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MARC 14 - Cardiopatias Congênitas PDF

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Cardiopatias 
Congênitas - CC 
Circulação –-> da Fetal para Neonatal 
Circulação Fetal 
Durante a gestação, a placenta tem uma 
baixa resistência vascular, logo, a PA SISTÊMICA 
DO FETO É BAIXA! 
Os pulmões do feto são repletos de líquido 
 motivo da alta resistência vascular pulmonar. 
Obs.: menos de 10% do débito cardíaco passa pelo 
pulmão! 
SHUNTS DIREITO-ESQUERDO. O que são? 
São passagens que desviam a maior parte do 
sangue da direita para esquerda sem fazê-lo 
passar pelo pulmão. A alta pressão dos vasos 
pulmonares + a baixa PA sistêmica do feto torna 
esse feito possível! Essa passagem é feita 
através do forame oval e do canal arterial (ducto 
arterial ou arterioso). 
 O canal arterial é uma ligação entre o tronco 
pulmonar e a aorta. 
 O forame oval é uma válvula entre os átrios direito 
e esquerdo. 
O sangue oxigenado da placenta entra no 
feto pela veia umbilical e, por meio do ducto 
venoso, atinge a veia cava inferior, passa pela veia 
porta e chega ao átrio direito. Após, apenas 10% 
do fluxo segue via pulmões e 90% dele é 
desviado pelos shunts. 
Portanto, devido ao forame oval, o sangue 
passa ao átrio esquerdo, segue para ventrículo 
esquerdo, aorta e para o corpo todo. Ele também 
é desviado pelo shunt do canal arterial, que 
despeja sangue diretamente na aorta. 
Já, o sangue não oxigenado, proveniente da 
veia cava superior, também segue esse mesmo 
caminho, sendo desviado igualmente pelos 
shunts. 
Logo, todo fluxo sanguíneo está percorrendo 
o corpo e, ao atingir a aorta descendente, une-se 
ao retorno venoso dos órgãos, chega às artérias 
umbilicais, alcançando a placenta onde libera o 
CO2 e os resíduos. 
 
 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Transição da Circulação Fetal - Neonatal 
Após o nascimento há 2 eventos 
importantes: 
1. O líquido dentro dos pulmões é 
reabsorvido e há uma queda na resistência 
vascular pulmonar. O feto começa a 
respirar espontaneamente ao nascer; o 
fluxo sanguíneo pulmonar aumenta; há 
respiração fetal normal e adequada; 
2. O clampeamento do cordão umbilical 
eleva a pressão sistêmica do recém-
nascido. 
Esses eventos levam à disfunção do ducto 
arterial e início do seu fechamento (1° funcional, 
depois anatômico). 
O fechamento do forame oval ocorre pelo 
aumento da pressão no átrio esquerdo. 
 
Síndromes Clínicas das CC 
Insuficiência Cardíaca (IC) Pediátrica 
São desencadeadas quando a demanda 
hemodinâmica excede a capacidade do coração 
de gerar fluxos e pressões adequadas. 
Na pediatria, a causa + frequente de IC são 
as cardiopatias congênitas! 
Tipos de IC na pediatria 
 Insuficiência cardíaca de baixo débito: o 
coração não consegue manter o débito. 
Causa primária: disfunção sistólica 
ventricular; 
 Insuficiência cardíaca de alto débito: o 
coração está funcionalmente preservado, 
MAS, a periferia apresenta necessidade 
de oxigênio maior do que o que está 
chegando (anemia, hipertireoidismo) 
 IC por diminuição do fluxo que parte do 
VE: estenose subaórtica, estenose aórtica, 
coarctação de aorta, interrupção da aorta; 
 IC pela diminuição do fluxo sistêmico 
(geralmente com hiperfluxo pulmonar): 
comunicação interventricular, tronco 
arterial único, defeito de septo 
atrioventricular total, transposição de 
grandes artérias; 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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 IC por obstrução do VD: estenose 
pulmonar, atresia pulmonar, hipertensão 
pulmonar persistente grave. 
Quadro Clínico 
Depende sempre da causa base, mas as 
principais manifestações são: 
 TAQUIDISPNEIA – principalmente aos 
esforços; 
 MAMADA INCOMPLETA – o lactente 
mama pouco e para; 
 IRRITABILIDADE; 
 DEFICIT DE CRESCIMENTO PÔNDERO-
ESTATURAL; 
 SUDORESE AOS ESFORÇOS. 
Insuficiência Cardíaca Descompensada em 
Pediatria 
Pode ocorrer por falha na bomba ou 
aumento da demanda tecidual. 
Os pacientes descompensados podem ser 
classificados: 
 Com relação à VOLEMIA: 
- Pacientes com sinais de hipervolemia: 
congestos (úmidos); 
- Pacientes sem esses sintomas: secos; 
 Quanto à PERFUSÃO: 
- Pacientes com baixo débito + má 
perfusão: frios; 
- Pacientes com perfusão preservada: 
quentes. 
Estes perfis estão dentro dos Perfis 
Hemodinâmicos de Warner Stevenson – IC:
 
 
 
 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Tratamento 
O tratamento da IC aguda depende da 
causa base. 
O principal perfil nas cardiopatias 
congênitas é o C, ou seja, congesto e mal 
perfundido. 
A congestão deve ser tratada com 
diuréticos, principalmente a furosemida. Se 
predominarem sinais de baixo débito, deve-se 
associar inotrópicos, como a milrinona. 
Já o tratamento da IC crônica deve ser 
voltado para: 
 Diminuir a hipervolemia e a congestão. 
 Inibir a vasoconstrição do sistema renina-
angiotensina-aldosterona. 
 Reduzir a pós-carga ventricular. 
As medicações de escolha são os diuréticos 
e inibidores da enzima conversora da 
angiotensina. 
Crises de Hipóxia 
É um quadro clínico decorrente do agravo 
de determinadas cardiopatias congênitas 
cianogênicas. 
 Principal causa de MORTALIDADE dos pacientes 
com cardiopatia congênita cianogênicas! 
Constrição da via de saída do ventrículo 
direito 
Ocorre especificamente na tetralogia de 
Fallot. 
Como veremos adiante, na tetralogia de 
Fallot, temos uma estenose pulmonar em graus 
variados, porém algumas situações podem fazer 
uma constrição mais severa do infundíbulo 
pulmonar e piorar a condição prévia. São elas: 
choro, febre, anemia, esforço físico e situações 
de depleção de volume ou desidratação (como 
em diarreias). 
A criança inicialmente fica agitada ou 
chorosa, evolui para respirações rápidas e 
profundas, com piora súbita da cianose. Após, vem 
um período de sonolência e apatia, podendo 
ocorrer perda de consciência e eventos mais 
graves, como parada cardiorrespiratória. 
O tratamento consiste basicamente em 
administração de oxigênio, colocar a criança em 
posição inclinada para frente para aumentar o 
retorno venoso (nos maiores, posição 
genupeitoral). 
 
Podem ser utilizados como tratamento 
medicamentoso: Sedativos (morfina) para 
acalmar a criança e relaxar o infundíbulo 
pulmonar; expansão com cristaloide para 
aumentar a pré-carga e facilitar o fluxo pulmonar; 
e betabloqueador também para relaxamento do 
infundíbulo. 
BOPES 
Betabloqueador 
Oxigênio 
Posição genupeitoral 
Expansão com cristaloide 
Sedativo (morfina) 
TUDO FALHOU? Cirurgia de emergência com shunt 
arterial sistêmico pulmonar ou correção total. 
Fechamento e/ou diminuição do canal 
arterial em cardiopatias com fluxo 
pulmonar dependente dele 
O canal arterial tende a se fechar nos 
primeiros dias de vida. . . PORÉM, algumas 
cardiopatias DEPENDEM DELE PÉRVIO para que 
a criança sobreviva!  Cardiopatias congênitas 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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críticas! São aquelas dependentes do canal 
arterial. 
Classicamente ocorrem na atresia pulmonar. 
Como na atresia pulmonar não há passagem de 
sangue do VD ao tronco pulmonar, o paciente 
depende desse fluxo para sobreviver. Se ele 
fechar, o paciente descompensa e vai à óbito! 
Nesses casos, o tratamento é o uso de 
prostaglandina vasodilatadora E1, que mantém a 
permeabilidade do canal arterial, evitando seufechamento até abordagem cirúrgica. 
Sopro na Infância 
São sons do sangue fluindo pelo coração. 
De acordo com a fase do ciclo cardíaco que é 
auscultado: 
 Sopro sistólico: ocorre durante a sístole, na 
fase de contração e ejeção ventricular. 
Ocorre em situações de obstrução à 
ejeção ventricular, regurgitação de valva 
atrioventricular ou por algum shunt 
sanguíneo intracardíaco (como na 
comunicação interventricular). Pode ser 
característico de um sopor inocente. 
 Sopro diastólico: é sempre patológico! 
Ocorre durante a diástole, na fase de 
relaxamento e enchimento ventricular. 
Pode ocorrer por falhas nas válvulas 
atrioventriculares ou por regurgitação das 
valvas aórtica ou pulmonar, por exemplo 
estenose de valvas atrioventriculares e 
insuficiência de valva aórtica ou pulmonar. 
 Sopro contínuo: ocorre na sístole e na 
diástole. O exemplo mais clássico na 
pediatria é a persistência do canal arterial. 
Pode acontecer também nos shunts 
arteriovenosos. 
Sopro Funcional 
Também chamado de inocente, é a 
presença de uma alteração na ausculta sem 
anormalidades anatômicas ou funcionais 
cardíacas. 
 São audíveis principalmente em casos de febre, 
anemia, desidratação; são SEMPRE SISTÓLICOS, 
NUNCA DIASTÓLICOS; curta duração e baixa 
intensidade; não há frêmitos, estalidos ou cliques; não 
irradia; a ausculta das bulhas é normal; RX de tórax e 
eletrocardiograma são normais; diminui a intensidade 
quando em posição ereta (ortostática), sentado e com 
manobra de Valsalva. 
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 
Fatores de Risco 
 História familiar de cardiopatias 
 Prematuridade, quanto menor a idade 
gestacional, maior a chance 
 Uso de drogas de ação teratogênica pela 
mãe (álcool, ácido retinoico, ácido 
valproico, fenitoína e lítio) 
 Malformações associadas 
 Infecções congênitas 
 Diabetes Melittus materno 
 Lúpus eritematoso sistêmico 
 Síndromes genéticas 
 Síndrome de Turner 
Teste do Coraçãozinho 
Esse teste faz a triagem para cardiopatias 
congênitas críticas e deve ser realizado entre 24 
e 48 horas de vida. 
Consiste em aferir a saturação de O2 no 
membro superior direito (pré-ductal ou pré-canal 
arterial) e em um dos membros inferiores (pós-
ductal ou pós-canal arterial). Para ser 
considerado normal, o valor da oximetria deve ser 
≥95% em ambos os membros, com a diferença 
medida entre eles menor que 3%. Caso alterado, 
deve ser repetido com uma hora, se persistir a 
alteração, realizar ecocardiograma em até 24 
horas. 
 
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Teste de Hiperóxia 
Usado para diferenciar causas cardíacas 
das respiratórias de cianose. 
Nele, oferecemos oxigênio a 100% para o 
neonato e verificamos a pO2. 
 Patologias de causa pulmonar apresentam 
boa resposta ao teste e uma pO2 maior 
de 250mmHg exclui a possibilidade de 
cardiopatia congênita. 
 Já, pO2 menor de 100 mmHg sugere uma 
cardiopatia congênita. 
 Valores intermediários sugerem 
cardiopatias congênitas com shunt misto 
ou patologias respiratórias. 
Principais Cardiopatias Congênitas 
As principais são: CIV, CIA, PCA, TGA e T4F. 
As cardiopatias são classificadas em 
cianogênicas ou acianogênicas e de hipo ou 
hiperfluxo pulmonar. 
As cianogênicas são aquelas em que há 
shunt direito-esquerdo, ou seja, o sangue não 
oxigenado chega às extremidades, ou quando há 
hipóxia tecidual. Nas acianogênicas isso não 
ocorre. 
As de hipofluxo são aquelas em que há 
estenose pulmonar, portanto, pouco sangue 
chega até os pulmões. Já as de hiperfluxo 
apresentam aumento do fluxo pulmonar por 
elevada pressão no coração direito. 
Cardiopatias Acianogênicas 
Comunicação Interventricular 
A comunicação interventricular (CIV) é uma 
descontinuidade do septo que divide os 
ventrículos direito e ventrículo esquerdo. 
 É a cardiopatia congênita mais prevalente! 
 
Após o nascimento, a maior pressão está do 
lado esquerdo do corpo. Logo, há passagem do 
sangue do lado esquerdo do coração para o 
direito (shunt esquerdo–direito) por meio da 
CIV!!! 
Com o aumento de volume do lado direito, 
temos então um hiperfluxo pulmonar. 
A repercussão hemodinâmica da CIV 
depende do seu tamanho e da diferença de 
pressão entre os ventrículos direito e esquerdo. 
CIVs PEQUENAS: 
Normalmente, são assintomáticas. O precórdio é 
calmo, com poucas manifestações. 
CIVs MODERADAS À GRANDES: 
Comunicações maiores podem levar à 
insuficiência cardíaca direita. 
É mais comum descompensar por volta de 
2 a 3 meses de idade. 
Os sinais e sintomas incluem: 
1. Sinais de ICC: taquipneia, dispneia 
taquicardia, sudorese, hepatomegalia. 
2. Piora dos sintomas aos esforços: nos 
lactentes, a piora ao mamar faz com que 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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a criança pare de mamar antes de estar 
satisfeita. Como consequência, há baixo 
ganho ponderal e sonos curtos. 
3. Pneumonias de repetição: pelo hiperfluxo 
pulmonar 
AUSCULTA CARDÍACA 
Temos um sopro holossistólico, mais 
evidente na borda esternal esquerda baixa, entre 
o terceiro e o quarto espaço intercostal. 
O componente pulmonar da segunda bulha 
torna-se mais acentuado (hiperfonese de B2), em 
decorrência do hiperfluxo pulmonar. 
Exames e Diagnóstico 
Ecocardiograma  mostra a estrutura do 
coração. 
Eletrocardiograma  em CIVs pequenas, o 
eletro pode ser normal! Nas maiores, pode haver 
sobrecarga ventricular esquerda. 
Radiografia de tórax  em CIVs pequenas, 
a radiografia de tórax pode ser normal. Nas 
maiores, podemos observar aumento da trama 
vascular pulmonar e aumento da área cardíaca. 
Tratamento 
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. 
CIVs pequenas e assintomáticas, 
normalmente, fecham-se sozinhas e não 
precisam de tratamento. 
O tratamento clínico, em casos de 
pacientes sintomáticos, consiste inicialmente no 
tratamento dos sintomas da IC. Devemos 
aumentar o aporte calórico dos alimentos e fazer 
restrição hídrica, principalmente quando temos 
baixo ganho ponderal. 
A correção cirúrgica deve ser feita antes da 
evolução para hipertensão pulmonar. 
Comunicação Interatrial (CIA) 
É caracterizada por um defeito no septo 
que separa os átrios. 
A pressão esquerda é maior que a direita, 
isso permite um shunt da esquerda para a direita. 
 
Pode ser dividida anatomicamente, a 
depender do local do defeito, em quatro tipos: 
 Tipo fossa oval ou ostium secundum (OS): 
é a forma mais comum de CIA, 
representando cerca de 70% dos casos. 
 Tipo ostium primum: é o segundo tipo mais 
frequente, correspondendo a cerca de 
20% dos casos. 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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 Tipo seio venoso: ocorre em cerca de 10% 
dos casos de CIA. 
 Tipo seio coronário: é o mais raro. 
. A CIA é uma cardiopatia que pode passar 
despercebida por vários anos, com o paciente 
totalmente assintomático sem limitações a 
qualquer esforço físico. 
AUSCULTA CARDÍACA: o que mais cai nas 
provas sobre essa patologia é a ausculta cardíaca 
patognomônica: desdobramento fixo de segunda 
bulha cardíaca. 
É comum a CIA ser notada pela primeira 
vez em exames médicos de rotina ou mesmo ao 
realizar-se uma radiografia de tórax sem suspeita 
prévia de cardiopatia. 
Eletrocardiograma: podemos observar 
sobrecarga de VD e bloqueio do ramo direito. 
Geralmente, o ritmo é sinusal, mas arritmias 
atriais, como a fibrilação atrial, são mais comuns 
em pacientes com CIA. 
Radiografia de tórax: podemos observar um 
aumento da trama vascular pulmonar e da área 
cardíaca às custas do aumento de câmaras 
direitas.
Tratamento 
O fechamento espontâneo da CIA, ou a 
reduçãodo seu diâmetro, pode ocorrer em alguns 
casos no primeiro ano de vida. 
O tratamento clínico deve ser voltado para 
insuficiência cardíaca, arritmias e hipertensão 
pulmonar, quando presentes. 
Para CIAs grandes, o ideal é realizar a 
cirurgia com o paciente ainda assintomático, na 
idade pré-escolar ou escolar, para evitar que eles 
desenvolvam hipertensão pulmonar grave no 
futuro, além de outras patologias, como arritmias 
e eventos trombóticos. 
Persistência do Canal Arterial 
Na vida intrauterina, o canal arterial é uma 
estrutura muito importante para a fisiologia da 
circulação fetal, pois faz o desvio do sangue 
direito para o esquerdo. Esse canal deve se 
fechar nos primeiros dias de vida, porém em 
alguns pacientes ele se mantém aberto. Essa é a 
persistência do canal arterial. 
 
 
Fatores de risco 
 História familiar de PCA 
 Prematuridade 
 Sofrimento fetal agudo 
 Asfixia perinatal 
 Síndrome da rubéola congênita. 
Após o nascimento, com a queda 
progressiva da pressão pulmonar e o aumento da 
pressão sistêmica, o fluxo sanguíneo pelo canal 
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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passa a ser da aorta para a artéria pulmonar 
(shunt esquerdo-direito), levando a um hiperfluxo 
sanguíneo pulmonar. 
O quadro clínico depende do tamanho do 
shunt esquerda→ direita. 
Canais arteriais pequenos podem ser pouco 
sintomáticos, apresentando apenas sopro 
cardíaco e exame físico normal. 
Canais maiores podem levar à insuficiência 
cardíaca congestiva e ao precórdio hiperdinâmico 
(hipercinético). 
O sopro típico do canal arterial é o que mais 
cai nas provas de Residência: sopro “em 
maquinaria”! É mais audível no 2° espaço 
intercostal esquerdo e fica + acentuado quando 
o paciente fica reclinado para frente ou durante 
a inspiração. 
Pode haver terceira bulha auscultada no 
ápice do coração. 
Outros sinais clínicos muito cobrados são os 
pulsos periféricos amplos em martelo d’água ou 
pulso de Corrigan. 
Por fim, a pressão arterial pode ser 
divergente, isto é, haver grande diferença entre 
a pressão sistólica e a pressão diastólica. 
Quando aos exames e diagnóstico. . . 
Eletrocardiograma: se PCA pequeno, pode 
ser normal; PCAs maiores podem ter sobrecarga 
de câmaras esquerdas pelo maior retorno venoso 
causado pelo hiperfluxo pulmonar. 
Radiografia de tórax: acentuação de trama 
vascular pulmonar, cardiomegalia, dilatação da 
artéria pulmonar e da porção ascendente da 
aorta. 
Tratamento 
O tratamento inicial pode ser clínico, com o 
uso de indometacina ou ibuprofeno. 
Na falha do tratamento farmacológico, a 
cirurgia costuma ser indicada entre 6 meses e 2 
anos de idade. Ela pode ser via percutânea ou 
aberta (ligadura do canal arterial). O tratamento 
cirúrgico costuma ser simples, sem maiores 
complicações e sem necessidade de circulação 
extracorpórea. 
Cardiopatias Cianogênicas 
Tetralogia de Fallot 
É um desvio do septo infundibular 
(conotruncal) em relação ao septo ventricular – 
levando a 4 manifestações da doença. 
H.E.D.CIV 
Hipertrofia do ventrículo direito, secundário à 
obstrução da via de saída de VD. 
Estenose pulmonar infundibular ou 
infundibulovalvar, com obstrução da via de saída 
do ventrículo direito em diferentes graus, 
podendo estar associada à hipoplasia ou até à 
atresia pulmonar em casos mais extremos. 
Dextroposição da aorta em relação ao septo 
interventricular (aorta cavalgando os ventrículos). 
Comunicação InterVentricular. 
10 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Vamos entender! Pela estenose pulmonar, 
há obstrução da saída de sangue do ventrículo 
direito, portanto há hipofluxo pulmonar e 
aumento da pressão do ventrículo direito. Com 
isso, há passagem de sangue de VD ao VE por 
meio da CIV (shunt direito-esquerdo), gerando 
cianose periférica. 
Pela fisiopatologia, temos, então, como 
clínica principal: 
• Cianose periférica 
• Crises de hipoxemia 
Sopro sistólico na borda esternal esquerda 
alta. 
Quanto aos exames e diagnóstico: 
Eletrocardiograma: no eletrocardiograma, 
podemos observar sobrecarga acentuada do 
ventrículo direito com o eixo desviado para direita 
e para baixo. 
Radiografia de tórax: a radiografia de tórax 
da tetralogia de Fallot é típica. O que você precisa 
saber: a forma do coração é em “forma de bota” 
ou “tamanco holandês”, com a ponta do ápice 
para cima pela hipertrofia de VD. O arco médio 
côncavo é escavado devido à hipoplasia das 
artérias pulmonares, dando a forma característica 
do tamanco holandês. A área cardíaca costuma 
ser normal, a trama vascular vai estar diminuída 
pelo hipofluxo pulmonar. 
 
Tratamento 
Em casos de atresia pulmonar ou estenose 
grave, há a necessidade de manutenção do canal 
arterial nos primeiros dias de vida, por meio da 
infusão de prostaglandinas. 
As crises de hipoxemia devem ser tratadas, 
conforme vimos acima, com “B.O.P.E.S”: 
betabloqueador, oxigênio, posição genupeitoral, 
expansão e sedativo (morfina), a fim de 
aumentar a resistência vascular sistêmica e 
reduzir a resistência vascular pulmonar. 
A cirurgia de Blalock-Taussig é um 
tratamento provisório em casos de sinais e 
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sintomas intensos e consiste em anastomose 
entre a artéria subclávia e pulmonar. 
O tratamento cirúrgico definitivo é indicado 
após o sexto mês de vida. 
Transposição das Grandes Artérias - TGA 
É uma cardiopatia que apresenta uma 
circulação em paralelo, ou seja, a aorta tem 
origem no ventrículo direito e o tronco pulmonar, 
no esquerdo. Isso é o que chamamos de 
discordância ventrículo-arterial, pois as artérias 
saem dos ventrículos “errados”. 
Como o sangue que vai para os tecidos é 
pouco oxigenado, há cianose periférica. Como o 
sangue que vai para os pulmões tem uma grande 
pressão por sair de câmara esquerda, temos 
hiperfluxo pulmonar. 
 
O quadro clássico é de uma cianose que 
inicia após os primeiros dias de vida devido ao 
fechamento do canal arterial, podendo ou não ter 
sopro, associada a um desconforto respiratório. 
O bebê pode evoluir com sinais de 
insuficiência cardíaca e choque, uma vez que o 
ventrículo direito tem que bombear sangue para 
a circulação sistêmica com alta pressão, sem ter 
sido “preparado para tal função”. Sendo assim, o 
quadro inicial pode ser de: mau estado geral, 
palidez, extremidades frias, baixa saturação 
periférica e hipotensão. 
Os recém-nascidos que nascem com essa 
malformação podem chegar ao óbito em poucas 
horas caso o tratamento para manutenção do 
canal arterial não seja instaurado de imediato. 
 Sopro sistólico, melhor auscultado na 
borda superior esternal esquerda, com 
irradiação para a área interescapular 
esquerda e hiperfonese de 2ª bulha. 
 Hepatomegalia pela congestão sistêmica. 
 Os pulsos femorais podem estar ausentes 
e as extremidades inferiores mais 
cianóticas que as superiores. 
Exames e diagnóstico: 
Eletrocardiograma: o eletrocardiograma é 
inespecífico, com sobrecarga de VD e eixo 
desviado para a direita. 
Radiografia de tórax. 
Na TGA, o coração tem formato ovalado, 
muitas vezes é descrito como o formato de um 
“ovo deitado”. 
12 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Tratamento 
O procedimento imediato a ser adotado é a 
manutenção da comunicação entre os lados 
direito e esquerdo do coração. 
A primeira medida é a infusão de 
prostaglandinas para manter o canal arterial 
aberto. 
A atrioseptostomia com cateterbalão é um 
procedimento paliativo que pode ser utilizado 
com a prostaglandina até a instituição do 
tratamento definitivo. 
A cirurgia de Jatene (inversão das artérias 
para seus respectivos ventrículos) é o tratamento 
cirúrgico definitivo e deve ser feita já nas 
primeiras semanas de vida. 
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Referências 
Estratégia MED. Pediatria. Cardiopatias 
Congênitas. Curso Extensivo. 2023.

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