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ATIVIDADE deficiência visual alterada I

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO- UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO-UEMANET
Disciplina: Deficiência Visual na Educação Inclusiva
Especialização: Educação Especial/ Educação Inclusiva
ACESSIBILIDADE: Um estudo na Escola Municipal São José
Acadêmicos:
Ana Cláudia Rocha Barbosa
Carlos Temístocles Biá e Silva
Isis Daiane Rodrigues Tavares
Jamislene Rodrigues Lima
Alto Parnaíba - MA
2019
1 INTRODUÇÃO
O documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, na Espanha, em 1994, visando fornecer diretrizes básicas para a formação e reforma de políticas e sistemas educacionais é a base para o Sistema Inclusivo, juntamente com a Convenção de Direitos da Criança (1988) e da Declaração sobre educação para todos em 1990, também conhecida como Conferência de Jomtien. Segundo a qual, cada pessoa, criança, jovem ou adulto deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem, necessárias para que os seres humanos possam sobreviver e desenvolver plenamente suas potencialidades com dignidade.
Assim, a acessibilidade é um tema com grande relevância e configura-se como uma forma de inclusão social que garante aos indivíduos o direito de ir e vir, oportunizando suas escolhas com autonomia. Esse conceito deve ser considerado de forma ampla, e não apenas restrito a questões físicas e arquitetônicas, visto que o termo expressa um conjunto de dimensões diversas, complementares e indispensáveis para que haja um processo de efetiva inclusão. Atualmente, “a acessibilidade é vista como um meio de possibilitar a participação das pessoas nas atividades cotidianas que ocorrem no espaço construído, com segurança, autonomia e conforto” (MORAES, 2007).
As políticas de acessibilidade estão a cada dia ganhando mais visibilidade, à medida que vai aumentando a preocupação em atender de forma favorável os portadores de deficiência, garantindo a interação no meio social. 
A Constituição Federal assegura às pessoas, incluindo aquelas que apresentam deficiências, o direito à educação, à saúde, ao lazer, ao esporte e ao trabalho e a livre locomoção. Porém, algumas pessoas têm esse direito violado quando se depara com a falta de acessibilidade em locais públicos ou privados, por exemplo, as mesmas devem ser vistas com igualdade, resultando assim no reconhecimento e atendimento de suas necessidades específicas. 
O decreto nº 5.296 (Brasil 2004) – regulamenta as Leis 10.048/2000 e 10.098/2000, estabelecendo normas gerais e critérios básicos para atendimento prioritário garantindo acessibilidade a aqueles com deficiência ou mobilidade reduzida. 
A Norma Técnica NBR 9050/2015, editada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é apresentada como fonte de orientação para acessibilidade em edificações na construção ou reforma. E também, possui embasamento no desenho universal que propõe a criação de ambientes livres de barreiras e de fácil utilização, por qualquer tipo de pessoa.
O presente trabalho pretende pesquisar a situação da acessibilidade em escolas públicas no município de Alto Parnaíba - MA, onde a escola estudada é a que mais irá oferecer condições de acessibilidade aos seus usuários, desde o portão de entrada ao uso dos banheiros.
2 ACESSIBILIDADE EM LOCAIS PÚBLICOS 
Para realização do estudo das características de acessibilidade necessários ao atendimento de estudantes da educação especial nas Instituições de Ensino Fundamental, serão utilizadas as terminologias afirmadas pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, publicada pela ONU em 2006, e afirmada no Brasil como Emenda Constitucional por meio do Decreto Legislativo nº 186 (BRASIL, 2008b), e pelo Decreto nº 6.949 (BRASIL, 2009a). Segundo o Art. 1º desta Convenção, define-se pessoa com deficiência a partir do seguinte conceito: 
São aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2008b).
Nessa perspectiva, a deficiência é considerada uma condição humana, que identifica um determinado grupo social que tem impedimentos físicos, sensoriais ou intelectuais. Vale destacar que as normativas em vigência definem como público-alvo da educação especial estudantes com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.
São inúmeras as barreiras que impossibilitam que a Educação Inclusiva se torne realidade no cotidiano das instituições de ensino, como por exemplo, a precária ou inexistência da acessibilidade física das escolas. 
Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. (LEI DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Nº 13.146/2015)
A acessibilidade possibilita o acesso à educação de forma satisfatória, minimizando os impactos provocados por diferentes condições as quais o portador de necessidades especiais é submetido. 
Existem diferentes tipos de acessibilidade, uma vez que o público para quem eles são propostos apresenta uma variedade de necessidades de adaptação. Tais como, acessibilidade atitudinal, arquitetônica, metodológica, programática, instrumental, digital, nos transportes e nas comunicações. 
Contudo em 2000 foi sancionada a Lei nº 10.098 (BRASIL, 2000b), que estabelece normas gerais e critérios para a promoção de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, tendo sido regulamentada pelo Decreto Nº 5.296 (BRASIL, 2004a). A publicação deste Decreto responsabiliza o Estado e o poder público para a eliminação de barreiras urbanísticas nos transportes, nas comunicações, nas informações e nas edificações como providência a ser tomada para a promoção da participação das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida na sociedade. Para fins desse Decreto, entende-se barreiras como “qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação” (Art. 8º, II).
Os parâmetros estabelecidos na NBR 9050/2015 compreendem a instrumentalização necessária para que qualquer indivíduo possa se adaptar às condições ambientais do espaço edificado, visto que o conforto e a funcionalidade devem acomodar níveis de segurança ajustáveis a diferentes habilidades, abrangendo a minimização de estresse seja ele pelo esforço físico, pelo movimento ou pela percepção sensorial.
3 RESULTADOS 
A pesquisa foi realizada na Escola Municipal São José, situada na Rua Capitão Daniel Brito, bairro São José, na cidade de Alto Parnaíba – MA. A escola oferta atendimento nas séries iniciais e finais do Ensino Fundamental nos turnos matutino e vespertino, e atende em média 420 alunos. 
A referida escola possui um espaço considerável para a execução das interações escolares, possibilitando aos docentes e discentes boas condições para o ensino e aprendizagem. Quanto à estrutura física, a mesma conta com 09 salas de aula, 01 sala reservada aos professores, 01 sala para direção e coordenação, contém 05 banheiros, sendo 01 para os profissionais da escola e 04 destinados aos alunos, 02 destes para portadores de necessidades especiais, possui uma cantina e um pátio recreativo. As salas de aulas são amplas, todas climatizadas e com iluminação favorável. A escola pesquisada estar sendo reformada e atualmente está na fase de conclusão.
A partir da pesquisa realizada observa-se que a escola está apta a receber alunos com deficiências físicas. Fazendo referência a Rota 1, o portão de entrada
possui 2 m de largura, com soleira com desnível maior que 3 cm, nas demais rotas não possuem desníveis. O piso de toda estrutura física é liso, não possui piso podotátil em nenhuma rota, bem como não existe nenhuma placa de sinalização. Não há rede de telefonia pública instalada no local e a comunicação é feita através dos telefones particulares. Em relação às valetas de água pluvial, está presente apenas na primeira rota, na parte externa da escola, coberta por grades e madeira em boa parte da rota. Não possui tapetes e capachos em nenhuma parte da escola, não existe nenhuma rota constituída por bloco de concreto que ofereça perigo e/ou obstáculo para os que acessam o local. Os corredores existentes na escola possuem as seguintes medidas: 
· Rota 1 – do portão de entrada à sala de aula mais próxima mede 1,20 m;
· Rota 2 – da sala escolhida na rota 1 até a biblioteca 1,50 m;
· Rota 3 – da sala escolhida na rota 1 até a sala de informática, não possui sala de informática;
· Rota 4 – da sala escolhida na rota 1 até o banheiro 1,15 m;
· Rota 5 – da sala escolhida na rota 1 até o bebedouro 1,15 m;
· Rota 6 – da sala escolhida na rota 1 até o refeitório possui área aberta;
· Rota 7 – da sala escolhida na rota 1 até a quadra esportiva, não possui quadra.
A escola é toda no térreo, não existindo necessidade de elevadores, bem como de escadas. A mudança de nível existe apenas em um dos corredores e se dá por meio de rampa, que possibilita a subida e descida de uma pessoa de cadeira de rodas sem o auxílio de outra pessoa, possuindo corrimão apenas de um lado, com sinalização com cor contrastante. 
Todas as portas existentes na escola possuem a mesma medida, com 80 cm de largura, com maçanetas do tipo alavancas. Nenhuma sala de aula possui patamar para o professor e, como a escola está em fase de conclusão de reforma a biblioteca ainda não foi concluída. Não foi possível realizar um estudo detalhado dos banheiros, pois os itens adaptados ainda estão em fase de instalação. O bebedouro possui torneiras com altura única, com base recuada e sem barras de apoio. O refeitório na possui mesa, apenas um balcão utilizado para os alunos pegarem a sua refeição, medindo 1,12 m.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As normativas atuais que orientam a promoção da acessibilidade - em suas diferentes dimensões para estudantes com deficiência, salienta a necessidade de abordar a acessibilidade em uma perspectiva multidimensional e complexa, voltadas ao acesso e permanência dos portadores de necessidades especiais no ambiente escolar. 
A legislação brasileira norteia-se pela Constituição que esclarece no art. 5 que discorre sobre direitos e garantias individuais e coletivos onde estabelece que todos são iguais perante a lei, e o art. 6 define a educação como um direito social. Complementarmente é dever do Estado garantir o atendimento educacional especializado as pessoas com deficiência. (Art. 208, inc. III). 
Nessa perspectiva a publicação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, segue os preceitos constitucionais e confirma a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Essa legislação recentemente em vigor objetiva assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão educacional, social e cidadã.
Nesse sentido a escola estudada estar sendo preparada para atender também pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE), no entanto além da conclusão da reforma, necessita de elaboração de Projeto Político Pedagógico para atender todos os tipos de necessidades especiais, promovendo assim a efetiva inclusão social. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. ABNT NBR Brasileira 9050:2015. Disponível em: < https://www.mdh.gov.br/biblioteca/pessoa-com-deficiencia/acessibilidade-a-edificacoes-mobiliario-espacos-e-equipamentos-urbanos/>. Acesso em 03/10/2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 01/10/2019.
BRASIL. Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em 02/10/2019. 
BRASIL . Decreto Legislativo Nº 186, de 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/CONGRESSO/DLG/DLG-186-2008.htm>. Acesso em 03/10/2019.
BRASIL . Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. Acesso em 03/10/2019.
BRASIL. Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência Nº 13.146/2015. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em 02/10/2019.
DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS: plano de ação para satisfazer às necessidades básicas de aprendizagem. 1990, Tailândia. Jomtien.. Disponível em: <http://www.educacao.mppr.mp.br/arquivos/File/dwnld/educacao_basica/educacao%20infantil/legislacao/declaracao_mundial_sobre_educacao_para_todos.pdf>. Acesso em 01/10/2019.
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MORAES, M. C. Acessibilidade no Brasil: Análise da NBR 9050. 175f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Florianópolis, 2007.
ANEXO I 
Registros durante a realização da pesquisa

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