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trabalho Tamiris

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Índice 
Introdução
Vida e obra do autor
Escola Literária – Geração de 45 da Literatura Brasileira 
Resumo do livro
Analise dos personagens
Conclusão
Bibliografia
 
 Introdução 
A Hora da Estrela e o último romance, Clarice Lispector criou um narrador fictício, Rodrigo S.M, que relata a vida da jovem nordestina Macabéa, ao mesmo tempo em que reflete sobre os sonhos, as manias e os conflitos internos da garota. 
Clarice foi uma das mais importantes e aclamadas escritoras da geração de 45.
 Vida e obra do autor
Clarice Lispector, (1920-1977) foi uma escritora e jornalista brasileira, de origem judia, foi reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida.
Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, seu pai Pinkouss e sua mãe Mania Lispector emigraram para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai todos mudam de nome e Haia passa a se chamar Clarice.
Em 1925 muda-se com a família para a cidade do Recife onde Clarice passa sua infância no Bairro da Boa Vista. Aprendeu a ler e escrever muito nova. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche. Com 9 anos fica órfã de mãe. Em 1931 ingressa no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade.
Em 1937 muda-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressa no Colégio Sílvio Leite, onde era frequentadora assídua da biblioteca. Ingressa no curso de Direito. Com 19 anos publica seu primeiro conto "Triunfo" no semanário Pan. Em 1943 forma-se em Direito e casa-se com o amigo de turma Maury Gurgel Valente. Nesse mesmo ano estreou na literatura com o romance "Perto do Coração Selvagem", que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência e teve calorosa acolhida da crítica, recebendo o Prêmio Graça Aranha.
Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido.
Em 1949 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro acompanhada de seus filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna "Correio Feminino". Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna "Só Para Mulheres" e nesse mesmo ano lança "Laços de Família", livro de contos que recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
Em 1966 Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita enquanto dormia com um cigarro aceso. Passa por várias cirurgias e vive isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.
As melhores prosas da autora se mostram nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e "Água-Viva" (1973), os personagens alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno.
Em 1977 Clarice Lispector escreveu "Hora da Estrela" onde conta a história de Macabéa, uma moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande. A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.
Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977. Seu corpo foi sepultado no cemitério Israelita do Caju.
Obras de Clarice Lispector
Perto do Coração Selvagem, romance, 1944
O Lustre, romance, 1946
A Cidade Sitiada, romance, 1949
Alguns Contos, conto, 1952
Laços de Família, conto, 1960
A Maçã no Escuro, romance, 1961
A Paixão Segundo G.H., romance, 1961
A Legião Estrangeira, conto, 1964
O Mistério do Coelho Pensante, literatura infantil, 1967
A Mulher Que Matou os Peixes, literatura infantil, 1969
Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres, romance, 1969
Felicidade de Clandestina, conto, 1971
Água Viva, romance, 1973
Imitação da Rosa, conto, 1973
A Via Crucis do Corpo, conto, 1974
A Vida Íntima de Laura, literatura infantil, 1974
A Hora da Estrela, romance, 1977.
Escola Literária – Geração de 45 da Literatura Brasileira 
Conhecida como Geração Modernista, a Geração de 45 teve como característica principal a ruptura do padrão modernista imposto pelas duas gerações anteriores, principalmente a primeira fase, que ocorreu entre 1922 e 1930. Autores da geração de 45 apresentaram extensas inovações na pesquisa estética e também nas formas de expressão da literatura.
Esse movimento desbaratou a ideia dos escritores das fases passadas do modernismo, que tinham em mente a ideia de que a literatura brasileira deveria ser consolidada por meio de atributos que ressaltavam a identidade tupiniquim nas mais variadas manifestações artísticas. A terceira geração surgiu no período após a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, época em que estava em curso a ditadura de Getúlio Vargas.
1 – Guimarães Rosa
             João Guimarães Rosa nasceu em Cotisburgo (MG) em 1908 e faleceu em 1967 no Rio de Janeiro. Formou-se em Medicina e exerceu a profissão até 1934, quando ingressa na carreira diplomática, servindo na Alemanha, Colômbia e França. Em 1963, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, adiando a posse até 1967. Morreu neste ano três dias depois da solenidade de posse, vítima de um colapso cardíaco.
OBRAS:
 Conto: Sagarana (1946) que lhe rendeu o prêmio Humberto de Campos; Primeiras estórias (1962); Tutaméia: terceiras estórias (1967); Estas estórias (1969) – publicação póstuma.
Novela: Corpo de baile (1956) – publicado posteriormente em três volumes: Manuelzão e Minguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites do sertão.
Romance: Grande Sertão: veredas (1956).
Diversos: Com vaqueiro Mariano (1952); Ave, palavra (1970) – publicação póstuma; O ministério dos MMM (em colaboração).
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
             Embora de caráter regionalista, a obra de Guimarães Rosa supera o regionalismo tradicional, que ora idealizava o sertanejo, ora se comprazia com aspectos meramente pitorescos, com o realismo documental ou com a transcrição da linguagem popular e coloquial.
Essa superação deve-se à riqueza de sua linguagem e ao caráter universal das questões morais e metafísicas presentes em sua  obra.
Criando um estilo absolutamente novo na ficção brasileira, Guimarães Rosa estiliza o linguajar sertanejo, recria e inventa palavras, mescla arcaísmos com vocábulos eruditos, populares e modernos, combinam de maneira original as palavras, prefixos e sufixos, constrói uma sintaxe peculiar e explora as possibilidades sonoras da linguagem, através de aliterações, onomatopeias, hiatos, ecos, homofonias etc.
No cerne dessa linguagem nova, na qual prosa e poesia confundem-se, estão as indagações universais do homem: o sentido da vida e da morte, a existência ou não de Deus e do diabo, o significado do amor, do ódio, da ambição etc.
O exemplo de Guimarães Rosa, Clarice Lispector teve grande destaque na terceira fase do Modernismo brasileiro. Em sua obra, encontramos mudanças significativas na prosa brasileira; mudançasessas que se verificam tanto ao nível da construção como ao nível da temática. No que se refere à construção narrativa, observamos o predomínio da introspecção, o rompimento com a linearidade episódica, que se fragmenta em sua estrutura, a valorização dos aspectos psicológicos das personagens em detrimento das ações e a opção pelo fluxo de consciência como elemento norteador do processo narrativo. Quanto à temática, esta se apresenta profundamente marcada pelo existencialismo, questionando sempre o “estar no mundo” e o sentido da existência e focalizando a solidão do homem e sua angustiante dualidade entre uma existência autêntica ou inautêntica.
2 – Clarice Lispector
             Clarice Lispector nasceu na Ucrânia na cidade de Tchetchelnik no ano de 1926 e faleceu no Rio de Janeiro em 1977. Clarice Lispector tinha apenas dois meses de idade quando seus pais chegaram ao Brasil. Criou-se no Recife, mudando-se para o Rio de Janeiro aos doze anos. Formou-se em Direito e pôde conhecer vários países da Europa, acompanhando o marido, que era diplomata. Aos dezessete anos de idade, escreveu seu primeiro livro, o romance Perto do coração selvagem.
OBRAS:
 Romance: Perto do coração selvagem (1944); O lustre (1946); A cidade sitiada (1949); A maçã no escuro (1961); A paixão segundo G.H. (1964); Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (1969); Água viva (1973); A hora da estrela (1977).
Conto: Alguns contos (1952); Laços de família (1960); A legião estrangeira (1964); Felicidade clandestina (1971); Imitação da rosa (1973); A via-crucis do corpo (1974); A bela e a fera (1979) – publicação póstuma.
Crônica: Visão do esplendor (1975); Para não esquecer (1978) – publicação póstuma.
Literatura infantil: O mistério do coelho pensante (1967); A mulher que matou os peixes (1969); A vida íntima de Laura (1974); Quase verdade (1978) – publicação póstuma.
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
             Na obra de Clarice Lispector, a caracterização das personagens e as ações são elementos secundários. Importa-lhe captar a vivência interior das personagens e da complexidade de seus aspectos psicológicos. Daí resultam uma narrativa introspectiva e o monólogo interior, em que muitas vezes percebe-se o envolvimento do narrador, ficando difícil estabelecer fronteiras entre narrador e personagens. Essa centralização na consciência contribui para a digressão, a fragmentação dos episódios e o desencadeamento do “fluxo de consciência”, isto é, a expressão direta dos estados mentais, nos quais parece manifestar-se diretamente o inconsciente, do que resulta certa perda de sequência lógica.
Na trilha filosófica do existencialismo, Clarice enfatiza a angústia do homem diante sua liberdade para escolher o curso que deseja dar à sua vida. Essa escolha é necessária, já que sua existência não está predeterminada, e a maneira de cada indivíduo ser e estar no mundo e entendê-lo resultam de sua própria opção. Assim, ele tem a liberdade de optar por uma vida autêntica e questionadora, mas isso provavelmente o levará a enxergar um mundo absurdo em que nada faz sentido e, consequentemente, a afundar-se num abismo de perplexidades. Por outro lado, pode refugiar-se da banalidade do cotidiano e nos interesses imediatos, limitados e efêmeros, os quais certamente nunca o deixarão plenamente satisfeito.
As narrativas de Clarice Lispector quase sempre focalizam um monumento de revelação, um momento especial em que a personagem defronta-se subitamente com verdade. Esse momento especial é o que James Joyce chamou de epifania (que, no vocabulário religioso, refere-se à manifestação divina). A epifania é uma manifestação espiritual súbita, provocada por uma experiência que, a princípio, mostra-se simples e rotineira, mas acaba por mostrar a força de uma inusitada revelação. Os objetos mais simples, os gestos mais banais e as situações mais cotidianas provocam uma iluminação repentina na consciência da personagem.
Situado na chamada “geração de 45”, João Cabral de Melo Neto dela se destaca com uma poesia cujo traços essências são a concisão e a precisão. Preocupado com a organização do texto, com rigor de sua construção, João Cabral identifica-se com o “poeta-engenheiro” da forma poética, abdicando o sentimentalismo pela contenção da subjetividade.
Dois aspectos principais norteiam a sua poesia: autoanálise da composição poética, do que resultaram inúmeros poemas metalinguísticos, e a temática social, voltada para o sofrimento do homem nordestino.
3 – João Cabral de Melo Neto
          João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife (PE) no ano de 1920. Passou a infância em Pernambuco e estudou com os Irmãos Maristas, em Recife, mas não fez nenhum curso superior. Em 1942, mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi nomeado por concurso, Assistente de seleção do DASP, em 1943, e diplomata, em 1945. Em 1947, foi servir em Barcelona, depois em Londres, Servilha, Marcelha, Madri, Genebra, Berna e Assunção. Promovido  a embaixador, em 1976, sua primeira representação foi no Senegal. Atualmente ainda é membro do corpo diplomático. Em 1968, foi eleito por unanimidade pela Academia Brasileira de Letras.
OBRAS:
 Poesia: Pedra no sono (1942); O engenheiro (1945); Psicologia da composição (1947); O cão sem plumas (1950); O rio (1954); Morte e vida Severina (1956); Paisagens com figuras (1956); Uma faca só lâmina (1956); Terceira feira (1961), reunindo Quaderna, Dois parlamentos e serial; A educação pela pedra (1966); Museu de tudo (1975); Poesia crítica (1982) – antologia; Auto do frade (1984).
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
             “Saio de meu poema / como quem lava as mãos”. Esses versos que iniciam o poema “Psicologia da composição” revelam que para João Cabral de Melo Neto a poesia deixa de ser fruto de um momento de inspiração e passa a ser o resultado de um esforço cerebral, um trabalho de artesão da palavra. O ato de “lavar as mãos” ao terminar um poema identifica-se com o fim do artesanato do escultor, do modelador. E é à semelhança deles que João Cabral engendra a sua poesia, fazendo-a com suor, preocupando-se com a organização do texto, a concisão e a precisão da linguagem, e buscando a palavra objetiva, exata, para a concretização de uma composição poética que mantém sob contenção a musicalidade fácil e repudia o exagero metafórico.
Seu primeiro livro, Pedra do sono (1942), reúne vinte poemas curtos, escritos aos vinte anos, nos quais predominam imagens surrealistas.
Com O engenheiro (1945) começam a se revelar os traços essenciais de sua poesia: o racionalismo e a construção artesanal do poema. Desse livro é o poema “A lição de poesia”.
Com Psicologia da composição (1947), João Cabral dá o passo definitivo em direção à objetividade poética que marca toda a sua obra a partir de então. O livro contém, em sua maioria, poemas sobre o fazer poético, nos quais leva mais adiante a sua objetividade rejeitando a poesia como fruta de inspiração.
 Resumo da obra 
Enredo 1 
O narrador conta a história de Macabéa, jovem alagoana de 19 anos que vive no Rio de Janeiro. Órfã, mal se lembrava dos pais, que morreram quando ela era ainda criança. Foi criada por uma tia muito religiosa e moralista, cheia de superstições e tabus, os quais ela passou para a sobrinha.
Essa tia também tinha certo prazer mórbido em castigar Macabéa com cascudos na cabeça, muitas vezes sem motivo, além de privá-la de sua única paixão: a goiabada com queijo na sobremesa. Assim, depois de uma infância miserável, sem conforto nem amor, sem ter tido amigos nem animais de estimação, Macabéa vai para a cidade grande com a tia.
Apesar de ter estudado pouco e não saber escrever direito, Macabéa faz um curso de datilografia e consegue um emprego, no qual recebe menos que o salário mínimo. Após a morte da tia, deixa de ir à igreja e passa a repartir um quarto de pensão com quatro balconistas de uma loja popular.
Macabéa cheirava mal, pois raramente tomava banho. À noite, não dormia direito por causa da tosse persistente, da azia — em virtude do café frio que tomava antes de se deitar — e da fome, queela disfarçava comendo pedacinhos de papel.
A moça tinha hábitos e manias que aliviavam um pouco a solidão e o vazio de sua existência. Entretinha-se ouvindo a Rádio Relógio num aparelho emprestado de uma das colegas. Essa emissora informava a hora certa, transmitia cultura inútil e propaganda, sem nenhuma música. A garota colecionava também anúncios de jornais e revistas, que colava num álbum. Certa vez, cobiçou um creme cosmético, que preferia comer em vez de passar na pele.
Era muito magra e pálida, pois não se alimentava direito. Basicamente vivia de cachorro-quente com Coca-Cola, que comia na hora do almoço, em pé, no balcão de uma lanchonete ou no escritório em que trabalhava. Não sabia o que era uma refeição quente. Seus luxos consistiam em pintar de vermelho as unhas, que roía depois, comprar uma rosa e, quando recebia o salário, ir ao cinema, o que a fazia desejar ser estrela de cinema, como Marilyn Monroe, seu grande sonho.
Certo dia, o chefe de Macabéa, Raimundo, cansado do péssimo trabalho que ela executava, com textos datilografados cheios de erros de ortografia e marcas de gordura, resolve despedi-la. A reação da garota, de se desculpar pelo aborrecimento causado, acaba desarmando Raimundo, que decide mantê-la por mais um tempo.
Num dia 7 de maio, Macabéa mente dizendo que arrancaria um dente e falta ao trabalho para poder aproveitar a liberdade da solidão e fazer algo diferente. Assim que as colegas saem para trabalhar, ela coloca uma música alta, dança, toma café solúvel e até mesmo se dá ao luxo de se entediar. É nesse dia que conhece Olímpico de Jesus, único namorado que teve.
Não foi um namoro convencional. Olímpico também havia migrado do Nordeste, onde matara um homem, fugindo para o Rio de Janeiro. Conseguira emprego numa metalúrgica, o que dá delírios de grandeza em Macabéa. Afinal, ambos tinham profissão: ela era datilógrafa e ele, metalúrgico.
Mau-caráter e ambicioso, Olímpico moravam de favor no trabalho, roubava os colegas e almejava um dia ser deputado. O passeio dos namorados era sempre seguido de chuvas e de programas gratuitos, como sentar-se em bancos de praça para conversar. Nessas ocasiões, Olímpico se irritava com as perguntas que Macabéa fazia, o que a levava constantemente a se desculpar, pois não queria perdê-lo, apesar de seus maus-tratos.
Certo dia, admitindo que ela nunca lhe dava despesa, Olímpico decide pagar um cafezinho para Macabéa no bar da esquina. Avisa, porém, que se o café com leite fosse mais caro, ela pagaria a diferença. Macabéa, emocionada com a "bondade" do namorado, acaba enchendo o copo de açúcar para aproveitar, ficando enjoada depois. Em um passeio ao zoológico, Macabéa fica com tanto medo do rinoceronte que urina na roupa e tenta disfarçar para não desagradar ao namorado. Um dia, vendo que só o chefe e sua colega de escritório, Glória, recebiam telefonemas, Macabéa dá uma ficha telefônica para que Olímpico ligue para ela. Ele se recusa, dizendo que não queria ouvir as "bobagens" dela.
Até que, após conhecer Glória, Olímpico decide romper com Macabéa para ficar com a sua amiga. O rapaz considera a troca um progresso, já que elas eram opostas: Glória era loira (oxigenada), cheia de corpo, morava numa casa confortável, tinha três refeições por dia e, o mais importante, seu pai era açougueiro, profissão ambicionada por Olímpico.
Após esse episódio, Macabéa vai ao médico e descobre que tem tuberculose, mas não entende muito bem a gravidade da doença. Sente-se bem só por ter ido ao consultório e não acha necessário comprar o medicamento receitado. Com dor na consciência por ter roubado o namorado de Macabéa, Glória a convida para lanchar em sua casa. Macabéa, mais uma vez, aproveita a oportunidade e come demais. Apesar de passar mal, não vomita para não desperdiçar o luxo do chocolate, mas sente remorsos por ter roubado uma rosquinha.
Finalmente, aconselhada por Glória, Macabéa vai até uma cartomante para saber de sua sorte. Lá, é recebida pela própria, Madama Carlota, que impressiona a pobre moça pelo "requinte" de sua residência, repleta de plástico, e pela amabilidade afetada com que a trata. Após Madama Carlota contar sobre sua vida como prostituta e cafetina, lê as cartas para Macabéa, que, emocionada, pela primeira vez vislumbra um futuro e se permite ter esperança. Afinal, iria se casar com um estrangeiro rico, que daria todo o amor de que ela precisava.
Inebriada com as previsões da cartomante, Macabéa atravessa a rua sem olhar e é atropelada por uma Mercedes-Benz. Caída na calçada e sangrando, seu fim é testemunhado por inúmeros espectadores que se aglomeram em torno dela, sem que nenhum ofereça socorro. Por fim, a garota tosse sangue e morre. Havia chegado a hora da estrela.
Enredo 2
Começa quando o narrador, andando pela rua, capta o olhar de desespero de uma jovem nordestina no meio da multidão. A partir daí, nasce Macabéa, que representa a miséria inerente ao autor e a todas as pessoas. Em uma relação de amor e ódio, Rodrigo S.M. narra a vida dessa moça como tentativa de se livrar da sensação de mal-estar que ela representa e que o contagiava ao mesmo tempo em que se apieda e se revolta, inclusive se sentindo culpado por viver num padrão mais elevado que a maioria da população marginalizada.
Dessa forma, intima o leitor a também se colocar no lugar do outro para experimentar essa miséria e perceber que, no fundo, ela faz parte de todos nós. Por isso, não basta denunciar as mazelas sociais, como a fase anterior do modernismo pregava, mas induzir o leitor a uma epifania, uma revelação, ainda que despertada pela náusea, como nesse caso.
Enredo 3
Nessa parte, Rodrigo S.M. discute a limitação da literatura diante da busca existencial. Também ironicamente condena os autores de estilo pretensamente original, que abusam de modismos, de adornos que descaracterizam o poder das palavras, bem como a obsessão pelo rigor formal, pela ortografia impecável.
Assim, há na obra diversos recursos metalinguísticos. Essas três narrativas se interligam, não sendo possível separá-las, pois o livro nem mesmo tem divisão por capítulos.
 Analise dos personagens 
Rodrigo S.M.: é o narrador da história e pode ser entendido como uma representação da própria escritora. Ele faz ao longo do livro diversas reflexões sobre o ato de escrever. Sua principal preocupação é em mergulhar na profundidade do ser humano para entender sua natureza.
Macabéa: personagem principal da obra, é uma moça nordestina (alagoana) de 19 anos, pobre e desleixada. Não tem família e vive com um subemprego no Rio de Janeiro. Sua ignorância é tamanha que não reconhece nem sua própria infelicidade.
Olímpico de Jesus: é o primeiro e único namorado de Macabéa. Também nordestino, mas da Paraíba, não tem escrúpulos e é ambicioso.
Glória: filha do açougueiro e colega de trabalho de Macabéa. Apesar de não ser bonita, tinha certa sensualidade. Por conta disso, Olímpico deixa Macabéa para ficar com ela.
Madame Carlota: a cartomante
 Conclusão 
O objetivo desse trabalho e apresentar a vida e a obra de Clarice Lispector que nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia, seus pais migraram para o Brasil quando ela tinha dois anos de idade. 
Clarice tornou-se uma das maiores escritores brasileiras, publicando livros aclamados da literatura brasileira.
A autora pode ser classificada como modernista, faz parte, mais especificamente, da 3ª fase do modernismo ou geração de 45.
O seu estilo é marcado pela inovação, Clarice introduz características novas à literatura nacional. Os textos colocam em foco o inconsciente, na literatura da escritora os sentimentos e sensações dos personagens são muito importantes. A obra de Lispector apresenta características intimistas, o indivíduo, com seus questionamentos e sua intimidade, é a peça mais importante. 
A representação do pensamento não é feita de forma linear, é livre e desordenada. É possível ainda identificar a introspecção na técnica de desenvolvimento de texto. O mais importante na construção dotexto não é a correção gramatical e sim a expressividade.
Sua obra ‘’ A Hora da Estrela ‘’, foi uma obra que marcou a carreira de Clarice e que e conhecida ate hoje. 
 Bibliografia
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/clarice-lispector.html
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-hora-da-estrela-resumo-da-obra-de-clarice-lispector/#
http://literatura.dicastunadas.com.br/resumo-da-geracao-de-45/
https://blog.enem.com.br/vestibular-uerj-2017-analise-do-livro-a-hora-da-estrela-de-clarice-lispector/

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