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Bactérias Gram-negativas: Enterobacteriaceae Parasito Deivid Definição São fermentadores de glicose, catalase positivos e oxidase negativos. São ubiquitários, anaerbóbios facultativos, têm pouca exigência nutricional e reduzem nitrato a nitrito. Fatores de virulência Entre seus fatores de virulência estão a produção de endotoxinas, cápsula protetora com C4BP, que permite que ele escape da via do complemento (ela inibe as vias clássica e da lectina se ligando ao C4b como se fosse um co-fator para o fator I que cliva o C4b em C4c e C4d inibindo a produção de convertases ou se ligando ao C4b recém formado inibindo formação de C3-convertase), possui sistema de secreção tipo III, faz sequestro de fatores de crescimento e possuem resistência aos antimicrobianos. Seu sistema de secreção tipo III se assemelha a seringas moleculares que são expressas em diferentes fases da infecção, são responsáveis pela entrega de proteínas efetoras e fazer a manipulação das funções celulares facilitando a infecção. Espécies importantes Citrobacter sp, Enterobacter aerogenes, Enterobacter agglomerans, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Salmonella entérica, Salmonella bongori, Shigella dysenteriae, Serratia mascescens, Yetsinia enterocolitica. Identificação Laboratorial Sua identificação laboratorial é dada pela cultura bacteriana em meios comuns e seletivos para gram negativas. Seu exame é macroscópico (morfologia das colônias, tempo de crescimento e tamanho da cultura) e microscópico, como características do gram. Possui uma coloração mais intensa nas extremidades da célula. Quanto à Citocromo C Oxidase, algumas bactérias a usam como aceptor final da cadeia de elétrons transferindo-os para uma molécula de oxigênio, convertendo oxigênio molecular em molecular de água. Nem todas as bactérias que a possuem são aeróbias obrigatórias e nem todas as aeróbias a possuem. O TSI ou Tríplica açúcar e ferro são tubos constituídos de glicose, lactose, sacarose, peptonas, aminoácidos, tiossulfato de sódio e citrato férrico amoniacal com ph neutro e um indicador de ph, o vermelho de fenol. Esse método pode apresentar 4 aspectos: • Inclinação e base amarelas: fermentação da glicose + lactose/sacarose com presença de gás CO2; • Inclinação vermelha e base amarela: fermentação apenas da glicose; • Inclinação vermelha e precipitado negro: H2S positivo; • Meio não inoculado ou com bactérias não fermentadoras de glicose. No teste de Ureia-Urease a produção da amônia alcaliniza o meio, o deixando rosa. Também há o citrato permease que transporta o citrato para o interior da célula, produzindo produtos alcalinos e quebrando o fosfato ao meio, alcalinizando o meio. Assim, o azul de bromotimol, que é verde em ph neutro passa a ser azul. Também é possível ver o crescimento vertical das colunas. Escherichia coli É da microbiota intestinal normal podendo ser um patógeno oportunista por infecções endógenas. É também um indicador de contaminação fecal (coliformes fecais), e causa ITU, sepse, meningite, pneumonia, gastroenterites e etc. Possui 5 patótipos: ↪ ETEC: comum em países em desenvolvimento. É conhecida como a diarreia do viajante causando diarreia aquosa e cólicas abdominais, além de possuir um inóculo alto em água e alimentos. Possui os genes LTI (semelhante a toxina colérica) e STa, que estão nos plasmídeos que carreiam genes de adesinas (fator de colonização). No intestino, a ETEC se adere às células epiteliais por meio das adesinas sem causar danos ao epitélio. Ali, ela produz a toxina termolábil (LT) ou toxina termoestável (ST). Após ligar seu receptor de gliccolipídeos e entrar no enterócito, a LT sofre transporte retrógrado para o Golgi. A subunidade A da LTI possui alvo na membrana basolateral, onde interage com as proteínas G, aumenta os níveis de adenosina monofosfato cíclico (porque a proteína G sofre alteração conformacional que ativa uma subunidade que possui ligação a GTP, tornano-se capaz de alternar entre estado de ligação com GDP a outro com GTP, o que libera mensageiros, como o AMP cíclico), secreção de Cl e diminui a absorção de Na e Cl. O aumento de AMPc ativa a proteína quinase a (PKA) e a fosforilação e avertura do CFTR, que regula condutância transmembranar de fibrose cística. A CFTR é responsável por controlar o movimento dos ions cloro, sódio e consequentemente água e membranas celulares. ↪ EPEC: principal causa de diarreia em países pobres, possui uma dose infectante mais baixa, sendo transmitida de pessoa para pessoa. Sua manifestação é por diarreia aquosa prolongada acompanhada de febre e vômitos. Forma microcolonias por meio dos pili formadores de feixe.. Possui TIR (receptor de translocação da intima) e Intimina (adesina). Na ME, parece couve flor. ↪ EAEC: No lumen intestinal, por intermédio da fímbria de aderência agregatica 1, ocorre a aglutinação de bactérias EAEC planctonicas, que logo aderem e colonizam o intestino. Logo após, formam biofilme e liberam toxinas, induzindo danos epiteliais e aumentando a secreção, estabelecendo, depois, biofilme adicional. Causa diarreia aquosa crônica com retarno de crescimento nas crianças. Possui LT, ST e toxina do tipo hemolisina para secreção de fluidos. ↪ EHEC: tipica de países desenvolvidos em meses quentes e em crianças, possui dose infectante baixa, causando diarreia branda que pode progredir até colite hemorrágica, com tempo de incubação de 3-4 dias. Provoca febre e vômitos. Provoca síndrome hemolítica urêmica sendo o sorotipo O1577:H7 e o O104:H4 os mais conhecidos, com manifestações clinicas de trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática e lesão renal. Possui também a toxina Shiga (Stx-1, Stx-2). O TNF-alfa e a IL-6 aumentam a expressão de Globotriaosilceramida (Gb3) nas vilosidades intestinais e células endoteliais renais. ↪ EIEC e Shigella spp: após transcitose, a Shigella enfrenta os macrófagos residentes, mas ela induz sua morte rapidamente por apoptose, acompanhado pela liberação de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1 beta e intensa RI aguda. Quando o macrófago morre, a Shigella invade o epitélio pelo lado basolateral, fugindo do fagpssomo e se multiplicando no citoplasma. Sua movimentação dentro da célula é feita pela sua cauda de foguete, polimerização de uma cauda de actina. Entretanto, ao iniciar outro ciclo em uma nova célula epitelial, o NOD-1, mediador intracelular, detecta peptideoglicano bacterianos e drestroi a Shigella por uma cascata de leucócitos polimorfonucleados, que destroem a integridade da camada epitelial, permitindo maior entrada de bactérias na mucosa. Seus tipos mais frequentes são EIEC/2014, O143 e O164. Elas além de induzirem a destruição do epitélio e colon, também provocam diarreia aquosa ou disenteria, como febre, dor abdominal, sangue e leucócitos nas fezes, e também lisam vacúolo fagocítico e multiplicam no citoplasma das células, além de causar ulceração por migração célular. Salmonella spp Typhi e Paratyphi causam febre tifoide e febre entérica. Enteritidis e Typhimurium causam gastroenterite. Os sorotipos tifoidais invadem macrófagos e se multiplicam nos fagossomos, disseminando-se através do sistema reticulo endotelial para linfonodo, fígado, baço e medula óssea. Já os não-tifoidais permanecem no intestino, onde geram RI e diarreia. Febre tifoide: Typhi e transmite por via fecal- oral. É uma doença de notificação compulsória. Possui período de incubação de 1-3 semanas, sendo o de transmissibilidade da primeira semana até a convalescença. É uma doença sistêmica caracterizada por febre, diarreia, perfuração intestinal e hemorragia, além de linfoadenomegalia mesentérica, hepatoespleno, roséolas tíficas no tronco e sinal de Faget(dissociação pulso-temperatura, é febre + bradicardia relativa, o oposto da regra de Liebermeister, que fala que a cada grau celsius de incremento na temperatura corresponde ao aumento de 8 batimentos por minuto. Gastroenterite: enteritidis e typhimurium. Ficam limitados a lamina própria do intestino, possuem resposta restrita à mucosa intestinal, liberam prostaglandina, estimulam adenilato ciclase e secretam agua e eletrólitos, causando diarreia aquosa. É caracterizada por dores abdominais, febre baixa, vômitos e pode ter casos fatais raros em crianças, idosos e imunossuprimidos. Seu tratamento provoca excreção do agente mas seleciona cepas resistentes. Outras espécies (dysenteriae, flexneri, boydii ou sonnei) invadem as células se me multiplicam no seu interior (citoplasma), produzem toxina shiga com possibilidade de SHU, são causa de 60% das diarreias em crianças menores de 10 anos e causam febre, dor abdominal e diarreia aquosa com muco e sangue, além de encefalopatia de causa desconhecida, convulsão e hiponatremia. (shigelose). Lívia Alves
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