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M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 1 TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES ARTÉRIAS K É uma concordância AV. Então o AD está conectado ao VD, AE ao VE e uma discordância ventrículo arterial → Do VD vai surgir a aorta e do VE vai surgir a artéria pulmonar. K Causa mais comum de doença cianótica no período neonatal, associado a mãe com DM; K Geralmente associado a CIA e CIV; K Quando passa do período neonatal sem diagnóstico nós vamos observar: o ACHADOS: Mal desenvolvimento, intolerância ao exercício, ECG com hipertrofia biventricular e desvio para a direita. → Atualmente é algo muito raro com o advento do eletrocardiograma fetal, ECO dentro das maternidades, ter o diagnóstico fora do período neonatal. K As principais formas dessa doença são: o TGA com forame oval permeável → CLÁSSICA. o TGA com CIV; o TGA com obstrução da via de saída do VE. → Obstrução subpulmonar. FISIOPATOLOGIA K CORAÇÃO NORMAL: A. pulmonar vai levar sangue rico em O2 aos pulmões. Nos pulmões ele é oxigenado e através das veias pulmonares retornam ao AE → VE → AORTA → CORPO → (através das veias cavas) → O sangue já pobre em O2 retorna ao AD → VD → A. pulmonar e repete tudo de novo. K Quando a aorta e a A. pulmonar estão trocadas (discordância): Temos o sangue oxigenado que volta pelas veias pulmonares ao AE e VE, retornam ao pulmão através da A. pulmonar e o sangue pobre em O2 que retorna pelas veias cavas ao AD → VD → AORTA sendo de novo mandado para todo o corpo (circulação em paralelo). Circulação incompatível com a vida. Então, pra que o paciente sobreviva eu vou precisar comunicar essas circulações, tendo SHUNTS entre essas duas circulações em paralelo, ou a gente vai ter a nível ventricular (CIV), ou a nível atrial (CIA), ou um forame oval não restritivo, ou a nível dos grandes vasos (canal arterial). Cardiopatia dependente de canal arterial, assim como a coarctação de aorta critica (doença dependente de canal arterial). K COMO O PACIENTE VAI SE APRESENTAR: O canal arterial pode não ser suficiente. A magnitude do meu shunt não é o suficiente para manter o paciente estável, paciente com uma saturação de pelo menos 85%, sem acidose metabólica para que ele seja encaminhado ao centro cirúrgico de maneira adequada. K EXEMPLO: Eu tenho um bb hipoxemico deu diagnostico de transposição, coloquei a prostaglandina, mas ele não ficou adequadamente estável (saturação), então ele vai pro ECO. Lá diz que a CIA é pequena e etc., encaminhando ele para o cateterismo e através da VCI com o cateter/balão na ponta → Passa pelo AD → forame oval → AE (insuflar o balão e puxar, quando ele puxa, ele rasga o septo atrial, abrindo mais essa CIA, forame – comunicação entre os átrios). DIAGNÓSTICO K Bb clinicamente cianótico e cansado porque ele compensa essa toxemia/acidose. K ECG → Desvio do eixo para a direita, com sobrecarga de câmara direita. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CIANÓTICAS – PARTE 2 - AULA 11 M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 2 K O ECG só vai nos ajudar no período neonatal quando houver câmaras esquerdas, quando vem câmaras direitas não tem nenhum tipo de ajuda. K RX: “coração ovoide” → No caso de transposição clássica. Coração na forma de um ovo deitado, e o pedículo rente ao mediastino observamos um pedículo estreito (geralmente nos bbs é mais largo) por conta da má posição dos vasos. Na fisiologia conseguimos observamos que os grandes vasos se cruzam. Quando os vasos estão em transposição, eles saem em paralelo (não se cruzam). K ECOCARDIOGRAMA K ANGIOTOMOGRAFIA: Utilizado quando há alguma duvida da anatomia dessas grandes artérias. Se eu tenho alguma obstrução, hipoplasia, estenose, coarctação de aorta. K CATETERISMO TRATAMENTO K Esse paciente não sai da maternidade sem cirurgia → CIRURGIA SWITCH ARTERIAL, ou conhecida mais no Brasil como cirurgia de Jatene. K O cirurgião vai seccionar os grandes vasos a cima dos óstios da coronária, aorta e pulmonar, vai reanastomosar aos pontos proximais criando anel aorta e anel pulmonar, tendo assim uma concordância ventrículo-arterial. Além disso, ele vai tirar as coronárias (óstios das coronárias) e reimplanta-las no anel aorta. ATRESIA PULMONAR K Considerada a cardiopatia congênita de mais alto risco → Porque existe uma ausência de conexão entre o VD e a A. pulmonar e dentro disso existe um largo espectro de apresentação anatômica e dentro desses diferentes níveis de apresentação anatômica teremos vários níveis de gravidade. K Mais de 90% apresentam CIV; K INCIDÊNCIA: 1 a 3% de todas as cardiopatias congênitas; K PREVALÊNCIA: 0,06 a 0,08 por 10.000 nascidos vivos. ATRESIA PULMONAR COM SIV ÍTNEGRO K Uma ausência de conexão entre o VD e a A. pulmonar sem nenhuma comunicação entre os ventrículos. K Então eu tenho o retorno venoso sistêmico chegando ao AD através das veias cavas. Se eu tenho uma ausência de conexão entre a A. pulmonar e o VD, o ventrículo vai se apresentar hipertrófico e com variáveis graus de redução da sua cavidade ventricular (podendo chegar numa fase hipoplásica). K O sangue vai chegar no AD e vai pro VD, em seguida o VD não vai passar pra A. pulmonar, assim ele vai voltar pela valva tricúspide que vai apresentar vários graus de insuficiência a depender do tamanho desse ventrículo. Dessa forma há uma comunicação entre os átrios não restritiva para que esse sangue passe do AD→ AE. No AE, esse sangue M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 3 vai se encontrar (sangue não oxigenado) com o sangue oriundo dos pulmões que chegam através dos pulmões e eles se misturam, formando sangue insaturado. K O sangue insaturado chega ao VE e passa para a aorta, irrigando o corpo inteiro. COMO OXIGENAR O SANGUE? Atreves do canal arterial, um shunt entre a aorta e a A. pulmonar (caso do bb). K Vamos ter variados graus de hipoplasia do VD e por conta da atresia, vai depender da resposta do paciente, com variados graus de insuficiência tricúspide. De maneira geral, esses pacientes são univentriculares, porque o VD é tão pequeno que ele não suporta fazer o fluxo anterógrado suficiente, mesmo que houvesse abertura da A. pulmonar. Assim os pacientes são univentriculares, são hipoxemicos, cianogênico ou com diagnostico fetal. Colocamos prostaglandina e esperamos uma saturação a cima de 85% sem acidose. K Se mesmo com o uso da prostaglandina ou através do ECO evidenciar que a comunicação entre os átrios é restritiva, esse bb, obrigatoriamente, vai para a atriosseptostomia pro balão também, porque ele precisa dos dois locais de shunt para sobrevivência. ATRESIA PULMONAR COM CIV K Temos o retorno venoso chegando ao AD através das veias cavas e que passa ao VD, só que o paciente tem uma CIV ampla, tendo assim esse escape, ele não vai para a A. pulmonar, mas ele também não volta pro AD através da tricúspide, ele passa para o VE e vai para a aorta. Por conta disso (da CIV), eu consigo ter uma cavidade ventricular direita maior e são pacientes que quando a A. pulmonar permite, eles vão para a correção biventricular. K Então o sangue vai se misturar com o sangue vindo do VE e vai para a aorta e esse sangue insaturado faz o mesmo caminho da atresia pulmonar com septo interventricular integro, uma parte irrigando o corpo e a outra parte para a A. pulmonar para conseguir ser oxigenado nos pulmões e voltas pelas veias pulmonares, AD, VE, se misturar com o sangue vindo do VD e ir para a aorta. K Por conta da CIV eu não preciso de uma CIA, eu preciso de um canal arterial. K Diante de uma atresia pulmonar (ausência de fluxo entre o VD) eu posso ter variados graus de má formação da árvore pulmonar. Como por exemplo, estenosepulmonar, hipoplasia, desconexão de ramos pulmonares e etc. K Então obrigatoriamente, esses pacientes passam por uma angiotomografia antes do procedimento cirúrgico. Até porque se eu enxergar anormal no início, a porção media distal dos ramos pulmonares as vezes eu não consigo ver e as vezes a minha má formação pode estar aí. Assim, independente de eu ter identificado no ECO ou não, eles vão para a angiotomografia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS K Cianose; K Sopro Contínuo; K Acidose Metabólica; K Baixo peso ao nascer. TRATAMENTO K MÉDICO: controle da cianose → uso de prostaglandina. K CATETERISMO: diagnóstico (quando tem muito colateral) e intervenção. K CIRURGICO: cirurgia paliativa (cirurgia de Balock); correção univentricular ou biventricular (cirurgia de Rastelli) (maiora). M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 4 K CIRURGIA DE RASTELLI: Fechamento da CIV fazendo com que todo o sangue que tá no VE vá para exclusivamente para a aorta e colocando um tubo ventrículo direito → tronco pulmonar. É uma cirurgia grande com o uso de próteses, por isso não se tem bons resultados no período neonatal. K Então obrigatoriamente todos os bbs vão para o Balock pra depois serem avaliados novamente, reestudados e serem encaminhado à cirurgia de Rastelli com maior segurança, geralmente após os 6-10kg. ANOMALIA DE EBSTEIN K Cirurgia simples em que você apenas vai conectar um tubo da artéria subclávia esquerda à A. pulmonar esquerda. Porém é uma cirurgia um pouco complicada por conta da condição clínica do bb. K Corresponde a 0,5 a 1,0 % das cardiopatias congênitas. K 1:210.000 nascidos vivos. K Mesma proporção entre os sexos. K Na maioria das vezes ocorre em RN à termo, com peso e comprimento adequados para a idade. K Sobrevida para os nascidos-vivos: K Menores de 1 ano - 67%. K Até os 10 anos - 59%. K Ela é definida pelo colamento dos folhetos da valva tricúspide, sendo que obrigatoriamente a gente o colamento do folheto septal, podendo ter dos 3 folhetos ou só de um. Quando a gente tem o colamento do folheto septal maior do que 8 milímetros/m2, nós temos o diagnóstico da anomalia de Ebstein. K Se eu tenho um folheto acolado, o fechamento da minha valva vai ser no local que não corresponde ao anel. Exemplo, se eu tenho uma sístole ventricular, o folheto septal vai fechar em alturas diferentes, podendo ter variados graus de insuficiência tricúspide. Porque se eu for fechar em qualquer lugar do ventrículo eu vou ter insuficiência tricúspide (porque eu não estou fechando a valva de forma adequada). K Quanto maior for o meu acolamento, maior é o grau de doença da valva, além de varados graus de insuficiência tricúspide e consequentemente menor fica a cavidade do ventrículo afetado. Eu posso ter uma valva tão acolada, com a cavidade ventricular tão pequena que eu posso ter uma atresia funcional pulmonar. Eu não vou ter cavidade suficiente para fazer força anterógrada. Quando eu tenho um colamento eu tenho atrialização do VD. FISIOPATOLOGIA K Outro esquema, tendo muito refluxo podendo ter uma congestão direita (estase de jugular, hepatomegalia) venosa e ainda shunt D→E levando á uma cianose, se eu tiver uma CIA e etc. M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 5 QUADRO CLÍNICO CASOS LEVES: K Assintomáticos. K Mínima cianose. CASOS GRAVES: K Insuficiência cardíaca. K Cianose Intensa. K Cardiomegalia acentuada. EXAME FÍSICO K Cianose, dispneia, cardiomegalia, arritmias, frêmito sistólico em BEE, sopro cardíaco, estase jugular, hepatomegalia, ascite e edema. COMPLICAÇÕES K Insuficiência cardíaca. K Obstrução via de saída do VD. K Arritmia → Por conta da dilatação do AD. K Endocardite bacteriana subaguda. K Déficit de crescimento. DIGNÓSTICO K ECG → Eixo desviado para a direita, por dilatação de AD. K RX→ Área cardíaca grande. K ECO. TRATAMENTO K Medidas gerais K TRATAMENTO CIRÚRGICO: substituição valvular K AINEs K DIURÉTICOS: Furosemida e Espironolactona. K INIBIDORES DA ECA: Captopril e Enalapril. K Digoxina. K BETA BLOQUEADORES: Metoprolol e Carvedilol. → Quando já se tem evidencias da disfunção ventricular. Persistência do forame oval ou defeito do septo atrial – 90%.