Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdade Campos Elisios Gisele da Silva Gonçalves Rodrigues Graduação em letras Uma abordagem para o ensino da Língua Inglesa no Ensino Fundamental II: Sociointeracionismo Itaquaquecetuba - SP 2020 11 Gisele da Silva Gonçalves Rodrigues Uma abordagem para o ensino da Língua Inglesa no Ensino Fundamental II: O Sociointeracionismo Setembro/ 2020 Atividade para conclusão do curso de graduação em letras pela Faculdade Campos Elisios Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e me capacitou para concluir esse trabalho. Agradeço ao meu marido e filhos pela compreensao do tempo que dediquei a realizacao desse trabalho. Aos meus colegas que me ajudaram e que me incentivaram em todo o tempo. Dedicatória Dedico esse trabalho aos meus queridos avós: in memoria Pedro, Anésio e Helena, terezinha. Resumo Este trabalho de pesquisa aborda o ensino de Língua Inglesa no ensino Fundamental II das escolas públicas por meio do Sociointeracionismo, além de trabalhar o lúdico em sala de aula como um dos métodos de ensino e apoio pedagógico. De acordo com Vygotsky, a interação entre os indivíduos traz consigo uma gama de possibilidades para o aprendizado, evolução e desenvolvimento cognitivo, e diante dessas possibilidades estudaremos como podemos instinguir o interesse efetivo em nossos alunos por meio dessa interação, tornar o estudo da Língua Inglesa interessante e atrativo, e demonstrar sua importância nos dias atuais, criando um elo entre a língua e o aprendiz. Demonstrar parte significativa da evolução dessa língua e sua importância para o mundo contemporâneo. Ademais, verificaremos durante a leitura dessa pesquisa, o quão negligenciado fora o ensino de tal, e quais métodos poderão ser utilizados para que a tragamos de volta a visão de necessária e primordial a aprendizagem. Palavras-chave: Língua Inglesa, Sociointeracionismo, lúdico, aprendizagem Abstract This research work addresses the teaching of English in elementary education II in public schools through Sociointeractionism, in addition to working in the classroom as one of the teaching methods and pedagogical support. According to Vygotsky, the interaction between individuals brings with it a range of possibilities for learning, evolution and cognitive development, and in view of these possibilities we will study how we can instill effective interest in our students through this interaction, make the study of the English Language interesting and attractive, and demonstrate its importance today, creating a link between the language and the learner. Demonstrate a significant part of the evolution of this language and its importance for the contemporary world. In addition, we will verify during the reading of this research, how neglected the teaching of such, and what methods can be used to bring it back to the vision of necessary and primordial learning. Keyword: English language, Sociointeractionism, playful, learning Sumário Introdução ............................................................................................................ 10 Capítulo I ............................................................................................................. 12 1.1 A origem da Língua Inglesa ......................................................................... 12 1.2 Qual a importância do Inglês no mundo? .................................................. 14 1.3 Qual a importância do ensino de Inglês no Brasil? ............................... 14 1.4 A função social do Inglês no Brasil .................................................... 18 Capítulo II............................................................................................................ 21 2.1 O que é ensinar? ............................................................................................ 21 2.2 A importância do Inglês no ensino ............................................................ 25 Capítulo III .......................................................................................................... 28 3.1 O que é o Sociointeracionismo? .................................................................... 28 3.2 O sociointeracionismo discursivo no ensino de Língua Inglesa ............... 29 Considerações Finais ........................................................................................... 35 Referências .......................................................................................................... 36 10 Introdução Aprender outra língua significa aprender conhecimento e seu uso. Podemos encontrar novas técnicas e métodos diferentes para se ensinar uma língua estrangeira, nesse caso em específico nosso objeto de estudo é a Língua Inglesa (doravante citada apenas como LI), fazendo com que esse aprendizado flua de uma maneira mais fácil e eficaz, tentando resolver as dificuldades encontradas pelos professores a fim de contribuir para melhores aulas de Inglês, visando tornar mais prazeroso o trabalho do professor e estimular as habilidades que desabrocharão naturalmente com as formas diferentes de aprendizado do aluno. A comunicação em nosso meio é muito importante, quando começamos a nos desenvolver aprendemos nossa língua materna, mas o tempo passa e com a evolução a qual somos submetidos temos sempre que buscar uma melhora para podermos crescer em nosso meio e evoluir como pessoa, e nos dias de hoje parte dessa evolução é o aprendizado de outra língua. Através da Psicologia e da Didática, percebemos que há a possibilidade de ensinar de um modo mais fácil e divertido a LI, e com isso chamando a atenção dos alunos fazendo com que eles tenham mais interesse. E trabalhando nos pensamentos de alguns autores e dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira, mostrarei que dentro da sala de aula não precisamos ficar voltados apenas para a teoria: conjugação de verbos ou traduções de textos. Mas podemos nos utilizar de atividades lúdicas, abordagens menos tradicionalista para que a aula fique mais interessante, e o aprendizado mais atrativo e com isso fazer com que os alunos venham a interagir durante as aulas. O benefício social é que os alunos ao fazerem as atividades dinâmicas em sala de aula terão mais facilidade em aprender, e mais motivação para participarem das aulas de LI. Para tanto, estudaremos no primeiro capítulo a origem da LI, quais suas referências e raízes, a fim de compreendermos melhor sua história. Abordaremos também sua importância no Brasil e no mundo, além de sua função social no Brasil. No capítulo subsequente serão estudadas questões base para qualquer licenciatura, ou seja, estudaremos sobre o que é o ensinar, qual sua função social e 11 como vem se desenvolvendo através dos anos. E nesse mesmo foco, veremos também a importância da LI no ensino. Para o capítulo final separamos um dos pontos chave dessa pesquisa, o significado do que é o Sociointeracionismo e o Sociointeracionismo discursivo no ensino da LI. Em todos os capítulos dessa pesquisa utilizaremos referências das mais diversas em função de torná-la embasada e de uma compreensão mais ampla. Serão citados autores estudiosos do tema, além dos PCN’ s para o Ensino Fundamental II e Língua Estrangeira, tudo para que aprendamos a apreciar o ensino da LI diante de atividades lúdicas e do sociointeracionismo.12 Capítulo I 1.1 A origem da Língua Inglesa Para estudarmos esse tema, será necessário que passemos a conhecer as origens da LI e suas raízes. Portanto, durante essa pesquisa utilizaremos a ótica de diferentes autores, como por exemplo, Santos (1980), que diz o seguinte: Por volta do ano 476 d.C., Roma acabava de sofrer uma queda da qual jamais se reabilitaria. Como senhora férrea do mundo, tentara em vão unificar toda a Europa, após dominá-la por cerca de cinco séculos. Mas os hérulos, vândalos, ostrogodos, suevos, burgúndios, anglos e saxões – todos os bárbaros – acabaram por dividir o poderoso império romano. Quem vê a expansão da língua inglesa ao redor do mundo, sobretudo nos últimos 50 anos, pode não acreditar que a língua mais usada em transações comerciais hoje era falada por apenas algumas tribos germânicas no século 5 d.C. Conhecer um pouco da origem das línguas significa entrar em contato com a história da humanidade, com as disputas políticas que marcam essa história e que revelam a alternância de poder entre tribos, povos e nações. Essa alternância de poder pode ter resultado em imposições da língua de um povo a outros povos ou, ainda, em influências de uma cultura sobre outra por um determinado período. A língua que usamos hoje para nos comunicar é fruto desse movimento, desse contato entre os homens e de como se deram as relações sociais ao longo da história. Embora a LI seja conhecida ou denominada como anglo-saxônica, é válido dizer que suas raízes nos revelam alguns outros nomes, tais como: teutônica e anglo-germânica. Sua semelhança com o alemão rendeu-lhe o último termo. O grupo teutônico reúne em si sete dos grandes grupos indo-europeus, são eles: o Alemão, o Holandês, o Escandinavo e o Inglês, os seis outros grupos restantes são o Céltico, o Românico, o Eslavo, o Báltico, o Grego e o Armênio. Alguns estudos sobre a correlação entre essas famílias de grupos e subgrupos de línguas mais aprofundados nos revelam relações surpreendentes entre línguas modernas e antigas ou mesmo “ mortas” , como o Sânscrito, o Hitita e 13 o Hebreu, por exemplo. Para uma melhor visualização dessas relações, Santos (1980) elaborou a seguinte tabela: Sânscrito Alemão Inglês Holandês Português Pitar Vater Father Vader Pai Matar Mutter Mother Moeder Mãe Pvostri Schwester Sister Schwester Irmã Vidhava Witwe Window Wedue Viúva [???] No mesmo conjunto de parentesco entre algumas línguas - embora o Latim pertença ao grupo das línguas românicas – vê-se a similaridade das palavras relacionadas com o latim Pater, Mater, Soror e Vidua. E dentro de um grupo teutônico mais íntimo, como no Alemão/Inglês, teríamos as seguintes semelhanças: Inglês Alemão Português God Got Deus Good Gutten Bom Rich Reich Rico Night Nicht Noite Word Wort Palavra Wise Weise Sábio Ladder Leiter Escada A correspondência acima justifica o porque chamamos o ingles de uma língua anglo-germânica. No século V da era cristã foi quando as tribos germânicas dos anglos, saxões e frisões invadiram a Grã-Bretanha, dominaram os celtas e impuseram seu idioma. “ Mas na realidade, a herança híbrida indo-européia do inglês é muito grande.” 14 1.2 Qual a importância do Inglês no mundo? Em meados do século XIX, quando a Inglaterra construiu um dos maiores impérios já vistos em todo o mundo, foi que o inglês iniciou sua disseminação mundial, devidos suas colônias, o Império Inglês tornou oficial o uso da LI em diversos países, e um deles foi o EUA, que durante a Segunda Guerra Mundial tornou-se o maior poderio bélico mundial, e posteriormente um dos países, se não o maior, mais poderosos do mundo, e com todo esse poder econômico o inglês tornou-se oficialmente a língua dos negócios, consequentemente, a língua mundial. Todos os dias nós convivemos com uma série de palavras em inglês, daí percebemos a importância e a influência que exerce sobre a nossa cultura. Note quantas palavras em inglês que usamos em nosso cotidiano: facebook, instagran, twitter, Jeans, shopping center, pet shop, lan house, pit stop, pen drive, notebook, laptop, selfie, palmtop, internet, web site, windows, word, download, big, delivery, baby, look, fast food, fashion, e-mail, messenger, outdoor, hot dog, milkshake, light, hamburger, drink, happy hour, diet, light, fitness, crazy, show, rock, design. Portanto, o domínio do inglês é atualmente uma das maiores armas para o ingresso efetivo e de sucesso no mercado de trabalho, além de ter se tornado a língua dos negócios, o inglês também é hoje uma língua universal, falada de norte a sul em todo o mundo, mesmo nos países mais tradicionais como a China, o inglês é uma língua de uso importante e ensinado nas escolas como disciplina fundamental. O inglês não é a língua com mais falantes nativos do mundo, mas está em terceiro lugar logo depois do espanhol no entanto, a língua inglesa ocupa o primeiro lugar em termos de importância internacional, já que é a mais difundida globalmente e acima de tudo é muito útil para diferentes contextos. 1.3 A importância do ensino de Inglês no Brasil O Brasil vem crescendo economicamente a cada dia e com isso surgem inovações em todos os campos profissionais, e com interesse da sociedade e do 15 governo por uma educação mais qualificada, muitas vezes, faz-se necessário conhecer um outro idioma, além do Português. Considerando a importância econômica do Brasil como país em desenvolvimento e uma grande procura por profissionais que tenham bom desempenho no idioma Inglês, na década de 1990 houve diversas iniciativas curriculares instituídas em nosso país, no ano de 1998 foram elaborados Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira ( PCN-LE) definido pelo Ministério da Educação (MEC) para tentar suprir a necessidade de uma melhor educação no Brasil, como uma resposta aos anseios do governo e da sociedade de uma melhoria na forma de ensinar, e capacitar professores, educadores, e a todos aqueles envolvidos na área de educação promovendo uma revisão ampla em todo o processo de ensino-aprendizagem, buscando a satisfação de quem ensina e de quem aprende. Sendo que somente os cursos particulares de línguas ensinavam com mais competência à aqueles que buscavam um melhor aprendizado. Mas com a elaboração dos PCN-LE para o estudo de línguas estrangeiras modernas nas escolas o governo federal tenta satisfazer, o desejo da sociedade em dar uma educação melhor aos seus filhos, pois o crescimento do país e a súbita globalização do mundo e da consequente necessidade do conhecimento de inglês, para fixar-se socialmente e, principalmente, para ingressar em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, onde somente em cursos livres de línguas ensinavam de modo mais competente. A sociedade brasileira reconhece um valor educacional formativo na experiência de aprender outras línguas na escola. Reconhece esse bem cultural ao garantir de alguma forma a presença da disciplina Língua Estrangeira no currículo e mesmo quando duvida da eficácia do ensino escolar e leva seus filhos e a si mesma para aprender línguas em escolas e institutos particulares de idiomas. O poder dos governantes e administradores, por outro lado, tem expressado mal nos meandros de suas decisões e atos, o valor de uma bem sucedida vivência educacional em outras línguas. (Almeida Filho, 2000,7). Infelizmente as familias não conseguem encontrar a qualidade de ensino de uma língua estrangeira nas escolas publicas, como em um curso particular que 16 parecem ter mais motivação e de acordo com uma entrevista a revista Nova Escola Antonieta Celani (2009) nos afirma: [...] que há uma deficiencia na formação de professores em faculdades sem qualidade que se proliferampelo país e a escassez de programas de Educação continuada bem organizados, são apenas dois dos desafios enfrentados no ensino de Língua Estrangeira. A outra questão, torna o cenário ainda mais desafiador: a ausência de uma política clara em nível nacional, o que leva a disciplina a uma posição secundária dentro do currículo. A procura por bons cursos do idioma originalmente britânico tem sido crescente por parte das famílias brasileiras. Suas crianças têm sido matriculadas cada vez mais precocemente, pois, além da tentativa de motivá-las ao estudo sistemático e prazeroso do Inglês, visando o sucesso profissional, têm plena consciência de que quanto mais cedo uma pessoa é apresentada a um novo idioma, mais facilmente poderá utilizá-la como um nativo. Desta forma poderá ter excelente desempenho onde quer que seja avaliada. Por que o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras nunca foi tratado com muito respeito em nosso país, pelo menos no papel. Mas os PCN-LE, auxiliado pela nova LDB, procura mostrar a importância que o ensino de línguas estrangeiras modernas havia deixado para trás: No âmbito da LDB, as Línguas Estrangeiras Modernas recuperam, de alguma forma, a importância que durante muito tempo lhes foi negada. Consideradas, muitas vezes e de maneira injustificada, como disciplina pouco relevante, elas adquirem, agora, a configuração de disciplina tão importante como qualquer outra do currículo, do ponto de vista da formação do indivíduo. [...] Assim, integradas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, as Línguas Estrangeiras assumem a condição de serem parte indissolúvel do conjunto de conhecimentos essenciais que permitem ao estudante aproximar-se de várias culturas e, conseqüentemente, propiciam sua integração num mundo globalizado.( PCN 1999, 49) 17 Muitos buscam também a possibilidade ainda mais efetiva de estudar o inglês fora do país, algo que combina o prazer de conhecer um lugar novo com um meio mais fácil ou mais natural de se aprender a língua, e que também torna o currículo mais valioso quando analisado por um empregador, e o Governo Federal percebendo as necessidades, propõe um ensino de Língua Estrangeira mais voltado à comunicação e contextualização de conteúdos, reconhecendo que as aulas até então ministradas nas escolas, tanto públicas quanto particulares, não capacitavam os alunos a falar, ler e escrever em novos idiomas, e tinham um caráter muito mais repetitivo do que comunicativo e percebeu que havia uma grande dificuldade em encontrar profissionais qualificados. Mas trata com otimismo a função que as Línguas Estrangeiras Modernas (LEM) assumem dentro da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias presente no documento oficial. E reconhece, de maneira simples, o problema das línguas estrangeiras modernas terem ficado, durante muito tempo, em segundo plano. Ao figurarem inseridas numa grande área – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – , as Línguas Estrangeiras Modernas assumem a sua função intrínseca que, durante muito tempo, esteve camuflada: a de serem veículos fundamentais na comunicação entre os homens. Pelo seu caráter de sistema simbólico, como qualquer linguagem, elas funcionam como meios para se ter acesso ao conhecimento e, portanto, às diferentes formas de pensar, de criar, de sentir, de agir e de conceber a realidade, o que propicia ao indivíduo uma formação mais abrangente e, ao mesmo tempo, mais sólida. (PCN 1999,52). A partir deste ano, o Brasil começa a implementar, no ensino fundamental, a Base Nacional Comum Curricular, um documento que define o mínimo que todos os estudantes no país têm direito de aprender, e o inglês está previsto nesse documento. Aulas de inglês não são novidade nem em escolas públicas, nem em particulares, uma vez que a maioria oferece o idioma, mas um estudo do British Council mostra que apenas 10,3% dos jovens, de 18 a 24 anos, dizem saber inglês. O percentual é menor se consideradas as pessoas mais velhas, com mais de 16 anos, chega a 5,1%. 18 Portanto, o estudo de Língua Estrangeira vem se tornando cada vez mais reconhecida pelo Ministério da Educação e pela sociedade, e não mais negligenciado como apenas uma disciplina sem importância ou propósito. 1.4 A função social do Inglês no Brasil A função da escola não é somente ensinar mas sim formar cidadãos que tenham noção de seus direitos e deveres. E cabe a ela garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo e estas aprendizagens devem contribuir - se como instrumentos para que o aluno compreenda melhor a realidade que o cerca, ajudando-o em sua participação em relações sociais cada vez mais amplas, preparando-o para a inserção no mundo do trabalho e na vida pública. Observa-se que o ensino do inglês constitui um fator importante para que qualquer pessoa inserida no meio social possa ter acesso ao mundo tecnológico e cultural. Portanto, tratar do tema sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa em escolas públicas remete em primeiro instante no pensar sobre o que tem sido feito estrategicamente para que os alunos dessas instituições de ensino se interessem por outro idioma. O ponto chave é que as pessoas possam ampliar a comunicação em um tempo de globalização e interação social constante e imediata. Nesse sentido, o processo de ensino do inglês passa a ser visto como meio de aumentar as perspectivas culturais e profissionais de um cidadão. É por meio desse fato que as teorias se concentram em proporcionar aos alunos uma competência comunicativa que lhes permita desenvolver-se no ambiente: social, cultural e laboral. Tudo isso implica em noções e funções lingüísticas, no uso apropriado das expressões, nas diversas situações comunicativas e de interlocutores, ou seja, a teoria atual de ensino e aprendizagem do inglês parece caminhar para um enfoque comunicativo. Segundo os PCN (1998, p. 15): A aprendizagem de uma Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo ela 19 deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo e poder agir no mundo social. Portanto a escola deve propiciar o domínio dos conteúdos culturais básicos, da leitura e da escrita, das ciências, das artes e das letras. Sem estas aprendizagens, dificilmente ele poderá exercer seus direitos de cidadania, ou seja, a escola tem o compromisso social de ir além da simples transmissão do conhecimento sistematizado, dando ao aluno a capacidade de buscar informações segundo as exigências de seu campo profissional ou necessidades de desenvolvimento individual e social. Percebe-se a importância do ensino da língua estrangeira ao analisar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): [...] ao ensinar uma língua estrangeira, é essencial uma compreensão teórica do que é a linguagem, tanto do ponto de vista dos conhecimentos necessários para usá-la quanto em relação ao uso que fazem desses conhecimentos para construir significados no mundo social. (1998, p.27). A maioria das contratações das empresas para uma vaga de emprego são feitas após uma série de avaliações, incluindo-se o domínio da língua, não só falada como escrita. Os melhores cargos são para os mais bem preparados, e preparo, entre muitas outras coisas, significa o inglês fluente. Para interagir e socializar-se no mundo moderno e competitivo os PCN-LE nos revela seu anseio: A aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna qualifica a compreensão das possibilidades de visão de mundo e de diferentes culturas, além de permitir o acesso à informação e à comunicação internacional, necessáriaspara o desenvolvimento pleno do aluno na sociedade atual. (PCN 2002, 131-132) No entanto para isso acontecer, considera-se que não é uma tarefa fácil, responder à questão de quando trabalhar as relações interpessoais num contexto didático-pedagógico nos afirma Antunes (PCN 2003, 14): As relações que envolvem alunos e professores, professores e professores, professores e pais e ainda muitos outros "atores" do universo escolar são marcadas pelo imprevisível e, como assim são, nem sempre é possível antecipar o uso de uma ação ou 20 estratégia que atue como sensibilizadora das relações interpessoais. O professor tem que motivar seus alunos e com a motivação pode mostrar a eles que atividades em grupos também ajudam no aprendizado, tendo que considerar a timidez, a relação entre colegas e o próprio professor, disponibilidade e vontade em ajudar os colegas, a afetividade, fatores sócio-culturais, idade do aprendiz, ambiente pedagógico, etc. Aconselha-se à busca por interação social entre os alunos, buscando metas que só irão beneficiar o aprendizado, como nos afirma abaixo com um trecho do documento que explicita o sentido de aprendizagem na área de Língua Estrangeira no ensino fundamental (PCN 1998, 54): Assim, é fundamental que desde o início o professor desenvolva, com os alunos, um trabalho que lhes possibilite confiar na própria capacidade de aprender, em torno de temas de interesse e interagir de forma cooperativa com os colegas. As atividades em grupo podem contribuir significativamente no desenvolvimento desse trabalho, à medida que, com a mediação do professor, os alunos apreenderão a compreender e respeitar atitudes, opiniões, conhecimentos e ritmos diferenciados de aprendizagem. O professor não deve centralizar-se somente em sua matéria, e sim juntar variados temas que englobem problemas sociais e o que está ligado a sociedade pra que os alunos possam refletir. Villani (2008,4) nos relata: Quando utilizamos o ensino da língua estrangeira para fazer uma “ ponte” , ser um elo entre as várias disciplinas curriculares à disposição dos alunos, damos nossa parcela de contribuição para que o indivíduo seja desenvolvido integralmente. No tocante a esse desenvolvimento e à formação integral dos alunos nas aulas de língua estrangeira, os aspectos ligados à transversalização dos temas integrantes das aulas e, consequentemente, aos conteúdos, são um fator preponderante na opção da trajetória educacional que temos a nossa disposição. PCN (1998,59) nos reforça: 21 Em última análise, o processo é caracterizado pela interação entre os significados ou conhecimento de mundo do parceiro mais competente (em sala de aula, o professor ou um colega) e os do aluno. Muitas dificuldades na aprendizagem são geradas, exatamente, por essas diferenças, que vão determinar expectativas e condições de relevância diferentes sobre o que se fala. Esses trechos nos mostram que como em todas as outras disciplinas, a LI também deve ser visualizada pelos diversos vértices, trabalhando não só disciplinamente, mas também com a interdisciplinaridade, deixando que transversalmente caminhe entre as demais disciplinas escolares, assim é possível alcançarmos uma significação maior ao ensino, e não simplesmente deixar que os alunos caiam no discurso do aprender por aprender. Capítulo II 2.1 O que é ensinar? para Skinner (1972) ensino é entendido como atividade que deve preparar o aluno para o futuro, possibilitando o desenvolvimento de habilidades e a aquisição de conhecimentos sobre o mundo e sobre si mesmo, necessários à sua sobrevivência como membro da espécie, como indivíduo e como participante de uma cultura. Professores e escola estão com problemas em fazer o ambiente escolar um lugar atraente para os alunos, eles estão tendo que lidar com a pobreza, fome, violência, drogas que são problemas atuais. “ A tarefa do educador torna-se mais difícil quando perante aos jovens, porque estes aprendem muito mais pelos exemplos que o professor possa dar do que pelo que possa oferecer seu mais rico currículo. Ensinar é pois modelar caracteres. Em poucos casos seria educar.” “ Educar” , segundo Ellen G. White, “ significa muito mais do que o simples prosseguimento de um certo curso de estudos. Visa o ser Todo... É o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, mentais e espirituais.” Ou seja alguns alunos buscam no professor o que não encontram em casa. Podemos mudar a trajetória no ensino público em busca de melhoria no processo de ensino de língua nas salas dos cursos regulares da educação básica. Segundo 22 Paulo Freire, “ educar é provocar mudanças ou criar condições para que elas aconteçam” e é aí que a pesquisa, dentro de princípios metodologicamente aceitos adquirem significado com isso, é possível dizer que na prática da língua inglesa, muitas vezes, se faz necessário que o professor deixe sua “mesa” para ir ao encontro de seus alunos, onde o “saber” implica em aprender a compartir representações e estímulos. Mostrar que em uma sala de aula não há a necessidade de ficar apenas na parte teórica, a possibilidade de utilizarmos varias estratégias lúdicas para estimular o processo de aprendizagem da Língua Inglesa, pois os jogos ajudam a criar um entusiasmo sobre o conteúdo a ser trabalhado a fim de considerar os interesses e as motivações dos alunos em expressar – se, agir e interagir nessas atividades realizadas em sala de aula, podendo proporcionar aos alunos um ambiente prazeroso e motivador, para o sucesso da aprendizagem. Desta forma, estar preparado para acompanhar as inovações tecnológicas e suas consequências pedagógicas constitui-se uma importante característica na atuação do professor. A internet, por exemplo, tem alcançado um número cada vez maior de usuários, e a rapidez do seu desenvolvimento chega a impressionar educadores em geral. No que diz respeito ao ambiente pedagógico, a rapidez com que as tecnologias se instalam e se fazem presentes na vida profissional e no meio escolar pode ser preocupante se os professores não se atualizarem. “A crescente utilização da internet está levando a uma chamada para os multiletramentos ou letramentos digitais.” (Brydon, 2011). “ Para que os professores se ajustem às modificações que se fazem presentes, dedicar-se e investir numa formação continuada que abarque essas mudanças é um passo importante para iniciar um trabalho mais conectado com todas as inovações que se apresentam. Há ainda muito a ser feito para que o professor do século XXI desenvolva habilidades que o ajudem a tornar a tecnologia uma aliada à sua prática docente, como por exemplo, levantar reflexões a respeito da utilização das novas tecnologias, para que sua utilização não seja apenas mecânica ou modismo. O professor ao fazer estas reflexões, prepara-se para fazer escolhas fundamentadas e torna-se um agente muito importante para a utilização de recursos tecnológicos disponíveis às práticas pedagógicas. 23 Temos que aplicar a matéria de forma prática para que os alunos tenham mais facilidade ao aprender, e estimular seus poderes e habilidade localizando as dificuldades, e exercitando-as e estimulando sua capacidade para soltar suas imaginações, e com isso eles poderão sentir prazer através de práticas corporais como jogos e atividades dinâmicas fazendo que desabrochem naturalmente em uma variedade de maneiras, explorando a si próprio e o ambiente em que se encontram. Segundo Vygotsky os nossos pensamentos são fruto da motivação, ao sentirmos necessidades específicas, desejos, interesses ou emoções, somos motivados a produzir pensamentos. Trazendo isto para a aquisição de uma língua estrangeira logo chegamos à conclusão de que é necessária uma motivação intrínseca paraque o sujeito sinta maior afinidade e interesse pela mesma. A linguagem é construtora do pensamento, porém nem toda forma de aprendizado é sinônimo de desenvolvimento, antes, o pensamento o é. O aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer ( Vygotsky, 1991 p. 101). Segundo Maluf (2007) é necessária vivenciar uma prática corporal. Isto facilitará, e muito, a interação com os alunos. Não descarto a importância de orientações e de fixar diretrizes pedagógicas para a introdução do brincar livremente por si só já traz efeitos positivos para o desenvolvimento das crianças. É importante as atividades lúdicas no ensino escolar, pois ela proporciona uma maior interação entre os alunos e o aprendizado, fazendo com que os conteúdos fiquem mais fáceis para os alunos, deixando – os mais interessados em assistir as aulas. E o cabe aos professores inserir também atividades lúdicas no processo de ensino – aprendizagem para que o ensino da Língua Inglesa fique mais fácil e divertido. Segundo TEIXEIRA (1995, p. 23), As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica, que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor 24 motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário e elas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, que aciona e ativa as funções psico- neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento integrando várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva. Como atividade física e mental que mobiliza as funções e operações, e aciona as esferas motora e cognitivas, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que a atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento integrador dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. Desse modo, o professor deve utilizar-se da variedade em todas as áreas de ensino, pois os alunos não conseguem concentrar-se numa atividade por mais do que uma limitada parcela de tempo. Assim, cabe ao professor variar suas metodologias e fazer a aula dinâmica, para que os eles prestem atenção, se entusiasmem com a aula e, conseqüentemente, aprendam o conteúdo. Sendo assim, a aplicação das atividades lúdicas é fundamental para o entretenimento da turma, a qual se sentirá mais motivada em poder brincar ao mesmo tempo em que aprende. Para VYGOTSKY (1994, p. 103), "a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção". "Os jogos produzem uma excitação mental agradável e exercem uma influência altamente fortificante" (HUIZINGA apud ANTUNES, 1998, p. 46). Observa-se, pois, que alguns dos grandes educadores do passado já reconheciam a importância das atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem. Brincando e jogando, a criança aplica seus esquemas mentais à realidade que a cerca, aprendendo-a e assimilando-a. Brincando e jogando, a criança reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses. Por isso, pode-se afirmar que, por meio das atividades lúdicas, a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade. Assim, é possível aprender qualquer disciplina através da 25 atividades lúdicas, a qual pode auxiliar no ensino de línguas, ou até mesmo de outras matérias. 2.2 A importância do Inglês no ensino “ À medida em que o inglês se torna o principal meio de comunicação entre as nações, é crucial garantirmos que seja ensinado com precisão e eficientemente.” (David Crystal) Segundo os PCN-LE (1998,39) [...] no que se refere à situação de dominação do inglês como segunda língua e mesmo como segunda língua Estrangeira. A posição do inglês nos campos dos negócios, da cultura popular e das relações acadêmicas internacionais coloca-o como a língua do poder econômico e dos interesses de classes, constituindo-se em possível ameaça para outras línguas e em guardião de posições de prestígio na sociedade. Celani (2009) nos diz que em tempos atrás o foco estava em ensinos de línguas em si e que a preocupação era o que e como ensinar. E que hoje a outras perguntas : para que crianças e jovens precisam do ingles?Por que ele é necessário no currículo? Primeiro teve o ensino baseado em gramática e tradução. Logo após o método audiolingual, embasado na repetição oral e com orientação behaviorista. Depois, apareceram iniciativas soltas: método funcional ( conteúdo pautado por eventos como “ no aeroporto” , “ na loja” etc.). Todos, no fundo, se tratavam de 26 audiolinguais disfarçados, já que a condução em sala de aula também se dava pela repetição. Muito depois, surgio a abordagem comunicativa, por meio da qual não se pode usar a primeira língua, só estrangeira. Que foi a grande revolução do fim do século 19. ( Celani 2009) O ensino da língua inglesa propicia ao aluno a oportunidade de engajamento e interação no mundo social, e o faz entrar em contato com outras civilizações e culturas, por isso incentivar o estudante é muito importante. Assim como afirma Celani ( 2009). É preciso valorizar o segundo idioma, entender qual a importância de aprendê-lo para a Educação do indivíduo – o que permite a ele entender o outro a as diferenças e estar inserido no contexto mundial atual. E também, é claro, dando formação inicial e continuada para os professores. Eles apenas repetem o que aprendem. Aprender línguas significa aprender conhecimento e seu uso, isso nos afirma PCN-LE (1998, 27): [...] na aprendizagem de línguas o que se tem a aprender é também, imediatamente, o uso do conhecimeto, ou seja, o que se aprende e seu uso devem vir juntos no processo de ensinar e aprender línguas. Assim, caracterizar o objetivo de ensino significa caracterizar os conhecimentos e os usos que as pessoas fazem deles ao agirem na sociedade. Portanto, ao ensinar uma língua estrangeira, é essencial uma compreensão teórica do que é a linguagem, tanto do ponto de vista dos conhecimentos necessários para usá-la quanto em relação ao uso que fazem desses conhecimentos para construir significados no mundo social. Temos que levar ao aluno que usos em Língua Estrangeira deve ser levado a mente dele mesmo que ele não tenha consciência de determinado assunto como usuário em sua língua materna. De acordo com as afirmações nos PCN-LE ( 1998,34): [...] Língua Estrangeira pode ajudar na educação linguística do aluno como um todo, aumentando sua consciência do fenômeno linguístico, e no aprimoramento de seu nível de letramento. [...]considerar ainda que a consciência crítica de como as pessoas usam estes tipos de conhecimento traz para o aluno a percepção da linguagem como fenômeno social, o que é caracterizado aqui como a natureza sociointeracional da linguagem. Quando 27 alguém usa a linguagem, o faz de algum lugar localizado na história, na cultura, e na instituição, definido nas mútiplas marcasde sua identidade social e à luz de seus projetos políticos, valores e crenças. Desenvolvendo habilidade de entender Língua Estrangeira no processo de educação ela atribui no desenvolvimento da aprendizagem como um todo,indo além de um conjunto de habilidades linguísticas. Levando uma nova percepção no ensino, aumentando a compreensão de como a linguagem funciona até mesmo em sua língua materna e desenvolve culturas estrangeiras tanto quanto a cultura materna. Os PCN-LE ( 1998,37) nos afirma mais: A aprendizagem de Língua Estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em um código diferente; é, sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da língua Estrangeira é importante, desse modo, para o desenvolvimento integral do indivíduo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida. Experiência que deveria significar uma abertura para o mundo, tanto o mundo próximo fora de si mesmo, quanto o mundo distante, em outras culturas. Assim, contribui-se para a construção, e para o cultivo pelo aluno, de uma competência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na compreensão de outras culturas. Ou seja o ensino de Língua Estrangeira é essencial na contrução da cidadania. A língua Estrangeira no ensino fundamental tem um valioso papel construtivo como parte integrante da educação formal. Envolve um complexo processo de reflexão sobre a realidade social, política e econômica, com valor intrínseco importante no processo de capacitação que leva à libertação. Em outras palavras, Língua Estrangeira no ensino fundamental é parte da construção da cidadania. Os PCN – LE nos apresenta um ensinamento mais amplo para a aprendizagem da Língua estrangeira, dando assistência aos professores e permitindo que eles se sintam mais estimulados em uma sala de aula, para poder transformar os alunos em cidadãos. 28 Capítulo III 3.1 O que é o Sociointeracionismo? O Sociointeracionismo é uma teoria baseada nos pensamentos e estudos de Vygotsky e seus colaboradores, que diz o seguinte: o desenvolvimento sócio- cognitivo do ser humano dá-se por sua interação com o outro e com o meio, ou seja, diferente de Piaget, Vygotsky defende que não é apenas no desenvolvimento do organismo que baseia-se o desenvolvimento, mas também por meio da interação social. A metodologia interacionista defende que fatores orgânicos e ambientais exercem influência no processo de desenvolvimento dos seres humanos, inclusive em sua formação educacional. Em outras palavras, o conhecimento é resultado da combinação entre fatores objetivos e subjetivos que fazem parte do cotidiano de cada estudante. A interação entre organismo e meio defendida por essa teoria da aprendizagem, no entanto, não se dá de maneira passiva: a aquisição do conhecimento é um processo construído pelo próprio ser humano durante toda a sua vida, o que o faz ser o personagem principal no processo ensino-aprendizagem. Ainda que não descorde de Piaget quanto sua descrição a respeito da evolução do desenvolvimento, Lev Vygotsky acredita que o próprio processo de aprendizagem colabora para o desenvolvimento das faculdades mentais do indivíduo aprendiz, que por meio da comunicação aprende. Isso nos leva a ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal), que é basicamente a distância entre o que o indivíduo aprende e seu potencial de aprendizado, ou seja, é nessa área que defende-se a intervenção do professor, na ZDP, enquanto avalia-se o desenvolvimento do aluno, intervindo de maneira a auxilia-lo nesse processo de aprendizagem, lapidando seu conhecimento a partir do que ele já sabe até alcançarem juntos, ou ao menos tentarem alcançar, o pico de sua capacidade levando a uma interação aluno x professor e professor x aluno, para a evolução de ambos. 29 No entanto, isso não é observado apenas na relação entre professor e aluno, mas também na relação entre um aluno e outro, e entre os alunos e o meio, como em atividades culturais, vivência social e etc. 3.2 O sociointeracionismo discursivo no ensino de Língua Inglesa Sociointeracionismo discursivo é como uma ferramenta significativamente eficaz para formar alunos críticos e bons usuários da Língua alvo. Desde do inicio da vida de um ser humano o sociointeracionalismo se encontra presente em sua vida. Se inicia quando se está aprendendo sua língua materna, com a interação de seus pais que o ensina a falar e socializar-se com outras pessoas. Isso é afirmado pelos PCN-LE (1998, 28) O processo sociointeracional de construir conhecimento lingüístico e aprender a usá-lo já foi percorrido pelo aluno no desafio de aprender sua língua materna. Ao chegar à quinta série, a criança já é um falante competente de sua língua para os usos que se apresentam nas comunidades discursivas imediatas das quais participa em sua socialização em casa ou nas brincadeiras com os amigos fora de casa, e em outras comunidades discursivas. Essas outras comunidades podem exigir a aprendizagem de uma variedade da língua materna ou de padrões interacionais diferentes dos que teve acesso em casa (por exemplo, modos de interagir com outra pessoa em sala de aula). De acordo com os PCN-LE (1998, 57), “ o que subjaz é a visão da compreensão de que a aprendizagem é de natureza sociointeracional, pois aprender é uma forma de estar no mundo social com alguém, em um contexto histórico,cultura e institucional.” A aprendizagem na escola é reconhecida como um fenômeno sociointeracional onde o aluno interagi com o professor com outras pessoas em sala de aula. Desse ponto de vista “ a aprendizagem de uma língua estrangeira deve garantir ao aluno seu engajamento discursivo, ou seja, a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso” . PCN ( 1998,19) Com origem nos PCN – Le, em sala de aula o aluno aprende usos da linguagem coisas que não aprendeu em casa como leitura, produção de um texto escrito, tornando sua natureza sociointeracional. Começando a construir 30 conhecimento de natureza metalingüística nas aulas de sua língua materna possibilitando-o pensar, falar, ler e escrever sobre sua própria língua já sabendo muito sobre linguagem. E com a aprendizagem de uma língua estrangeira centralizado na interação em sala de aula como elemento propulsor de aprendizagem o aluno aumentará o conhecimento sobre linguagem que construiu sobre sua língua materna, comparando-a com a língua estrangeira em vários níveis, fazendo com que o aluno se envolva nos processos de construir significados nessa língua, formando um ser discursivo no uso de uma língua estrangeira. (1998, 28-29) Como nos aponta os PCN-LE (1998, 41): A Língua Estrangeira no ensino fundamental tem um valioso papel construtivo como parte integrante da educação formal. Envolve um complexo processo de reflexão sobre a realidade social, política e econômica, com valor intrínseco importante no processo de capacitação que leva à libertação, Em outras palavras, Língua Estrangeira no ensino fundamental é parte da construção da cidadania. Pode-se entender a interação e aprendizagem é a relação entre professores e alunos entre si, que andam de lado a lado com propostas de atividades interacionais, atribuindo em uma forma de co-participação social, na construção de conhecimento compartilhado, onde a linguagem é mediadora entre os participantes de uma prática social, ou seja, processos realizados entre professore e alunos. E é por meio da linguagem que os pares tentam resolver tarefas para a construção de conhecimento que é construído pela colaboração e não pela transmissão, que caracteriza a instrução tradicional. A aprendizagem de LE através de propostas de atividadesinteracionais auxiliam na construção do significado e, conseqüentemente, no uso da língua alvo. Ellis (1996, 602) diz que os arranjos espaciais em sala de aula, igualmente, afetam a possibilidade de co-participação social ou não, isto é, trabalhos realizados em pequenos grupos possibilitam maiores possibilidades de negociação de significado do que a disposição de alunos sentados ordenadamente. Acrescenta, ainda, que a qualidade da interação também parece ser realçada se a compreensão dos aprendizes em trabalhos de grupos é heterogênea, considerando sexo e nível de proficiência. Logo que se um aluno com pouco conhecimento lingüístico ou principiantes seriam beneficiados nessa condição de trabalho em grupo que 31 propiciam troca de informações. Com isso o conhecimento sobre a língua e o uso dela estariam alinhados, favorecendo a aprendizagem dos alunos. Na teoria sociointeracional o processo de ensinar e de aprender a língua estrangeira têm sido baseado em concepção de abordagem comunicativa de aprendizagem que enfatiza a necessidades de os alunos terem interações conversacionais com professores e outros estudantes, através da negociação de significado, e para que haja engajamento no discurso, são utilizados três tipos de conhecimento, de acordo com os PCN-LE ( 1998): O conhecimento sistêmico que envolve os níveis da organização lingüística que as pessoas têm, como: léxico-semântico, morfológicos, sintáticos e fonético- fonológicos. E esse conhecimento possibilita que as pessoas, ao ao produzirem enunciados apoiando-se no nível sistêmico da língua. Como exemplo, as seguintes escolhas oferecidas pela língua portuguesa: a escolha dos morfemas “ o” e “ s” , que indicam o gênero masculino e plural, a escolha do item lexical “ mulher” para se referir a um ser do gênero feminino; a escolha de uma organização sintática na voz ativa para indicar quem praticou a ação; a escolha de uma representação fonológica de um morfema, por exemplo /a/, para indicar um morfema de gênero feminino. Outras línguas oferecem outras escolhas decorrentes de seus sistemas lingüísticos. Dá-se pouca ênfase a esse conhecimento, já que o alvo é em compreensão geral e no envolvimento na negociação do significado. Aprender a se engajar no discurso por meio de língua estrangeira, desconhecendo certos itens nesse nível, é parte que o aluno terá de aprender a fazer. Ou seja, terá de operar na língua estrangeira com um certo nível de imprecisão em relação ao significado, o que não é, aliás, muito diferente do que faz como usuário de sua língua materna em muitas situações de uso. Segue abaixo alguns conteúdos relativos ao conhecimento sistêmico: ▪ Atribuição de significado a diferentes aspectos morfológicos, sintáticos e fonológicos; ▪ Identificação de conectores que indicam uma relação semântica; ▪ Identificação do grau de formalidade na escrita e na fala; 32 ▪ Reconhecimento de diferentes tipos de texto a partir de indicadores de organização textual; ▪ Compreensão e produção de textos orais com marcas entonacionais e pronúncia que permitam a compreensão do que está sendo dito. O conhecimento de mundo se refere ao conhecimento convencional que as pessoas têm sobre as coisas do mundo, ou seja, coisas que compõe seu dia a dia. Esse tipo de conhecimento tem um papel importante no processo de aprendizagem de um aluno de Língua Estrangeira, pois a ausência de conhecimento de mundo pode apresentar grande dificuldade no engajamento discursivo, principalmente se não dominar o conhecimento sistêmico na interação oral ou escrita na qual tiver envolvido. Porque a dificuldade para entender a fala de alguém sobre o assunto que desconheça pode ser maior, mas se aluno tiver conhecimento sobre o assunto sua dificuldade será diminuída. E não é comum vincular-se a práticas interacionais orais e escritas que não sejam significativas e motivadoras para o engajamento discursivo. Seguem possíveis aspectos de conhecimento de mundo sobre os quais se pode apoiar a aprendizagem de Língua Estrangeira: ▪ Utilização como recurso necessário e primordial para usar a língua estrangeira tanto na modalidade escrita quanto na oral; ▪ Utilização para reflexão sobre outras culturas, hábitos e costumes. Os conteúdos referentes ao conhecimento de mundo podem estar relacionados: ▪ À vida das crianças na escola, aos problemas de locomoção até a escola, à vida em família, às atividades de lazer com os amigos, aos problemas da cidade, do estado e do país em que vivem; ▪ À determinação da divisão do trabalho em casa, com base nas identidades sociais de meninos e meninas, à convivência entre meninos e meninas, ao respeito às diferenças entre as pessoas (do ponto de vista étnico ou de tipo físico, por exemplo), a problemas ecológicos na cidade em que vivem, aos direitos e responsabilidades do aprendiz e do cidadão; 33 ▪ À convivência entre meninos e meninas na cultura da língua estrangeira; à vida na escola em outro país; aos direitos conseguidos pelas mulheres em outros países; à organização das minorias (étnicas e não-étnicas) em outras partes do mundo; à visão da cultura da língua estrangeira como múltipla; ▪ À organização e à ética política em outros países; às campanhas de esclarecimento sobre a Aids em outras partes do mundo; à questão da opção sexual em outros países etc. Seguindo essas instruções acima, pouco a pouco, o aluno se aproxima das realidades dos países da língua estrangeira que está sendo aprendida. O conhecimento da organização textual engloba as rotinas do usuário de uma língua interacionais que as pessoas usam para organizar a informação em textos orais e escritos. Por exemplo, para dar uma aula expositiva é necessário o conhecimento de como organizar a informação na interação, que é de natureza diferente da organização da informação em uma conversa. Em uma aula expositiva, há toda uma preocupação em organizar a fala para a introdução ao assunto, para seu desenvolvimento e sua conclusão, para facilitar a compreensão do aluno. Já em uma conversa informal, essa preocupação não está presente. O aluno utilizará o conhecimento de tipos de texto, conforme abaixo: ▪ Na leitura, na escrita e na produção e compreensão da fala; ▪ No reconhecimento e na compreensão da organização textual; ▪ No reconhecimento da função social do texto; ▪ Na participação de interações de natureza diversas (diálogos,apresentações orais etc.). A determinação dos conteúdos referentes a tipos de texto (orais e escritos) se pauta por tipos com os quais os alunos nessa faixa etária estão mais familiarizados como usuários de sua língua materna: 34 ▪ Pequenas histórias, quadrinhas, histórias em quadrinhos, instruções de jogos, anedotas, trava-línguas, anúncios, pequenos diálogos, rótulos de embalagens, cartazes, canções, pequenas notícias; ▪ Entrevistas, programação de TV, textos publicitários, cartas, reportagens, classificados, poemas, editoriais de jornal, artigos jornalísticos, textos de enciclopédias, verbetes de dicionários, receitas, estatutos, declarações de direitos. De acordo com os PCN-LE ( 1998) esses conhecimentos devem ser usados juntos na construção social do significado na língua estrangeira, para atingirem suas propostas comunicativas. Facilitando para seus alunos engajamento discursivo. No processo de construir conhecimento o aluno se baseia no conhecimento que já tem mesmo na aprendizagem da língua estrangeira, pois ele se baseia nos textos orais e escritos de sua língua materna. Conforme nos aponta os PCN: No que se refer aos conhecimentos que o aluno tem de adquirir em relação o à língua estrangeira, ele irá se apoiar nos conhecimentos correspondentes que tem e nos usos que faz deles como usuário de sua língua materna em textos orais e escritos. Essaestratégia de correlacionar os conhecimentos novos da língua estrangeira e os conhecimentos que já possui de sua língua materna é uma parte importante do processo de ensinar e aprender a Língua Estrangeira. Tanto que uma das estratégias típicas usadas por aprendizes é exatamente a transferência do que sabe como usuário de sua língua materna para a língua estrangeira. No aspecto sociointeracional da aprendizagem deve-se levar em conta a forma de se estar no mundo como alguém situado em uma instituição, na cultura e na história. ( Villani, 2006, 158). 35 Considerações Finais Vygotsky, com sua teoria sociointeracionista nos ensina que há mais do que necessidades físicas que nos impedem de nos desenvolvermos cognitivamente, essa evolução dá-se também por meio da comunicação, o que é exatamente o foco desse trabalho, ou seja, o inglês nos ultimos tempos passou a ser uma ferramenta indispensável à comunicação, tanto verbal quanto escrita e digital, por todos os lados e em todos os meios é ele quem rege as ordens, portanto, continuar negligenciando seu estudo é como permitir que nossos alunos permaneçam em uma espécie de analfabetismo funcional, como se conseguissem ler, mas não compreendessem o que lêem. Consideramos, pois, que para um melhor desenvolvimento durante às aulas, os alunos (aprendizes) devem ter um contato de interação entre si e com o professor, no entanto, existem diversos fatores a serem estudados além da simples interação. É necessário criar um elo que vá além do professor x aluno, é preciso chegar a comunidade como um todo. Há a necessidade de empenho e criatividade durante às aulas, uma necessidade crescente de professores que se importem com o desenvolvimento de seus aprendizes e ainda mais, com seu próprio desenvolvimento, aperfeiçoando-se e trazendo para si e para as próximas gerações métodos transformadores, e estudos profundos sobre maneiras mais eficazes de ensino aprendizagem. Deixo meu trabalho como algo a acrescentar na maneira de olhar o ensino aprendizagem e metodos usados da lingua inglesa no Brasil. 36 Referências 1. ALMEIDA FILHO, José Carlos P. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. 2ed. Campinas: Pontes, 2000 2. ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. 3. ANTUNES, Celso. Relações Interpessoais e Auto-estima. Petrópolis, Editora Vozes, 2003. 4. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais, códigos e suas tecnologias. Língua estrangeira moderna. Brasília: MEC, 1999 5. BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Secretaria de Educação, Brasília, MEC/SEF, 1998 6. BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN Ensino Médio. Brasília: MEC; SEMTEC, 2002. 7. BRYDON, D. Local Needs, Global Contexts: Learning New Literacies. In: Maciel, R.F. e Araujo, V. de A. Formação de Professores de Línguas: Ampliando Perspectivas. Jundiaí, Paco Editorial 2011, p. 93-109. 8. CELANI, M. A. A. 2009. Não há uma receita no ensino de língua estrangeira. In Revista Nova Escola. Maio. Editora Abril 9. ELLIS, R. The study of second language acquisition. 4. Ed. Oxford University Press, 1996 10. http://www.webartigos.com/articles/3657/1/A-Importancia-Do-Ensino-Da- Lingua-Inglesa-No-Ensino-Fundamental/pagina1.html#ixzz15rrqarVi (20/11/2010) 11. Lara, William. Relações do Ensinar ( Textos reunidos) Ed. Paulus, 2004 12. LEARNING: THE TREASURE WITHIN ( 1998) 13. Maluf, Ângela C. M. Brincar Prazer e Aprendizado. Petrópolis, RJ: Vozes,2007 14. Santos, Sebastião. Manual Prático para O Ensino de Inglês, Ed. Tecnoprint S.A. 1980 15. SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. São Paulo: EPU, 1972. 16. TEIXEIRA, Carlos E. J. A ludicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995. 37 17. VILLANI, F. L. 2006. A Formação do professor de Línguas: Interação entre o Saber e o Fazer, Ed. Andross, São Paulo. 18. VILLANI. F.L. 2008. Revista Multiplas Leituras. Ed. 2. 2008. Universidade Metodista. São Paulo. 19. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
Compartilhar