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Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO PAPILOMA VIRUS HUMANO (HPV) DNA vírus Família papillomaviridae Risco oncogênico: depende do tipo de HPV e lesão tecidual provocada pela infecção. Baixo risco oncogênico: 6, 11, 26, 42, 44, 54, 70, 73. Alto risco oncogênico: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66. Vacina quadrivalente: 6, 11, 16 e 18. Transmissão por contato sexual Maioria das mulheres se infecta nos primeiros anos de vida sexual entre 15 e 25 anos Comportamento do vírus após a infecção: eliminação após fase aguda, infecção latente e infecção ativa – progressiva que pode evoluir pro câncer. Mesmo a paciente que teve contato com HPV de alto risco pode não evoluir para o câncer, existem outros fatores virais que dependem disso. A integração do genoma viral com o genoma humano, está associada a HPV de alto risco: controle do ciclo celular e população de células por ele infectadas. Evolução das lesões depende do tipo de tecido/local acometido, carga viral, persistência da infecção, tabagismo, fatores nutricionais, fatores genéticos, estado imunológico do hospedeiro. Está presente na maior parte dos canceres de colo de útero (99%) É um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer de colo do útero. Se tem o vírus que vai infectar o humano, penetrando a mucosa através do contato sexual. Algumas semanas depois o vírus se replica, 70% dessas infecções são combatidas pelo sistema imune e cerca de 10 a 30 anos depois se tem a evolução para o câncer. As células modificadas pelo vírus invadem a membrana basal e provocam o câncer do colo. Existem cerca de 100 tipos de HPV, sendo que 30 estão associados a problemas de saúde em humanos e 13 ligados ao câncer. 16 e 18 respondem por 90% dos casos de câncer do colo de útero 6 e 11 são relacionados ao aparecimento de verrugas genitais NEOPLASIAS INTRA-CERVICAIS (NIC) São modificações celulares Atipias intracelulares limitadas ao epitélio de revestimento da cérvix, sem ruptura da membrana basal Relação com o câncer uterino Antigamente falava-se em displasia leve, média e grave Atualmente a divisão é: NIC I – lesões de baixo grau NIC II NIC III Sendo que tipos II e III requer o mesmo tipo de tratamento. Na verdade, quando se fala de neoplasia intra-cervical tem relação com o câncer, mas mesmo em estágios mais avançados não significa que a paciente vá desenvolver o câncer. OBS: existe neoplasia benigna e maligna. NIC I/ Displasia leve – se tem um pequeno comprometimento das células mais profundas NIC II/Displasia moderada – comprometimento maior NIC III/ Displasia severa - comprometimento de mais de 2/3 do epitélio. Carcinoma in situ – se tem todas as camadas comprometidas, in situ porque a membrana basal ainda se mantem integra. História natural: continuo progressivo das lesões que podem levar ao câncer cervical. O câncer não surge da noite pro dia, existe toda uma evolução (normal, infectado pelo HPV, passou por NIC I, evoluiu para uma lesão de alto grau que evoluiu pra câncer) isso ocorre em um giro em cerca de 10 anos, ou seja, existe tempo seguro para fazer o diagnóstico precoce das lesões iniciais. O rastreio serve justamente para identificar essas lesões e trata-las antes da evolução para o câncer. Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 Cofatores tem seu papel fundamental na transição da infecção viral para as neoplasias do colo uterino, eles estão ligados aos fatores do hospedeiro, principalmente relacionados a lesão imunológica e do HPV, procurando saber qual tipo infectou e se é oncogênico ou não. LESÕES PRÉ NEOPLASICAS DO EPITELIO ESCAMOSO: Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) NIC I Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) NIC 2 e 3 Existem alguns casos em que o médico colhe o material através do Papanicolau, manda pra citologia e são encontradas células escamosas atípicas (ASC) de significado indeterminado (ASC-US) ou células escamosas atípicas que não permitem excluir uma lesão intraepitelial escamosa de alto grau (ASC-H) Carcinoma escamoso in situ AGC: Células glandulares atípicas de significado indeterminado AIS: adenocarcinoma in situ A imagem mostra o epitélio cervical normal, membrana basal, camadas mais profundas e camadas mais superficiais O HPV entra no epitélio através de uma micro lesão e infecta a célula basal As células infectadas começam a se multiplicar Em cerca de 1 a 2 anos essas células infectadas podem sofrer alterações, existe a integração do genoma viral ao genoma humano e passa ter a mudança dessas células. Evolução das células alteradas pra 1/3 da camada celular, depois pra 2/3, lesão que acomete todas as camadas, mas ainda não se tem uma ruptura da camada basal. Cancer in situ, sem romper a camada basal. Mais ou menos 10 anos depois, pode ter a ruptura dessa camada basal e o câncer se tornar invasor NIC – DIAGNÓSTICO: Citologia – resultado do papanicolau Colposcopia – identifica a lesão do colo, faz o exame especialmente da zona de junção escamocolunar, identificar a lesão suspeita para que seja feita a biopsia. Teste de schiller Histologia Biologia molecular Pacientes que apresentam NIC I tem altas chances de se resolver espontaneamente, ela não precisa de um tratamento muito especifico, e sim de um acompanhamento mais próximo até que se tenha uma citologia normal. NEOPLASIAS INTRA-CERVICAIS CARACTERISTICAS CITOLÓGICAS LIE-BG: células com núcleo aumentado e hipercromático, cromatina bem distribuída ou granular e cavitação perinuclear (coilocitose). LIE-AG: células imaturas isoladas, em placas ou sincícios com relação N/C aumentada. Presença de hipercromasia, núcleos com cromatina grosseiramente granular. NEOPLASIA INTRA-CERVICAL ACHADOS COLPOSCÓPICOS: Ambas as imagens são suspeitas. O colpocopista realiza a retirada de uma pequena porção da parte esbranquiçada para realizar biopsia. NIC: TRATAMENTO: Lesões de baixo grau: conduta expectante, acompanhamento mais próximo dessas pacientes. Lesões de alto grau: - Conização: retirada da parte do colo que está comprometida pela lesão que pode ser feita através da cirurgia clássica, laser ou eletrocirurgia e manda a retirada de toda essa parte para estudo. Ex: paciente de 38 anos, 3 filhos, chega ao consultório com o resultado de uma biopsia indicativa de NIC 3. O médico propõe a conização e ela nega, referindo que já tem 3 filhos e afirma que quer realizar a histerectomia. Poderia fazer? – NÃO. Se a lesão é de alto grau e realiza a conização, a paciente estará curada, evitando uma cirurgia invasiva e desnecessária. Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 Caso fosse realizado a conização e fosse visto que seria câncer, o tratamento dessa paciente não seria somente a histerectomia, e sim uma cirurgia muito mais alargada, que não se limita apenas a histerectomia. CÂNCER DE COLO UTERINO: Caracteriza-se pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão (comprometimento e invasão da membrana basal). Até o carcinoma in situ não há o comprometimento da membrana basal. Categorias principais: -Carcinoma epidermoide -Adenocarcinoma Disseminação: - Continuidade e contiguidade aos tecidos adjacentes - Embolização linfática EPIDEMIOLOGIA: Em todo mundo, a cada meio milhão de mulheres são vítimas de câncer de colo uterino. Terceiro tumor mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no brasil. Maiores taxas de incidência: América do Sul, África Sub- Saariana, sul e sudeste da Ásia. FATORES DE RISCO: Infecção genital persistente por HPV de alto risco Tabagismo Número elevado de parceiros sexuais- aumento da exposição Doenças sexualmente transmissíveis Imunodeficiência pelo vírus HIV QUADRO CLÍNICO: Estádios iniciais: AssintomáticaLesões subclínicas Estádios avançados: Sangramento vaginal Dores abdominais Secreção vaginal anormal Problemas urinários e intestinais PREVENÇÃO: Primária: relacionada a diminuição do risco de contágio pelo HPV Uso de preservativos Vacina Secundária: detecção precoce Diagnóstico precoce Rastreamento RASTREAMENTO: O primeiro exame é clínico, feito no consultório Exame Papanicolau Colposcopia – não necessariamente é feito na primeira consulta, depende mais do resultado do Papanicolau. Exame de Papanicolau: Início – inicialmente o ministério da saúde estabelecia que o exame deveria ser feito 3 anos após inicio de atividade sexual. Atualmente, é preconizado que qualquer mulher que tenha iniciado vida sexual pode realizar o exame. Intervalo – Se recomenda o exame anual, porém, após 3 exames anuais normais, repetir a cada 3 anos, sendo necessário saber numero de parceiros e grau de exposição. Finalização – mulheres na pós-menopausa com exames recentes normais, (questionável, leva-se em consideração se a mulher está se separando/ em busca de novos parceiros sexuais) Considerar histórico da periodicidade e o resultado dos exames já realizados, Maior ou igual a 70 anos sem atividade sexual, com 3 exames normais na última década; Histerectomizadas por doença benigna
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