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Aula 07. Adaptações patológicas

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Thaís Silva | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
INTRODUÇÃO 
Sinônimo: Mineralização Patológica. 
Processo comum em uma ampla variedade de doenças; implica o 
depósito anormal de sais de cálcio (fosfatos, carbonatos, citratos e 
outros) - em tecidos frouxos não-osteóides, enrijecendo-os - em 
combinação com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros 
minerais. 
▪ Ocorre em concomitância com vários processos patológicos 
como necroses e degenerações; 
▪ Pode estar presente em virtualmente qualquer lesão antiga. 
FUNÇÕES DO CÁLCIO 
 
→ Cálcio ionizado: 
 
▪ Reações enzimáticas; 
▪ Transporte e estabilidade de membranas (cascata de 
coagulação); 
▪ Coagulação sanguínea; 
▪ Condução nervosa e transmissão neuromuscular; 
▪ Contração muscular e manutenção do tônus da musculatura 
lisa vascular; 
▪ Secreções hormonais; 
▪ Controle do metabolismo hepático do glicogênio; 
▪ Divisão e crescimento celular; 
▪ Mecanismos diversos e complexos relacionados a canais de 
transporte, bombas de transporte para manter o gradiente de 
concentração; 
▪ Cálcio intracitoplasmático em nível rigorosamente baixo 
também funciona como um mecanismo de controle. 
 
Exemplo com associação de contração muscular 
Potencialmente tóxico para as células quando em excesso ou 
em falta. 
ABSORÇÃO DE CÁLCIO 
Acontece no Duodeno e é um transporte ativo dependente de 
proteínas. A absorção é inibida quando há: 
▪ Deficiência de vitamina D e excesso de ácidos graxos que 
também Inibe a produção de vitamina D: 
o Vitamina D estimula a absorção de cálcio e fósforo no 
intestino diminui a excreção desses minerais pelos rins e 
aumenta a mineralização óssea. 
Atuação do paratormônio estimulando a captação de cálcio para o 
meio extracelular e aumentando a concentração sérica. Vitamina D 
estimulando a absorção de cálcio e fosforo no intestino e 
diminuindo a excreção pelo rim, aumentando a mineralização 
óssea. 
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA 
Diferente de: Ossificação heterotópica: Processo biológico 
metaplásico de neoformação de osso em tecidos moles adjacentes às 
grandes articulações. Possui etiologia desconhecida. Hipóteses: 
genética, isquêmica, traumática (lesões medula óssea). 
Basicamente, a diferença é que na ossificação tem-se a formação de 
um osso completo novo, num tecido mole, onde não deveria existir. 
Calcificação é a deposição de cálcio, não tem essa matriz celular que 
possui um osso. 
 
Patologia Patologia 
 
Thaís Silva | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
As três imagens retratam de 
Metaplasia óssea. 
 
 
▪ Distribuição e localização dos depósitos ajuda na 
diferenciação. 
CLASSIF ICAÇÃO 
 
▪ Calcificação distrófica: quando o depósito ocorre em tecidos 
mortos ou que estão morrendo, que ocorre na ausência de 
perturbações metabólicas do cálcio (isto é, com níveis séricos 
normais de cálcio); 
▪ Calcificação metastática: o depósito de sais de cálcio em tecidos 
normais e quase sempre reflete algum distúrbio no 
metabolismo do cálcio (hipercalcemia). 
A hipercalcemia, apesar de não ser um pré-requisito para a 
calcificação distrófica, ela pode exacerbá-la. 
▪ A presença de sinais de lesão prévia + Maior intensidade da 
deposição calcária sugere Calcificação distrófica. 
 Deposição de cálcio nos tecidos sadios irá causar lesão nos 
tecidos sadios. 
CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA 
▪ Independente dos níveis plasmáticos de Ca e P; 
▪ Mais frequente e mais lenta; 
▪ Ocorre de maneira mais localizada; 
▪ Tecido conjuntivo fibroso hialinizado de lesões antigas; 
▪ Encontrada em áreas de necrose de qualquer tipo. 
Virtualmente, é inevitável nos ateromas da aterosclerose 
avançada, associada a lesão da túnica íntima da aorta e das 
grandes artérias, e caracterizada pelo acúmulo de lipídios; 
▪ Embora a calcificação distrófica seja um achado incidental 
insignificante de lesão celular antiga, ela pode ser a causa da 
disfunção do órgão. 
 
 
PATOGENIA DA CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA 
Na patogenia da calcificação distrófica, o produto final é o fosfato 
de cálcio cristalino. Envolve a iniciação (ou nucleação) e a 
propagação, ambos podendo ser intra ou extracelulares. A iniciação 
em sítios extracelulares ocorre em vesículas revestidas por 
membrana com cerca de 200 nm de diâmetro; na cartilagem e no 
osso normais são conhecidas como vesículas da matriz, e na 
calcificação patológica originam-se de células em degeneração. 
Acredita-se que o cálcio esteja concentrado inicialmente nessas 
vesículas por sua afinidade com os fosfolipídios da membrana, 
enquanto os fosfatos se acumulam como consequência da ação das 
fosfatases ligadas à membrana. A iniciação da calcificação 
intracelular ocorre nas mitocôndrias de células mortas ou que estão 
morrendo e que tenham perdido sua habilidade de regular o cálcio 
intracelular. Após a iniciação em qualquer localização, ocorre a 
formação dos cristais. Isso é dependente da concentração de Ca2+ e 
do PO4 − nos espaços extracelulares, da presença de inibidores do 
mineral e do grau de colagenização, o qual aumenta a taxa de 
crescimento do cristal. 
▪ Principais exemplos: 
o Necrose isquêmica (ex. infartos antigos); 
o Inflamação e aderência de Serosas: Pleura, peritônio e 
pericárdio; 
o Endotélio vascular: placas ateromatosas; 
o Trombos vasculares crônicos (flebólitos); 
o Em células mortas e descamadas dos túbulos renais; 
o Válvulas cardíacas: endocardites valvulares; 
o Tumores; 
o Processos inflamatórios crônicos granulomatosos, 
principalmente os que contem necrose caseosa (ex. 
tuberculose - granulomas); 
o Nódulos parasitários (ao redor de ovos, larvas e 
helmintos). 
 
Thaís Silva | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
 
Calcificação distrófica da 
válvula bicúspide como 
resultado de estenose 
aórtica. 
 
 
 
Calcificações distróficas em artérias 
CALCIF ICAÇÃO METASTÁTICA 
▪ Mais disseminada no organismo por que independe de uma 
lesão anterior; 
▪ Causas: 
o Hipercalcemia; 
o Falência renal (retenção de fosfatos) na qual a retenção 
de fosfato leva ao hiperparatireoidismo secundário; 
o Hiperparatireoidismo primário ou secundário (renal, 
nutricional ou por síndrome para-neoplásica) aumento 
da secreção de paratormônio devido a tumores primários 
das paratireoides ou à produção de proteína relacionada 
ao paratormônio por outros tumores malignos; 
o Distúrbios relacionados à vitamina D, incluindo a 
intoxicação por vitamina D e sarcoidose (na qual os 
macrófagos ativam um precursor da vitamina D); 
o Destruição óssea: Imobilização prolongada ou neoplasias. 
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA 
▪ Calcificação da válvula cardíaca em pacientes com IRC; 
▪ Pacientes com doença 
renal crônica 
frequentemente 
apresentam calcificação 
vascular; 
▪ Fator preditor forte e independente de risco cardiovascular. 
▪ Patogenia da insuficiência renal: 
ENVENENAMENTO COM RODENTICIDAS 
▪ Não é tão comum; 
▪ Warfarina e compostos relacionados (cumarinas e 
indandionas) são anticoagulantes derivados da vitamina D. 
São bem absorvidos pela via digestiva e podem determinar, na 
intoxicação aguda, hemorragias de vários graus, dependendo 
da dose ingerida e do tempo de exposição; 
▪ Nefrocalcinose persistente. 
 
NEOPLASIA 
▪ Em cerca de 5% dos carcinomas, principalmente no mamário 
e pulmonar, pode ocorrer hipercalcemia, isso acontece devido 
a secreção de proteínas que mimetizam a ação do 
paratôrmonio (nas "síndromes para-neoplásicas"). Osteólise 
nas metástases ósseas; 
▪ A maioria dos pacientes nessas condições, no entanto, não 
sobrevivem a tempo de ocorrer calcificação metastática em 
níveis significativos. 
MORFOLOGIA 
(Distrófica e Metastática) são bem parecidas. 
▪ Macro: Sitio da lesão esbranquiçado, consistência arenosa 
(menos concentração de sais) ou pétrea (muita concentração 
de sais), constatação do “ranger da faca” ao corte. Onde quer 
que seja o local, os sais de cálcio são vistos macroscopicamentecomo grânulos ou agregados finos brancos, frequentemente 
palpáveis como depósitos arenosos.; 
▪ Micro: Os cristais de fosfato de cálcio depositados nas 
calcificações patológicas são similares à hidroxiapatita do osso. 
Quando corada por H&E apresenta-se de coloração 
intensamente basofílica e invariavelmente de aspecto amorfo; 
Thaís Silva | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Coloração diferencial: VonKossa, onde o cálcio depositado 
apresenta cor negra. 
A calcificação distrófica é comum em áreas de necrose caseosa na 
tuberculose. Algumas vezes, um linfonodo tuberculoso é 
praticamente convertido a uma pedra radiopaca. 
Histologicamente, a calcificação aparece como depósitos basofílicos 
intra ou extracelulares. Com o tempo, pode ser formado osso 
heterotópico no foco da calcificação. A calcificação metastática pode 
ocorrer em todo o corpo, mas afeta principalmente os tecidos 
intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões e da vascularização. 
Morfologicamente, os depósitos de cálcio lembram os descritos na 
calcificação distrófica. Embora, geralmente, não causem disfunção 
clínica, calcificações maciças nos pulmões são evidentes nas 
radiografias e podem gerar déficits respiratórios. Depósitos 
maciços no rim (nefrocalcinose) podem causar lesão renal. 
 
 
Exemplos de 
calcificação. 
 
 
 
 
CONSEQUÊNCIAS E COMPLICAÇÕES 
▪ Em geral não tem grandes problemas, principalmente a 
distrófica; 
▪ Dependem do local e intensidade da calcificação; 
▪ Em geral são inócuas e inertes apesar de permanentes e 
irreversíveis; 
▪ Benéficas na contenção de parasitos e dos bacilos da 
tuberculose por enrijecer a estrutura. 
 
Cuidado: 
▪ Pode ocorrer insuficiência respiratória ou renal caso tenha 
uma deposição muito grande; 
▪ Grave quando atingem válvulas cardíacas por que 
compromete o funcionamento da válvula; 
▪ Complicam as placas de aterosclerose; 
▪ Podem obstruir vasos/ductos (trombos e cálculos). 
LITÍASES (CÁLCULOS) 
A causa da formação de cálculos é frequentemente obscura, 
particularmente no caso de urólitos contendo cálcio. A confluência 
de condições predisponentes está provavelmente envolvida, 
incluindo a concentração de soluto, mudanças no pH da urina e 
infecções bacterianas. Entretanto, a principal causa é o aumento da 
concentração urinária dos constituintes do cálculo, que excede sua 
solubilidade na urina (supersaturação). 
▪ São massas esferoidais, ovoides ou facetadas, sólidas, concretas 
e compactadas, de consistência argilosa a pétrea; 
▪ Acontecem no interior de órgãos ocos, cavidades naturais, 
condutos naturais (ureter, colédoco –colestase -, ducto 
pancreático ou salivar); 
▪ Afetam todas as espécies; 
▪ Ocorrem independente de raça ou sexo; em machos podem 
apresentar maiores problemas por que tem maior dificuldades 
anatómicas para eliminação; 
▪ Nomenclatura: Sinônimo: Litíases, concreções endógenas; 
▪ Local + sufixo (litíase – fenômeno; lito – cálculo), ex.: 
o Urolitíase: formação de um urólito: bexiga e ureteres; 
o Sialólito: Glândula salivar. 
 
TRATO UR INÁRIO - UROLITÍASE 
▪ Formação de cálculos em qualquer parte do trato urinário, 
mas na maioria das vezes os cálculos surgem no rim; 
▪ Tipos: 
o Cerca de 80% dos cálculos renais são compostos pela 
associação entre o oxalato de cálcio e o fosfato de cálcio; 
o 10% são compostos por fosfato, amônio e magnésio. - 6-
9% são formados por ácido úrico ou por cistina. Em 
todos os casos, há uma matriz orgânica de mucoproteínas 
que constitui cerca de 2,5% do peso do cálculo: 
Thaís Silva | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
• Cálcio: Compostos de oxalato de cálcio e oxalato 
misturado com fosfato; 
• Fosfato triplo ou estruvita: Fosfato de amônio 
magnésio; 
• Ácido úrico; 
• Cistina. 
▪ Todos têm uma matriz orgânica de muco proteína, sendo 1 a 
5% do peso do urólito. O principal fator é concentração 
urinária aumentada de constituintes dos cálculos, 
ultrapassando a solubilidade; 
▪ Cálcio: associados com hipercalcemia e hipercalcinúria, como 
no hiperparatireoidismo, doença óssea difusa, sarcoidose. São 
radiopacos, formados por oxalato, fosfato ou carbonato de 
cálcio: 
o Oxalato: pequenos, duros, nodulares ou triangulares, cor 
escura (sangue alterado), pardacenta ou acinzentada; 
o Carbonato: branco acinzentados, estratificados, 
raramente volumosos; 
o Fosfato: brancos, superfície e forma irregulares, ásperos, 
quebradiços, frequentemente volumosos, podendo 
preencher e moldar a pelve e os cálices. 
▪ Estruvita (fosfato de amônia e magnésio): associados a casos 
de infecções bacterianas, que convertem ureia em amônia, o 
que leva à precipitação de sais de fosfato amônio magnésio. 
Normalmente são os maiores. No início são radiotransparente, 
se tornando radiopacos com a deposição de fosfato de cálcio; 
▪ Ácido úrico: mais comuns em casos associados à destruição 
celular, como gota, leucemias, pessoas com hiperuriciemia 
(diarréia crônica, após ileostomia). São esferoidais ou ovóides, 
pardo amarelados, friáveis, lisos e radiotransparentes; 
▪ Cistina: associados a defeitos genéticos determinado no 
transporte renal de certos aminoácidos, incluindo cistina que 
causam falha na reabsorção renal de aminoácidos. Aspecto 
radiado, cor verde amarelada. 
 
A urolitíase também pode resultar da falta de substâncias que 
normalmente inibem a precipitação mineral. Inibidores da 
formação de cristais na urina incluem proteína Tamm-Horsfall, 
osteopontina, pirofosfato, mucopolissacarídeos, difosfonatos e uma 
glicoproteína chamada nefrocalcina, mas nenhuma deficiência de 
qualquer uma dessas substâncias tem sido consistentemente 
demonstrada em pessoas com urolitíase. 
VESÍCULA BILIAR- COLELITÍASE 
▪ Cálculos de colesterol: Quando as concentrações de colesterol 
excedem a capacidade de solubilização da bile 
(supersaturação), o colesterol não pode mais permanecer 
disperso e é depositado em cristais de monohidrato de 
colesterol sólido. São amarelo pálido, arredondadas a ovoides 
e têm uma superfície externa dura e finamente granular. 
 
▪ Cálculos de pigmento: Misturas complexas de sais de cálcio 
insolúveis de bilirrubina não conjugada juntamente com sais 
de cálcio inorgânicos. São Marrom: tendem a ser laminados e 
macios ou Preto: raramente têm mais de 1,5 cm de diâmetro, 
quase sempre estão presentes em grande número e são 
bastante friáveis. 
 
 
 
GLÂNDULA SALIVAR 
▪ A formação de cálculos está relacionada à obstrução dos 
orifícios das glândulas salivares que acontece por detritos 
alimentares impactados ou por edema sobre o orifício após 
alguma lesão; 
▪ Frequentemente, nenhuma causa subjacente pode ser 
detectada; 
▪ Pode causar sialadenite bacteriana inespecífica.

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