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A MULTIPARENTALIDADE consiste na possibilidade de registrar um filho por mais de um pai ou mais de uma mãe, podendo ser feitos concomitantemente ao registro da parentalidade bi- ológica e/ou socioafetiva. A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante, baseada na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios. A decisão é do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em um julgamento históri- co ocorrido em setembro de 2016, reconheceu a paternidade socioafetiva como uma modalidade le- gítima de vínculo familiar. Foi considerado que o princípio da paternidade responsável considera tanto os vínculos de filiação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos quanto aqueles originados da ascendência bio- lógica. E, de acordo com a decisão, ambos devem ser acolhidos pela legislação. Essa tese teve re- percussão geral e serve de parâmetro para casos semelhantes em trâmite na Justiça em todo o país. A FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA é aquela existente entre pais e filhos, sem que exista vin- culo de sangue. O elemento aglutinador é o afeto. Ele se apresenta nas inseminações heterologas as- sistidas, na adoção á brasileira e na figura do ’’ filho de criação’’.O reconhecimento da filiação soci- oafetiva pode ser buscado a qualquer tempo, até mesmo após a morte dos pais. Para tanto, o juiz ob- servará as provas que evidenciem o tipo de relação existente. É importante, no entanto, diferenciar uma relação socioafetiva daquela estabelecida entre uma criança e seu padrasto ou madrasta. Em muitas situações, o homem ou a mulher pode manter uma relação saudável com o enteado, e esse vínculo não necessariamente se caracterizar como paternidade ou maternidade socioafetiva. Como o próprio texto narra, a multiparentalidade está sendo introduzido com mais evidência nos dias atuais. O conceito de multiparentalidade no qual a família é guiada pela afetividade é algo novo, apesar disso já é bem comum vermos famílias sendo formadas com a união do convivo entre pais biológico e pais socioafetivos. A multiparentalidade traz esse viés de união com o objetivo de proporcionar o bem-estar dos filhos sem a disputa de paternidades. Importante destacar que a base de uma família sempre deverá ser firmada no afeto, carinho, amor, na boa convivência familiar, para preservar o mínimo do patrimônio da dignidade da pessoa humana. É dever do Estado garantir essas prerrogativas, conforme podemos comprovar nos artigos 226 parágrafo 7 e 227 da Constituição Federal: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Mediante isto, o grupo é a favor da Multiparentalidade no que se preza a valorização da filiação não só da de origem consanguínea, mas também da origem socioafetiva. Diante de uma pesquisa realizada, podemos concluir que existem vários julgados a favor da inclusão de pai biológico e pai afetivo na mesma certidão de nascimento. A paternidade socioafetiva não impede o reconhecimento da filiação biológica e pode ser mantida a dupla paternidade no registro civil de uma criança. O importante é que exista o vínculo afetivo entra a criança e os genitores, o que podemos observar com clareza no exemplo citado. Vale frisar que essa dupla paternidade não trará prejuízo na convivência e nem excluirá a responsabilidade de ambos os genitores, muito pelo contrario, é um desejo da menor manter esta relação com ambos os pais tendo por objetivo sempre atender os melhores interesses da criança. Isso traduz a realidade das famílias brasílias, atualmente.
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