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Alterações da mamas

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Mamas 
Anatomia das mamas 
Topografia: situadas entre a segunda e a sexta costelas 
no eixo vertical e entre a borda do esterno e a linha axilar 
média no eixo horizontal, repousando sobre a fáscia do 
músculo grande peitoral maior. Entre as mamas há o sulco 
intermediário e abaixo das mesmas o sulco inframamário. 
A mama desenvolve-se a partir das cristas mamárias 
derivadas do ectoderma, na chamada “linha do leite”, 
que se estende da axila à região inguinal, onde podem 
persistir formando as chamadas mamas acessórias na 
idade adulta. 
O parênquima mamário possui três principais 
constituintes: o tecido glandular mamário, o tecido 
conjuntivo e o tecido adiposo; além de vasos e nervos. 
Na região central da mama, há a aréola, região epitelial 
mais espessa e pigmentada, com elevação central: o 
mamilo. Na aréola, há glândulas sebáceas, sudoríparas e 
areolares acessórias (glândulas de Montgomery). 
A glândula mamária adulta é composta por 15 a 20 lobos, 
separados por fibras de tecido conjuntivo – os 
ligamentos de Cooper-, e subdividem-se em lóbulos, os 
quais terminam em ductos lactíferos. 
Alterações da mama 
Depressão 
A depressão pouco profunda é sinal de retração da pele. 
O câncer causa fibrose que contrai os ligamentos 
suspensores. A depressão pode ser evidente em 
repouso, com compressão, ou ao levantar os braços. 
Retração do mamilo 
O mamilo retraído mostra-se mais plano e largo, como 
uma cratera subjacente. Uma retração recente sugere 
câncer, que causa fibrose de todo o sistema ductal e puxa 
o mamilo para dentro. Também pode ocorrer com lesões 
benignas, como ectasia dos ductos. Não confundir 
retração do tipo normal duradouro de inversão do 
mamilo, que não se alarga nem é fixo. 
Edema (casca de laranja) 
A obstrução linfática produz edema. Este espessa a pele 
e amplia os folículos pilosos, dando uma aparência de 
casca de laranja ou de pele de porco. Esta condição 
sugere câncer. O edema começa, em geral, na pele em 
torno e abaixo da aréola, a área mais dependente da 
mama. 
Fixação 
Assimetria, distorção ou mobilidade reduzida com a 
manobra de inclinar-se para frente. A fibrose fixa a mama 
aos músculos peitorais subjacentes, conforme o câncer 
torna-se invasivo. 
Desvio no apontamento do mamilo 
O câncer subjacente provoca fibrose nos ductos 
mamários, que puxa para si o ângulo do mamilo. A figura 
a seguir demonstra além de desvio do mamilo, uma 
assimetria mamária. 
Derrame papilar patológico 
A maioria dos derrames mamários corresponde a 
alterações benignas das mamas. 
Os derrames fisiológicos (benignos) normalmente são 
provocados pela expressão do mamilo. Podem ser 
multiductais, bilaterais e de cor variada (amarelo, leitoso, 
esverdeado). Os derrames patológicos normalmente 
são: espontâneos, uniductais, unilaterais, 
sanguinolentos, serossanguinolentos e aquosos. 
A principal causa de derrame sanguinolento não é câncer 
e sim um nódulo benigno chamado papiloma. 
Situações em que o sangramento pelo mamilo não 
representa problema: na gestação, na adolescência e por 
traumatismo na mama. 
Mastite 
É uma inflamação que provoca o surgimento de dor na 
mama, inchaço, vermelhidão do local e surgimento de 
caroço. Geralmente, a mastite associada a 
amamemtação, devido ao entupimento dos canais por 
onde passa o leite, mas também pode acontecer em 
qualquer fase da vida da mulher devido à entrada de 
bactérias na mama, através de feridas no mamilo. 
Doença de Paget 
Apresenta-se como lesão eritêmato-descamativa, pois 
acomete a papila e a aréola do mamilo e se estende para 
a região periareolar. Pode ocorrer retração do mamilo, 
muito sugestivo da doença. Na grande maioria dos casos, 
está associada ao carcinoma intraductal. Ocorre em 
pacientes entre 26 e 82 anos de idade, com maior 
frequência na quinta e sexta décadas, sendo rara, antes 
da quarta década de vida. 
Politelia 
É a presença de mais de um mamilo, encontrados na 
denominada linha láctea embriológica, que vai da linha 
axilar anterior à prega inguinal. É confundido com nevo 
ou, mais dificilmente, com verruga. A localização facilita 
o diagnóstico. 
Exame das mamas 
Anamnese 
Investigar dor ou sensibilidade, localização e tipo de dor, 
início dos sintomas, se há relação com o ciclo menstrual. 
Presença de nódulos ou espessamento, questionar o 
tempo, se houve alterações desde então, se há eritema, 
depressão, tumefação, calor, secreção do mamilo 
(consistência e odor). História familiar de câncer de 
mama, grau de parentesco e idade da doença, alteração 
nas axilas. 
 Inspeção Estática 
Paciente sentada na altura do examinador e de frente 
para ele, com o tronco desnudo e braços ao longo do 
corpo. 
Aparência geral: 
• simetria 
• formato 
• abaulamentos ou retraces 
Pele: 
• padrão vascular 
• cor (hiperpigmentação, eritema) 
• textura 
• edema (aspecto “casca de laranja” pelo aumento 
dos folículos piloso) 
• úlceras ou outras lesões 
Mamilo: 
• simetria 
• protusos, planos ou invertidos 
• descamação, fissura ou ulceração 
• secreção 
• mamilos supranumerários 
 
Inspeção Dinâmica 
Paciente permanece sentada. Primeira peça a ela para 
elevar os braços na altura da cabeça, na cintura e que 
faça uma leve pressão com as palmas das mãos, 
contraindo a musculatura peitoral maior e elevando as 
mamas. 
• Observar os mesmos itens da inspeção estática. 
• Atenção para a simetria e presença de retrações. 
 
Palpação de Linfonodos 
Paciente permanece sentada. Examinador palpa cadeias 
supraclaviculares e axilares. 
Palpação Axilar: Examinador apoia o braço da paciente 
de modo que os músculos da paciente fiquem relaxados 
e frouxos, com a mão direita palpa a axila esquerda. Ele 
deve introduzir os dedos na parte superior da axila e 
move-los firmemente em 4 direções: abaixo da parede 
torácica em uma linha a partir do meio da axila, ao longo 
da face anterior da axila, ao longo da face posterior e ao 
longo da face interna da parte superior do braço. 
• Pesquisar linfonodos sensíveis e/ou aumentados 
de tamanho 
Palpação das mamas 
Paciente em decúbito dorsal e braço ipsilateral ao da 
mama examinada atrás da cabeça. O examinador deve 
descobrir somente a mama a ser examinada e se 
posicionar ao lado direito da paciente. 
• Usando os coxins dos 3 primeiros dedos o 
examinador deve fazer movimentos de rotação 
suaves na mama. Lembrar da palpação no 
prolongamento axilar. 
• Após palpar os 4 quadrantes e o prolongamento 
axilar, fazer a palpação do mamilo. 
• Prosseguir com a pesquisa da descarga papilar. 
Com o dedo polegar e o indicador, aplicar 
pressão suave e puxar o mamilo. 
Caracterização dos nódulos 
• Localização: usando a mama como um 
mostrador de relógio e medindo a distância, em 
centímetros, a partir do mamilo. 
• Tamanho: em centímetros nas 3 dimensões. 
• Formato: oval, redondo, lobulado ou 
indiferenciado. 
• Consistência: liso, compacto ou duro. 
• Mobilidade: move- se livremente ou fixo em 
planos profundos. 
• Diferenciação: solitário ou múltiplo. 
• Mamilo: deslocado, retraído. 
• Pele sobre o nódulo: eritematosa, com 
depressões, retraída. 
• Sensibilidade 
• Linfadenopatia

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