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Infecções do Trato Urinário na Gestação

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Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
Prof. Licemary Lessa – Emergências Obstétricas – 25/05/2021 
Introdução 
As infecções do trato urinário (ITUs) são definidas 
pela colonização, invasão e proliferação de agentes 
infecciosos em qualquer parte do sistema urinário. 
Modificações da gestação que favorecem a ITU 
• Aumento da frequência urinária → Pelo 
volume sanguíneo da gestação, podendo 
aumentar 40-50% do débito. 
o Os rins trabalham mais → Aumenta a 
Frequência urinária → Pode ocorrer 
perda de glicose → Glicose fica 
retida na bexiga → Serve de 
suprimento para bactéria e ela 
adentre a bexiga. 
• Na defesa, o IgA da mulher reduz, uma E. Coli 
pode migrar para uretra e chegar à bexiga, 
onde vai estar um meio propício para se 
reproduzir. 
• SRAA reduz: Porém, isso leva a retenção de 
sódio e a paciente fica mais edemaciada. 
• Eritropoetina aumenta, justamente por 
produzir mais hemácias, para poder mais 
hemoglobina e oxigênio. 
• Progesterona: causa relaxamento dos 
ureteres e da bexiga. 
o Por isso, mesmo que os rins filtrem mais 
rápido, na hora de eliminar a urina 
fica mais lento. Sempre vai ter um 
refluxo urinário. 
▪ Mais susceptível para ITU. 
▪ Tem que ter um maior rastreio 
e deve ser feito no pré-natal 
no início e no fim da 
gestação. 
Quadro Clínico 
Bacteriúria Assintomática 
• 2 a 10% das gestantes 
• 80% dos casos, a Escherichia Coli e o agente 
etiológico identificado. 
• No pré-natal temos que procurar. São 100 
mil colônias na cultura, sem manifestações 
clínicas no paciente. 
Cistite 
Pielonefrite 
Diagnóstico 
Bacteriúria assintomática 
• 100 mil unidades formadoras de colônias 
bacterianas por ml de urina confirmam. 
• O tratamento e o mesmo para a cistite, ou de 
acordo com cultura e teste de sensibilidade. 
• Nas pacientes com risco aumentado para 
partos prematuros, vamos pedir exames com 
maior frequência, assim com risco de infecção, 
como as com DM descompensado. 
o Pedir exame de urina a cada mês 
ou a cada 2 meses. 
• Pacientes imunossupressos, lúpicos devemos 
pedir com mais frequência. 
• Paciente baixo risco → Realizar exame no 
primeiro e no terceiro trimestre. 
Depois da bacteriúria assintomática, o próximo passo 
é a cistite. 
• Quadro clínico: Disúria, polaciúria, dor 
pélvica. 
Quando a paciente entra em uma parte sistêmica, 
com febre fala mais a favor de pielonefrite. 
Tratamento da bacteriúria e cistite → Semelhantes, 
o ATB usado para as duas é o mesmo. 
Infecções não complicadas do Trato Urinário 
Escherichia coli (E. coli) é o patógeno mais 
frequente (75-95%) 
Outros agentes etiológicos 
Gram negativos 
• Enterobacter sp. 
• Klebsiella sp. 
• Pseudomonas sp. 
Gram positivos, destacam-se 
• Sphyloccocus saprophyticus 
• Enterococcus faecalise 
• Streptococcus agactiae (do Grupo B): 
Gestante no parto prematuro, pode estar na 
flora dela, contaminar o bebê e levá-lo a 
morte. 
o Principal causa de morte neonatal 
precoce (Mal de 7 dias) 
o Se vier (+), durante a gestação, 
quando ela for parir, tem que fazer 
de novo. 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
o O estreptococo pode ter 
recolonizado depois de 4 semanas. 
o Agente presente em 30% das mulheres 
na região perineal, mas quando vai 
para uretra, pode levar a ITU 
Não precisa decorar, mas para saber qual é o mais 
comum. 
Porque se chegar em um local que não tem o 
antibiograma, vamos tratar pelo mais comum. 
Cistite 
Sintomas 
• Disúria 
• Polaciúria 
• Urgência miccional 
• Dor retro púbica, supra púbica e abdominal 
• Hematúria 
Exames complementares 
• Exame do sedimento urinário 
• Urocultura 
Tratamento 
Antibiótico Posologia 
Amoxicilina 500mg a cada 8h 
875mg a cada 12h 
Amoxicilina + 
Clavulanato de 
Potássio 
500mg + 125mg a cada 
8h 
875mg+125mg a cada 
12h 
Ampicilina 500mg a cada 6h 
Cefuroxima 250mg a cada 8h 
Cefalexina 500mg a cada 6h 
Nitrofurantoína 100mg a cada 6h 
Não vai cobrar o tratamento 
• Primeira escolha → Cefalexina 
• Segunda escolha → Ampicilina 
o Não tem absorção VO 
• Situações especiais → Amoxicilina e 
Nitrofurantoína. (Quinolonas) 
o Quando a paciente já está resistente 
a tudo. Pesar risco e benefício. 
o As cefalosporinas de 3ª geração 
podem ser usadas em casos de 
resistência. 
Evitar associar o Clavulonato porque aumenta o 
risco de enterocolite necrosante. 
Diagnóstico 
Pode ser clínico ou pela urocultura. Depois já parte 
para o tratamento. 
Faz a urocultura para dar o diagnóstico e para 
controle. 
• Recorrência na gravidez → ATB profilático. 
o ATB profilático → Cistite recorrente ou 
pielonefrite. 
Pielonefrite 
Quadro clínico 
• Febre (>38º), dor em flanco, náusea, vômito, 
lombalgia e sensibilidade costovertebral. 
• Piuria é sinal típico de pielonefrite 
• Punho percussão dolorosa da loja renal → 
Sinal de Giordano 
Exige internamento! 
• Pedir hemograma. Faz hemocultura e 
urocultura. 
o Mesmo que não consiga fazer esses 
exames tem que fazer o ATB. 
• Entra com ATB venoso 
• Se tiver gasometria, faz para afastar sinais de 
sepse. 
Na pielonefrite faz: 
• USG de vias urinárias 
• Hidratação 
• Muda o ATB → Sugestão: Ceftriaxone 
Cuidados gerais: 
• Profilaxia com nitrofurantoína e cranberry e 
Vit. C.

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