2 – Modelo administrativo de Ford Intensificação: pouca imobilização do capital Economicidade: redução do volume de matéria- -prima em produção Produtividade: máximo de produção dentro de determinado período A maior liberdade concedida ao empregado para adaptar seus movi- mentos está diretamente ligada ao princípio da economicidade: volume mínimo de estoque da matéria-prima em transformação. A teoria apre- sentada por Taylor impõe maior rigidez aos empregados, considerando um intervalo de variações em relação ao tempo-padrão de execução. A maior liberdade concedida por Ford visava reduzir o “efeito chicote” em suas linhas de produção, ou seja, o acúmulo de matéria-prima em transformação em determinada etapa da linha de montagem. Quanto menor o efeito chicote na produção, menor o volume de matéria-prima em produção. O processo de fabricação dos Ford Modelos T, sempre na cor pre- ta, continha os seguintes ingredientes de sucesso: produção em série, produção em massa, cadeia contínua, pagamento de altos salários e preços mínimos aos bens produzidos. Em 1913, um modelo T era pro- duzido nas linhas de montagem da Ford a cada impressionantes 84 mi- nutos. Essa rapidez permitiu a Henry Ford vender os automóveis em um 25A administração científica e a busca por produtividade M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. espaço de tempo inferior ao pagamento dos salários e das matérias-pri- mas empregadas no produto. Além disso, a gestão eficiente do capital de giro permitiu a Henry Ford se cercar de técnicos de alta competência por meio do paga- mento de altos salários, incluindo a aplicação de benefícios assis- tenciais e salariais, algo inédito na época. Segundo Silva (2008), Henry Ford pode ser considerado um precursor da Escola de Relações Humanas2. PARA PENSAR De acordo com Chiavenato (2010), Ford concluiu que o mundo estava preparado para um automóvel de baixo custo. Com preço de venda em torno de US$ 580,00, ele entregou o que o mercado desejava e encheu o mundo de carros na cor preta, única opção disponível. Após dez anos de intenso sucesso, Henry Ford se viu superado pela jovem General Mo- tors e sua maior variedade de cores e modelos implantados por Alfred Sloan Jr. 3 Implicações da perspectiva das tarefas Chiavenato (2010) nos apresenta algumas das críticas comumente feitas à abordagem de Taylor e à administração científica. • Mecanicismo: houve pouca atenção ao elemento humano, refle- xo do uso de conceitos e práticas de engenharia em uma ciência humana. 2 A Teoria (ou Escola) das Relações Humanas é um conjuntode teorias administrativas que tiveram grande relevância após a Grande Depressão Econômica de 1929. Essa teoria via o trabalhador como um ser mais complexo que o homo economicus. 26 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Superespecialização do operário: a intensa divisão e padro- nização do trabalho geraram alienação e insatisfação dos empregados. • Visão microscópica do ser humano: desqualificação do trabalho humano pela alta especialização e fragmentação, além da pre- missa básica da preguiça do empregado. • Abordagem incompleta da organização: preocupação excessiva com o “chão de fábrica”. • Ausência de comprovação científica: as ideias e práticas empi- ristas não passaram por observação e metodologias científicas. Além dos pontos citados, Silva (2008) faz uma análise mais profun- da das críticas ao trabalho de Taylor e à administração científica. A comissão de relações industriais dos Estados Unidos, motivada pela alta administração e pelos sindicatos da época, conduziu uma in- vestigação sobre os impactos da administração científica aos emprega- dos do “chão de fábrica”. As críticas ao taylorismo podem ser resumi- das em dois grupos: • Mecanização: desestimula a iniciativa pessoal do operário, tor- nando-o “parte da máquina” e desconsiderando seus aspectos psicossociais. • Esgotamento físico: resultado frequente da ânsia do operário em realizar mais do que o previsto para aumentar seu pagamento – efeito renda. Apesar dessas críticas, a investigação promovida pela comissão de relações industriais dos Estados Unidos reconheceu que o taylorismo oferecia à alta administração meios de promover maior eficiência na produção por custos menores, sem exigir esforço adicional dos empre- gados com carga extra de trabalho ou piora nas condições de trabalho oferecidas, por exemplo (SILVA, 2008). 27A administração científica e a busca por produtividade M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Ainda em Silva (2008), podemos ter acesso à avaliação de Edwin A. Locke sobre o trabalho de Taylor e as respectivas críticas. Segundo Locke, Taylor defendia que qualquer proposição deveria ser baseada em fato comprovado e não em adivinhação, costumes e opinião pessoal, a chamada “regra do dedão” (rule of thumb). Locke (1982) apresenta o seguinte resumo para as proposições de Taylor e da administração científica, bem como a validade de cada pro- posição no contexto atual. • Estudo do tempo e movimento: a eliminação da ineficiência e do esforço inútil por meio do “estudo do tempo” é amplamente apli- cada em ambientes industriais. • Ferramentas e procedimentos padronizados: a padronização de projetos e de ferramentas é muito utilizada em ambientes indus- triais atuais (obtenção de economias de escalada, escopo e lote). • A tarefa: definição de quantidades específicas de trabalho; as chamadas “metas” são componentes imprescindíveis à aborda- gem contemporânea da motivação. • O bônus: remuneração como incentivo ao empregado, de forma não isolada; é amplamente utilizado para premiar esforço e de- sempenho do empregado. • Trabalho individualizado: vai de encontro à tendência atual de tarefas em grupo desempenhadas por equipes multifuncionais, características da era da informação. • Responsabilidade gerencial pelo treinamento: a teoria adminis- trativa atual atribui à alta administração a responsabilidade do treinamento dos empregados. • Seleção científica: técnicas rigorosas de seleção que asseguram consonância entre a habilidade do empregado e tarefa a se exe- cutar são atualmente utilizadas. 28 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Após mais de um século desde sua morte, muitas das proposições de Frederick Winslow Taylor continuam válidas. Silva (2008) afirma que as conquistas de Taylor não foram descobertas de maneira casual ou por lampejos de genialidade. Sua personalidade e educação moldaram um árduo pesquisador que passou 26 anos fazendo experiências no processo de corte de metal para aperfeiçoar suas teorias. Embora as críticas em relação à teoria de Taylor sejam amplamen- te aceitas, o alto impacto de seu trabalho é também universal. Para Drucker (1976, apud SILVA, 2008), o trabalho de Taylor tem tanta re- levância como as obras de Karl Marx e de Sigmund Freud no mundo moderno. Considerações finais Neste capítulo, analisamos a importância e a relevância do trabalho de Taylor e da administração científica. Taylor desenvolveu uma série de estudos e métodos científicos para auxiliar a alta administração na obtenção de maior produtividade de seus empregados e de suas linhas de produção. A importância do trabalho de Taylor resultou no crescimento desor- ganizado das corporações durante a era industrial. As práticas admi- nistrativas e o gerenciamento da produção eram essencialmente ba- seados nos usos e costumes de funcionários e demais empirismos (regra do dedão). Voltando aos assuntos estudados no primeiro capí- tulo, o conhecimento administrativo estava essencialmente calcado no conhecimento prático, estando o conhecimento científico em segundo plano. A administração científica proposta por Taylor alterou o paradig- ma da época. Embora tenham sido alvos de crítica, os estudos tayloristas geraram ganhos de produtividade e aumento da riqueza para empregados e em- pregadores. O império industrial construído por Henry Ford teve muitos de seus princípios originados na administração científica. Ford foi quem 29A administração científica e a busca por produtividade M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. mais soube implementar os preceitos da administração científica, alte- rando o modo de vida de milhares de pessoas por todo o mundo. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à teoria das organizações. São Paulo: Manole, 2010. DECENZO, David; ROBBINS, Stephen P. Fundamentos de administração: con- ceitos essenciais e aplicações. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2004. DRUCKER, Peter F. The coming rediscovery of scientific management. Conference Board Record, v. 13, n. 6, p. 23-27, 1976. HALL, Richard H. Sobre a natureza e os tipos de organizações. In: HALL, Richard H. 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