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22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/23 TRANSMISSÃO AULA 1 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/23 Prof. Rogério Natal Bez BiroloCONVERSA INICIAL A transmissão é de fundamental importância para todos os tipos de veículos, sejam eles pesados, como os grandes caminhões, ou os pequenos veículos de passeio. A transmissão tem função de comunicar às rodas do veículo a potência gerada pelo motor de combustão interna por meio de um conjunto de componentes e mecanismos que trabalham simultaneamente. A transmissão se inicia no motor e prolonga-se por meio da embreagem, da caixa de câmbio, da caixa de transferência, do eixo de transmissão, do diferencial e dos semieixos até as rodas. TEMA 1 – A HISTÓRIA DA TRANSMISSÃO INTRODUÇÃO Entre as diversas invenções criadas pelo ser humano está a alavanca, que ajuda a multiplicar as forças. Uma alavanca nada mais é do que um braço mecânico, uma haste ou barra comprida que tem um ponto de apoio, o qual terá a função de eixo para que ela possa girar, criando uma gangorra. De um lado, temos a carga que desejamos 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/23 suspender e, do outro, o ponto de apoio de aplicação da força. Dessa forma, podemos levantar grandes pesos e reduzir o esforço aplicado. Créditos: Nasky/Shutterstock. As engrenagens que multiplicam a forma têm o mesmo princípio, uma vez que o apoio é no centro da engrenagem e o acoplamento é nos eixos de transmissão. O conjunto composto pelo pinhão (menor engrenagem) e pela coroa (maior engrenagem), quando engrenado, pode multiplicar ou reduzir a força, conforme os objetivos do projeto, exatamente como no princípio da alavanca. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/23 Créditos: Alexey V. Smirnov/Shutterstock. 1.1 HISTÓRIA O aprimoramento do sistema de transmissão, inicialmente baseado em engrenagem, foi apresentado ao mundo por Griffith, em 1821, sendo, dessa forma, amplamente utilizado como uma solução barata no século XIX. A primeira caixa de engrenagem deslizante, com embreagem e marcha, foi patenteada por volta de 1879. O objetivo era desenvolver um projeto global para adaptar um motor de combustão interna. Em meados de 1827 foi desenvolvido o diferencial, que tinha a função de transferir para as rodas motrizes o movimento gerado na caixa de câmbio (força e torque). O diferencial consegue equilibrar a tração nas rodas motrizes, de forma 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/23 que evita o escorregamento da roda interna, fazendo com que tanto a roda interna quanto a externa tenham a mesma velocidade. Entre 1834 e 1934, surgiu a transmissão planetária e o câmbio manual mais próximo dos atuais (ZF Soden), com todas as marchas utilizando anéis sincronizadores e um conjunto composto por engrenagens solar, planetária e interna. Devido ao fato de estarem constantemente engrenadas (ligadas), quando uma engrenagem recebe a força, a outra é bloqueada. Assim, a terceira engrenagem fará a transferência da força para o eixo de saída. Como cada engrenagem tem determinado número de dentes, definidos no projeto desta, o contato (engrenamento) de duas cria uma relação de marcha, de modo que podemos ter no eixo de saída uma redução ou uma multiplicação de força ou velocidade. 1.2 TRANSMISSÃO Tanto o motor de combustão interna quanto a transmissão são partes complexas do automóvel que exigem um entendimento sobre seu funcionamento. Um automóvel que sobe uma rampa necessita de uma força maior para vencer a inclinação, sendo um esforço bem maior que o de manter o veículo andando em uma área plana. O conjunto de transmissão permite ao motor fornecer às rodas a força necessária a todas as condições de uso (rodagem) que o automóvel venha a precisar. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/23 Considerando o conjunto motor e transmissão do automóvel, quanto maior for a rotação da máquina em relação à rotação das rodas, maior será também a força transmitida, havendo uma redução na velocidade do veículo. Então, utilizam-se conjuntos de engrenagens que permitem uma ampla gama de desmultiplicações ou reduções. O conjunto de componentes da transmissão seguiu evoluindo paralelamente com a história do automóvel. Por volta 1895, surgiu o eixo de transmissão, a caixa planetária e a transmissão por eixo cardan. Posteriormente, na década de 20, surgiram as primeiras caixas sincronizadoras e as embreagens automáticas com comando a depressão do motor. TEMA 2 – A EVOLUÇÃO DA TRANSMISSÃO 2.1 INTRODUÇÃO A transmissão automotiva é um item nem sempre tratado com a devida importância, mas sim como um sistema periférico. Quando se refere ao automóvel, usualmente o usuário comum pensa na cilindrada do motor, ou mais especificamente, no motor, esquecendo-se da transmissão. As pessoas só identificam a transmissão como mecânica ou automática, mas a evolução tecnológica desse sistema vem adquirindo uma importância muito grande na performance dos veículos automotores. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/23 A indústria automobilística tem definido o conjunto de força do veículo usando a expressão powertrain, neologismo que compreende o conjunto da geração da energia até sua entrega às rodas do veículo. Créditos: U3D/Shutterstock. 2.2 A EVOLUÇÃO Os sistemas de transmissão foram projetados para atender às necessidades dos veículos de passeio, assim, surgiram muitas configurações e tipos de linhas de transmissão. A complexidade dos sistemas de transmissão vai muito além de manual versus automática. Ao longo de décadas de evolução, houve momentos marcantes. Entre eles, podemos citar o que se deu na década de 20, quando a GM lançou a transmissão “Synchromesh”, câmbio manual com sincronizador. Este salto 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/23 tecnológico acabou com o incômodo do “arranhar” a marcha, quando um motorista não era muito habilidoso. O segundo salto foi o lançamento, também pela GM, da introdução da transmissão automática, conhecida como “hydra-matic”. Créditos: Mjovanovic/Shutterstock. 2.3 PARÂMETROS E VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA PARA O PROJETO DE UMA TRANSMISSÃO Definições e variáveis para um projeto de transmissão: Uma relação de transmissão específica para rotação e torque do conjunto; Uma transmissão não pode ser muito grande ou pesada conforme o veículo; Deve ter baixo custo de produção, ser eficiente e ter durabilidade. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/23 São muitas variáveis a serem levadas em consideração quando se deseja reduzir o consumo. Porém, nem sempre é possível ter as condições ideais simultaneamente. Nos últimos anos, a indústria automotiva tem produzido transmissões mais leves e pequenas, com muitas relações de marchas. Isso ajuda na redução do consumo de combustível, além de melhorar o desempenho do automóvel em relação ao conjunto motor/caixa de câmbio. Viabilidade técnica e econômica para um projeto de transmissão: Só é possível reduzir custos se tivermos uma produção em massa de uma determinada transmissão, por isso esta pode ser utilizada em vários modelos de automóvel; Eficiência, assim teremos economia de combustível; Uma transmissão sem ruídos e uma aceleração contínua, em cada troca de marcha; A transmissão deve ter um peso baixo e ocupar o menor espaço possível, baixo volume. Quanto mais leve a caixa de câmbio, melhor será a economia de combustível e o desempenho do veículo, uma vez que leva menos peso; Deve apresentar poucas intervenções com manutenção. Deve trabalhar por longos períodos sem a necessidade de seguidas paradas para a troca de fluidos e outroscomponentes; Deve apresentar longa vida útil e muita confiabilidade, pois é um componente de custo alto. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/23 TEMA 3 – TORQUE 3.1 INTRODUÇÃO Torque é definido como a força que aplicamos em relação a um determinado ponto, utilizando um braço de alavanca. O braço de alavanca é a distância onde aplicamos a força e o ponto onde se encontra o parafuso. Veja a figura a seguir: Figura 1 - Torque Créditos: Vectormine/Shutterstock. O câmbio de um automóvel gera torque por meio de um conjunto de engrenagens e o usa para movimentar as rodas. É quando você ganha fôlego para as retomadas. Ao sair de uma lombada, o carro exige redução de marcha, o que pode ser percebido ao repararmos no conta-giros: você estará perto da faixa de torque do motor, por isso consegue recuperar fôlego. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/23 3.2 TORQUE O torque é um momento de uma força, é a tendência da força em rotacionar (girar) um corpo sobre o qual ela é aplicada. Podemos calcular o torque matematicamente por meio de produto vetorial entre força e distância (FxD). Quando uma força for aplicada a uma determinada distância do eixo de rotação de um corpo, este estará sujeito à rotação. Quando o corpo não está girando, este está em equilíbrio. Isso quer dizer que a resultante das forças (torques) que atuam sobre um corpo é nula. Quando o torque resultante sobre um corpo é nulo, esse não apresenta aceleração angular. Para fazermos um corpo girar em torno de algum ponto, devemos exercer um torque sobre ele. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/23 Créditos: Udaix/Shutterstock. 3.3 UNIDADE DE MEDIDA PARA O TORQUE A unidade de medida para o torque definida pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) é o newton-metro. Ainda que a ordem desses fatores "newton" e "metros" seja matematicamente indiferente, o BIPM (Bureau International des Poids et Mesures) especifica que a ordem deve ser N·m e não m·N. É comum encontrar em algumas literaturas a unidade Kgf.m. 3.4 APLICANDO DE TORQUE A seguir, temos alguns exemplos de aplicação de torque: 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/23 Ao soltar uma porca de um parafuso ou ao retirar os parafusos da roda do pneu de um automóvel, precisamos aplicar um torque ao parafuso. Quanto mais longe for a distância entre o parafuso e a mão que está segurando a ferramenta, maior será o torque. Quando pedalamos uma bicicleta que tenha marchas, quando estamos na marcha mais “pesada”, quanto maior for o diâmetro de sua coroa, maior será o torque produzido por cada volta do pedal (pedalada). Ao usar uma chave de fenda ou Phillips para remover um parafuso de uma parede ou de um equipamento, notamos que quanto maior for o diâmetro do seu cabo, mais fácil será apertar um parafuso. Quando aumentamos a quantidade de ar versus combustível dentro da câmera de combustão em um motor de combustão interna, a resultante da queima gera uma força aplicada de maior intensidade na cabeça do pistão onde teremos um torque maior que será transmitido para o sistema de transmissão. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/23 Créditos: Sashkin/Shutterstock. TEMA 4 – POTÊNCIA 4.1 INTRODUÇÃO Potência é a grandeza física que quantifica a energia cedida por uma fonte a cada unidade de tempo. Ela é calculada por meio do produto entre torque e rotação do motor no instante a ser estudado. Os primeiros fundamentos da potenciação foram feitos pelo matemático francês René Descartes (1596–1650). 4.2 POTÊNCIA Podemos definir potência como a quantidade de trabalho (ou energia de uma força) realizado por unidade de tempo. Pode ser a quantidade de energia gasta para realizar um trabalho. A potência é igual à energia aplicada dividida pelo tempo. A potência mecânica é o trabalho realizado por uma máquina em determinado intervalo de tempo. Ela consiste na potência transmitida por meio de forças físicas e componentes mecânicos, como engrenagens, ferramentas e outros elementos. A potência em um motor de combustão interna relaciona-se diretamente ao fato desta executar uma tarefa no menor tempo possível. Quanto mais potente for um motor, menos tempo levará para que o trabalho será realizado. O conceito de potência relaciona-se diretamente à relação entre torque e rotação (ciclos dos 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/23 cilindros do motor). Por isso, quando se fala em alta velocidade do automóvel, estamos falando de potência. Fonte: Clube do carro elétrico. 4.3 UNIDADE DE MEDIDA PARA POTÊNCIA A unidade padrão do (SI) para potência é o Watts, que é simbolizado pela letra W. Comumente, a potência dos automóveis é calculada em cavalo-vapor (CV), sendo que essa unidade de medida está fora do (SI). Dessa forma, o kW é a medida padrão utilizada pela maioria dos fabricantes de automóveis europeus em suas especificações técnicas. Por outro lado, os fabricantes de veículos norte-americanos usam o horse power (hp), e os brasileiros, o CV (cavalo vapor). A seguir, temos algumas unidades de medida de Potência: 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/23 CV (cheval vapeur ou cavalo-vapor): a palavra alemã “Pferdestärke” é de difícil pronúncia. Por isso, os franceses criaram a expressão “CV” (cheval vapeur), que é a mesma unidade de medida PS alemã. No Brasil, usa-se na maioria dos casos o CV, de cavalo-vapor. É importante ressaltar que a afirmação de que “um carro tem ‘x’ cavalos de potência” está errada. O correto é dizer que ele tem ‘x’ cv ou cavalos-vapor de potência”; PS: abreviatura do alemão, “Pferdestärke”, que significa “cavalo-vapor”. Ela é a unidade de medida segundo a norma alemã DIN 70020 e tem uma pequena diferença do hp (horse power), devido ao fato de ser baseada no sistema métrico, em vez do sistema imperial; Hp (horse power): é o valor medido no virabrequim, com todos os acessórios necessários para ligá-lo de modo a fazê-lo funcionar de forma autônoma; Bhp (brake horse power): unidade utilizada segundo as normas americanas SAE J245 e J 1995 (obsoleta), a potência parece maior, pois é permitido durante o teste a retirada de alguns componentes do motor, tais como o filtro de ar, o alternador, a bomba da direção hidráulica e o motor de partida. Também eram utilizados coletores de escape especiais, diferente dos veículos fabricados e vendidos ao público. Então, a potência especificada para determinado veículo era maior do que a que o motor realmente apresentava. kW: esta unidade atualmente é a mais usada no (SI), definido pela Organização Internacional de Normalização (ISO) segundo as normas ISO 31 e ISO 1000. Diferenças de valores nas unidades de medida: 1 hp = 0,7457 kW 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/23 1 cv (ou PS) = 0,7355 kW 1 hp = 1,0138 vv (ou ps) 4.4 CÁLCULO DE POTÊNCIA A potência fornecida por um motor de combustão interna que será transmito para o sistema de transmissão (P) pode ser obtida de seu torque (T) e da sua rotação (n): P = T x N x 2 x π / 60 P – Potência [W] T – Torque [Nm] N – Rotação do motor [rpm] π – 3,14159 4.5 EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO DE POTÊNCIA O equipamento utilizado para medir potência e consequentemente o torque em função da rotação do motor se chama dinamômetro. Existem dois tipos de dinamômetros: Dinamômetro de bancada: O motor não está montado no veículo e nem ligado a caixa de câmbio. Utilizado para fazer testes de emissões, calibração, 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/23 torque e potência; Créditos: Somluck Rungaree/Shutterstock. Dinamômetro de rolo: E realizada a coleta dos dados de performance com o automóvel instalado sobre rolos e devidamente fixadopara evitar acidentes. Tem o objetivo de aferir potência nas rodas, comportamento e emissões. Créditos: Gaibru Photo/Shutterstock. TEMA 5 – RELAÇÃO DE MARCHAS 5.1 INTRODUÇÃO 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/23 A caixa de câmbio utiliza engrenagens com diferentes números de dentes para aumentar ou reduzir a força do motor de acordo com a marcha selecionada. As relações de engrenamento definem quantas voltas dá a engrenagem motora, transmissora de movimento, para cada volta da engrenagem movida. Uma engrenagem pode estar girando duas vezes mais rápido que a outra, isso se deve à relação entre as engrenagens, o que define as marchas. Se as engrenagens tivessem o mesmo diâmetro e número de dentes iguais, girariam à mesma velocidade, em sentido contrário. Ao ligarmos o motor do automóvel, este está parado sem nenhuma marcha engatada, mas a engrenagem motora está girando, pois o motor está funcionando, porém, a engrenagem movida está em repouso (parada). Então, o sistema de embreagem deve acoplar a engrenagem motora que está se movendo com a engrenagem movida que está parada. O contato (engrenamento) entre engrenagem movida e engrenagem motora é chamada de relação de marcha. Podemos calcular essa relação dividindo o número de dentes da engrenagem movida pelo número de dentes presentes na engrenagem motora. A relação de marcha é identificada pela letra “i” (minúscula). As engrenagens são utilizadas por várias razões, tais como: Inverter a rotação (sentido); Aumentar ou reduzir a velocidade de rotação; Mudar o torque transmitido (maior ou menor); Transmitir o movimento de rotação para um determinado eixo; 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/23 Manter a sincronia de rotação dos eixos. 5.2 ENGRENAGEM MOTORA E ENGRENAGEM MOVIDA A engrenagem é um componente rígido utilizado na transmissão de movimentos rotativos entre eixos, podendo ser uma engrenagem motora ou uma engrenagem movida. Engrenagem motora: a engrenagem motora é a que recebe o movimento de rotação e transmite a engrenagem movida; Engrenagem movida: a engrenagem movida recebe a rotação da engrenagem motora e transmite a uma árvore de saída ou a uma outra engrenagem. Créditos: Alexey V. Smirnov/Shutterstock. 5.3 CÁLCULO DA RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO A caixa de câmbio do automóvel nos permite modificar o torque. Podemos escolher uma velocidade maior com menos torque, ou uma menor velocidade com grande torque, de acordo com as exigências da estrada (subidas ou descidas). 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/23 Na caixa de marchas de um automóvel, temos algumas relações de marchas, isso dependendo do número de marchas que esta possui. Vamos considerar como exemplo um carro de fabricação nacional, em que geralmente o câmbio é composto de cinco marchas. A seguir, temos a relação desse câmbio: 1ª Marcha: 3,73:1 2ª Marcha: 1,96:1 3ª Marcha: 1,21:1 4ª Marcha: 0,95:1 5ª Marcha: 0,76:1 Duas engrenagens que têm o mesmo diâmetro e o mesmo número de dentes terão a mesma velocidade e torque. Citando como exemplo, quando uma engrenagem de 10 dentes engrenar com outra de 20 dentes, a primeira vai girar duas voltas, já a segunda vai girar uma só, a esta tenha um torque maior. Uma engrenagem de 10 dentes trabalhando com outra com 30 dentes vai dar três voltas para que a de 45 dentes complete uma volta. Isso chama-se relação de redução três-por-um (3:1), sendo que o torque de saída será três vezes maior. Exemplo de cálculo: 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/23 Considere uma engrenagem com 10 dentes (árvore primária) que recebe a rotação do motor e outra acoplada a essa engrenagem, com 20 dentes (árvore secundária), sendo que o motor está a 1900 giros, na condição de torque máximo, que no caso é de 800 Nm. A engrenagem que recebe diretamente a rotação do motor é a de 10 dentes. O número de dentes de cada engrenagem determinará a relação de transmissão: o número de dentes da engrenagem motora dividido pelo número de dentes da engrenagem movida. No exemplo: 10 / 20 = -0,5. A relação de transmissão possibilita os cálculos de quanto será a rotação da engrenagem movida e qual será o torque que esta transmitirá: 0,5 x 1900 rpm => 900 rpm. Portanto, a engrenagem maior dará 900 voltas contra as 1800 da engrenagem menor. Para obter o torque, ao invés de multiplicarmos, vamos dividir: 800 Nm / 0,5 = 1600 Nm. FINALIZANDO Nesta aula, procuramos demonstrar a importância da transmissão nos veículos automotores, sua história e evolução, as definições de torque e potência e a relação de transmissão aplicada. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/23 REFERÊNCIAS Lechner, G.; Naunheimer, H. Automotive Transmission: Fundamentals, selection, design, and application. Berlin; Heidelberg: Springer Science & Business Media, 1999. PEREIRA SILVA, E. da; COSTA, W. R. Conceitos Básicos Aplicados em Sistemas de Transmissão Veiculares. 71 f. Monografia (Graduação em Tecnologia de Eletrônica Automotiva) – FATEC Santo André, Santo André, 2002.
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