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Leptospirose: Doença Infecciosa Aguda

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Elevada temperatura e períodos do ano com altos
índices pluviométricos 
Introdução 
A leptospirose apresenta distribuição mundial, com
predomínio em países da região tropical, nas estações
chuvosas e com importante relação com condições
sociais. 
A leptospirose é uma doença aguda, resultante da
infecção por espiroquetas (bactérias espiralada) do
gênero Leptospira
A infecção é na maior parte das vezes assintomática e
adquirida pelo contato direto com animais infectados
ou mais frequentemente, pela exposição à água, lama
ou solo contaminados com urina infectada. Em 90%
dos casos, as manifestações clínicas são benignas e
autolimitadas, e não permitem distinguir com
segurança entre a leptospirose e inúmeras outras
síndromes febris e miálgicas semelhantes. 
É uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo
espectro clínico pode variar desde quadros
oligossintomáticos, leves e de evolução benigna a
formas graves chamada de síndrome de Weil. 
Saúde Pública 
Doença endêmica de caráter mundial 
Alta incidência de casos 
Alta custo hospitalar dos pacientes internados e causa
perda de vários dias de trabalho 
Alta letalidade dos casos graves 
Afeta homens e animais, causa prejuízos sanitários e
econômicos. 
Ocorrência relacionada às precárias condições de
infraestrutura sanitária e elevado número de roedores
infectados. 
Características epidemiológicas 
Surtos de caráter sazonal em regiões de clima tropical
e subtropical 
Inundações propiciam a disseminação e a persistência
do agente causal no ambiente.
No Brasil
Doença endêmica que torna-se epidêmica em períodos
chuvosos, principalmente em centros urbanos
maiores, devido à aglomeração populacional de baixa
renda em condições inadequadas de saneamento e à
alta infestação de roedores infectados.
Agente etiológico 
Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória
do gênero Leptospira;
As leptospiras patogênicas para o homem pertencem à
espécie Leptospira interrogans do gênero Leptospira,
com 70% dos casos graves causados por este sorotipo. 
Possui um elevado grau de variação antigênica 
Alta capacidade de sobrevivência no meio ambiente -
até 180 dias 
Ampla variedade de animais suscetíveis que podem
hospedar o microrganismo. 
No Brasil, o sorotipo Interrogans com seus sorovares
(subsorotipos) Icterohaemorrhagiae e Copenhageni
frequentemente estão relacionados aos casos mais
graves. 
FASM: TXVI
Leptospirose
Os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de transmissão. O principal
reservatório é constituído pelos roedores sinantrópicos.
Mariana Tiemi Okamoto Kamei 25/05/2021
Transmissão 
A doença pode ser transmitida por ratos, cães e outros
animais, principalmente pelos ratos, com distribuição
sazonal com picos de incidência no verão e no outono. 
A infecção em humanos ocorre tanto por corte e
soluções de continuidade na pele ou em tecidos, que
servem de porta de entrada para patógenos após
exposição ambiental, assim como pela imersão
prolongada em água contaminada. 
A transmissão indireta por água contaminada pela
urina de rato é, de longe, a maior causa de infecção. 
Outras vias de transmissão são descritas como
contaminação de fornecimento de água, mordidas de
animais, aspiração de aerossóis. 
Reservatórios 
Os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais e
terminais dentro da cadeia de transmissão. O
principal reservatório é constituído pelos roedores
sinantrópicos, das espécies Rattus norvegicus
(ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de
telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo
ou catita).
Os ratos, ao se infectarem, não desenvolvem a doença
e tornam-se portadores, albergando a leptospira nos
rins, eliminando-a viva no meio ambiente e
contaminando, dessa forma, água, solo e alimentos. 
O R. norvegicus é o principal portador do
icterohaemorraghiae, um dos mais patogênicos para o
homem. Outros reservatórios de importância são:
caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos.
Período de transmissibilidade 
Os animais infectados podem eliminar a leptospira
através da urina durante meses, anos ou por toda a
vida, dependendo da espécie animal e do sorotipo
envolvido. 
Períodos de incubação 
Varia de 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias). 
Manifestações Clínicas 
Variam desde formas assintomáticas e subclínicas até
quadros clínicos graves associados a manifestações
fulminantes. 
Duas formas:
Anictérica 90%
Ictérica (Íctero - hemorrágica /S. Weil)
Fase precoce ou leptospirêmica 
Fase tardia ou imune 
Fase septicêmica: 4 a 7 dias 
Fase imune: 10 a 30 dias 
Dor abdominal, diarréia, náusea e vômitos
Tosse, dor torácica e hemoptise 
Rash cutâneo(macular, máculo-papular,
eritematoso, urticariforme ou hemorrágico)
Hepatomegalia, linfadenomegalia, faringite e
esplenomegalia. 
Duas fases:
Entre expostos, 15 a 40% são infectados sem desenvolver
sintomas
Entre sintomáticos, 90% apresentam a forma branda da
doença
5 a 10% apresentam a forma grave íctero-hemorrágica
(Síndrome de Weil)
Forma grave mais comum no adulto jovem, 90% do sexo
masculino. 
Período de incubação de uma a duas semanas, variando
de 2 a 30 dias. 
Amplo espectro de apresentação clínica. 
Forma leve/Anictérica pode apresentar caráter bifásico:
Forma grave/ ictérica manifestações mais graves
potencialmente letais 
Início súbito com febre alta contínua com calafrios 
Cefaléia intensa frontal ou retrorbitária, podendo haver
fotofobia e confusão mental. 
Mialgia intensa mais notável em panturrilhas. 
Hiperemia conjuntival e sufusões hemorrágicas
subconjuntivais. 
Forma anictérica 
Fase precoce/Anictérica 
Caracterizada por febre abrupta
Frequentemente diagnosticada como “síndrome gripal",
“virose” ou outras doenças que ocorrem na mesma época,
como dengue ou influenza.
Tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias. 
FASM: TXVI Mariana Tiemi Okamoto Kamei 25/05/2021
Febre alta
Calafrios 
Cefaléia
Náuseas e vômitos 
Mialgia intensa - palpação da panturrilha é
dolorosa 
Sufusão conjuntival 30 -40%
Diarréia 15-30%
Tosse seca/dor de garganta 20%
Erupção cutânea 10%
Dura 3 a 7 dias 
Fase Tardia/Ictérica 
Associada com manifestações mais graves e
potencialmente letais. 
Em aproximadamente 15% dos pacientes com
leptospirose, ocorre a evolução para manifestações
clínicas graves, que tipicamente iniciam-se após a
primeira semana de doença. 
Pode ser chamada de fase da “Síndrome de Weil”
Geralmente não apresentam curso bifásico, os
sintomas são mais intensos e de maior duração 
Enquanto a letalidade geral para os casos de
leptospirose notificados no Brasil é de 10%, a letalidade
para os pacientes que desenvolvem a síndrome de Weil
com hemorragia pulmonar é maior que 50%. 
Forma ictérica 
Também chamada de ictero-hemorrágica ou síndrome
de Weil, caracteriza-se pela presença de icterícia,
insuficiência renal, distúrbios hemorrágicos e alta
mortalidade. 
Apresentação clínica inicial idêntica, com agravamento
após 4 a 9 dias de doença. 
A icterícia assume coloração alaranjada ou rubínica
(icterícia com vasculite), sem necrose hepática grave 
Hepatomegalia é comum e esplenomegalia aparece em
20% dos casos. 
A insuficiência renal aparece normalmente na segunda
semana. Necrose tubular aguda com anúria ou oligúria
(sinal de mau prognóstico). 
Tosse, dispnéia e hemoptise 
Epistaxe, petéquias, púrpura e equimoses. 
Descritos também rabdomiólise, hemólise,
miocardite, pericardite, ICC, choque cardiogênico e
insuficiência de múltiplos órgãos. 
Recrudescimento da febre - IgM leptospirose 
Meningite asséptica 15-40% dos casos
FASM: TXVI Mariana Tiemi Okamoto Kamei 25/05/2021
Dura 1- 3 semanas
Cefaléia intensa
Vômitos 
Alteração do sensório 
LCR pleocitose linfocítica 
Glicose normal 
Proteínas com discreta elevação 
Uveíte em 10% dos casos, geralmente é tardia 
Outras manifestações neurológicas. 
Síndrome de Weil 
Fenômenos hemorrágicos: devido vasculite cutânea e
mucosas, agravadas pela plaquetopenia 
Petéquias, equimoses, hemorragia pulmonar,
hemorragia GI alta/baixa (hematêmese, melena,
enterorragia)
Comprometimento cardíaco:decorrente da miocardite
e alterações eletrocardiográficas. 
Patogenia 
Penetração do agente ocorre através de pele lesada e
mucosas, ou pele íntegra, desde que tenha ficado
imersa em água por longo período (dilatação dos
poros). 
Disseminação por via hematogênica e linfática. 
Fase Leptospirêmica /Precoce (Primeira fase)
Ocorre extensa disseminação hematogênica das
leptospiras. Com disseminação intensa nos tecidos
devido à sua alta mobilidade ou à sua capacidade de
produzir enzimas hialuronidase. A fase
“lepstopirêmica” termina com a elaboração de
anticorpos IgM opsonizantes, que promovem a rápida
desaparição das espiroquetas. 
Sintomas desaparecem, ficando apenas a doença
aguda febril e miálgica, bastante inespecífica,
correspondente à fase “leptospirêmica”. 
Os sintomas são geralmente atribuídos à ação direta
das leptospiras, à presença de metabólitos tóxicos e
mediadores químicos liberados pelo hospedeiro.
As leptospiras, antes disseminadas, passam a persistir
apenas na medula renal e na câmara anterior do olho,
dando início à segunda fase chamada de fase Imune. 
Adesão 
Produção de toxinas 
Mecanismos imunes 
Complexos imune 
Ac. Anticardiolipina 
Ac. Antiplaquetas 
Proteínas de superfície 
Lipopolissacárides 
Fraca atividade endotóxica 
Injúria vascular severa 
Hemorragia Pulmonar 
Isquemia do Córtex renal 
Necrose Túbulo-epitelial 
Destruição da arquitetura hepática 
Icterícia 
Injúria Celular hepática
Fase Imune / Tardia (Segunda fase)
Os sintomas podem agravar-se nesta fase “imune” são
atribuídos a fatores tóxicos provenientes das bactérias
mortas, ou decorrentes da ação do sistema imune do
hospedeiro. 
Patogênese 
Fatores de virulência 
Ação no fígado → a necrose hepatocelular é focal, há
colestase intra-hepática com hipertrofia e hiperplasia
das células de Kupffer. A lesão hepática fundamental é
produzida por alterações dos sistemas enzimáticos. Há
também descrição de lesões hepatocelulares
decorrentes do comprometimento vascular.
Rins → A insuficiência renal é fundamentalmente
resultante de lesão tubular por hipóxia devido a
isquemia. 
A isquemia é consequência da hipovolemia e
hipotensão que ocorrem nos casos graves, como
resultado da desidratação de hemorragias maciças, ou
da permeabilidade alterada dos capilares, secundária à
vasculopatia. 
Pulmões → Nos pulmões, são comuns a congestão e a
hemorragia, com infiltração dos espaços alveolares por
monócitos e neutrófilos. Pode haver formação de
membranas hialinas. 
Forma pulmonar: grave de leptospirose, aumenta a
taxa de letalidade para 60 a 70%. Mais comum em
jovens adultos infectados pelo sorovar Copenhageni. 
FASM: TXVI Mariana Tiemi Okamoto Kamei 25/05/2021
Reações sorológicas 
Reações de soroaglutinação microscópica
(MAT)
Reação de sorocoagulação macroscópica (SAT)
Ensaio imunoenzimático (ELISA)
MAT, SAT são tipos específicas 
SAT utiliza AG mortos formalizados, sensibilidade
moderada a boa, utilizada como teste de triagem.
MAT utiliza Ag vivos de leptospira, são utilizadas
cepas representativas de cada sorovar, muito
sensível e alta especificidade, recomendado pela
OMS 
ELISA IgM alta sensibilidade e especificidade 
PCR leptospira
Hemorragia pulmonar intensa e grave, levando à
insuficiência respiratória e à morte por asfixia. Início
entre 4 e 6 dias de doença, inicialmente brandos com
agravamento súbito, e óbito em até 72 horas. 
***O pulmão fica duro e não consegue expandir,
mesmo fazendo uma ventilação. 
Alterações da coagulação na leptospirose → Nos casos
graves de leptospirose, os fenômenos hemorrágicos
são atribuídos à vasculopatia e à lesão endotelial. Há
consumo periférico das plaquetas, em decorrência de
sua adesão ao endotélio vascular lesado, seguida de
agregação. O tempo de sangramento está prolongado
devido a redução dos fatores de coagulação
dependentes da vitamina K, atribuída à lesão hepática. 
Convalescença 
A convalescença dura de 1 a 2 meses, período no qual
podem persistir febre, cefaléia, mialgias e mal-estar
geral, por alguns dias. 
A icterícia desaparece lentamente, podendo durar
semanas. 
A eliminação de leptospiras pela urina (leptospirúria)
pode continuar por 1 semana até vários meses após o
desaparecimento dos sintomas. 
Diagnóstico 
O ELISA é de longe o mais utilizado. O MAT e SAT são
mais específicos, usados em laboratórios que estudam
a leptospirose.
Hemograma
Anemia, plaquetopenia, leucocitose com
desvio à esquerda 
VHS aumentado 
Provas de função hepática 
Transaminases (aprox 100)
F. Alc elevada 
Hiperbilirrubinemia Direta 
CPK 
Radiologia 
Infiltrado intersticial segmentar ou difuso 
Uréia e creatinina 
K normal ou diminuído 
Leucocitúria, hematúria, proteinúria e cilindrúria.
Aumento da TAP e fibrinogênio 
Alcalose respiratória compensada ou não 
Acidose metabólica nos casos graves 
Hipoxemia
 
Dengue 
Influenza (síndrome gripal)
Malária 
Riquetsioses 
Doença de Chagas aguda 
Toxoplasmose 
Febre tifóide 
Hepatites virais aguda
Hantavirose 
Febre amarela 
Pielonefrite aguda 
Sepses
Meningites 
Colangites 
Síndrome hemolítico-urêmica 
Vasculites 
Inespecífico 
Renal 
Coagulação 
Gasometria 
Diagnóstico Diferencial 
Fase precoce:
Fase tardia:
Tratamento da leptospirose associada à síndrome
hemorrágica 
Monitorização cárdio-respiratória 
Reposição hidro-eletrolítica 
Drogas vasoativas: dopamina /noradrenalina 
Assistência ventilatória invasiva 
Tratamento dialítico 
Antibioticoterapia 
Tratamento antibiótico 
Penicilina cristalina, nas doses de 100 mil unidades por
quilo de peso por dia (6 a 10 milhões por dia) durante
sete dias. 
Amoxicilina por via oral nas doses de 500 mg cada 8
horas. 
Doxiciclina, 100 mg duas vezes ao dia pode ser
empregada por 7 dias. 
Quimioprofilaxia 
A quimioprofilaxia pré-exposição se faz pelo emprego
oral de doxiciclina em doses semanais de 200 mg,
ministradas enquanto durar o risco. 
Pós exposição doxiciclina 100 mg de 12 em 12 durante 7
dias. 
Vacinas 
O desenvolvimento de uma vacina humana eficiente
enfrenta alguns obstáculos. 
Vacinas atuais determinam imunidade específica para
Lipoproteínas da membrana das leptospiras, ou seja,
restrita ao sorotipo (sorovar) imunizante. 
FASM: TXVI Mariana Tiemi Okamoto Kamei 25/05/2021
FASM: TXVI Mariana Tiemi Okamoto Kamei 25/05/2021
Diagnóstico Microscopia em Campo escuro (Soroaglutinação Microscópica)
Mandell GL, Bennett JE, Dolin R. Principles
Roedores na transmissão da leptospirose

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