Buscar

Mediação de Conflitos

Prévia do material em texto

Mediação de Conflitos
É um meio extrajudicial de solução de controvérsias, litígios e impasses, resolvidos de maneira pacífica e voluntária, praticado por 3º imparcial que é escolhido ou aceito pelos interessados onde os escuta, orienta e estimula, sem apresentar soluções, com o propósito de lhes permitir a prevenção ou solução de conflitos de modo consensual.
O processo de mediação é complexo, podendo comportar os conceitos de “resolução de conflitos” (ou gestão de conflitos), “acordo”, “comunicação”, “transformação”. Não deve ser visto, porém, de forma simplista, atado a apenas um desses conceitos.
No Brasil, um dos programas mais importantes a fazer uso do Instituto da Mediação foi o Balcão de Direitos, implementado pela Organização Não Governamental Viva Rio, atuando em favelas do Rio de janeiro desde 1996.
Este projeto teve por objetivo ajudar os moradores carentes a praticarem a cidadania através do acesso à justiça, de forma simples e eficaz. Com o tempo, observou-se que o programa teve um sucesso com os aconselhamentos jurídicos e mediações, e assim, o Governo Federal considerou adotá-los em outros Estados. 
No Rio de Janeiro o projeto em 2006 chegou a ser interrompido por falta de verbas, no entanto, o sucesso do trabalho anteriormente realizado levou ao retorno da parceria com o governo federal e fazer o projeto voltar a atuar em comunidades carentes. As negociações retomaram em 2008 e, no presente a instituição responsável pela realização da mediação em comunidades carentes no Rio é o Instituto de Estudos de Religião, que teve o contrato assinado com o governo federal em janeiro de 2009, com atuação em três núcleos (Rocinha, Providência e Alemão), e em todas elas são enfatizadas o propósito de mediação de conflitos.
Assim, o NCPC positiva muito objetivamente quando e onde será feita a mediação de conflitos, restando aos operadores do direito se adaptarem a ele e buscarem a pacificação social antes de proceder com o litígio.
A Mediação e Conciliação no NCPC
A fim de instaurar a pacificação no âmbito jurídico, o Novo Código de Processo Civil estimula a autocomposição. Dispõe, com efeito, o parágrafo 2º do artigo 3º que: “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”.
No artigo 174, de forma muito original, fomenta a criação, pela União, estados, Distrito Federal e pelos municípios, de câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo.
Além destas importantes iniciativas, que seguem tendência mundial, o parágrafo 3º do supracitado artigo 3º recomenda de modo expresso a solução suasória (autocomposição), que deverá ser implementada, na medida do possível e inclusive no curso do processo, “por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público”. Nesta significativa perspectiva, muito mais enfático do que o anterior, o novo diploma processual prevê ainda a criação de centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pelas audiências de conciliação e mediação (artigo 165); estabelece os princípios que informam a conciliação e a mediação (artigo 166); faculta ao autor da demanda revelar, já na petição inicial, a sua disposição para participar de audiência de conciliação ou mediação (artigo 319, inciso VII); e recomenda, nas controvérsias de família, a solução consensual, possibilitando inclusive a mediação extrajudicial (artigo 694). O artigo 334 disciplina o procedimento da audiência de conciliação ou de mediação, que poderá ser realizada por meio eletrônico.
A petição inicial atenderá aos requisitos legais, desde que o objeto do litígio admita autocomposição. Deverá ser designada audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 dias. A citação do réu será efetivada com pelo menos 20 dias antes da audiência. Do ato citatório já deverá constar a data da audiência. É imprescindível a presença de conciliador ou mediador, nas comarcas em que houver.
O parágrafo 2º do artigo 334 autoriza que tal audiência possa se desdobrar em mais de uma ocasião, para se chegar à conciliação ou à mediação, não podendo ultrapassar o prazo de 2 meses. 
A intimação do demandante da designação do importante ato processual poderá ser efetivada na pessoa de seu advogado (conforme parágrafo 3º do artigo 334).
 Todavia, a audiência não será feita se os litigantes, de forma expressa, manifestarem desinteresse na solução suasória do litígio. Havendo litisconsórcio, é necessária a anuência de todos.Tal manifestação será feita pelo autor já na petição inicial; pelo réu, por meio de petição apresentada até 10 dias antes da data designada para a audiência (parágrafo 5º do artigo 334).
Os litigantes deverão estar assistidos por seus advogados ou por defensores públicos. A teor do parágrafo 10 do artigo 334, a parte poderá constituir representante, não necessariamente advogado, com poderes específicos para negociar e celebrar acordo.Sendo profícua a conciliação ou a mediação, ainda que sobre parte do litígio, será reduzida a termo e, em seguida, homologada por sentença, formando-se título executivo judicial (conforme artigo 515, inciso II, do CPC/2015). 
Cumpre observar que, nos termos do parágrafo 8º do artigo 334, a ausência injustificada das partes na audiência de conciliação ou de mediação é considerada ato atentatório à dignidade da justiça, sendo reprimido com multa de até 2% da vantagem econômica visada pelo demandante ou do valor da causa. O respectivo montante será revertido em prol da União ou do Estado.
É, também, importante a regra do artigo 334, no sentido de que a pauta desta audiência deverá ser elaborada de forma a respeitar um intervalo mínimo de 20 minutos entre uma e outra. 
Questões:
1. O método de solução de conflito mais eficaz no Brasil é o julgamento. Comente esta afirmação.
O julgamento é um método tradicional, onde o Poder Judiciário decide através da apreciação dos fatos apresentados pelas partes. O juiz mantém a ordem no processo para que não haja nenhum vício. Em alguns casos, pode haver a presença de terceiros atuando no processo como jurados, peritos e testemunhas.
2. A arbitragem é raramente utilizada no Brasil, já que somente podem ser submetidas a árbitros escolhidos pelas partes as lides que envolvam comércio internacional. Comente esta afirmação.
A arbitragem é um método adversarial, assim como o julgamento. Isto é, possui um autor e réu. O método só se aplica quando há “cláusulas compromissórias” ou compromisso arbitral firmado pelos interessados. Como o árbitro é de escolha das partes, é de suma importância que este tenha a confiança de ambos e que seja idôneo, alem de ter conhecimento no objeto do litígio. 
3. Nos métodos de solução de conflito envolvendo negociação e arbitragem independe se ambas as partes colidentes têm suas demandas, pelo menos, parcialmente satisfeitas. Comente esta afirmação.
É um método utilizado em situações que envolvem bens materiais e as perdas e ganho de cada parte são avaliadas com objetivo de chegar a um consenso. 
4. Na conciliação, o conciliador e as partes devem estar cientes de que a parte perdedora poderá recorrer ao Poder Judiciário, tendo em vista reverter à situação. Comente esta afirmação.
O conciliador envolve-se na busca de soluções, interfere e questiona os litigantes. Ele, no entanto, não tem poder de decisão. Esta cabe diretamente às partes. O que interessa, na conciliação, é identificar quem vai pagar os danos causados e como o pagamento será feito. Caso não haja acordo, o processo volta para as mãos do Poder Judiciário e tramita normalmente.
5. O mediador deve ser, necessariamente, uma pessoa com formação jurídica e já ter ocupado alguma função dentro do judiciário nacional. Comente esta afirmação.
O mediador atua por meio do chamado realinhamento das divergências entre as partes. Explora o conflito para identificar os interesses das partes. Não sugere soluções, não decide, mas trabalha para que os mediados encontreme se comprometam a elas. 
Um Divã Para Dois
A mediação desenvolvida no filme é o que realmente se espera de um profissional do direito. Pois, como se pode perceber, o terapeuta foi imparcial e, como se espera o que um mediador faça, ele buscou chegar à raiz dos conflitos existentes no casamento e desenvolveu métodos para que os cônjuges chegassem à conclusão do que deveria mudar em sua vida amorosa. 
A dramaturgia conseguiu mostrar, de uma maneira simplista, o que realmente acontece em uma solução de conflito: no começo, não houve a abertura necessária para discutir sobre o problema em questão. O mediador, que no caso é o terapeuta, aos poucos, foi identificando os interesses de cada um e de uma forma imparcial, conseguiu com que os cônjuges se abrissem totalmente para começarem a trabalhar para que houvesse uma resolução no casamento.
REFERÊNCIA:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6991
http://www.conjur.com.br/2015-out-06/paradoxo-corte-cpc-traz-mudancas-audiencia-conciliacao
http://www.conima.org.br/arquivos/4682

Continue navegando