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Mári� Sale� Política� Pública� d� Control� d� Tabagism� Introdução - Contexto: • A fumaça do tabaco é extremamente nociva à saúde e pode causar inúmeras doenças de caráter irreversível • O hábito de fumar associa-se à causalidade de doenças respiratórias e cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), úlcera péptica, câncer do trato respiratório superior • Segundo a OMS, o tabagismo é a principal causa prevenível de morte e de doenças no mundo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas • É responsável por aproximadamente 6 milhões de mortes por ano no mundo, devendo alcançar mais de 10 milhões de mortes anuais em 2030 • Além disso, também se estima que o tabagismo passivo seja responsável por cerca de 600 mil mortes anuais entre os não-fumantes Leis e portarias: • Nos últimos anos, vem ocorrendo uma redução significativa do número de fumantes no Brasil e parte desta evolução pode ser atribuída ao Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), que, desde 1989, desenvolve um conjunto diversificado de ações que visam à redução da prevalência de fumantes (Portes et al, 2014) • Ainda com esse objetivo, no ano de 2003, o Brasil assinou, junto de mais 192 países, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabagismo (CQCT), que propõe obrigações internacionais de regime multilateral de colaboração e ações intersetoriais para reverter o quadro do tabagismo nos países participantes. (Claudino e Abreu, 2014) • O compromisso em ampliar o acesso à abordagem e ao tratamento do tabagismo foi garantido com a Portaria nº 1035 de 31 de maio de 2004, do Ministério da Saúde (MS) • Em 13 de agosto do mesmo ano, o MS publicou a Portaria nº 442, a qual apresentou como anexos o Plano para Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo na rede SUS (capacitação de profissionais) e o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Dependência à Nicotina (abordagem ao fumante) E qual o melhor local para implementar ações de enfrentamento ao tabagismo? • Considerando que a APS tem como fundamento possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde resolutivos e de qualidade e constitui-se como a principal porta de entrada da Rede de Atenção à Saúde, a oferta de ações de controle do tabagismo torna-se prioritária neste nível de atenção Tabagismo passivo: • O tabagismo passivo é a exposição à fumaça exalada pelos fumantes e por produtos de tabaco durante a sua queima • A exposição à fumaça ambiental do tabaco está correlacionada ao desenvolvimento de doenças e agravos à saúde, mesmo de quem não fuma • Não há níveis seguros para essa exposição, incluindo a exposição às emissões advindas dos cigarros eletrônicos (dispositivos eletrônico conhecidos como e-cig, vape) (OMS, 2014) • Por este motivo torna-se igualmente relevante a sua regulação, vigilância e monitoramento da exposição da população fumante e não fumante ao tabagismo passivo, tanto em ambientes públicos quanto em suas casas Mári� Sale� E como mudar essa realidade na prática? • Implementar ações de promoção da saúde e prevenção do tabagismo à nível primário (salas de espera, dispor material educativo, etc) • Identificar pessoas tabagistas que fazem parte da população sob sua responsabilidade (busca ativa pelos ACS; perguntar sobre tabagismo nas consultas; cadastrar os tabagistas) • Prestar assistência terapêutica e acompanhamento individual ou em grupo • Disponibilizar tratamento medicamentoso do tabagismo Passo a passo da abordagem ao tabagismo: • Avaliar grau de motivação para abandono do hábito tabágico • Abrir prontuário do fumante | • Aplicar teste de fagerstrom | • Indicar tratamento adequado • Grupo terapêutico | • Medicamentos | • Adesivo de nicotina, goma de mascar, etc Grau de motivação e o que fazer em cada estágio: • Os 5 estágios de mudança (Prochaska e DiClemente): • Pré-contemplação: fale sobre os riscos e os benefícios de parar de fumar • Contemplação: remova as barreiras, enfraqueça a ambivalência (colocar na balança) • Preparação: reforce a percepção de auto-eficácia • Ação: acompanhe | • Manutenção: previna recaídas Prontuário do Fumante: • Nível de escolaridade e socioeconômico • Antecedentes de transtornos psiquiátricos | • História de saúde • Tentativas prévias de abandono | • Avaliação do grau de motivação • Avaliação do grau de dependência à nicotina (FAGERSTROM) | • Proposta terapêutica Mári� Sale� Proposta terapêutica: • Tratamento de grupo (todos) | • Tratamento medicamentoso • Escore de Fagerstrom >= 5, ou dependência moderada ou grave segundo avaliação individual | • Tentativa anterior sem êxito devido a sintomas de abstinência à nicotina • Não haver contraindicações clínicas para o tratamento Tratamento medicamentoso: - • Medicações disponíveis no SUS: • Nicotínicos: • Adesivo transdérmico (7, 14, 21 mg) • Não nicotínicos: • Bupropriona 150 mg Adesivo transdérmico: • Teste de Fagerström: 8 a 10 e/ou mais de 20 cigarros/dia – Iniciar com 21 mg • Semana 1 a 4: 1 adesivo de 21 mg a cada 24 horas • Semana 5 a 8: 1 adesivo de 14 mg a cada 24 horas • Semana 9 a 12: 1 adesivo de 7 mg a cada 24 horas Duração total do tratamento: 12 semanas • Teste de Fagerström: 5 a 7 e/ou 10 a 20 cigarros/dia | • Iniciar com 14 mg ATENÇÃO! • Modo de usar: • Orientar sobre efeitos colaterais: prurido local, eritema, insônia, pesadelos, náuseas Cloridrato de Bupropriona 150 mg • 1ª semana: 1 comprimido de 150 mg pela manhã | • A partir da segunda semana até completar 12 semanas: 1 comprimido de 150 mg 2x/dia (8h e às 16h) ATENÇÃO!: • Iniciar 1 semana antes de parar de fumar • Efeitos colaterais: Insônia, boca seca, ansiedade, reduz o limiar de convulsão • Contraindicações: • Convulsão ou epilepsia, bulimia ou anorexia nervosa • Opção: nortriptilina 25-75mg Contraindicações absolutas: • Todos: • Hipersensibilidade ao medicamento • Doença cardiovascular não compensada | • Quadro de angina pectoris constante • Eventos coronarianos agudos em um período inferior a duas semanas Adesivo: • Vigência de doenças dermatológicas que impeçam a adequada aplicação Contraindicações Relativas: • Gravidez e amamentação | • Idade inferior a 18 anos Princípios da abordagem motivacional: • Expressar empatia • O fumante precisa perceber que está no lugar certo, na hora certa, com os profissionais certos | • Escutar com paciência, não julgar, não criticar • Refletir com o paciente sobre os aspectos trazidos | • Conduzir a mudança • Evitar argumentação oposta | • Analisar cada resistência: novas perspectivas • Promover a auto-eficácia: A PESSOA É CAPAZ DE PARAR Mári� Sale� Características do facilitador: • 2 facilitadores previamente capacitados | • Não fumantes • Compromisso com a preservação da saúde | • Gostem de trabalhar em grupos • Facilidade no relacionamento, bom senso, flexibilidade • Falar simples e diretamente Papel do facilitador • Envolver os participantes nas discussões de grupo • Não precisa ser especialista, professor...se não souber, combinar de se informar e trazer na próxima reunião... | • Coordenar o horário • Cuidar para que as discussões permaneçam dentro do tema | • Registro das reuniões Início do grupo: • Selecionar entre 10-15 pessoas • Entregar cartão para que anotem os dias dos grupos e das consultas • Sessões: • 4 sessões semanais | • 2 sessões quinzenais • Sessões mensais de manutenção. Esse acompanhamento a longo prazo é realizado, pois estudos mostram que quanto maior o tempo total da abordagem cognitivo-comportamental maior será o tempo em que o indivíduo ficará sem fumar teoricamente Sessões: • 1ª Sessão: Entender por que se fuma • 2ª Sessão: Preparar para abandono do cigarro • 3ª Sessão: Viver os primeiros dias sem o cigarro • 4ª Sessão: Vencer obstáculos e manter-se sem fumar, prevenção de recaídas, encerramento e orientações • Sessões seguintes de acompanhamento: Conquistas e dificuldades, prevenção de recaídas.
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