Buscar

CLÍNICAS 02 - UC10

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

1 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
 
 
 
 
Exame Físico das Mamas 
As mamas femininas são estruturas glandulares pares 
situadas na parede anterior superior do tórax, que 
derivam das glândulas sudoríparas modificadas (sem 
capsula nem bainha especial) 
Entretanto, mesmo presente em ambos os sexos, elas 
são bem desenvolvidas, normalmente, apenas nas 
mulheres. 
Nos homens, as glândulas mamárias são rudimentares e 
não funcionais, sendo formadas apenas por pequenos 
ductos ou cordões epiteliais; e, em geral, a gordura 
encontrada nas mamas masculinas não é diferente da 
encontrada em outras partes do corpo. 
• Assim como na mama feminina, a mama 
masculina também apresenta uma aréola e um 
mamilo/papila mamária 
 
Encontram-se na espessura do tecido celular 
subcutâneo, à frente dos músculos grandes peitorais e 
serrátil anterior, no intervalo compreendido entre a 
terceira e sétima costelas, entre o borda do esterno e a 
linha axilar média. 
* Normalmente pares e simétricas, as mamas e/ou as 
papilas e aréolas podem apresentar redução ou 
aumento de número: 
• A redução do numero de mamas incluindo a 
ausência da papila e aréola denomina-se 
amastia 
• Amazia é a ausência da mama com a 
presença apenas da papila 
• Atelia é o termo usado para designar a 
inexistência da papila com a presença da 
mama 
Nestes casos os canais lactíferos abrem-se no centro da 
aréola, quase sempre o fundo de uma cavidade. 
 
 
 
 
 
• O aumento do numero de mamas com ou sem 
papilas e aréolas (polimastia) ou o aumento do 
numero apenas de papilas e aréolas (politelia) 
é relativamente frequente em ambos os sexos 
* A forma das mamas é bastante variável, mas 
geralmente semiesférica sendo influenciada pelas fases 
diversas da vida: gravidez, aleitamentos anteriores, 
estados nutricionais, etc. 
Assume a forma cônica (ou piriforme) quando o 
diâmetro anteroposterior aumenta ou pode ser 
achatada ou discoide se o diâmetro anteroposterior for 
reduzido. 
É cilíndrica nas obesas ou em algumas multíparas em 
que a mama, em vez de terminar mais afilada, mantém 
um diâmetro quase invariável até à extremidade livre. 
Pode ainda ser pediculada quando o seu menor 
diâmetro se localiza na base. 
* Apresenta grande variação individual no seu volume, 
também podendo ser influenciado durante os períodos 
diferentes da vida: têm em media 12-13 cm de largura, 
10-11 cm de altura e 5-6 cm de espessura. 
O volume e o contorno arredondado das mamas não 
lactantes são determinados pela quantidade de tecido 
adiposo que circunda o tecido glandular. As mamas da 
mesma mulher têm dimensões desiguais uma da outra, 
sendo geralmente a esquerda menor do que a direita. 
De tamanho rudimentar na infância, aumentam 
durante a puberdade devido em parte ao 
desenvolvimento glandular, mas principalmente por 
aumento da deposição de gordura. Durante a gravidez 
crescem pouco depois da fecundação, estabilizam no 
quarto ou no quinto mês e aumentam no fim da 
gestação. 
Nos segundo e terceiro dia após o parto podem atingir 
o dobro ou o triplo do volume que tinham antes da 
gravidez. Depois da menopausa sofrem atrofia, com 
consequente diminuição do tamanho. 
• Na parte anterior da mama se encontra a 
papila mamária, uma proeminência cônica ou 
cilíndrica, situada no centro da aréola 
A papila não apresenta gordura, pelos ou glândulas 
sudoríparas. Sua extremidade é fissurada e os ductos 
lactíferos se abrem nela. 
A papila é formada por fibras musculares lisas circulares 
que comprimem esses ductos lactíferos durante a 
lactação, causando a ereção das papilas em resposta 
à estimulação, como quando um bebê começa a 
sugar. 
 
2 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
A aréola é uma estrutura cutânea pigmentada circular, 
rica em glândulas sebáceas, que auxiliam na 
lubrificação da região (papila e aréola), especialmente 
na gravidez e lactação. As aréolas e papilas também 
aumentam na puberdade. 
 A aréola é regularmente discoide com 15-25 
mm de diâmetro. Possui coloração mais escura do que 
a pele vizinha: rosada na jovem e na nulípara, adquire 
uma cor mais escura, amarelo-acastanhado, após a 
fecundação. Durante a gravidez aumenta de 
dimensão e assume a cor castanho-escuro. 
• A aréola possui saliências pequenas, em 
numero de 12 a 20, os tubérculos areolares 
(tubérculos de Morgagni) 
Estes são glândulas sebáceas com características 
particulares, consideradas estruturas intermedias entre 
glândulas mamarias e glândulas sebáceas vulgares. 
Os tubérculos areolares aumentam de volume durante 
a gravidez, sendo conhecidos pelos obstetras por 
tubérculos ou glândulas areolares de Montgomery. 
O leito mamário se 
estende 
transversalmente da 
margem lateral do 
esterno até a linha 
axilar média e 
verticalmente da 
costela II à VI. 
Dois terços do leito são 
formados pela fáscia peitoral, sobre o músculo peitoral 
maior e o outro terço é formado pela fáscia que cobre 
o músculo serrátil anterior. 
A mama está apoiada sobre o leito e entre ela e essa 
fáscia peitoral existe o espaço retromamário, um plano 
de tecido conjuntivo frouxo, que apresenta pouca 
gordura e permite a movimentação da mama pela 
fáscia peitoral. 
 
As glândulas mamárias estão firmemente fixadas à 
derme da pele sobrejacente através dos ligamentos 
suspensores da mama (de Cooper), que são 
condensações de tecido conjuntivo fibroso que ajudam 
a sustentar os lobos e lóbulos da glândula. 
Uma pequena parte da glândula mamária pode se 
estender ao longo da margem inferolateral do músculo 
peitoral maior, em direção à fossa axilar, formando um 
processo axilar (cauda de Spencer), que no período 
menstrual pode aumentar de tamanho. 
• O parênquima da glândula mamária é 
constituído por entre 15 a 20 lobos da glândula 
mamária 
Cada lobo é formado pelos lóbulos da glândula 
mamária, que são drenados pelos ductos lactíferos. Os 
ductos lactíferos convergem para constituir ductos 
principais, que apresentam uma parte dilatada, que se 
abre independente, situada profundamente à aréola: o 
seio lactífero. 
 
Estrutura das Glândulas Mamarias 
 
Ao nascer: 
Apenas ductos lactíferos, não havendo ácinos. 
 
Puberdade: 
 
Os ductos se ramificam (por causa do estrogênio), 
aparecendo em suas extremidades pequenas massas 
celulares que são ácinos potenciais. 
 
Durante o 
ciclo 
menstrual: 
• Fase proliferativa: começa alguns dias após o término 
do período menstrual e estende-se até o pré-menstruo 
subsequente. Hipertrofia dos ductos e hiperplasia do 
epitélio de revestimento. 
• Fase regressiva: inicia-se com a menstruação e dura 
de 7 a 9 dias. 
• Turgência: ocorre de 3 a 5 dias antes da menstruação 
e é acompanhada de aumento de sensibilidade. 
Gravidez: Mamas aumentam de volume, ficam túrgidas e iniciam 
fenômenos secretores. 
• Colostro – na gravidez e no puerpério. 
Após a 
menopausa: 
Involução de todos os tecidos das glândulas mamárias, 
exceto tecido adiposo. O tecido glandular é substituído 
por tecido fibroso e as mamas ficam flácidas e 
pendentes. 
 
Pode-se dividir a mama em quatro regiões ou 
quadrantes, e para isso traça-se pelo mamilo uma linha 
vertical e uma horizontal. Esta divisão facilita a 
descrição e o registro dos dados semióticos. 
 
3 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
Semiotécnica do Exame das Mamas 
O exame começa com a 
paciente sentada e é 
concluído com ela 
deitada. Inicialmente, a 
paciente deve estar 
sentada na mesa de 
exame, com braços 
rentes ao tórax, vestida 
apenas com um avental 
aberto na frente e 
recebendo luz em 
incidência oblíqua. Usam-se a inspeção e a palpação, 
um método completando o outro. 
Inicia-se com a paciente sentada a beira do leito, colo 
desnudo, braços ao longo do corpo paralelamente 
(estática); Observa-se: 
1. Pele das mamas e aréolas: 
Eritema, solução de continuidade, nódulos 
subcutâneos, poros anormalmente dilatados indicando 
edema dapele = “casca de laranja”. 
2. Mamas: volume, contorno, simetria, 
abaulamentos, retrações, tumorações visíveis 
3. Aréola: pigmentação, abaulamentos, retração, 
edema e solução de continuidade 
4. Papila: inversão, retração, desvio, ulceração, 
eritema e secreção papilar espontânea 
5. Circulação venosa 
6. Sinais flogísticos (edema e rubor) 
7. Tumoração visível 
 
Em seguida, observam-se as mamas enquanto a 
paciente ergue os braços acima da cabeça (para 
aumentar a tensão dos ligamentos de Cooper), depois 
com as mãos na cintura e fazendo uma contratura 
contra esta (contração dos peitorais) e paciente 
ligeiramente inclinada para frente. 
• Acentuação de alterações identificadas na 
etapa precedente: retração da pele, retração 
e/ou desvio da papila e abaulamentos 
• Algumas alterações são observadas apenas 
nessa fase: assimetria de contorno, retração da 
pele, retração e/ou desvio da papila 
• O objetivo da contração dos peitorais é avaliar 
a mobilidade das mamas = preservada, 
diminuída ou ausente 
Câncer → diminuição da mobilidade ou mesmo 
imobilidade das mamas pela fixação parcial ou total da 
neoplasia aos planos profundos (fáscia do peitoral 
maior ou costelas). 
 
A drenagem linfática da mama: 
• A linfa proveniente da papila, aréola e lóbulos 
das glândulas mamárias drena para o plexo 
linfático subareolar 
• Aproximadamente 75% da linfa, especialmente 
aquela oriunda dos quadrantes laterais da 
mama, drena para os linfonodos axilares, 
inicialmente para os linfonodos anteriores ou 
peitorais 
• Parte dessa linfa drena para outros linfonodos 
axilares, para os linfonodos interpeitorais, 
deltopeitorais, supraclaviculares ou cervicais 
profundos inferiores 
• A linfa proveniente dos quadrantes mediais da 
mama drena para os linfonodos paraesternais 
ou para a mama oposta 
• A linfa dos quadrantes inferiores drena 
profundamente para os linfonodos abdominais 
(frênicos inferiores subdiafragmáticos) 
• A linfa da pele da mama (menos da aréola e 
papila) drena para os linfonodos axilares, 
cervicais profundos inferiores, infraclaviculares 
ipsilaterais e para os linfonodos paraesternais de 
ambos os lados 
A linfa dos linfonodos axilares drena para os linfonodos 
infraclaviculares e supraclaviculares e segue para o 
tronco linfático subclávio. A linfa dos linfonodos 
paraesternais drena para os troncos linfáticos 
boncomediastinais. 
Ambos os troncos se fundem com o tronco linfático 
jugular, formando assim o ducto linfático direito curto no 
lado direito ou o entram no ducto torácico do lado 
esquerdo. 
• Após a inspeção, os linfonodos das cadeias 
axilares, supra e infraclaviculares são palpados, 
sendo mais fácil o exame com a paciente 
 
4 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
sentada com os braços apoiados pelo 
examinador 
 
A axila está 
localizada entre o 
músculo peitoral 
maior, ventralmente, 
e o músculo latíssimo 
do dorso, 
dorsalmente. 
 
Os linfonodos são detectados à medida que a mão do 
examinador desliza desde o ápice até a parte inferior 
da axila e momentaneamente comprime os linfonodos 
contra a parede lateral do tórax. 
Em uma paciente magra, um ou mais linfonodos 
normais, móveis, medindo 1 cm de diâmetro, são 
comumente detectados. 
• O primeiro nódulo linfático a ser comprometido 
com metástase de câncer de mama (o nódulo 
sentinela) está quase sempre localizado na 
parte posterior da porção média do músculo 
peitoral maior 
• Linfonodos palpáveis: localização, quantidade, 
maior diâmetro transverso, consistência, 
mobilidade e coalescência 
• Linfonodos axilares aumentados podem sugerir 
infecção das mãos ou braços e câncer de 
mama 
Nos casos com suspeita clínica de câncer mamário, 
adquirem importância o maior diâmetro transverso dos 
linfonodos, a fusão ou a fixação da mama às estruturas 
vizinhas, bem como a presença de linfonodos palpáveis 
na axila contralateral e nas fossas supraclaviculares. 
A palpação deve ser iniciada pela mama 
supostamente normal. Cada mama deve ser palpada 
com a mão oposta, devendo o examinador pousar a 
outra mão sobre o ombro oposto da paciente, ou seja, 
com a mão direita palpa-se a mama esquerda e com 
a esquerda palpa-se a direita. 
• Após a inspeção, a palpação da mama é 
realizada com a mulher em posição supina, 
com uma das mãos acima da cabeça, para 
estirar o tecido da mama ao longo da parede 
torácica 
 
O exame deve incluir o tecido mamário limitado pela 
clavícula, a borda do esterno, prega inframamária e 
linha média axilar. 
• A palpação da mama dentro dessa área 
pentagonal é realizada de forma linear. A 
técnica correta é utilizar as polpas digitais em 
movimentos contínuos e circulares 
• Em cada ponto de palpação, os tecidos 
devem ser avaliados superficial e 
profundamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a. Técnica de Bloodgood: 
exame circular, atingindo todos os quadrantes no 
sentido horário e centrípeto, realizado com as polpas 
digitais. Também habitualmente chamada de 
“manobra de tocar piano sobre a mama”. 
b. Técnica de 
Velpeau: 
exame circular, atingindo 
todos os quadrantes no 
sentido horário e 
centrípeto, realizado com 
as polpas digitais. 
Palpar: 
• Região subareolar → regiões paraesternais 
infraclaviculares e axiais 
• Volume do panículo adiposo e seu possível 
comprometimento por inflamação ou neoplasia 
• Quantidade de parênquima mamário e 
alterações: pré-menstruação: aumento da 
modularidade; nódulos e áreas de 
condensação (consistência mais firme) 
• Elasticidade da papila (tração sobre ela) 
• Secreção papilar 
• Temperatura da pele da mama 
• Não esquecer de palpar a região central da 
aréola 
 
 
5 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
c. Expressão Papilar: 
Esse exame é deitado e serve para analisar se há 
descarga papilar. O examinador precisa realizar uma 
leve pressão iniciada desde a base da mama e segue 
até o mamilo. Deve-se estabelecer: 
• se a secreção provém de um único conduto ou 
de vários, se o óstio ductal, sede do derrame, é 
periférico ou central, localização e aspecto da 
secreção (sanguíneo, seroso, claro, purulento, 
leitoso ou semelhante a colostro, pastoso, 
esverdeado ou acastanhado) 
 
 
Exame da Genitália Externa 
Representada pela vulva. Inclui: 
1. Monte púbico ou de Vênus 
2. Grandes e pequenos lábios 
3. Vestíbulo (meato uretral, introito vaginal, hímen, 
glândulas parauretrais ou vestibulares menores 
ou de Skene e glândulas vestibulares maiores ou 
de Bartholin) 
4. Clitóris ou órgão erétil principal 
• VULVA: constitui a entrada da vagina, e protege-a, 
assim como protege o meato uretral. 
• PARTE EXTERNA DA VULVA: é recoberta por um tipo 
especial de pele (submucosa) na junção dos grandes e 
dos pequenos lábios. Essa região é rica em glândulas 
sebáceas e sudoríparas (algumas apócrinas). 
• GRANDES LÁBIOS: projetam-se em direção ao períneo 
para formar a comissura posterior ou fúrcula. 
• PEQUENOS LÁBIOS (ninfas): separam-se anteriormente 
para abraçar o clitóris, formando seu “freio” e seu 
“prepúcio”. Posteriormente, fundem-se com os grandes 
lábios na porção média, ou, mais raramente, vão até a 
fúrcula. 
• HÍMEN: em mulheres virgens oclui parcialmente o 
orifício vaginal. Após o coito, rompe-se, deixando 
vestígios denominados carúnculas mirtiformes ou 
himenais. 
• CLITÓRIS: constituído de dois corpos cavernosos, que 
se inserem nos ramos isquiopúbicos. Sua porção visível 
se chama glande. É homólogo ao pênis e funciona 
como órgão sensorial do coito. 
• GLÂNDULAS DE SKENE: (parauretrais ou vestibulares 
menores) homólogas da próstata masculina, têm seus 
orifícios externos localizados lateroposteriormente ao 
meato uretral. 
• GLÂNDULAS DE BARTHOLIN: (vestibulares maiores) 
localizam-se em cada lado do introito vaginal, abaixo 
do hímen, estando seus orifícios de saída situados na 
parte posterior do vestíbulo, entre os pequenoslábios e 
o hímen. 
Correspondem às glândulas bulbouretrais no 
homem e secretam muco, especialmente no ato 
sexual, com função de lubrificação. 
• PERÍNEO: conjunto de músculos e de fáscias que 
“fecham” a pelve. É atravessado pelo reto, pela vagina 
e pela uretra. Para fins clínicos, é dividido em períneo 
anterior (genital) e em períneo posterior (retal) por uma 
linha traçada entre os ísquios e pelos músculos 
transversos do períneo. 
Os músculos do períneo constituem o 
diafragma pélvico, o diafragma urogenital e as 
estruturas esfincterianas. 
• DIAFRAGMA PÉLVICO: representado pelo “levantador 
do ânus” com seus três feixes (puborretal, 
pubococcígeo e isquiococcígeo). 
• DIAFRAGMA UROGENITAL: constituído pelos músculos 
transverso superficial do períneo, transverso profundo do 
períneo, bulbocavernoso e isquiocavernoso. 
• ESTRUTURAS ESFINCTERIANAS: são os esfíncter externo 
do ânus e o esfíncter externo da uretra. 
 
 
6 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
Tipicamente, o exame das mamas e abdome e um 
exame completo da pelve são considerados partes 
essenciais do exame ginecológico. 
• Exame Abdominal: 
Paciente deitada. Deve localizar e anotar os dados 
clínicos de acordo com a divisão em quadrantes. 
Inspeção → palpação→ percussão. Em alguns casos, a 
ausculta (antes da palpação). 
* Inspeção do abdome: avalia-se os seguintes 
parâmetros: 
O que se observa? 
 
Forma: 
Normal, plano, obeso, globoso, escavado, de 
batráquio, em avental. 
Abaulamento: 
 
Assinalando a região em que ele se localiza, tamanho, 
forma, mobilidade, desaparecimento ou não com a 
contração da musculatura da parede abdominal. 
 
Umbigo: 
Normal, desviado, hérnia, inflamação, neoplasia, 
dermatose. 
Pelos: Disposição androide ou ginecoide, ausência, 
escassez, Hipertricose. 
Marcas ou 
manchas: 
Estrias, cicatrizes, machas hiper ou hipopigmentadas, 
equimoses, petéquias, víbices, telangiectasias. 
Circulação 
Colateral: 
Tipo porto-cava, cava superior, cava inferior, síndrome 
de Cruveillier-Baumgarten. 
Movimentos 
e pulsações: 
Movimentos respiratórios, pulsações, peristaltismo 
visível. 
Lesões 
Cutâneas: 
Vesículas, flictenas, pústulas etc. 
 
* Palpação: deve ser iniciada distante da zona 
dolorosa. Deve fazer a palpação superficial e profunda, 
avaliando-se a espessura da parede, hiperestesia, dor 
provocada, defesa, contratura, tumor (forma, volume, 
consistência, mobilidade, sensibilidade, pulsações), 
tensão da parede abdominal, soluções de 
continuidade (orifícios herniários, diástase) e ruídos 
hidroaéreos (vascolejo, patinhação e gargarejo). 
* Percussão: investiga-se zonas de macicez e de 
timpanismo, presença de ascite. 
* Ausculta: presença de ruídos hidroaéreos e de sopros. 
• Exame Pélvico: 
Este exame costuma 
ser realizado com a 
paciente em posição 
supina, com as pernas 
na posição de 
litotomia dorsal e os 
pés apoiados nos 
estribos. A cabeceira 
da cama é elevada 
em 30°, relaxando os músculos da parede abdominal 
para exame bimanual. 
Antes de cada passo do exame, é essencial que a 
paciente seja informada sobre o que ela sentirá: 
a. “Primeiro, você sentirá eu tocar a parte interna 
das coxas; depois, tocarei a área ao redor da 
entrada da vagina” 
* A vulva e a região perineal devem ser inspecionadas 
com cuidado. Evidência de quaisquer lesões, eritema, 
pigmentação, massas ou irregularidades devem ser 
notadas. A qualidade da pele precisa ser notada, assim 
como quaisquer sinais de trauma, tais como 
escoriações ou equimoses. 
Áreas de eritema ou sensibilidade são notadas, 
particularmente em mulheres com sensação de 
queimação na vulva ou dor, como podem ser vistas na 
vestibulite vulvar ou vulvodínia. 
* A presença de quaisquer lesões visíveis deve ser 
quantificada e descrita cuidadosamente com relação 
a seu aspecto e suas características à palpação (p. ex., 
mobilidade, sensibilidade, consistência). 
Um desenho da localização das lesões cutâneas é útil. 
Lesões ulcerativas ou purulentas da vulva devem ser 
avaliadas e enviadas para culturas, conforme 
delineado em capítulos subsequentes; além disso, é 
importante que se realize biopsia em qualquer lesão. 
Pode ser útil perguntar à paciente se ela notou qualquer 
lesão vulvar e oferecer-lhe um espelho para mostrar-lhe 
quaisquer lesões. 
 
 
 
7 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
 
 
 
• Exame Ginecológico Especular: 
Para este exame encontram-se disponíveis os espéculos 
metálicos e plásticos, cada um em diversos tamanhos 
para se adequarem ao comprimento e a flexibilidade 
da vagina. O espéculo de plástico pode estar equipado 
com uma pequena fonte luminosa. 
O espéculo de metal requer uma fonte externa de luz. 
A preferência entre esses dois tipos de espéculo 
depende do profissional. De modo geral, a vagina e a 
cérvice são examinadas após a colocação do 
espéculo de Graves ou de Pederson. 
 
 
 
 
 
 
Antes da inserção, o espéculo pode ser amornado em 
água corrente ou utilizando luz de aquecimento 
instalada dentro da gaveta da mesa de exame. Além 
disso, a lubrificação pode acrescentar conforto a esse 
procedimento. 
 
 
Verificou-se que os géis lubrificantes não aumentam a 
taxa de citologias insatisfatórias do esfregaço 
convencional de Papanicolau ou reduzem as taxas de 
detecção de Chlamydia trachomatis, em comparação 
com a lubrificação com água. 
Se for utilizada a lubrificação com gel, deve-se 
aplicar uma porção de tamanho comparável ao de 
uma moeda de dez centavos sobre a superfície externa 
das lâminas do espéculo. 
b. Antes da inserção, os lábios menores são 
delicadamente separados, e a uretra é 
examinada. Em razão da sensibilidade uretral, o 
espéculo é inserido abaixo do canal 
* Alternativamente, antes da colocação do espéculo, 
posiciona-se o dedo indicador na vagina e aplica-se 
pressão no sentido posterior. 
* Depois, solicita-se à paciente que relaxe os músculos 
da parede posterior para aumentar o conforto durante 
a inserção do espéculo. 
Essa prática pode ser especialmente útil para as 
mulheres que estejam sendo submetidas ao seu primeiro 
exame e para aquelas com atividade sexual pouco 
frequente, com dispareunia ou com ansiedade intensa. 
* Com a inserção do espéculo, a vagina se contrai e a 
mulher pode sentir pressão ou desconforto. Uma pausa 
nesse momento costuma ser seguida de relaxamento 
do músculo vaginal. 
c. Quando o bico do espéculo estiver totalmente 
inserido, procede-se a sua inclinação com 
angulação de aproximadamente 30° para 
baixo a fim de alcançar o colo uterino (cérvice) 
Em geral, a posição do útero é antevertida e a 
ectocérvice encontra-se apoiada contra a parede 
vaginal posterior. À medida que o espéculo é aberto, a 
ectocérvice é visualizada. 
 
A. Espéculo pediátrico de 
Pederson. Utilizado para exame de 
crianças, adolescentes e adultas 
virgens. B. Espéculo de Graves. 
Utilizado para exame de multíparas 
com paredes vaginais relaxadas e 
colapsadas. C. Espéculo de 
Pederson. Utilizado em pacientes 
sexualmente ativas com tônus da 
parede vaginal adequado. 
Espéculos vaginais: 
1 = Graves 
extralongo; 2 = 
Graves regular; 3 = 
Pederson 
extralongo; 4 = 
Pederson regular; 5 
= Huffman “virgem”; 
6 = Pediátrico 
regular; 7 = 
Pediátrico estreito. 
 
8 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
As paredes vaginais e o colo uterino devem ser 
examinadas buscando por massa, ulceração, 
despigmentação ou descarga incomum. 
• Exame Bimanual: 
Na maioria dos casos, o exame bimanual é realizado 
após o exame com espéculo. Alguns médicos preferem 
realizar o exame bimanual antes, para localizar melhor 
o colo uterino antes da introdução do espéculo. Ambas 
as práticas são consideradas adequadas. 
d. O tamanho, a mobilidade e a consistência do 
útero e das suas estruturas anexas podem ser 
avaliados durante o exame bimanual 
Para mulheres com histórico de histerectomia e de 
anexectomia,o exame bimanual continua sendo muito 
importante, podendo ser usado para excluir outra 
patologia pélvica. 
e. Durante esse exame, os dedos médio e 
indicador, enluvados, são inseridos juntos na 
vagina até que o colo uterino seja alcançado 
Para os casos de alergia ao látex, luvas produzidas com 
outros materiais devem estar disponíveis. Para uma 
inserção fácil, um lubrificante à base de água pode ser 
aplicado aos dedos enluvados. 
Uma vez alcançado o colo uterino, a posição uterina 
pode ser avaliada pelo toque do dedo indicador no 
interior, ao longo da extensão anterior do colo uterino. 
* Nas mulheres com útero antevertido, o istmo uterino é 
tocado em trajeto ascendente, e naquelas com útero 
retrovertido, palpa-se a superfície macia da bexiga. 
 
* No entanto, nas mulheres com útero retrovertido, se o 
dedo percorrer a extensão posterior do colo uterino, o 
istmo será percebido em trajeto descendente. Com o 
útero retrovertido, o mesmo dedo prossegue 
posteriormente até o fundo e, movimentando-o de um 
lado a outro, pode-se avaliar o tamanho e a 
consistência do útero. 
* Para determinar o tamanho de um útero antevertido, 
os dedos são colocados sob o colo uterino e, 
aplicando-se pressão ascendente, eleva-se o fundo de 
encontro à parede abdominal anterior. A mão oposta 
do médico é colocada sobre a parede abdominal para 
localizar essa pressão. 
 
Para avaliar os anexos, o médico deve usar os dois 
dedos inseridos no canal vaginal para elevar os anexos 
do fundo de saco posterior, ou fossa ovariana, contra a 
parede abdominal anterior. 
Os anexos são apreendidos entre os dedos na vagina e 
a outra mão do médico, que deve estar exercendo 
pressão descendente contra o abdome inferior. Para 
aquelas mulheres com útero de tamanho normal, a 
mão que está sobre o abdome normalmente fica mais 
bem posicionada imediatamente acima do ligamento 
inguinal. 
 
 
 
• Exame Retovaginal: 
A decisão de realizar o exame retovaginal varia entre os 
médicos. Embora alguns prefiram realizar essa 
avaliação em todas as pacientes adultas, outros 
 
9 Habilidades Clínicas UC10 – P4 
realizam o exame apenas em mulheres com indicações 
específicas, como dor pélvica, massa pélvica 
identificada ou sintomas retais. 
As luvas devem ser trocadas entre os exames bimanual 
e retovaginal para evitar contaminação do reto com 
potenciais patógenos vaginais. Outra razão para a 
troca de luvas seria a indicação para teste de sangue 
oculto fecal, a fim de evitar resultados falso-positivos em 
razão de contaminação com eventual sangue vaginal. 
* Inicialmente, o 
dedo indicador é 
introduzido na 
vagina, e o dedo 
médio, no reto. 
Esses dedos são 
aproximados um 
do outro, no 
sentido horizontal, 
como uma 
tesoura, para 
avaliar o septo retovaginal em busca de cicatrizes ou 
saliências peritoneais 
O dedo indicador é retirado, e o dedo médio conclui o 
toque circular da cavidade anal para excluir a 
existência de massa. Se houver indicação de teste 
imediato de sangue oculto fecal, ele pode ser realizado 
com uma amostra dessa parte do exame.

Continue navegando