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Julia Paris Malaco – UCT15 SP1 – Gastroenterologia Sinais do abdome Sinal propedêutico rins Manobra de israel: O paciente em decúbito lateral, com a mão contralateral a que o médico for palpar. Realiza-se um rechaço da região lombar. Manobra de guyon: É bimanual com uma das mãos na região lombar. Sinal de Giordano: Paciente sentado, apresenta dor à punho-percussão em loja renal (região lombar). Para pacientes que possuem PIELONEFRITE. Sinal propedêutico vesícula Sinal de Murphy: Parada abrupta da inspiração durante a compressão do ponto cístico. Vesícula de courvosier-terrier: Tríade (Vesícula palpável; indolor; icterícia). É um diagnóstico diferencial para Colecistite. Na prática clínica, a vesícula de Couvosier-Terrier, corresponde ao: CA periampular e o CA de cabeça de pâncreas. Sinal que indica presença de sangue na cavidade abdominal Sinal de kehr: Paciente relata dor escapular esquerda. A presença de sangue na cavidade abdominal gera irritação no abdômen e transmitir dor referida na escápula. Patologias secundárias ao Sinal de Kehr: Rotura Esplênica. Sinal de laffont: Dor referida no ombro direito. É indicativo de hemorragia retroperitoneal, pois o sangue na cavidade peritoneal irrita o nervo frênico. Sinal de gersury: Crepitações que ocorrem ao descomprimir o abdome no local de um fecaloma (enterólito). Sinal que indica hemorragia retroperitoneal Sinal de fox: Equimose em região inguinal e base do pênis. Sinal de grey-turner: Equimose em região de flancos. Sinal de cullen: é caracterizado equimoses azuis-pretas na região periumbilical devido à hemorragia retroperitoneal. Sinal de perfuração/pneumoperitônio Sinal de jobert: Perda da macicez hepática na percussão. Pode ser indicativo de pneumoperitônio. No Hipocôndrio Direito. Julia Paris Malaco – UCT15 Anatomia e fisiologia do estômago Corpo e fundo gástrico O epitélio do fundo e do corpo gástrico possui: Células parietais: tem função de produzir ácido clorídrico e fator intrínseco (importante para absorção de vitamina D) Nessa célula parietal, existe um receptor chamado de H2, que é receptor para histamina, gastrina e acetilcolina Células principais: produzem pepsinogênio, que ao entrar em contato com o lumen do estomago ele se transforma em pepsina e começa a fazer a quebra da proteína na dieta Células enterocromafins LIKE: produzem histamina, essa histamina cai na corrente circulatória e se ligando ao receptor H2 da célula parietal vai estimular também a produção de ácido clorídrico Antro gástrico No antro gástrico existem células: Célula G: produz gastrina, que é o mais potente estimulador de secreção acida. A gastrina pode estimuar a secreção acida de duas maneiras: o Gastrina é liberada e cai na corrente circulatória vai até a célula parietal se ligando ao receptor de gastrina existente nela (receptor H2) e estimula a produção de ácido clorídrico por uma ação direta o A gastrina quando liberada, além de atuar diretamente no receptor ela também age sobre a célula enterocromafin LIKE, estimulando-a a produzir histamina, consequentemente a histamina é quem estimula a célula parietal, sendo uma forma indireta (esse parece ser o mecanismo principal) Célula D: produz somatostatina, que é um hormônio inibitório que inibe a função digestiva, inibe as células que produzem o ácido clorídrico Células parietais Possui 3 receptores – para gastrina, histamina e acetilcolina Existem duas maneiras do estomago produzir o ácido clorídrico Produção basal: feita pela acetilcolina que é liberada pelo nervo vago. Acetilcolina se liga ao seu receptor na célula parietal e o ácido é produzido Produção estimulada pela alimentação: o hormônio responsável é a gastrina. Quando se faz a refeição, o estômago distende e aumenta seu pH e isso estimula a célula G, ao estimular a célula G a gastrina cai na corrente sanguínea e pode seguir dois caminhos o Pode se ligar diretamente ao seu receptor na célula parietal (H2) e estimular a produção de acido o Pode estimular a célula enterocromafin LIKE a liberar histamina, fazendo com que a histamina haja diretamente no seu receptor H2 na célula parietal produzindo o ácido clorídrico O estomago quando está muito cheio de ácido, precisa também que alguém faça uma inibição disso. Então a célula D é estimulada liberando somatostatina para inibir a célula G. Medicamentos Antagonistas de Histamina → interferem (inibe pouca secreção ácido clorídrico → pH sobe ficando alcalino → cél G aumenta a secreção de gastrina agindo na célula parietal produzindo pouco ácido cloridrico mas não fará muito efeito pois a maior produção ácido clorídrico é pela histamina menos eficaz. Inibidores de bomba de prótons → muito eficaz já que independente da estimulação da produção do ácido pelas substâncias não ocorre a formação por inibir a bomba na célula parietal. Julia Paris Malaco – UCT15 Alguns fatores fazem proteção da mucosa gástrica. Secreção de muco: Quando o ácido clorídrico (HCl) é liberado, ele vai ser quebrado em H+ e Cl. O H+ sofre um influxo para a parede da mucosa, se ele tiver em grande quantidade teria potencialidade de causar lesão na parede da mucosa, mas essa lesão não acontece porque o muco que está presente ali não permite e protege a parede do estomago. Secreção de bicarbonato: neutraliza o ácido que é jogado na parede da mucosa. Barreira epitelial: células que impedem a passagem de H+. Se ocorre uma destruição dessa barreira, ela rapidamente consegue de refazer. Fluxo sanguíneo da mucosa: nutre o epitélio para que possa ocorrer secreção de bicarbonato e muco para que não ocorra lesão na parede do estômago. Proteção pelas prostaglandinas: Quem ajuda no fluxo sanguíneo faz mucosa são as prostaglandinas, que fazem vasodilatação para melhorar o fluxo sanguíneo o A prostaglandina normal vem da COX1, já a prostaglandina inflamatória vem da COX2. Os AINES inibem não são seletivos, inibem a COX de maneira geral, consequentemente inibindo a prostaglandina, o que prejudica a vascularização e fluxo sanguíneo, afetando o epitélio e a produção de muco e bicarbonato, e isso acaba causando uma alteração nas barreiras da mucosa gástrica. Então por isso começam a se formar fatores de risco para doenças que ocorrem no estomago. Componentes musculares e neurais: ultima camada que impede a perfuração da parede. Ulcera péptica As úlceras pépticas são causadas por aumento dos fatores agressivos e/ou redução dos fatores defensivos. Isso leva a um dano mucoso com subsequente ulceração. Fatores protetores (ou defensores) incluem Secreção mucosa de bicarbonato, Produção de muco Fluxo sanguíneo Fatores de crescimento Renovação celular Prostaglandinas endógenas. Os agentes lesivos (ou agressivos) incluem Secreção de ácido clorídrico, Pepsinas Ingestão de etanol Tabagismo Refluxo duodenal de bile Isquemia AINEs Hipóxia H. pylori. A úlcera péptica é definida como perda da integridade da mucosa do estômago e/ou do duodeno, que resulta em uma falha ou escavação local em razão de inflamação ativa. A doença ulcerosa péptica (DUP) inclui úlceras gástricas (UGs) e duodenais (UDs). Infecção por H.pylori Prejudica a barreira da mucosa, alterando seus mecanismosde proteção. Julia Paris Malaco – UCT15 Possui forma de “S”, que facilita sua aderência a mucosa. Transmissão fecal-oral. Prefere o antro gástrico para se alojar, porque é onde tem maior produção de muco, para que ele possa de proteger do H+ H. pylori produz uréase e ele tem a capacidade de converter a ureia do alimento em amônia (fazendo maior proteção para ele mesmo) e dióxido de carbono. Essa amônia é toxica para o epitélio da mucosa. Ele se fixa na barreira da mucosa, para que o bolo alimentar não o “leve” junto, ao de aderir tão fixamente nessa mucosa, acaba causando uma lesão epitelial. Também diminui a produção de muco pelas células, alterando o citoesqueleto das mesmas e rompendo as junções intracelulares. Além disso o H. pylori por ser uma bactéria e algo estranho dentro do corpo, vai atrair neutrófilos que acabam ajudando na destruição da mucosa além da própria bactéria produzir enzimas que degradam o muco. Também atrai linfócitos na parede da mucosa. o Recrutam para a lâmina própria linfócitos B formam verdadeiros agregados de LT e num desses agregados podem surgir o linfoma de baixa agressividade que chamamos de LINFOMA MALT. o Linfoma gástrico de tecido linfóide associado à mucosa (MALT) Ele também inibe a célula D (célula que produz somatostatina – que é quem inibe a produção de HCl) então acaba alterando também a barreira por conta disso ajudando na formação de úlceras. Com esse excesso de processos inflamatórios, a mucosa começa a ficar atrofiada, então ela tenta de modificar para um epitélio mais resistente para secreção acida, causando metaplasias intestinais. Os mecanismos responsáveis pela lesão gastrointestinal induzida pelo H. pylori não estão ainda completamente elucidados, mas os seguintes quatro mecanismos potenciais foram propostos e provavelmente interagem para causar um desarranjo da fisiologia gástrica e duodenal que leva à formação subsequente da úlcera: Produção de substâncias tóxicas que causam lesão tecidual local: Alguns dos mediadores tóxicos produzidos localmente incluem produtos da degradação resultantes da atividade da urease (ou seja, amônia); citotoxinas; uma mucinase que degrada o muco e as glicoproteínas; fosfolipases que danificam as células epiteliais e as células mucosas; e o fator de ativação plaquetária, que, como se sabe, provoca dano à mucosa e trombose na microcirculação. Indução local de uma resposta imune da mucosa: H. pylori também pode causar uma reação inflamatória local na mucosa gástrica, atraindo neutrófilos e monócitos, que, então, produzem inúmeras citocinas pró-inflamatórias e metabólitos reativos do oxigênio. Aumento nos níveis de gastrina, com consequente aumento da secreção ácida: Em pacientes com infecção por H. pylori, os níveis basais e estimulados de gastrina são significativamente aumentados, provavelmente pela redução das células D antrais causada pela infecção por H. pylori. AINES Quem ajuda no fluxo sanguíneo faz mucosa são as prostaglandinas, que fazem vasodilatação para melhorar o fluxo sanguíneo A prostaglandina normal vem da COX1, já a prostaglandina inflamatória vem da COX2. Os AINES inibem não são seletivos, inibem a COX de maneira geral, consequentemente inibindo a prostaglandina, o que prejudica a vascularização e fluxo sanguíneo, afetando o epitélio e a produção de muco e bicarbonato, e isso acaba causando uma alteração nas barreiras da mucosa gástrica. Então por isso começam a se formar fatores de risco para doenças que ocorrem no estomago. O risco de sangramento e ulceração é proporcional à dosagem diária de AINEs. O risco também cresce com a idade acima de 60 anos, em pacientes com problemas GI anteriores, e com o uso concomitante de esteroides ou anticoagulantes. Consequentemente, a ingestão de AINE é um fator importante na patogênese da úlcera, especialmente em relação ao desenvolvimento de complicações e óbito. Ulcera duodenal A úlcera duodenal é uma doença com inúmeras causas. Os únicos requisitos são a secreção de ácido e pepsina em combinação com infecção por H. pylori ou a ingestão de AINEs. O padrão típico de dor da UD ocorre entre 90 minutos e 3 horas depois de uma refeição e frequentemente é aliviado pela ingestão de antiácidos ou alimentos. A dor que desperta o paciente do sono (entre meia-noite e 3 horas da madrugada) constitui o sintoma mais Julia Paris Malaco – UCT15 discriminativo, e dois terços dos pacientes com UD apresentam essa queixa. Na úlcera duodenal Parede posterior: artéria gastroduodenal (mais rara e sangra mais) Parede anterior: mais comum e sangra menos. Ulceras gástricas Tipo Localização Nível de acido I Pequena curvatura na incisura Baixo a normal II Corpo gástrico com ulcera duodenal Aumentado III Pré pilórica Aumentado IV Alta na pequena curvatura Normal V Em qualquer lugar Normal, induzido por AINE Manifesta-se com dor epigástrica em queimação que piora com ou sem relação com o alimento; anorexia, aversão aos alimentos, perda de peso (em 40% dos casos). Há grande variação individual. Sintomas semelhantes podem ocorrer em pessoas sem úlcera péptica (dispepsia não ulcerosa); é menos responsiva à terapia padrão. Podem ainda surgir outras queixas como por exemplo distensão abdominal, enfartamento precoce, náuseas ou vómitos, por vezes com sangue, fezes pretas (ver hemorragia digestiva) e perda de peso. Úlcera Aguda: fica restrita às camadas mucosa e submucosa; Úlcera Crônica: invade a musculatura da parede. Exame físico: Hipersensibilidade à palpação epigástrica é o achado mais frequente nos pacientes com UG ou UD. Taquicardia e ortostase sugerem -- desidratação secundária aos vômitos ou perda sanguínea GI ativa. Um abdome acentuadamente sensível, semelhante a uma tábua, sugere --- perfuração. A presença de ruído à sucussão indica líquido retido no estômago, sugerindo --- obstrução pilórica. Diagnóstico A história e o exame físico são de valor limitado para distinguir entre a ulceração gástrica e a duodenal. Os exames laboratoriais de rotina incluem hemograma completo, bioquímica hepática e creatinina sérica, amilase sérica e níveis de cálcio. Um nível de gastrina sérica também deve ser obtido em pacientes com úlceras que sejam refratárias à terapia clínica ou necessitem de operação. Endoscopia alta flexível: Teste do Helicobacter pylori: Testes invasivos: teste de uréase, cultura Testes não invasivos: sorologia, teste respiratório da ureia, antígeno das fezes Tratamento Antiácidos: Os antiácidos são a forma mais tradicional de terapia para a doença ulcerosa péptica. Reduzem a acidez gástrica reagindo com o ácido clorídrico, formando um sal e elevando o pH do suco gástrico. Sucralfato: Demonstrou-se que ele é bastante eficaz no tratamento da doença ulcerosa, apesar de seu mecanismo exato de ação não ser completamente compreendido. Ele é um sal de alumínio de sacarose sulfatada que se dissocia sob as condições ácidas do estômago. Especula- se que a sacarose polimeriza e liga-se a proteínas na cratera ulcerosa para produzir um tipo de revestimento protetor que pode durar até 6 horas. Também foi sugerido que ele pode se ligar e concentrar o fator básico do crescimento do fibroblasto, o que parece ser importante na cicatrização da mucosa. O tratamento com sucralfato por 4 a 6 semanas resulta em cicatrização da úlcera duodenal, que é superior https://www.sped.pt/index.php/index.php?option=com_content&view=article&id=114 Julia Paris Malaco – UCT15 ao placebo e comparável com o tratamento com antagonistas dos receptoresH2, como a cimetidina. No entanto, a eficácia e o papel do sucralfato na cicatrização das úlceras gástricas causadas por infecção por H. pylori não foram totalmente estabelecidos e o sucralfato não está incluído nas diretrizes do tratamento inicial para DUP. Antagonistas do receptor H2: Os antagonistas do receptor H2 são estruturalmente similares à histamina. A infusão intravenosa contínua dos antagonistas do receptor H2 demonstrou produzir inibição mais uniforme dos ácidos do que a administração intermitente. Muitos estudos randomizados e controlados indicam que todos os antagonistas do receptor H2 resultam em taxas de cicatrização das úlceras duodenais de 70% a 80% após 4 semanas de terapia e de 80% a 90% após 8 semanas. Inibidores da bomba de prótons: Os mais potentes agentes antissecretores são IBP. Esses agentes anulam a secreção ácida de todos os tipos de secretagogos. Como resultado, eles propiciam uma inibição mais completa e prolongada da secreção de ácido do que os antagonistas de receptor H2. Os antagonistas de receptores H2 e IBP são eficazes durante a noite, mas os IBP são mais eficazes durante o dia. O IBP tem uma taxa de cura de 85% em 4 semanas e 96% em 8 semanas e produz cicatrização mais rápida das úlceras em comparação com os antagonistas de receptores H2 padrão (vantagem de 14% em 2 semanas e a vantagem de 9% em 4 semanas). Por essa razão, os IBP substituíram, de modo geral, os antagonistas dos receptores H2 como terapia primária para a DUP na presença e na ausência de infecção por H. pylori. Os IBP necessitam de um ambiente ácido no interior do lúmen gástrico para que se tornem ativados; assim, os antiácidos ou antagonistas do receptor H2 em combinação com IBP poderiam ter efeitos deletérios pela promoção de um ambiente alcalino impedindo a ativação dos IBP. Consequentemente, os antiácidos e os antagonistas do receptor H2 não devem ser usados em associação com IBP. Erradicação do H. pylori: O regime mais indicado como primeira linha no tratamento do H. pylori é a terapia tripla com inibidor da bomba de prótons OMEPRAZOL (20 mg, 2x/d), AMOXICILINA (1 g, 2x/d) e CLARITROMICINA (500 mg, 2x/d, por 14 dias) – IV Consenso Brasileiro sobre a infecção por Helicobacter pylori. Nos pacientes que não respondem ao tratamento, pode-se usar um novo esquema substituindo a claritromicina por LEVOFLOXACINO (500 mg 1x/d), estendendo-se o tratamento por 14 dias. Classificações Sakita: divide as ulceras em estágios evolutivos Forest Julia Paris Malaco – UCT15 Complicações Hemorragia A hemorragia pode ser em pequena quantidade e apenas ser observável em análises de sangue ou ser maciça e necessitar de internamento e transfusões de sangue; O sangramento é mais comum em úlceras duodenais, pode ser exteriorizado na forma de hematêmese ou digerido, ser percebido na forma de melena ou como uma anemia ferropriva por perda sanguínea crônica oculta, A incidência mais alta em idosos provavelmente se deve ao uso mais frequente de AINEs nesse grupo. Perfuração As úlceras pépticas podem causar um buraco na parede do estômago ou do duodeno que origina um processo de inflamação e infecção da cavidade abdominal denominada peritonite que pode necessitar de uma cirurgia no seu tratamento; Perfuração é mais comum em úlceras da pequena curvatura gástrica e da parede anterior do bulbo duodenal, costuma ter uma clínica mais grave, com dor abdominal intensa, de início súbito, geralmente com peritonite difusa ao exame. Obstrução pilórica A inflamação aguda do duodeno pode levar à obstrução mecânica à saída do conteúdo gástrico, manifestada por retardo no esvaziamento gástrico, anorexia, náuseas e vômitos. Em casos de vômitos prolongados, os pacientes podem ficar desidratados e desenvolver uma alcalose metabólica hipoclorêmica hipocalêmica, secundária à perda do suco gástrico rico em hidrogênio e cloreto. A inflamação crônica do duodeno pode gerar episódios recorrentes de cicatrização, seguidos de cura e recorrência da úlcera, levando à fibrose e estenose do lúmem duodenal. Diferenças Quadro clinico Complicações Julia Paris Malaco – UCT15 Indicações de endoscopia A indicação de EDA é sugerida apenas em casos refratários ou recorrentes, além disso é sempre indicada em pacientes acima de 45 anos ou naqueles com sinais de alarme: Perda ponderal Anemia Sangramento Vômitos recorrentes Disfagia Massa abdominal Histórico familiar de câncer gástrico Gastrectomia parcial prévia A endoscopia digestiva alta é utilizada para diagnosticar e, por vezes, tratar algumas doenças que afetam o tubo digestivo superior, nomeadamente o esófago, o estômago ou o duodeno. Está recomendada nas seguintes situações: Investigação de sintomas: azia, náuseas, vômitos, dor ou desconforto abdominal, má digestão, dificuldade em deglutir, hemorragia digestiva Diagnóstico: causas de anemia e diarreia, colheita de biópsias, detecção de tumores, esclarecimento de alterações identificadas em outros exames Tratamento: dilatação esofágica, remoção de corpos estranhos, excisão de pólipos, fulguração de vasos anómalos, injeção endoscópica de fármacos ou aplicação de clipes para controlo de hemorragias digestivas Combinação com ecografia – Eco- Endoscopia digestiva alta: uma sonda ecográfica é acoplada ao endoscópio permitindo visualizar a parede do esófago, estômago e duodeno, bem como órgãos adjacentes (por exemplo, o pâncreas); permite ainda a colheita de biópsias ecoguiadas. Classificações Borrmann – tumores Forrest - sangramento Abdome agudo O abdome agudo é uma condição clínica em que o paciente apresenta afecção abdominal caracterizada por dor aguda e súbita, que o leva a procurar imediatamente um serviço de emergência, requerendo tratamento clínico ou cirúrgico de urgência ou emergência Causas não traumáticas Quanto à sua etiopatogenia, o abdome agudo é classificado em cinco grupos: Inflamatório: apendicite aguda, colecistite, diverticulite, pancreatite e outras Perfurativo: úlcera perfurada, diverticulite perfurada e outras perfurações intestinais. Vascular: obstrução arterial e venosa de artérias mesentérica superior ou inferior. Hemorrágico: gravidez ectópica rota, traumas hepático, esplênico e intestinal. Obstrutivo: obstrução intestinal secundária a tumores benignos e malignos, volvos, bridas e aderências intestinais. Julia Paris Malaco – UCT15 Quadro clinico Todo sintoma referido pelo paciente na anamnese deve ser valorizado. Devendo o médico caracterizar dor, antecedentes de náuseas e vômitos, presença de evacuação ou não e parada de eliminação de gases e fezes. Informações importantes devem ser obtidas do paciente ou dos acompanhantes, como: História de doença abdominal prévia (tratamento de úlceras, de doenças intestinais, de calculose vesicular, de cálculos renais e quadros de hemorragia pregressa) Operações abdominais anteriores (doenças benignas ou malignas) Doenças sistêmicas associadas (diabete melito, hipertensão, hipo ou hipertireoidismo,cardiopatias, hepatopatias, pneumopatias e doenças neurológicas) uso de medicamentos (não se esquecer de verificar o uso de anticoagulantes, de ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não esteroidais) Antecedentes ginecológicos e obstétricos (ciclo menstrual, tempo de puerpério, número de gestações e abortos anteriores) Inflamatório: febre, intervalo entre o início dos sintomas e o atendimento médico, dor súbita ou insidiosa, sinais de infecção ou sepse, quadro abdominal de peritonite evidente, hemograma e radiografias simples do abdome. Perfurativo: dor súbita de forte intensidade localizada, que se torna difusa com o passar das horas, intervalo entre o início da dor e o atendimento médico, sinais de infecção e sudorese, hipotensão arterial e taquicardia, sinais evidentes de peritonite à palpação e descompressão, radiografias de tórax e abdome mostrando pneumoperitônio. Vascular: intervalo entre o início da dor e o atendimento médico, arritmias cardíacas e doenças arteriais prévias, distensão abdominal, tendência à hipotensão arterial e ao choque, ruídos hidroaéreos ausentes à ausculta. Obstrutivo: náuseas e vômitos, parada de eliminação de gases e fezes, dores abdominais em cólicas e episódicas, peristaltismo abdominal visível, distensão abdominal, sinais de peritonite (acompanhados de isquemia intestinal), ruídos hidroaéreos aumentados à ausculta, radiografias simples de abdome mostrando distensão de alças intestinais e níveis hidroaéreos característicos. Hemorrágico: traumas anteriores, dor súbita localizada tornando-se generalizada, hipotensão, taquicardia, mucosas descoradas, choque hemorrágico, alteração significativa das Julia Paris Malaco – UCT15 dosagens de hematócrito e hemoglobina, sinais de peritonite. Quadro clínico abdome agudo perfurativo O paciente relata dor súbita e intensa, de início bem determinado. A difusão precoce da dor traduz a disseminação de gás e líquido gastrintestinal, que são intensamente “irritantes” ao peritônio. A queixa de dor no ombro e no pescoço é do tipo irradiada, causada pela irritação do nervo frênico. Os antecedentes listados podem ser pesquisados com o intuito de diagnóstico etiológico. Dependendo do tipo de perfuração, pode haver defesa localizada ou generalizada. Quando a perfuração é bloqueada ou tamponada, pode existir dor localizada, sendo flácido o restante do abdome. Evoluções arrastadas cursam com sinais evidentes de septicemia. Exame físico o Ao exame físico, a principal característica de abdome agudo perfurativo é o chamado abdome “em tábua”, com contratura generalizada. o Outro dado propedêutico importante é o Sinal de Jobert, que consiste no som timpânico à percussão devido à perda da macicez hepática do hipocôndrio direito pela interposição gasosa. Exames de imagem o O pneumoperitônio é classicamente observado nos raios X de tórax com o paciente em pé. Nesse caso, o ar ficará contido abaixo das cúpulas diafragmáticas. A rotina de abdome agudo inclui: radiografia de abdome AP em ortostase e decúbito dorsal + radiografia do tórax em ortostase (3 incidências no total). Exames laboratoriais: Hemograma Completo + Urina + B-HCG (mulheres em idade fértil) + Amilase (para descartar pancreatite) Alguns sinais que devem ser investigados durante o exame físico: Sinal de Blumberg: Dor a compressão com piora a descompressão do quadrante inferior direito do abdome, relacionado com apendicite aguda. Sinal de descompressão brusca: Dor a descompressão brusca do abdome, relacionado com peritonite no local da dor. Sinal de Giordano: Dor a punho percussão lombar à direita ou esquerda, indicativo de processo inflamatório renal. Sinal de Jobert: Timpanismo a percussão em toda região hepática, indicativo de pneumoperitônio. Sinal de Muphy: Consiste na dor à palpação do bordo inferior do fígado durante uma inspiração forçada, indicativo de colecistite aguda. Sinal do Psoas: Dor em quadrante inferior do abdome direito a elevação contra resistência da coxa ipsilateral, relacionado com apendicite, pielonefrite e abscesso em quadrante inferior do abdome. Sinal de Rovsing: Compressão do quadrante inferior esquerdo do abdome com dor no quadrante inferior direito, indicativo de apendicite aguda. Sinal de Torres-Homem: percussão dolorosa em região hepática, relacionado com abscesso hepático. Sinal de Cullen: presença de equimoses na cicatriz umbilical e sugere hemorragia intraperitoneal sinal de Gray-Turney: as equimoses são visualizadas na região dos flancos, e sugere hemorragia retroperitonial. Julia Paris Malaco – UCT15 Diagnóstico Hemograma: anemia com perda sanguínea crônica (por exemplo, úlcera péptica, câncer, esofagite) Leucograma: leucocitose com apendicite (75%), pancreatite aguda, adenite mesentérica (primeiro dia apenas), Colecistite (especialmente com Empiema), pielonefrite. Proteína c reativa (PCR): uso no diagnóstico e monitoramento de infecção, inflamação (por exemplo, pancreática). Preferível para ESR Função hepática: distúrbio hepatocelular Amilase e/ou lipase sérica (preferível): valores 3x acima do normal é mais provável que seja pancreatite aguda; também se eleva parcialmente com a maioria das lesões intra- abdominais (por exemplo, gravidez ectópica rota, úlceras pépticas perfuradas, empiema roto de vesícula biliar, aneurisma de aorta roto) Testes de gravidez: urina e soro β-HCG – suspeita de ectopia Exame Físico e Achados Laboratoriais: Pressão compartimental abdominal >30 mm Hg Distensão piora após a descompressão gástrica Guarda involuntária ou sensibilidade de rebote Hemorragia gastrointestinal, exigindo >4 U de sangue sem estabilização Sepse sistêmica inexplicada Sinais de hipoperfusão (p. ex., acidose, dor desproporcional aos achados de exame, aumentando os resultados de testes de função hepática) Achados Radiográficos: Dilatação maciça do intestino Dilatação progressiva da alça estacionária do intestino (alça sentinela) Pneumoperitônio Extravasamento de contraste do lúmen intestinal Oclusão vascular na angiografia Gordura encalhando, parede intestinal espessada com sepse sistêmica Dispepsia Dispepsia funcional Quadro de dor ou desconforto estomacal crônico que não apresenta nenhuma alteração a nível de estômago que justifique os sintomas. Chamadas de: Má digestão ou indigestão crônica. Dispepsia nervosa ou dispepsia não ulcerosa. Muito comum e acomete 20% da população. Pode ser de longa duração. Presença de um ou mais dos seguintes sintomas (com início há pelo menos 6 meses): Incômoda sensação de plenitude pós- prandial. Saciedade precoce. Dor epigástrica. Queimação estomacal. E não pode ter presença de evidência de doença gástrica ou duodenal ou que não consiga explicar os sintomas. Com o diagnóstico pode ser classificado em dois grupos: 1. Síndrome do desconforto pós-prandial: Sintomas da dispepsia funcional predominantemente de plenitude pós- prandial ou saciedade precoce. 2. Síndrome da dor epigástrica: Quando os sintomas predominantemente são de dor estomacal. Quadro clinico Incômoda sensação de plenitude pós- prandial. Saciedade precoce. Dor epigástrica. Queimação estomacal Mecanismo da lesão Problemas motores nos músculos do estômago que provocam lentificação do processo de esvaziamento gástrico. Distúrbios psicológicos (depressão, ansiedade). Julia Paris Malaco – UCT15 O estômago distende sempre com a alimentação. Algunspacientes são mais sensíveis a esse estiramento e sentem dor ou desconforto após as refeições. HP pode provocar dispepsia mesmo não havendo sinais de gastrite e úlcera péptica. Tabagismo - a nicotina faz vasoconstrição diminuindo a barreira da mucosa. Álcool - dissolve o muco. Refrigerantes. Estresse - estimula a liberação de gastrina Dispepsia orgânica São casos em que os sintomas dispépticos estão relacionados a uma doença orgânica. Ex. : caso de úlcera péptica Podem ser acompanhadas de: Perda de peso inexplicada Vômitos recorrentes Disfagia progressiva Sangramento gastrointestinal Anemia Visceromegalia Mecanismos da lesão Digestivos: Úlcera péptica Refluxo gastroesofágico Doença biliar Gastrite e duodenite Pancreatite Neoplasia Disabsorção Doenças infiltrativas Medicamentos: AINEs ATB orais Teofilina Farmacologia Antiácidos Mecanismo de ação: Aumento da secreção de bicarbonato e muco Aumento da produção e liberação de prostaglandinas Manutenção da microcirculação Quando o poder de neutralização ácida é suficiente (pH > 4) tanto a liberação de pepsina quanto a de gastrina é reduzida. Mecanismos de autorregulação associados à gastrina são acionados para aumentar o tônus do esfíncter inferior do esôfago → explica a eficácia dos antiácidos no controle de sintomas em pacientes com refluxo gastroesofágico. Existem dois grupos de antiácidos - sistêmicos e não sistêmicos. Sistêmicos: agem diretamente no trato digestivo e tem ação direta no organismo. Não sistêmicos: agem exclusivamente no estômago. Elementos mais usados - Magnésio, Alumínio, Carbonato e Bicarbonato de Sódio. Ex. : Magnésio de alumínio - agem proporcionando alívio rápido e prolongado. Carbonato de sódio - anula o ácido gástrico gerando sensação de alívio por muito tempo. Bicarbonato de sódio - auxilia na má digestão, mas há muitos efeitos colaterais. Hidróxido de magnésio - reação rápida com o ácido clorídrico, formando cloreto de magnésio e água. Inibidores da bomba de prótons Os inibidores da bomba de prótons (IBP) – Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol, Rabeprazol, Esomeprazol e Tenatoprazol Suprimem a secreção de ácido gástrico por meio de inibição específica da enzima H+/K+-ATPase (a “bomba de prótons”) na superfície secretora da célula parietal gástrica. No lúmen o ácido clorídrico é liberado através da enzima H +/K +-ATPase (bomba de prótons) que fica localizada nos canalículos das células parietais. Para essa enzima ser liberada depende do estímulo de: histamina, gastrina e acetilcolina. Mecanismo de ação: inibição da enzima H +/K +-ATPase → gerando bloqueio da secreção ácida do estômago, impedindo a troca de H+ e K+ → aumentando o pH do suco gástrico. Essa inibição ocorre pela junção do fármaco ao receptor da enzima por meio de uma ligação covalente com os resíduos de cisteína fazendo com que a bomba não se regenere. A produção de ácido só irá acontecer com a síntese de uma nova enzima (24 a 48h após). A secreção de ácido só retorna após a síntese e inserção de novas moléculas da bomba na membrana luminal, proporcionando, assim, uma Julia Paris Malaco – UCT15 supressão prolongada da secreção ácida (de até 24-48 h) Antagonistas de H2 Os principais fármacos usados são cimetidina, ranitidina (algumas vezes combinada a bismuto), nizatidina e famotidina, com poucas diferenças entre eles. Os antagonistas do receptor H2 da histamina inibem, competitivamente, as ações da histamina em todos os receptores H2, mas seu principal uso clínico é como inibidores da secreção de ácido gástrico. Eles podem inibir a secreção de ácido estimulada pela histamina e pela gastrina; a secreção de pepsina também cai com a redução de volume do suco gástrico. Os antagonistas dos receptores H2 inibem a produção de ácido competindo reversivelmente com a histamina pela ligação aos receptores H2 na membrana basolateral das células parietais A célula parietal possui receptores H2 sensíveis à histamina → principal formação de ácido: após alimentação acontece a distensão gástrica estimulando a célula G que libera a gastrina, a gastrina indiretamente age sobre as células enterocromafins like e produzem a histamina que se ligam às células parietais formando o ácido. Mecanismo de ação: antagonistas competitivos do receptor de H2 nessas células (não afetam significativamente os receptores de H1 e H3 em outros órgãos). Diminuem a secreção de ácido (principalmente após ingestão de comida). Exames de imagem Estudos com contraste luminal O exame contrastado seriado do esôfago, estômago e duodeno (SEED, ou simplesmente EED) permite avaliac ̧a ̃o de diversas patologias desde o esôfago cervical até o ângulo de Treitz. Em circunstâncias normais, são utilizados dois modos de registro radiográfico: fluoroscopia e radiografia. O exame fluoroscópico é importante quando se objetiva determinar o mecanismo de deglutição e a motilidade do trato GI (peristaltismo), pois permite a aquisição de imagens e sua evolução em tempo real após a deglutição do contraste. EDA/EGD A Esofagogastroduodenoscopia (EGD), também conhecida como Endoscopia Digestiva Alta (EDA), consiste em introduzir um aparelho tubular pela boca com finalidade de visualizar o esôfago, estômago, duodeno e, se necessário, realizar biópsias da mucosa para caracterizar a natureza anatomopatológica das lesões. Em geral, o procedimento é indicado pelo clínico ou cirurgião que faz a consulta e solicita a sua realização ao endoscopista ou, outras vezes, o próprio solicitante a executa com uma explicação sumária sobre o tipo de investigação a ser realizada. As principais indicações para a endoscopia digestiva alta são diagnósticas (dor abdominal, vômitos, disfagia e odinofagia, hemorragia digestiva alta, má absorção, diarréia crônica, suspeita de esofagite, ingestão de cáusticos, varizes de esôfago, achados anormais em exame radiológico seriado de esôfago, estômago e duodeno) e terapêuticas (hemorragia digestiva alta, hemostasia de varizes e lesões não varicosas, dilatações, remoção de corpos estranhos, polipectomias, colocação de sondas alimentares e gastrostomias, entre outras). Manometria A manometria esofágica permitiu demonstrar a existência de um esfíncter esofágico inferior (EEI), nos estudos realizados no início dos anos 50. O aperfeiçoamento técnico com sistemas de registo computadorizado, utilização de sondas com sistemas de perfusão, sondas com transdutores internos sólidos e recentemente a manometria esofágica de alta resolução (MEAR), permitem a avaliação funcional esofágica indispensável na avaliação clínica e em investigação. A inervação do EEI bem como do restante músculo liso do esófago, está dependente do sistema nervoso autônomo, parassimpático e simpático em conexão com Sistema Nervoso Entérico (SNE) com os seus dois plexos, mioentérico ou de Auerbach e submucoso ou de Meissner. A inervação parassimpática é dependente do nervo vago que contém fibras aferentes e eferentes em conexão com o núcleo motor dorsal do vago. A inervação simpática é dependente da cadeia simpática torácica. As fibras colinérgicas atuam pela libertação de acetilcolina, as adrenérgicas de noradrenalina e as fibras inibidoras não-adrenérgicas não-colinérgicas pela libertação de óxido nítrico (NO), péptido intestinal vasoactivo (VIP) e ATP. O relaxamento faz parte do processo de inibição na deglutição e é mediado pela via inibitória Julia Paris Malaco – UCT15 vagal e pelos neurônios pós-ganglionares mioentéricos que atuam com libertação de NO. A Manometria Esofágica é uma técnica quepermite avaliar o funcionamento do esôfago (motilidade esofágica) através da medição da pressão e coordenação das contrações musculares deste órgão (chamada genericamente de peristalse) em repouso e quando ocorre uma deglutição. É possível também avaliar o comportamento dos esfíncteres esofágicos (bandas de músculo no topo e no fundo do esófago). Desta forma, a manometria esofágica é uma forma indireta de estudar como se processa o movimento dos alimentos desde a boca até ao estômago. Existem alguns padrões de motilidade que são sugestivos de determinadas doenças. As pressões geradas pelo músculo esofágico serão medidas com o músculo em repouso e durante as deglutições de água oferecidas pelo técnico. Várias deglutições serão feitas para permitir a medição do esfíncter esofágico inferior (a barreira ao refluxo), esôfago (o tubo de deglutição) e o esfíncter esofágico superior (na garganta). A situação mais comum de indicação é para avaliar a causa de refluxo de ácido do estômago para o esôfago (Doença do Refluxo Gastroesofágicoou DRGE) que geralmente identifica fraquezas no esfíncter esofágico inferior – que impede que o ácido do estômago retorne para o esôfago. Os sintomas da DRGE incluem azia e regurgitação. A segunda situação mais comum é determinar a causa dos problemas com a ingestão de alimentos ou líquidos que possam ficar presos na altura do peito após a deglutição. A terceira é para avaliar pacientes com dor torácica, comumente associada à dor no coração, mas que podem ser provenientes do esôfago. Finalmente, o teste pode ser necessário para se determinar a posição mais adequada para a sonda de pHmetria esofágica. pHmetria A endoscopia digestiva alta é capaz de identificar alterações esofágicas secundárias à doença por refluxo gastroesofágico (DRGE), mas não consegue quantificar de forma direta o refluxo ácido gastroesofágico. A pHmetria é muito útil, visto que grande número de pacientes com sintomas típicos ou atípicos da DRGE não apresentam lesões na mucosa esofágica. A pHmetria consiste na monitorização contínua do pH ao nível do esôfago durante um período definido de tempo (habitualmente 24 ou 48 horas), permitindo assim estimar quando e durante quanto tempo se verifica refluxo de ácido do estômago para o esôfago. A indicação primária deste exame é saber se ocorre refluxo gastro-esofágico e, caso este ocorra, se está temporalmente relacionado com os sintomas relatados pelo doente. Assim, a pHmetria é habitualmente usada em doentes com queixas de azia (pirose) que não responderam à terapêutica farmacológica (equacionando-se aqui uma escalada terapêutica ou mesmo opção por cirurgia anti- refluxo) ou quando há queixas atípicas atribuídas ao refluxo gastro-esofágico (dor torácica, asma, tosse crônica). O exame pode também ser realizado quando se pretende avaliar a eficácia da terapêutica escolhida
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