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GÊNERO: UM CONCEITO CENTRAL Desde que as mulheres nascem, somos enchidas pelas expectativas da sociedade e da família. A educação voltada para mulher, é diferente da educação dada ao homem, ensinam as mulheres a serem: cuidadoras do lar, usarem roupas modestas, falar e andar delicado, se comportar “como princesa”, dão bonecas pra estimular e reforçar o “instinto materno”. Quanto ao homem, na verdade, não há o que ele deve fazer, ele e livre, faz o que quiser. Há uma forte cultura patriarcal em várias sociedades que privilegia os homens, colocando-os nos espaços de poder. Essa desigualdade de gênero estrutural, essa cultura que trata com desigualdade, que subjuga as mulheres por seu gênero, é a principal causa da violência contra a mulher. A cultura em questão não valoriza a mulher como um sujeito de direitos, como um ser, mas trata-a como um objeto que pode ser usado por homens. DESIGUALDADES E AS VIOLÊNCIAS: RELAÇÕES INTERSECCIONAIS Relações Interseccionais: permite compreender melhor as desigualdades, e a sobreposição de opressões e discriminações existentes em nossa sociedade • Média Salarial com relação ao homem branco o Mulher Branca 69% o Homem Negro 55% o Mulher Negra 41% • 60% da mortalidade materna ocorre entre as mulheres negras • Entre 2009 e 2011 foram assassinadas 472 mulheres por mês, 61% eram negras • Baixa representação na política institucional NINGUÉM NASCE MULHER, TORNA -SE MULHER A violência contra a mulher, já está tão naturalizada, que as vezes é imperceptível enxergar que isso de fato acontece. Não falamos aqui da violência física ou psicológica provocada por um homem sobre uma mulher, mas de uma violência simbólica que se materializa, por exemplo, pela pressão estética que a mulher vive em nossa sociedade. A mulher também é vítima de uma cultura que a impediu e ainda a impede de ocupar os lugares que ela quer na sociedade: lugares políticos, do trabalho, espaços de liderança etc. Esses atos são violentos, mas, de tão comuns e antigos, são naturalizados. Ainda vemos a violência contra a mulher em nossa cultura. Apesar de ser cada vez menos aceita socialmente, suas formas brandas permanecem. É a violência cotidiana — aquela que faz com que as mulheres tenham sempre medo de ser assediadas, violadas, perseguidas, censuradas e repreendidas socialmente — que faz com que a cultura permaneça violenta contra a mulher. No Brasil, como em outros países, os direitos das mulheres foram reconhecidos mediante intensas lutas. CAUSAS DA VIOLENCIA CONTRA MULHER Como as mulheres sempre foram deixadas em segunda categoria, abaixo dos homens, nós temos uma cultura extremamente pautada em relações de poder que privilegiam o domínio dos homens. A cultura, por si só, é extremamente violenta contra a mulher, dela é colhido o direito: • de ser quem é; • de exercer sua liberdade; • de expressar suas vontades, sua sexualidade e sua individualidade; • e até desejos sexuais – guardar pro casamento. Essa maneira de dominar a mulher, é o que faz com que ela se torne esse objeto de dominação pra os homens. As causas estão nas estruturas de nossa sociedade. Por exemplo, a cultura do homem heterossexual é misógina. A nossa sociedade estimula os homens heterossexuais a relacionarem- se sexualmente com mulheres, mas a admirarem, seguirem, ovacionarem e inspirarem-se sempre em outros homens. Vivemos em uma sociedade em que as mulheres ganham, em média, menos que os homens desempenhando as mesmas funções e em que, para conquistarem cargos de chefia, é necessário que elas se esforcem muito mais que um homem. TIPOS DE VIOLENCIA CONTRA A MULHER Quando falamos em violência contra a mulher, pensamos apenas em agressões físicas. No entanto, os tipos de violência praticados contra mulheres não se resumem à agressão que resulta em lesão corporal. • Violência física: é a agressão física, o atentado contra a integridade física, podendo ou não resultar em lesão corporal. • Violência psicológica: ações que causem danos psicológicos à mulher, como ameaças, chantagem, humilhação, perseguição, controle etc. • Violência sexual: O estuprador ou o criminoso sexual podem ser qualquer homem que: obrigue e coaja mulheres a participarem ou presenciarem relações sexuais; pratique assédio sexual; impeça a mulher de usar contraceptivos; retire o preservativo durante o ato sexual sem que a mulher perceba; induza uma mulher a praticar aborto sem que seja da vontade dela; exponha e divulgue imagens íntimas da mulher; e explore a mulher sexualmente por meio da prostituição. • Violência moral: quando a imagem da mulher é atacada, por sua condição de mulher, por meio de calúnia e difamação. • Violência patrimonial: quando a mulher tem seus bens restringidos, subtraídos ou controlados pelo homem, retirando-se dela a liberdade financeira. O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial da violência contra a mulher. Segundo o Mapa da Violência, ocorreram mais de 60 mil estupros no Brasil somente no ano de 2017. O Brasil registrou uma média de 13 feminicídios por dia em 2015, o que justificou a criação da Lei n. 13.104/2015, chamada de Lei do Feminicídio. O feminicídio é o homicídio de uma mulher por conta de sua condição de mulher, executado, geralmente, por parceiros e pessoas próximas a ela. Infelizmente, o isolamento social, durante a pandemia de Covid-19 em 2020, resultou no aumento de casos de agressão contra a mulher e de feminicídio. Entre março e agosto de 2020, foram registrados 479 casos de feminicídio|2|. Somente em Minas Gerais, foram registrados mais de 80 mil casos de violência contra mulher até o mês de setembro. Esses dados evidenciam a necessidade do endurecimento contra as ações que resultaram não só na criação da Lei do Feminicídio como da Lei 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha. LEI MARIA DA PENHA A Lei Maria da Penha foi uma das maiores conquistas populares de movimentos sociais feministas na luta pelos direitos da mulher e contra a violência sobre as mulheres. O nome da lei foi dado em homenagem à mulher que sobreviveu a duas tentativas de feminicídio e ficou com graves sequelas, entre elas a paraplegia. O agressor, seu ex-marido, passou quase 20 anos impune após a última tentativa de assassinato de Maria da Penha. A lei prevê uma série de medidas integradas de assistências, de forma articulada e em consonâncias com os princípios e direitos da LOAS, do SUS e do Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas de proteção. As relações pessoais independem de orientação sexual:” A Lei Maria da Penha, não cobre agressão por conta da mulher para/com o homem. Já que a lei vê como questão de gênero, O homem prestaria queixa para a delegacia comum. Na relação homoafetiva, ela já pode prestar queixa para a delegacia da mulher. A Lei Maria da Penha, também protege a mulher homossexual. ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA O profissional de psicologia, exerce um papel muito importante na rede de serviços de atenção a mulher em situação de violência. Seja para identificar os sinais de que uma mulher está em situação de violência ou para avaliar as possibilidades de a violência possa vir a ocorrer a (o) psicóloga (o) deve sempre intervir no sentido de auxiliar a mulher a desenvolver condições para evitar ou superar a situação de violência, a partir do momento em que se favorece o seu processo de tomada de consciência (CREPOP) Não se deve convencer a mulher a sair – enquanto psicóloga – o que se deve fazer é oferecer suporte, denúncias, para que ela possa ir a frente em procurar a saída da relação. A norma considera que a Psicologia, enquanto ciência e profissão, deve contribuir para enfrentar as desigualdades e a violência que incidem sobreas mulheres, questionando o modo como as determinações de gênero impactam a vida das mulheres atendidas pelas(os) profissionais da Psicologia. DICAS O termo “vítima”, é estigmatizado e causa constrangimento, por isso, na psicologia usamos o termo “ofendida”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: https://site.cfp.org.br/cfp-lanca-resolucao-sobre- exercicio-profissional-em-casos-de-violencia-de- genero/ https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/viol encia-contra-a-mulher.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-que-e-feminismo.htm https://site.cfp.org.br/cfp-lanca-resolucao-sobre-exercicio-profissional-em-casos-de-violencia-de-genero/ https://site.cfp.org.br/cfp-lanca-resolucao-sobre-exercicio-profissional-em-casos-de-violencia-de-genero/ https://site.cfp.org.br/cfp-lanca-resolucao-sobre-exercicio-profissional-em-casos-de-violencia-de-genero/ https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/violencia-contra-a-mulher.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/violencia-contra-a-mulher.htm
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