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ESTUDO DA VIABILIDADE PARA A INSTALAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE PAINÉIS COMPENSADOS DE MADEIRA DO TIPO MDF E MDP

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INTRODUÇÃO 
 
 O município em que a empresa MADCOMP pretende se instalar demandará 
uma substancial reorganização fundiária, além de uma alteração na produção 
agrícola local, para atender as necessidades da empresa. 
 Está prevista uma grande área, que tende a ser uma das maiores da América 
do Sul, de silvicultura, possuindo propriedade agrícolas da empresa e arrendadas, 
além de fornecimento madeira à empresa por produtores locais. 
 A política ambiental implementada pela empresa nos últimos anos prevê que 
as áreas de plantio de madeira possuam a incorporação de outras atividades 
agrícolas, sempre em conjunto com os produtores locais. 
 Os governantes locais estão muito animados com a possibilidade de 
instalação, no município, da empresa MADCOMP, pois pensam em como a 
arrecadação irá aumentar, além de toda a movimentação financeira resultante da 
geração de empregos, diretos e indiretos. 
 O presente trabalho tem como objetivo fornecer o Estudo de Viabilidade 
Ambiental deste novo empreendimento e sua relevância no processo de 
licenciamento ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
 O documento que estabelece restrições, medidas, regras e condições ambientais 
que devem ser seguidos por uma empresa é a licença ambiental, que possui prazo de 
validade definido. Deve avaliar principalmente o potencial de geração de líquidos poluentes 
como despejos e efluentes, resíduos sólidos, emissões atmosféricas, potencial de riscos de 
explosões e incêndios, ruídos, etc. A Licença Ambiental tem a função de fazer com que o 
empreendedor cumpra com a qualidade ambiental da área em que está se inserindo. 
O processo de licenciamento ambiental é dividido em três fases: Licença Prévia, 
Licença de Instalação e Licença de Operação. A licença prévia é a primeira etapa e é na 
qual o órgão licenciador avalia a localização e a finalidade do empreendimento, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo o que é necessário para as próximas etapas. Ela é 
de importância fundamental para todo o empreendimento pois são definidos todos os 
aspectos referentes ao controle ambiental da empresa. A primeira parte da LP é definir se a 
área sugerida é tecnicamente adequada e isto é feito atráves do estudo de viabilidade 
ambiental. Este primeiro estudo é baseado no Zoneamento Municipal que é uma 
delimitação de áreas em que os municípios são divididos em zonas de características 
comuns. Com base nessa divisão é feita a avaliação da área prevista no projeto. Ela é 
necessária para que futuramente não seja necessário realocar, aplicar multas ou interditar a 
atividade. 
Com isso, é necessário que seja feito o diagnóstico ambiental da área na qual será 
implantada a MADCOMP. 
Segundo estudos (CLIMATE, 2019), o clima em Canguçu é quente e temperado, 
com pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo no mês mais seco ainda há muita 
pluviosidade. Segundo Koppen e Geiger a classificação climática é Cfa. Com temperatura 
média de 16.9ºC e pluviosidade média anual de 1476mm. 
O município está situado a 408 metros de altitude. A economia gira em torno da 
agropecuária e agricultura familiar. O bioma é o Pampa, no qual a Empraba Clima 
Temperado faz pesquisas contínuas sobre o uso dos solos. O relevo é muito íngreme onde 
tem vegetação de mata, isso se dá em função da alta carga hidráulica. Nos afluentes do rio 
Camaquã, compondo uma depressão, o relevo antigo formado por coxilhas e colinas com 
solos profundos e vegetação campestre. 
O uso intensivo das terras, condicionados pelas pressões sociais tem causado um 
 
desgaste erosivo laminar efetivo generalizado, a medida que o relevo se acentua e que as 
propriedades são menores (minifúndio). Essas conseqüências não conduziram a ações 
preventivas usuais de controle a erosão. 
Além disso, o município é o primeiro da região a promover o crescimento planejado e 
ordenado da cidade em função de possuir uma série de mapas de Áreas de Preservação 
Permanente. Também possui mapas de canalização de efluentes domésticos e 
pavimentação urbana que integram questões de infraestrutura e meio ambiente. 
Com a implantação de uma indústria de painéis compensados na área rural da 
cidade é possível um potencial alto de crescimento no mercado de móveis além da região 
possuir um enorme potencial para o setor florestal. 
Como pontos positivos tem-se condições muito favoráveis de clima, solo, para 
desenvolvimento de novas florestas, cultivos de novas espécies e reflorestamentos. Isso 
destaca-se com uma alta densidade de matéria-prima. Além desses, a participação de 
produtores traz benefícios sociais e ambientais, respeitando as áreas de silvicultura. 
Também, o plantio de pinus e eucalipto contribuem para a redução do aquecimento global, 
preservando a biodiversidade brasileira em casos de altas produções. 
Como impactos negativos tem-se a liberação de substâncias tóxicas. A produção de 
MDP e MDF libera material particulado e gasoso para a atmosfera que por ser muito 
pequeno acaba ficando suspenso nela. As substâncias presentes nas resinas são toxicas, 
pois, as resinas adesivas possuem um tipo de formaldeído que é cancerígeno. Além disso, 
os painéis exigem o uso de outras substâncias, tais como: as ignífugas (usadas para 
diminuir o ponto de combustão), os fungicidas e inseticidas e a parafina, usada para dar 
impermeabilidade ao material (PEREIRA, 2003). No processo de fabricação de 
aglomerados, presentes na poeira da madeira processada, os solventes, tintas, vernizes, 
resinas e colas são aerodispersóides, considerados os principais agentes desencadeantes 
de sintomas respiratórios (WILLEJE e BARON, 1993). 
Embora na produção dos painéis sejam inúmeras as emissões atmosféricas, a 
matéria prima para essa geração de painéis de MPD e MDF é proveniente de florestas 
plantadas, o que contribui para a preservação das florestas nativas. 
O mercado concorrente dessa produção não é pequeno, pois é muito investimento 
em maquinário e na sustentabilidade do ecossistema. 
Em relação à aquisição da matéria-prima florestal, é necessário a participação em 
programas que mostrem como os produtores rurais podem participar e lucrar nesse 
mercado, mesmo com a com concorrência em outras culturas. Gerando assim, um 
 
crescimento socioeconômico para a região. Além disso, os produtores receberiam mudas, 
insumos, formicidas e adubos fornecidos pelo Instituto Federal de Florestas e a Emater e 
Embrapa forneceriam acompanhamento técnico para cultivo e manejo como também 
orientação através de aulas práticas e palestras. Como também desenvolvimento de 
laboratórios para pesquisa do descarte dos resíduos gerados nesse tipo de produção. 
A ocupação do solo para o plantio de florestas deverá seguir o Plano Diretor da 
cidade não alterando o ecossistema já existente. Sem prejudicar nascentes, corpos 
hídricos, o ar e a população da região. 
Tomando em conta possíveis erros passíveis de não serem vistos e que se tornem 
futuramente problemas ambientais, é difícil a valoração do meio ambiente pois são áreas 
que não serão reestabelecidas com a qualidade inicial. Avaliar esses casos e indicar os 
valores das infrações é função do IBAMA. 
Para categorizar os recursos naturais afetados com a implantação dessa indústria é 
necessário utilizar métodos específicos como por exemplo a penalidade em defesa da não 
ocorrência do dano, e não somente após sua degradação ambiental. É possível a 
aplicação de três tipos de penalidades: multas, restrição de direitos e prestação de serviços 
à comunidade. A diferenciação se dá pelo alcance do dano gerado. A aplicação de multas 
pode ser até triplicada. Por sua vez, a restrição de direitos é mais significativa, porém acaba 
lesionando a parte mais fraca do empreendimento que é o colaborador da empresa, 
diminuindo a renda. Já a prestação de serviços é vista como a melhor forma de correção 
danosa pois acaba devolvendo a sociedadeparte do que foi prejudicada, mesmo que 
indiretamente. 
 A atuação da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998) 
prevê a não aplicação das penas previstas na restrição de direitos, desde que o agente 
causador recupere o dano ou de outra forma pague sua dívida com a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com o presente trabalho, é possível concluir que a implantação de uma indústria de 
compensados acarretará em danos ambientais, sociais e econômicos. Gerando também 
uma economia diferente a economia atual local. Além disso, a atuação do poder público só 
é eficaz se as leis forem de fato colocadas em prática. Com isso temos que é possível sim 
o sucesso dessa empresa, desde que siga os princípios ambientais contidos na 
Constituição Brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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 VIEIRA, Timni. Economia ambiental. Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2016 
 
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http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/Procedimentos.pdf. Acesso 
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Artigo Técnico: A viabilidade ambiental no licenciamento de empreendimentos 
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Sebrae Carta técnica. 
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf. Acesso em: 
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