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APS 2021 99

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A MULTIPARENTALIDADE consiste na possibilidade de registrar um filho por mais de
um pai ou mais de uma mãe, podendo ser feitos concomitantemente ao registro da parentalidade bi-
ológica e/ou socioafetiva. A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante, baseada na origem biológica, com os efeitos
jurídicos próprios. A decisão é do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em um julgamento históri-
co ocorrido em setembro de 2016, reconheceu a paternidade socioafetiva como uma modalidade le-
gítima de vínculo familiar.
Foi considerado que o princípio da paternidade responsável considera tanto os vínculos de filiação
construídos pela relação afetiva entre os envolvidos quanto aqueles originados da ascendência bio-
lógica. E, de acordo com a decisão, ambos devem ser acolhidos pela legislação. Essa tese teve re-
percussão geral e serve de parâmetro para casos semelhantes em trâmite na Justiça em todo o país.
 A FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA é aquela existente entre pais e filhos, sem que exista vin-
culo de sangue. O elemento aglutinador é o afeto. Ele se apresenta nas inseminações heterologas as-
sistidas, na adoção á brasileira e na figura do ’’ filho de criação’’.O reconhecimento da filiação soci-
oafetiva pode ser buscado a qualquer tempo, até mesmo após a morte dos pais. Para tanto, o juiz ob-
servará as provas que evidenciem o tipo de relação existente. É importante, no entanto, diferenciar
uma relação socioafetiva daquela estabelecida entre uma criança e seu padrasto ou madrasta. Em
muitas situações, o homem ou a mulher pode manter uma relação saudável com o enteado, e esse
vínculo não necessariamente se caracterizar como paternidade ou maternidade socioafetiva.
Como o próprio texto narra, a multiparentalidade está sendo introduzido com mais evidência nos
dias atuais. O conceito de multiparentalidade no qual a família é guiada pela afetividade é algo
novo, apesar disso já é bem comum vermos famílias sendo formadas com a união do convivo entre
pais biológico e pais socioafetivos.
A multiparentalidade traz esse viés de união com o objetivo de proporcionar o bem-estar dos filhos
sem a disputa de paternidades.
Importante destacar que a base de uma família sempre deverá ser firmada no afeto, carinho, amor,
na boa convivência familiar, para preservar o mínimo do patrimônio da dignidade da pessoa
humana. É dever do Estado garantir essas prerrogativas, conforme podemos comprovar nos artigos
226 parágrafo 7 e 227 da Constituição Federal:
 Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do
Estado.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
Mediante isto, o grupo é a favor da Multiparentalidade no que se preza a valorização da filiação não
só da de origem consanguínea, mas também da origem socioafetiva.
Diante de uma pesquisa realizada, podemos concluir que existem vários julgados a favor da
inclusão de pai biológico e pai afetivo na mesma certidão de nascimento. A paternidade
socioafetiva não impede o reconhecimento da filiação biológica e pode ser mantida a dupla
paternidade no registro civil de uma criança. O importante é que exista o vínculo afetivo entra a
criança e os genitores, o que podemos observar com clareza no exemplo citado.
Vale frisar que essa dupla paternidade não trará prejuízo na convivência e nem excluirá a
responsabilidade de ambos os genitores, muito pelo contrario, é um desejo da menor manter esta
relação com ambos os pais tendo por objetivo sempre atender os melhores interesses da criança.
Isso traduz a realidade das famílias brasílias, atualmente.

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