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Contaminação: entrada de microorganismos em algum objeto, material ou ambiente. Pode ser direta ou indireta. Infecção: processo pelo qual ocorre invasão do corpo por microorganismos com ou sem doença manifestada. Assepsia: manobras realizadas com o intuito de manter o doente e o ambiente cirúrgico livres de germes. Antissepsia: utilização de produtos (microbicidas ou microbiostáticos) sobre a pele e mucosa com o objetivo de reduzir os microorganismos em sua superfície. Esterilização: é o conjunto de operações que objetifica destruir/remover todas as formas possíveis de microorganismos (incluindo esporos bacterianos) de superfícies animadas ou inanimadas. Desinfecção: é o processo que visa a eliminação de microorganismos na forma vegetativa, excetuando-se esporos bacterianos ou suas endotoxinas. INFECÇÃO EM CIRURGIA A infecção no campo operatório se define como aquela que ocorre nos primeiros 30 dias do período pós-operatório, exceto quando se utilizam implantes sintéticos, onde a infecção pode ocorrer mais tardiamente. - Flora residente: Staphylococcus epidermidis, micrococcus sp, Acinetobacter sp, que são germes não patogênicos. O Staphylococcus aureus não faz parte da flora residente, mas pode ser encontrado nas pregas cutâneas e fossas nasais de adultos. A Escherichia coli faz parte da flora cutânea normal nas proximidades dos tratos gastrointestinal e urinário. PROFILAXIA DA INFECÇÃO Objetivos: 1. Reduzir o número de microrganismos patogênicos para níveis em que os mecanismos de defesa normais dos pacientes podem impedir a infecção; 2. Quebrar o ciclo de infecção e eliminar a contaminação cruzada; 3. Tratar todos os pacientes e instrumentos como passíveis de transmitir doença infecciosa; 4. Proteger pacientes e profissionais de saúde da infecção e suas consequências. TÉCNICAS UTILIZADAS Técnicas de barreira (luvas, máscaras, roupão , tampas de borracha) combinados com protocolos de esterilização/desinfecção/ antissepsia apropriados. Uso de substâncias químicas e físicas utilizadas nos diversos processos de desinfecção, antissepsia e assepsia, associado a esterilização. TÉCNICAS DE DESINFECÇÃO (HIGIENIZAÇÃO OU SANITIZAÇÃO) É o processo que visa a eliminação de microorganismos na forma vegetativa, excetuando-se esporos bacterianos ou suas endotoxinas. Os procedimentos de desinfecção não asseguram a eliminação total de bactérias na forma de esporos ou de proteínas tóxicas (príons, endotoxinas bacterianas). Princípios ativos dos desinfetantes mais utilizados: - Formaldeído: como desinfetante é mais utilizado a formalina. - Iodo: além do uso como antisséptico, pode ser usado na desinfecção de vidros, ampolas, metais resistentes à oxidação e bancadas. O Iodopovidona (PVPI) pode ser utilizado na assepsia das mãos, regiões para injeção, campos cirúrgicos, etc. - Cloro: o hipoclorito está indicado para desinfecção e descontaminação de superfícies e de artigos plásticos e borracha. Também é utilizado em superfícies de áreas como lavanderia, lactário, copa, cozinha, balcões de laboratório, banco de sangue, pisos, etc. - Álcool: amplamente usado como desinfetante, tanto o álcool etílico 70%, como o isopropílico 92%, por terem atividade germicida, menor custo e pouca toxicidade. TÉCNICAS DE ANTISSEPSIA Procedimento através do qual microorganismos presentes em tecidos (pele e mucosas) são destruídos ou eliminados após a aplicação de agentes antimicrobianos denominados antissépticos. Agentes recomendados para antissepsia: - Compostos de iodo: o iodo é um halogênio pouco solúvel em água, porém facilmente solúvel em álcool e em soluções aquosas de iodeto de potássio. O iodo livre é mais bactericida do que bacteriostático, e dá um poder residual à solução. O composto de iodo mais usado é o álcool iodado a 0,5% ou 1. - Iodóforos: a polivinilpirrolidona (PVP), além de conservar inalteradas as propriedades germicidas do iodo, não queima, não mancha tecidos, raramente provoca reações alérgicas, não interfere no metabolismo e mantém ação germicida residual. Para as feridas abertas ou mucosas (sondagem vesical), usamos o complexo dissolvido em solução aquosa. Para a antissepsia da pele íntegra a solução aquosa. - Etanol (álcool etílico): utilizar em concentrações de 60-70% após a limpeza química com sabonetes comuns e/ou escova. - Clorexidina: é um complexo orgânico contendo cloro e anéis fenólicos. A clorexidina é suave, baixa toxicidade, ação rápida e baixa absorção tecidual. É o antisséptico mais utilizado no controle de Staphylococcus. Utilizada para degermação das mãos e antebraço da equipe: preparo da pele (pré-operatório e procedimentos invasivos). - Triclosan: apresenta ação contra bactérias Gram-positivas e a maioria das Gram-negativas e é encontrado em formulações de sabonetes em barra e líquidos, utilizado na degermação da equipe médica. TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO É o conjunto de operações que objetiva destruir (ou remover) todas as formas possíveis de microorganismos (incluindo esporos bacterianos) de superfícies animadas ou inanimadas. Técnicas de esterilização: - Calor seco: os microorganismos são carbonizados ou consumidos pelo calor (oxidação), pela chama (flambagem) ou pela eletricidade (fulguração). Ex: estufa, usada em vidrarias, seringas, agulhas, pós, instrumentos cortantes, gazes vaselinadas ou furacinadas, óleos, vaselina. - Calor úmido: calor através da fervura. Foi um método muito utilizado mas não oferece uma esterilização completa. - Vapor sob pressão (autoclave): age difundindo o vapor d'água sob pressão para dentro da membrana celular. Serve para objetos que não estragam com a umidade e temperatura alta, como panos, meios bacteriológicos, soluções salinas, instrumentais (não os de corte), agulhas, seringas, vidraria (não as de precisão). - Óxido de etileno: gás incolor bactericida, esporocida e virucida. Penetra em substâncias porosas, não corrói ou danifica materiais, age rapidamente e é removível. - Aldeído: glutaraldeído a 2%, associada a um antioxidante, por 8 a 12 horas, é usado para esterilizar material de acrílico, cateteres, drenos, nylon, silicone, teflon, PVC, laringoscópio e outros. Formaldeído, usado na forma líquida ou gasosa por 18 horas. - Ácido peracético: desinfetante e esterilizante para cateteres. CUIDADOS COM O DOENTE A limpeza e a antissepsia da pele a ser operada contribuem para a prevenção da infecção da incisão cirúrgica. As principais etapas no preparo pré-operatório da pele são o banho geral, a tricotomia e a antissepsia do local. Dentre os compostos empregados, como antissépticos, destacam-se, o álcool iodado, a clorexidina e os iodofóricos. TRICOTOMIA Realizar a tricotomia apenas quando o pêlo prejudicar a técnica cirúrgica, Deve ser realizada, o mais próximo da cirurgia, não ultrapassando o prazo de duas horas antes da mesma, se possível, usando o aparelho elétrico. DEGERMAÇÃO A degermação do leito cirúrgico consiste no preparo químico da área cirúrgica e se caracteriza pela aplicação de produtos antissépticos (normalmente PVPI ou clorexidina) sobre o leito cirúrgico (área da pele na qual se dará a incisão e o procedimento cirúrgico). Objetiva reduzir ao máximo a microbiota da pele, evitando consequentemente a presença de microrganismos na ferida cirúrgica. ANTISSEPSIA DO LEITO CIRÚRGICO A pintura é sempre realizada da área menos contaminada (local da incisão) para a área mais contaminada. A antissepsia é feita em sentido centrífugo (do centro para a borda) em relação à área de interesse. Utiliza-se gazes que são embebidas em solução antisséptica contida em uma cuba (PVPI, clorexidina), com o uso de pinças de preensão apropriadas (Cheron, Foerster, Pean). CUIDADOS COM O AMBIENTE CIRÚRGICO O Procedimento cirúrgico deve ser realizado em unidade cirúrgica preparada e dimensionada para a realização de cirurgias, devendo ser em um ambiente com contaminação controlada e utilizando materiais esterilizados e livres de patógenos. Preconiza-se que o ambiente possua circulação de ar com fluxo laminar e com pressão positiva, sem comunicaçãocom o ar externo. COLOCAÇÃO DE CAMPOS CIRÚRGICOS - Após a paramentação e antissepsia do paciente, deve-se iniciar a colocação dos campos operatórios. - O instrumentador entrega ao cirurgião um dos campos maiores, sendo este desdobrado nas duas extremidades, uma segurada pelo cirurgião e a outra pelo auxiliar. - Em média são utilizados 5 campos: inferior de proteção, lateral direito, lateral esquerdo, superior e inferior. - Os campos cirúrgicos devem ser adequadamente fixados com pinça de Backaus, adesivo ou ponto cirúrgico. - Após a colocação dos campos, procede-se a fixação da caneta do bisturi elétrico e da borracha do aspirador. - Para pequenas operações, usa-se campos menores de tamanhos variáveis com um orifício no centro através do qual se realiza o procedimento (campos fenestrados). CUIDADOS COM A EQUIPE MÉDICA A preparação da equipe cirúrgica envolve lavagem das mãos, a escovação (degermação) e o vestuário cirúrgico. Dentre os agentes empregados com tal finalidade pode-se relacionar gluconato de clorexidina, iodo-povidona, hexaclorofeno, paraclorometaxilenol e triclosan.
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