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O calor é o aumento da vibração molecular e da 
taxa metabólica celular, sendo produzido por 4 métodos 
principais: 
Transferência de energia térmica; 
Ação química associada ao metabolismo celular; 
Ação mecânica – ultrassom terapêutico; 
Correntes elétricas ou magnéticas – aparelhos de diatermia. 
 
 A termoterapia é definida como a aplicação de calor 
terapêutico e pode ser classificada em superficial e profunda. 
Os agentes superficiais aquecem uma área de tecido mais 
extensa (pele), porém, a capacidade de penetração é 
limitada. 
 
 Para produzir efeitos terapêuticos, os agentes que 
provocam aquecimento superficial precisam ser capazes de 
aumentar a temperatura da pele até 40 a 45ºC. A 
transferência de calor para os outros tecidos ocorre através 
da condução. 
 Os efeitos do calor no metabolismo, na dinâmica 
dos sangues e outros líquidos e na inflamação são, em geral, 
opostos aos efeitos do frio, porém ambos reduzem a dor e 
o espasmo muscular. O aquecimento de áreas extensas 
provoca aumento da temperatura corporal, da pulsação e da 
frequência respiratória, além de diminuição da PA. 
 
 As indicações para o tratamento com calor são: 
✓ Condições inflamatórias subagudas ou crônicas; 
✓ Redução da dor subaguda ou crônica; 
✓ Espasmo muscular subagudo ou crônico; 
✓ Diminuição da ADM; 
✓ Resolução de hematomas; 
 
 
 
 
✓ Redução de contraturas articulares. 
 
As contraindicações são: 
✓ Lesões agudas; 
✓ Circulação deficiente; 
✓ Doença vascular periférica; 
✓ Trombose venosa profunda; 
✓ Artrite avançada (aquecimento vigoroso); 
✓ Regulação térmica precária; 
✓ Áreas anestésicas; 
✓ Neoplasmas; 
✓ Gestação (evitar o aumento da temperatura 
central). 
 
 Quando o calor terapêutico é aplicado, o recurso 
utilizado perde calor e o corpo absorve essa energia. Quanto 
maior a diferença de temperatura, mais rápido ocorre essa 
troca de energia. As compressas quentes e úmidas, por 
exemplo, precisam ser aplicadas com um isolante para 
proteger a pele de queimaduras, regulando o gradiente de 
temperatura dentro dos limites terapêuticos. 
 Quando a temperatura da pele aumenta, os 
termorreceptores locais são excitados, causando liberação 
de mediadores vasoativos. 
 
 Depois que ocorre o máximo de vasodilatação e a 
intensidade do tratamento permanece constante (ou 
aumenta), os vasos começam a sofrer constrição. 
 Vasoconstrição por efeito rebote: ocorre com 
cerca de 20min de tratamento. Tem o objetivo de proteger 
os tecidos subjacentes sacrificando a camada superficial. Se o 
tratamento for muito intenso ou a exposição muito longa, 
pode ocorrer queimadura. A probabilidade de ocorrer esse 
efeito é maior em tratamentos como turbilhões quente e 
banhos de imersão em parafina. 
 Mosqueamento: surgimento de áreas 
esbranquiçadas e manchas vermelho-escuras na pele do 
paciente, é um sinal de alerta e que as temperaturas 
teciduais estão se elevando muito. Quando isso ocorre, o 
tratamento deve ser descontinuado imediatamente. 
 A temperatura aumentada faz a hemoglobina liberar 
oxigênio, proporcionando mais O2 para o processo de 
cicatrização. O aquecimento de 40 a 45ºC permite com 
maior facilidade a deformação plástica dos tecidos ricos em 
Recursos terapêuticos quentes Recursos terapêuticos quentes 
colágeno (cápsula articular, ligamentos, fáscia, tendões). 
Contudo, a estrutura precisa ser alongada fisicamente para 
que ocorra aumento do comprimento. 
 
 
Efeitos na resposta celular 
 Efeito Q10: para cada aumento de 10ºC na 
temperatura da pele, a taxa metabólica celular aumenta por 
um fator de 2 ou 3. 
 Com o aumento da taxa metabólica mais oxigênio é 
requerido pela célula. Na presença de uma resposta 
inflamatória ativa, o aumento no metabolismo celular resulta 
em um aumento na liberação de mediadores inflamatórios e 
outros subprodutos. 
 
Efeitos na inflamação 
 A aplicação local de calor acelera o processo 
inflamatório. O reparo de tecidos moles é facilitado pela taxa 
metabólica acelerada e o aumento do suprimento sanguíneo. 
O fluxo de sangue precisa aumentar para favorecer a 
remoção dos resíduos celulares e enviar mais nutrientes 
necessários para a cicatrização dos tecidos. Dessa forma, 
com o aumento do metabolismo e a maior quantidade de 
oxigênio circulante, ocorre mais decomposição e remoção 
dos tecidos e metabólitos inflamatórios. 
 
Efeitos no sangue e líquidos 
corpóreos 
 O aumento da temperatura dos tecidos promove 
dilatação dos vasos sanguíneos locais. O fluxo sanguíneo 
começa a aumentar logo após a aplicação do recurso 
terapêutico, aumentando o envio de oxigênio, nutrientes e 
anticorpos necessários para a cicatrização. A vasodilatação 
ocorre mais nos vasos superficiais do que nos vasos mais 
profundos. Essa vasodilatação provocada pelo calor acontece 
por 3 mecanismos: 
✓ Relaxamento do músculo liso das arteríolas; 
✓ Desencadeamento da liberação de 
neurotransmissores e peptídeos; 
✓ Reflexo espinhal. 
 
 O pico do fluxo sanguíneo, em geral um aumento 
acima do dobro relativo à linha basal, ocorre normalmente 
durante o final do tratamento ou dentro de até 10 minutos 
após a remoção do recurso terapêutico. Esse fluxo 
sanguíneo elevado continua por até 60min após o final do 
tratamento. A viscosidade do sangue e dos outros líquidos 
diminui conforme a temperatura ao redor aumenta. 
 
Efeitos no edema 
 A aplicação de calor aumenta o volume do 
membro tratado, em especial quando este é colocado em 
posição pendente, como durante o uso do turbilhão. 
 A quantidade de edema aumenta, porém a 
capacidade de removê-lo é maior. O aumento da pressão 
capilar força o edema e os metabólitos prejudiciais 
provenientes da área lesionada. A permeabilidade linfática 
aumentada auxilia na reabsorção do edema e na dissolução 
de hematomas. 
 
Efeitos na condução nervosa 
 A taxa aumentada de reações químicas e 
metabólicas resulta em aumento da velocidade da condução 
nervosa. A função dos nervos sensoriais, assim como 
motores, é tipicamente aumentada com os tratamentos 
quentes. 
 
 O alívio da dor é obtido pela diminuição da pressão 
mecânica sobre as terminações nervosas, reduzindo o 
espasmo muscular, resolvendo a isquemia e produzindo um 
efeito contrairritante por meio de um mecanismo de 
controle descendente da dor que aumenta o limiar desta. 
 A dor mecânica é causada pelo aumento da 
pressão tecidual (edema) e pela tensão imposta aos nervos 
pelo espasmo muscular. 
 O aumento na temperatura e a estimulação tátil da 
pele levam a um estado de analgesia e sedação na área 
lesionada pela atuação nas terminações nervosas livres. No 
entanto, esses efeitos parecem durar apenas enquanto o 
estímulo de calor é aplicado; quando o calor é removido, os 
sintomas de dor retornam rapidamente. 
 
Efeitos no espasmo e função 
muscular 
 O calor reduz o espasmo muscular ao diminuir a 
sensibilidade dos nervos aferentes gama secundários do 
músculo. O aumento do fluxo sanguíneo e a redução dos 
metabólitos musculares locais alivia ainda mais o espasmo. 
 A viscosidade diminuída dos líquidos, a velocidade 
aumentada de condução dos nervos e a taxa aumentada de 
disparo dos órgãos tendinosos de Golgi melhoram a função 
muscular e a força, desde que a temperatura seja mantida 
dentro das faixas terapêuticas. 
 
Efeitos na elasticidade dos 
tecidos 
 Quando tecidos ricos em colágeno, como tendão, 
músculo e fáscia, são aquecidos para 40 a 45ºC durante 
5min, eles podem ser fisicamente alongados. Porém, esse 
efeito isolado não é suficiente para diminuir as contraturas ou 
aumentar a elasticidade dos tecidos saudáveis. A tensão, na 
forma de alongamento suave enquanto os tecidos ainda 
estão dentro da faixa, é necessária para alongar o músculo e 
os tecidos capsulares 
 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
Starkey, C. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. 
Barueri, SP: Editora Manole, 2017.9788520454435. 
Disponível em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978
8520454435/>. Acesso em: 20 maio 2021.

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