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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: BÁSICO 
1. “A Mediação começou a ser praticada no Brasil em 2015.” 
a. Não exatamente. Embora a Lei de Mediação tenha entrado em vigor em dezembro de 2015, a 
Mediação é estudada e praticada no Brasil há mais de vinte anos. Compartilha e desenvolve 
técnicas de autocomposição aplicadas nos Estados Unidos e em países da América Latina. 
2. “Na Mediação, as partes entregam os seus conflitos nas mãos de um terceiro, que decide por 
elas.” 
a. Incorreto. Na Mediação, a autonomia da vontade e decisão é das partes envolvidas no conflito. 
Um dos papéis do Mediador é o de ajudá-las a encontrar um caminho que leve a esta 
colaboração. 
 
TIPOS DE MEDIAÇÃO 
• Facilitativa: é aquela em que a forma de atuação do mediador vai ser pela facilitação da comunicação 
para que as opções e as decisões sejam tomadas genuinamente pelas pessoas que estão envolvidas no 
conflito. (mais usada no Brasil). 
• Avaliativa: intervenção de um mediador. De caráter avaliativo no conteúdo do conflito ou quando dá 
sugestões na solução do problema. 
• Transformativa: o objetivo não é o acordo, mas na mudança nas relações das pessoas envolvidas no 
conflito. A disputa é vista como oportunidade de crescimento e transformação. 
• Circular narrativa: abre um espaço de voz para os envolvidos no conflito para contarem as suas 
histórias a partir das suas perspectivas que se circulam e se encontram. 
• Negociação cooperativa da escola de Harvard: composta por acadêmicos que desenvolveram um 
modelo de negociação colaborativa que é a negociação do ganha a ganha. Marcada pelo enfoque dos 
interesses ao invés da barganha. 
 
1. “A Mediação avaliativa é bastante usada nos casos em que as partes buscam maior participação 
do Mediador.” 
a. Correto. Especialmente no método avaliativo o Mediador costuma ser escolhido como 
especialista no assunto proposto. A ideia é que o Mediador traga sugestões claras e precisas. 
2. "O principal papel do mediador na mediação facilitativa é de dar sugestões sobre o acordo entre 
as partes" 
a. Não exatamente. O principal papel do mediador na mediação facilitativa é o de guiar as partes 
pelo caminho de tomada de decisões em conjunto. Ele faz isso por meio da facilitação do 
diálogo e aplicação das ferramentas de Mediação para investigação dos interesses, geração de 
opções criativas e soluções a partir da vontade das partes. O enfoque é, portanto, voltado para 
a autonomia da vontade das partes para que tomem as próprias decisões. 
3. "Todos os tipos de Mediação visam essencialmente o acordo ao final" 
a. Não necessariamente. O acordo é muitas vezes essencial para as partes na Mediação! Joseph 
Folger, no entanto, explica que na Mediação Transformativa o acordo pode ser consequência 
da transformação da relação entre as partes na Mediação e não somente o objetivo final da 
Mediação. 
 
 
Estratégia de Convite para a Mediação 
1. Vá direto ao ponto: O que? Quem? Onde? Pra quê? Por quê? 
2. Adiantar assunto sobre o que é Mediação. 
3. Alinhar expectativas: presença de advogado, preço, tempo. 
 
1. "O intuito do Mediador na pré-mediação é começar o trabalho de convencimento das partes" 
a. Correto. É importante que na pré-mediação fique claro a sua forma de trabalho do Mediador, 
o que é mediação e como funciona. A ideia é que as partes tenham informação suficiente para 
decidir se querem aderir a esta forma de abordagem ao conflito, ou não. 
2. "A pré-mediação é uma ótima oportunidade para o Mediador se encontrar sozinho com a parte 
e fazer perguntas que não podem ser feitas na reunião em conjunto" 
a. Correto. Neste momento o Mediador começa a desenvolver a confiança com cada uma das 
partes, mas isso não significa já dar início à análise do conflito. Não sem antes alinhar as 
expectativas e esclarecer a sua forma de trabalho. A pré-mediação tem um propósito essencial 
na valorização do trabalho do Mediador. 
3. "O acordo feito na Mediação é um documento que não precisa ser revisto pelo judiciário para 
ter validade, mas pode ser levado à juízo caso não cumprimento" 
a. Correto. A Lei 13.140/15, em seu § 3o artigo 32 atribui ao acordo feito em Mediação valor de 
título extrajudicial. Isto é, tem valor de cheque, nota promissória. São carregados de certeza, 
liquidez e exigibilidade facilitando a execução em juízo quando configurado o inadimplemento 
do devedor. 
4. "O judiciário não pode fazer o convite para a Mediação". 
a. Incorreta. Aqui demonstramos o convite para a Mediação feito no âmbito privado, no entanto, 
também pode e é bastante praticado pelo judiciário desde o advento da Lei de Mediação, para 
o acordo em juízo, a qualquer tempo do processo. Um Mediador que atua no judiciário atenta-
se tanto aos princípios da Mediação quanto o Mediador privado. E podem atuar nos dois 
âmbitos, sem restrição. 
5. "Os critérios para forma de cobrança na Mediação são fixos e estabelecidos". 
a. Não. Aqui no curso dei exemplos comuns de critérios de cobrança utilizados no mercado para 
a cobrança dos serviços de Mediação, que são: quantidade de pessoas envolvida no conflito, o 
tipo de conflito ou assunto, a estimativa aproximada de sessões. Porém, importante ressaltar 
que conforme a Mediação se desenvolve e se fortalece no Brasil, junto com ela também o 
mercado e as formas de estabelecimento de cobrança. 
 
 
PRIMEIROS PASSOS 
Discurso Inicial 
• Lógica colaborativa. 
• Transparência. 
• Confiança. 
• Peça para que as partes se apresentem e convide para como ela prefira ser chamada. 
• Elas precisam estar confortáveis. 
• Explique o que vai acontecer a seguir. 
• Diga sobre a confidencialidade, lei, sigilo. 
• Multiparcialidade: Me conhecer; Não decido por elas; Buscar entender o que elas realmente precisam. 
• Anotar: nomes, fatos, datas, resumos, palavras-chaves que eles repetem. 
• Orientar para manterem o foco, desligando os celulares. 
 
1. "É de grande importância para a Mediação o acompanhamento jurídico" 
a. Correta. A Mediação pode ser praticada por profissionais de outras áreas e não apenas a área 
jurídica. Neste sentido, os advogados são essenciais para garantir a segurança jurídica e o 
interesse das partes de uma forma individualizada quando elas julgarem necessário, por 
exemplo. 
2. "Assim como na novela em que a trama gira em torno do protagonista para o telespectador, na 
Mediação o conflito gira em torno das partes para o Mediador". 
a. Correta. Na Mediação, o protagonismo é das partes envolvidas no conflito. Elas são as 
personagens principais da história para quem o Mediador atenta-se em direcionar o foco e 
conferir a autonomia da vontade. 
3. "Voluntariedade é trabalhar sem esperar retorno financeiro" 
a. Não muito longe, pois enquanto o trabalho voluntário refere-se a uma vontade sem intenções 
financeiras, que vem 'do coração', é livre de qualquer coação. Também aqui na Mediação, às 
partes assegura-se a voluntariedade como qualidade de decidir-se por vontade própria, 
espontânea; não por sentir-se forçada, reprimida ou para querer tirar alguma vantagem de 
outrem. 
4. Tente-se lembrar de três pontos essenciais do discurso de abertura. Coloque-os em ordem de 
prioridade. 
a. Todos os tópicos do "Discurso de Abertura" são essenciais. Conforme expliquei nos vídeos 
cada tópico tem sua razão de ser para a Mediação. No entanto, se eu tivesse que escolher apenas 
três e colocá-los em ordem de prioridade diria que a autonomia da vontade das partes, o papel 
do mediador e a confidencialidade, são tópicos indispensáveis e prioritários, na minha opinião. 
 
Etapa II: Definir o conflito 
• Relatos Iniciais 
• Deixar ambas as partes dizerem o que sentem. Depois o mediador resume o que cada um disse de 
forma simpática. 
Apresentação: conceitos e ferramentas 
• Traduzir os quereres e preferencias delas para reflexões, sentimentos, motivações e interesses que 
podem estar por trás. 
• Mediadora começa a definir em sua mente o conflito. 
• Os conceitosiniciais são: escuta ativa, resumo, parafraseamento, posição, interesse, perguntas 
fechadas, perguntas abertas. 
Escuta ativa 
É a atenção completa direcionada para entender o que o outro diz. Observe os gestos, linguagem corporal, 
palavras, e depois compreender. Foque no essencial e economize tempo. 
Resumo 
É uma forma de exercitar a escuta ativa por meio de palavras. Por meio do resumo, o mediador buscar 
contornar as barreiras da comunicação e ajudar com a transmissão da mensagem. Serve também para organizar 
as narrativas mais longas e equilibrar as falas entre as partes. 
 Separar e tornar claros os pontos de vista usando a estrutura: 
• Início: “-Do que você falou, eu entendi que: (..)” 
• Final: “-É isso mesmo?” 
Parafraseamento 
 É muito semelhante ao resumo. Tem os mesmos objetivos de organização de fala evitando as falhas na 
comunicação. Mas além disso, no parafraseamento existe um esforço maior do mediador de enxergar o lado 
positivo da mensagem na hora de resumir. Muitas vezes olhando para o futuro. 
 
1. "Parafraseamento é interpretar as palavras do outro. Às vezes até mudar algumas 
palavras. Sem mudar, no entanto, o sentido". 
a. Correta. Na Mediação o parafraseamento é ferramenta poderosa. Além de organizar 
a fala, também carrega o potencial de direcionar o discurso para uma visão de futuro. 
A Mediadora pode fazer isso por meio da simples troca de ordens das palavras em 
uma frase ou amenizando o peso de certas palavras. A condição é manter o sentido 
da fala, isto é, não alterar o propósito ou a intenção inicial que a pessoa quis dar. 
2. "Parafraseamento e resumo nunca se misturam na Mediação" 
a. De acordo com a prática na Mediação o que vejo é uma sobreposição das duas 
técnicas em alguns casos, a depender da particularidade e necessidade da 
circunstância. Por exemplo, é recomendável usar a técnica do resumo no Discurso 
Inicial. Porém, em alguns casos quando há espaço ou necessidade é possível atenuar 
o tom de algumas das palavras usadas; ou interpretar com uma visão positiva para 
orientar as partes para a visão de futuro, de uma forma sutil. Acima da tecnicidade 
rígida, acredito ser valioso ao Mediador desenvolver sensibilidade para aplicar as 
técnicas de acordo com as necessidades do caso. 
 
Posição e interesse 
 Posição é o que as pessoas querem, suas preferências, seus pedidos ou exigências. 
Geralmente, são iniciais. As posições são sempre antagônicas, trazem vontades opostas. Sem 
posições não tem conflito. 
 Os interesses são também motivações ou as necessidades das pessoas. É o que está por 
trás das posições. Geralmente, vai além dos as partes falam que querem. 
 Exemplo muito comum usado por negociadores: 
➢ Uma mãe chega em casa e se depara com duas filhas brigando por causa de uma laranja 
que tem em casa. A mãe então divide a laranja em duas partes e entrega para as meninas. 
Uma das filhas pegou a metade e fez um suco, jogando a casca fora. A outra fez um doce, 
utilizando a casca e jogou o suco fora. A posição das meninas eram “Eu quero a laranja”. Os 
interesses eram “eu quero fazer um suco”, “eu quero fazer um doce”. A mãe deveria ter 
perguntado “Para que vocês querem a laranja”. Sabendo dos interesses, uma das filhas teria 
ficado com a casca toda e a outra com o suco todo. Assim é na Mediação. A mediadora por 
meio de técnicas é capaz de construir um desenho conceitual do conflito. Isso é importante 
porque a partir da identificação das necessidades, motivações e interesses das pessoas que 
a gente pode falar em opções mais criativas para um acordo. 
 
Perguntas abertas e perguntas fechadas 
 Perguntas fechadas buscam respostas fechadas (sim, não, 300 reais, 50m), são úteis para 
confirmar fatos, estabelecer hipóteses ou desconstruir ideias. 
 Exemplos: 
➢ Qual o tamanho do apartamento? 
➢ Há quantos anos vocês se conhecem? 
➢ É isso? 
Perguntas abertas buscam respostas amplas, desenvolvidas, narrativas, revelam questões 
inesperadas. 
➢ Por favor, conte-nos, o que nos traz aqui hoje? 
 
 
Etapa III: Redefinir o conflito 
 Mapear os interesses, identificar as posições (interesses e necessidades). Anote os 
elementos que você ache importantes que compõe o conflito. Quando você estiver na dúvida veja 
se o interesse responde a um “Para quê?”, essa pergunta nos leva a entender o que realmente 
uma pessoa quer olhando para o futuro. 
 Tenha uma reunião privada com cada uma das partes. 
 Algo que pode atrapalhar o mapa de interesses para o mediador é a confusão entre interesse 
e justificativa das posições. 
➢ As justificativas: argumentos que buscam fortalecer as posições das partes. Aparecem 
bastante nos discursos de razão e frequentemente retomam as ações passadas para 
justificar ou fortalecer os argumentos. 
I. Reconhecer a fala que se repete da forma como ela se repete. Quem se repete muitas vezes, 
talvez não se sinta ouvido. 
II. É importante que esse reconhecimento legítimo seja sem filtros. Trazer à tona o assunto 
sem julgar a importância dele. A partir da própria razão. 
III. Agenda (pontos mais falados): mobília, questões financeiras, tempo de entrega, contratação. 
No exemplo do Antônio e Márcia. 
A agenda serve para organizar assuntos a serem tratados e é uma oportunidade para usar 
palavras neutras e mais abrangentes. 
Um ponto que pode ser bem explorado na reunião privada é a alternativa que na Mediação é 
diferente da opção. Quando a mediadora desenha na sua cabeça um mapa do conflito é essencial 
saber a diferença entre opção e alternativa. 
➢ Opção: direcionada ao acordo na Mediação. Combina interesses das partes. 
➢ Alternativa: é a forma que a pessoa pode conseguir o que ela quer fora da mediação. Sem 
acordo. 
 
1. "O cenário sem o acordo em que a Marcela decide mover ação de despejo contra o 
Renato é tecnicamente chamado de opção do ponto de vista da Mediação" 
a. A afirmativa está tecnicamente incorreta, pois descreve um exemplo do conceito 
de alternativa na Mediação e não de opção. Isto é, alternativa é denominada a forma 
como a Marcela pode alcançar o que busca sem a concordância do Renato, sem o 
acordo, fora da Mediação. No caso, mover uma ação judicial não depende da 
anuência da outra parte e costuma ser o exemplo mais comum de alternativa ao 
acordo na Mediação. 
Pergunta final da reunião privada: tem alguma coisa que você quer que eu mantenha em sigilo 
diante da outra parte? 
 
Etapa IV: Dissolver o conflito 
➢ Resumo de novo. 
➢ Afago: incentivar colaboração. Precisa ser sincero. 
➢ Faça uma inversão de papéis. 
➢ O replanteo é uma técnica usada na Argentina. Incentiva a geração de opções criativa. 
Organizar os interesses para facilitar o acordo. 
Finalização 
➢ Breve resumo 
➢ Contrato de prestação de serviços com a mediadora 
➢ Se não estiverem acompanhadas de advogado, ajudar na redação de acordo. 
➢ Resumo geral: 
o Como chegaram na mediação 
o O que queriam e o que foi explorado 
o Interesses identificados 
o Opções geradas para o acordo 
 
 
Referências: 
Alencar, Jonatas Miranda de. 2017. A eficácia da mediação como meio de resolução de 
conflitos. Monografia para conclusão de curso de graduação em direito. Acessado em: 
24 de abril de 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/62798/a-eficacia-da-
mediacao-como-meio-de-resolucao-de-conflitos 
 
 
https://jus.com.br/artigos/62798/a-eficacia-da-mediacao-como-meio-de-resolucao-de-conflitos
https://jus.com.br/artigos/62798/a-eficacia-da-mediacao-como-meio-de-resolucao-de-conflitos

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