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ANDREIA AZEVEDO MEDICINA PATOLOGIA CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS ❖ Tipos de Calcificação patológica • Distrófica • Idiopática • Metastática • OBS.: A calcificação patológica é irreversível • A calcificação consiste na deposição de sais de cálcio em locais normalmente não calcificados. ❖ Aspecto das calcificações • Macro ➢ Sítio da lesão esbranquiçado ➢ Consistência arenosa ou pétrea ➢ Constatação do “ranger da faca” ao corte • Micro ➢ Quando corada por H&E apresenta-se intensamente basófila e invariavelmente de aspecto amorfo ➢ Coloração diferencial: VonKossa – onde o cálcio depositado apresenta cor negra. ❖ Calcificação distrófica (CD) • Quando predominam fatores locais, como necrose • Resulta de modificação local nos tecidos, ou seja, de uma alteração tecidual prévia. • Restos necróticos são suscetíveis a depósitos de cálcio, sobretudo em locais de necrose (caseosa, por coagulação ou gordurosa). • Pancreatite aguda: ➢ Calcificação associada a esteatonecrose ➢ Resulta da combinação de cálcio com AG liberados pela ação da lipase pancreática sobre triglicerídeos. • Infartos ➢ Calcificação por necrose isquêmica • Tuberculose ➢ Áreas de necrose caseosa • Cicatrizes, ateromas e cartilagens • Trombos venosos / endotélio vascular ➢ Placas ateromatosas • Pâncreas e glândulas salivares ➢ As secreções dos ductos podem calcificar-se ➢ Causando obstrução ductal. • Fetos mortos • Inflamações crônicas granulomatosas • Necrose gordurosa ➢ Glicerol + AG + Ca • Tumores ➢ Propensos a formar uma peculiar calcificação – psamomas. ➢ Comuns no carcinoma papilar da tireoide, no adenocarcinoma seroso papilífero do ovário e em meningiomas. ❖ Mecanismos fisiológicos dos depósitos de cálcio na CD • 1- Exposição de núcleos primários ANDREIA AZEVEDO MEDICINA ➢ Fosfolipídios da MP, fibras elásticas e colágenas, proteínas desnaturadas, fosfoproteínas, AG, bactérias. • 2- Aumento local na concentração de fosfato e/ou cálcio • 3- Remoção de inibidores de calcificação ➢ Proteínas GLA da matriz e osteopontina • Nanopartículas calcificantes: tem capacidade de identificar sequencias de DNA e proteínas associadas a cristais de cálcio. ❖ Calcificação metastática • É a deposição de Ca nos tecidos normais, sempre que houver hipercalcemia. • Serve para indicar que o Ca reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas ocasiona, caso não haja excreção pelos rins, depósitos em outros locais. • Ocorre quando há hipercalcemia e até hiperfosfatemia > 35 ou 40. • Hipercalcemia: ➢ Devido a hipersecreção de paratormônio ➢ Ele eleva o Ca no sangue porque estimula a atividade osteoclástica e a reabsorção óssea. • Podem causar disfunção clínica • Hiperparatireoidismo primário, tumor ou hiperplasia de paratireoides • Hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal crônica ➢ Há retenção de fosfatos e queda de Ca. • Tumor produtor de paratormônio • Doenças dos ossos: mieloma ou metástases disseminadas ➢ Provocam rápida destruição óssea com aumento da calcemia. • Imobilização prolongada ➢ Remove estímulos para formação de tecido ósseo, enquanto continua ocorrendo a reabsorção. • Depósitos de Ca metastáticos ➢ Formam-se princip. nos pulmões, rins, artérias sistêmicas, veias pulmonares, estomago e córneas. ➢ Esses órgãos tem em comum a secreção de ácidos, criando um compartimento interno alcalinizado, logo, o Ca se deposita na mucosa. ➢ Ou seja, a precipitação de sais de fosfato de cálcio é facilitada em meio alcalino ➢ Quando se suspeita de calcificação, vai fazer o exame de coloração de Von Kossa, se tiver calcificação vai aparecer “preto” ➢ Ao liberar o ácido, a célula fica alcalinizada e há a deposição de cálcio nesse tecido alcalino ❖ Início da CM • Inicia-se nas mitocôndrias ➢ O paratormônio facilita a entrada de Ca nas células • Depois do meio extracelular ➢ Membranas basais dos pulmões e dos rins são mais suscetíveis. ❖ Achados anatomopatológicos na CM • Órgãos muito endurecidos, calcários e rangem ao corte com faca. • Pulmão: aspecto de fina esponja de banho • Rins: nefrocalcinose com retenção de fosfato e hiperparatireoidismo secundário. São vistos múltiplos focos de deposição de cálcio nos túbulos. (Não é litíase) • Quadril, tronco e articulações: calcificações múltiplas com aspecto tumoral • Subcutâneo: calcificações extensas, as vezes reabsorvidos se a função renal é reestabelecida (ex: transplante). Paratormônio • Estimulado pela hipocalcemia ANDREIA AZEVEDO MEDICINA • Funções ➢ Aumento da reabsorção óssea elevando o Ca plasmático ➢ Aumento da excreção de fosforo renal ➢ Aumento da absorção de cálcio intestinal ➢ Retardo na mineralização do osteóide ❖ Calcitonina • Estimulada pela Hipercalcemia • Funções ➢ Diminuição na reabsorção óssea, reduzindo o Ca plasmático ➢ Estimulação na mineralização do osteoide. ❖ CM primária (CMP) • Adenoma / tumor benigno / hiperplasia das paratireoides → Hiperparatireoidismo primário → atinge 1 glândula paratireóide → hipercalcemia • ❖ CM secundária CMS • Lesão renal / nutrição → Diminuição de Ca → hiperparatireoidismo secundário • → atinge as 4 glândulas paratireóides→ hipercalcemia • Nesse caso, foi uma lesão em outro tecido que provocou a lesão nas paratireoides • Vitamina D: o aumento da formação de vitamina D estimula a absorção de Ca via intestinal. Mas nas lesões renais, ocorre diminuição da formação do calcitriol (Vit D), logo, não tem a absorção de cálcio via intestinal e também diminui a eliminação de fosforo. Logo, baixa de cálcio e aumento de fosforo no corpo ele reage ativando a paratireoide para produzir PTH, que age nos ossos estimulando a reabsorção óssea, provocando hipercalcemia. ❖ Insuficiência renal – Disfunção • Ocorre a absorção de Ca por duas vidas: pela ingestão de vegetais, ou seja, alimentos ricos em Ca, ou pela disposição aos raios UV. Sofrem hidrolise no fígado, formando poli calciferol (Vit D), e sua síntese hormonal ocorre no rins, logo, nas lesões renais, perde-se essa síntese de Vitamina D, diminuindo a absorção de Ca via intestinal. E isto provoca a hipocalcemia com hiperfosfatemia, estimando a liberação de PTH, fazendo a reabsorção óssea. • Quadro clinico: calcificações metastáticas, hiperplasia das paratireoides e Osteodistrofia fibrosa (substituição do tecido ósseo por fibrose). ❖ Calcificação idiopática ❖ Cálculos / litíase • Nefrolitíase ➢ Os cálculos são formados por saturação de cálcio, estando o oxalato de cálcio e o fosfato de cálcio majoritariamente. E tbm por um pouco de ácido úrico ou por fosfato de amônio e magnésio. ➢ USG: são radiopacos, mas também podem ser detectados por radiografia simples. ➢ Quando se prendem nos cálices renais são chamados de coraliformes. ➢ Cálculos de cálcio: o paciente tem hipercalcemia e hipercalciúria. ➢ Cálculos de fosfato de amônia e magnésio: formam-se quando há infecções por bactérias que possuem uréase que libera amônia. A alcalinização da urina favorece seu aparecimento. ➢ Cálculos de cistina: pacientes tem defeito genético que resulta em cistinúria. • Colelitíase ➢ Na vesícula biliar ➢ Matriz proteinacea + colesterol + pigmentos biliares + sais biliares + sais de Ca. ➢ Formam-se a partir de modificações na composição da bile, sobretudo saturação de um de seus componentes. ANDREIA AZEVEDO MEDICINA ➢ Possibilita a precipitação em frações insolúveis em torno de um núcleo orgânico (células descamadas, bactérias ou o próprio muco. ➢ Podem variar com colesterol, bilirrubinato, sais orgânicos e inorgânicos de cálcio e sais biliares. ➢ Ultrassonografia: são radiolúcidos ➢ Se a obstrução ocorrer abaixo da união com o ducto pancreático pode causar pancreatite aguda por obstrução da drenagem pancreática e consequente extravasamento de suco pancreático no órgão.• Coledocolitíase • Litíase pancreática • Cálculos dentários: tártaros • Litíase urinaria (urolitiase /cistolitiase ➢ Solutos urinários ➢ Proteínas urinarias ➢ Debris proteáceos • Sialolitíase ➢ Concreções solidas nos ductos das glândulas salivares ➢ Majoritariamente eles surgem relacionados com sialadenite crônica obstrutiva. ➢ A estagnação de secreções ricas em cálcio causa precipitação luminal em torno das partículas de muco ou de células degeneradas, formando sialolitos. Além de psamomatosos, comuns na próstata e alguns tumores. ❖ Origem dos cálculos renais • 1- Superfície da papila renal, em sítios de placas intersticiais de apatita (placas de Randall) • 2- Em tampões calcários aderidos a saída dos ductos coletores tal como ocorre na hiperoxalúria e na acidose tubular distal • 3- Livres na urina em solução no sistema coletor, como cistinúria. ❖ Tipos de cálculo: oxalato de cálcio, ácido úrico, estruvita.
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