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Economia Internacional II Gabriel Tincani Ramos 3° ano B Faculdades de Campinas 22 de Abril de 2021 A doutrina Truman no pós segunda guerra mundial, mais especificamente em 1946 e 1947, foi um importante passo dado pelos Estados Unidos para o acirramento e a intensificação da guerra fria, com seu discurso, o presidente Truman enfatizou o perigo da ameaça comunista pelo mundo, invocando o perigo do comunismo e seu totalitarismo, em comparação com a suposta liberdade da sociedade estadunidense, liberdade essa que a partir de daquele momento seria evocada para ser defendida em qualquer lugar do mundo que fosse necessário. Neste contexto da doutrina os norte-americanos se viam com um problema, na expectativa da redução de seu superávit na balança comercial devido a uma redução da demanda europeia visto a crise que o continente atravessava após os danos da segunda grande guerra. Havia a expectativa de se financiar os países do oeste europeu para que fosse assegurado os ganhos com as exportações estadunidenses. Todavia este não era o único foco dos americanos, colocando na ameaça comunista da União Soviética sua maior preocupação e sentido de sua política externa. Com isso surge o Plano Marshall em 1947 com o objetivo duplo de conter a esquerda e elevar a produtividade europeia, mantendo a demanda por importados ao mesmo tempo que se aumentava a competitividade industrial e se assegurava o consumo e o padrão de vida dos europeus. Deste modo o Plano Marshall possuía 3 pilares, o aumento da produtividade, estabilidade de preços em um grave cenário inflacionário e a instalação do multilateralismo de mercado dos países europeus, para os afastar do fechamento e de relações bilaterais com a URSS. A desculpa e o objetivo de se financiar o consumo e o crescimento europeu se mostrou como a principal arma para conter as esquerdas nacionais em diversos países europeus como a França e a Itália, evitando a crise e através do plano orientando forças trabalhistas não alinhadas diretamente com o comunismo, mas defensoras dos direitos dos trabalhadores, a se fazerem como anticomunistas em um movimento claro da administração do plano com a CIA para dividir o movimento operário ao redor do continente e alavancar os interesses dos americanos e de certos grupos de elites locais que se beneficiaram deste arranjo. Enquanto que o acordo de Bretton Woods visava a reconstrução europeia e de outros países da centralidade capitalista através de um crescimento expressivo e de uma redução contínua do desemprego, buscando o pleno emprego por uma grande pressão da demanda. O Padrão-Ouro tinha outros objetivos, buscando seguir uma cartilha e os preceitos do laissez faire no mercado se acreditava que os mecanismos automáticos de ajuste levariam a economia ao equilíbrio, uma verdadeira crença numa racionalidade específica do século XIX. Além disso o Bretton Woods e a aposta estadunidense no desenvolvimento de seus aliados condizia com uma estratégia clara de elevar o nível de emprego a fim de evitar a influência soviética em suas regiões de influência, enquanto que o padrão ouro se mostrava como a competição de fato entre nações capitalistas buscando acumular capital a qualquer custo. E termos práticos de suas diferenças é notável que havia no acordo do pós-guerra mecanismos que tinham o objetivo de assegurar a estabilidade do sistema econômico e monetário internacional, como a substituição de um ajuste cambial fixo, por um ajuste cambial fixo ajustável, assim como a criação de uma nova instituição internacional que deveria zelar pela estabilidade monetária do sistema, o Fundo Monetário Internacional. O FMI, esta instituição instaurada no pós guerra, tinha a capacidade de oferecer financiamentos para equilibrar o balanço de pagamentos e juntamente com a taxa de câmbio ajustável essa estabilização do balanço de pagamentos se tornava mais efetiva e com menos danos práticos aos indivíduos, como no padrão-ouro, que se utilizava uma política deflacionária causando um aumento no desemprego do país. Outro ponto importante que compõe o terceiro fator que diferencia os dois regimes monetários é a regulação e os entraves para a circulação livre de capitais em Bretton Woods, podendo haver restrições às taxas de juros, e as contas capitais, oferecendo maior proteção aos países contra capitais de alta volatilidade, um problema tremendo no padrão-ouro.