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Bianca Abreu- MD4 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bianca Abreu- MD4 2 
 
Elas são Glândulas Endócrinas responsáveis 
pela secreção do Paratormônio (PTH), 
responsável pela regulação da concentração 
de Ca+2 no sangue (Calcemia). Totalizam 4 
Glândulas Paratireoides, sendo duas 
superiores e inferiores, as quais pesam cerca 
de 0,3 a 0,4 gramas, cada e apresentam 3 x 
6 mm de dimensão. Localizam-se na região 
do Pescoço, mais precisamente no Tecido 
Conjuntivo nos Polos Superior e Inferior das 
Bordas Posteriores dos Lobos Laterais da 
Glândula Tireoide exibindo, portanto, íntima 
associação à Glândula Tireoide. 
As Paratireoides Superiores estão, em geral, 
próximas à junção da Artéria Tireoidiana 
Média e o Nervo Laríngeo-Recorrente; 
enquanto que o Par Inferior possui localização 
variável. Entretanto, vale ressaltar que o 
número e a localização podem variar. Em 2% 
a 10% dos indivíduos, as Glândulas adicionais 
se situam no Mediastino, associadas ao Timo. 
Mais raramente, podem se situar no interior 
da Glândula Tireoide 
Em geral, as pequenas glândulas paratireoides 
ovais e achatadas situam-se externamente à 
cápsula tireóidea na metade medial da face 
posterior de cada lobo da glândula tireoide, 
dentro de sua bainha 
As glândulas paratireoides superiores 
costumam situar-se um pouco mais de 1 cm 
acima do ponto de entrada das artérias 
tireóideas inferiores na glândula tireoide. As 
glândulas paratireoides inferiores usualmente 
situam-se mais de 1 cm abaixo do ponto de 
entrada arterial 
A posição habitual das glândulas paratireoides 
inferiores é perto dos polos inferiores da 
glândula tireoide, mas elas podem ocupar 
várias posições. Em 1 a 5% das pessoas, uma 
glândula paratireoide inferior está situada 
profundamente no mediastino superior. 
Como as artérias tireóideas inferiores são 
responsáveis pela vascularização primária da 
face posterior da glândula tireoide, onde 
estão localizadas as glândulas paratireoides, 
ramos dessas artérias geralmente suprem 
essas glândulas. Entretanto, também podem 
ser supridas por ramos das artérias tireóideas 
superiores; a artéria tireóidea ima; ou as 
artérias laríngeas, traqueais e esofágicas. As 
veias paratireóideas drenam para o plexo 
venoso tireóideo da glândula tireoide e da 
traqueia 
Os vasos linfáticos das glândulas paratireoides 
drenam com os vasos da glândula tireoide 
para os linfonodos cervicais profundos e 
linfonodos paratraqueais 
Bianca Abreu- MD4 3 
 
A inervação das glândulas paratireoides é 
abundante; é derivada de ramos tireóideos 
dos gânglios (simpáticos) cervicais. Assim 
como os nervos para a glândula tireoide, são 
vasomotores e não secretomotores, porque 
as secreções endócrinas dessas glândulas são 
controladas por hormônios 
As células principais e as células oxífilas 
constituem as células epiteliais da glândula 
paratireoide. 
As células principais, as células 
parenquimatosas mais numerosas da tireoide, 
são responsáveis pela regulação da síntese, 
armazenagem e secreção de grandes 
quantidades de PTH. Elas são células 
pequenas e poligonais com diâmetros de 7 a 
10 mm e um núcleo localizado na região 
central. O citoplasma de coloração pálida e 
ligeiramente acidofílico contém vesículas com 
lipofuscina, grandes acúmulos de glicogênio e 
gotículas lipídicas. Pequenas vesículas densas 
limitadas por membrana são observadas com 
o MET ou após o uso de colorações 
especiais com microscópio óptico e parecem 
ser a forma de armazenamento do PTH. As 
células principais podem se replicar se 
cronicamente estimuladas por alterações nos 
níveis sanguíneos de cálcio. 
 As células oxífilas constituem uma porção 
menor de células parenquimatosas e não têm 
papel secretor conhecido. Elas são 
encontradas isoladamente ou em 
agrupamentos; as células são mais 
arredondadas, consideravelmente maiores 
que as células principais, e têm um citoplasma 
distintamente acidofílico. As mitocôndrias, 
frequentemente com formatos e tamanhos 
bizarros, quase enchem o citoplasma e são 
responsáveis pela forte acidofilia dessas 
células. Nenhuma vesícula secretora ou 
pouco – ou nenhum – RER encontra-se 
presente. Os corpos de inclusão 
citoplasmática consistem em lisossomos 
ocasionais, gotículas lipídicas e glicogênio 
distribuídos entre as mitocôndrias. 
As Paratireoides possuem rica vascularização 
e consistem, sobretudo, em Células Principais 
envolvidas por uma Cápsula de Tecido 
Conjuntivo/Conectivo, que as separa da 
Tireoide. Dessa Cápsula, partem 
Trabéculas/Septos para o interior da 
Glândula, as quais dividem a Paratireoide em 
Lóbulos e separam os Cordões Celulares por 
serem contínuos com as Fibras Reticulares 
que sustentam o grupo de Células 
Secretoras. 
O Tecido Conjuntivo é mais evidente no 
adulto, com o desenvolvimento de Adipócitos 
que aumentam com a idade e acabam 
constituindo de 60% a 70% da Massa 
Glandular. As Paratireoides recebem o 
suprimento sanguíneo de Anastomoses 
realizadas entre as Artérias Tireoidianas 
Superiores e Inferiores. Tipicamente, ricas 
redes de Capilares Sanguíneos Fenestrados 
e de Capilares Linfáticos circundam o 
Parênquima das Paratireoides. 
O Parênquima é formado por Células Epiteliais 
dispostas em Cordões Celulares separados 
por Capilares Sanguíneos, havendo, nestes 
agrupamentos, dois tipos de células: as 
Células Principais e as Células Oxífilas. As 
Células Principais predominam sobre as 
outras e são responsáveis pela secreção do 
Bianca Abreu- MD4 4 
 
Paratormônio (PTH); enquanto que as Células 
Oxífilas aparecem por volta dos 4 aos 7 anos 
de idade e aumentam de número e tamanho, 
consideravelmente, após a puberdade. A 
função dessas células é ainda desconhecida. 
As Glândulas Paratireoides se desenvolvem a 
partir das Células Endodérmicas derivadas da 
Terceira e Quarta Bolsas 
Branquiais/Faríngeas. Embriologicamente, as 
Glândulas Paratireoides Inferiores –e o Timo- 
são derivadas da Terceira Bolsa Branquial; 
enquanto que as Glândulas Paratireoides 
Superiores, a partir da Quarta Bolsa Branquial. 
 Glândulas Paratireoides Inferiores: 
formam-se a partir da diferenciação do 
Epitélio da Porção Dorsal Bulbar do 
Terceiro Par de Bolsas Faríngeas. 
Posteriormente, migram para a região do 
Pescoço, ocupando sua posição final na 
superfície dorsal da Glândula Tireoide. 
 Glândulas Paratireoides Superiores: 
formam-se a partir da diferenciação do 
Epitélio da Porção Dorsal Bulbar do Quarto 
Par de Bolsas Faríngeas. Situam-se na 
Região Dorsal da Glândula Tireoide. 
Obs.: Movimentação das Paratireoides: 
normalmente, as Glândulas Paratireoides 
Inferiores acompanham o movimento 
descendente realizado pelo Timo e, 
finalmente, assumem sua posição correta, 
situando-se inferiormente às Glândulas 
Paratireoides Superiores. A falha dessas 
estruturas em se separar resulta na 
associação atípica das Paratireoides ao Timo 
no adulto. 
As Células Principais diferenciam-se durante o 
Desenvolvimento Embrionário e são 
funcionalmente ativas na regulação do 
Metabolismo Fetal de Cálcio. As Células 
Oxífilas diferenciam-se posteriormente na 
Puberdade. 
Vitamina D (Colecalciferol) é fornecida na 
Dieta (alimentos e fármacos) e é produzida 
na Pele a partir do 7-Desidrocolesterol, em 
presença de Radiação Ultravioleta. A Vitamina 
D adquiriu status formal de “Hormônio” pois o 
Colecalciferol é inativo e deve ser, 
sucessivamente, hidroxilado até o Metabólito 
Ativo. A Hidroxilação do Colecalciferol é 
regulada por mecanismos de Feedback 
Negativo. A Vitamina D desempenha um 
papel decisivo na Absorção Intestinal de Ca+2 
e, em menor grau, na Absorção de PO4-2 
Inorgânico pelo Intestino Delgado, além de 
regular a Remodelagem Óssea e a 
Reabsorção Renal de Ca+2 e PO4-2. 
Síntese de Vitamina D:1. Na pele, existe grande quantidade de 7-
Dehidrocolesterol (precursor da Vitamina 
D presente nas Membranas 
Fosfolipídicas das Células das camadas 
mais basais da Pele) que, ao sofrer 
influência da Radiação UVB, converte-se 
em Pré-Colecalciferol (Pré-Vitamina D3); 
2. Ocorre Isomerização Espontânea na 
molécula de Pré-Colecalciferol, o qual 
passa a ser a Vitamina D3; 
3. A Vitamina D3 (Colecalciferol) entra na 
corrente sanguínea pelo auxílio de 
Proteínas Transportadoras como a 
Proteína Transportadora DBP (α-1-
Globulina), até chegar ao Fígado; 
Bianca Abreu- MD4 5 
 
4. No Fígado, o Colecalciferol sofre uma 
Reação de Hidroxilação no Carbono 
25 e é convertido em Calcidiol (25-
Hidroxivitamina D3) pela Enzima 
Hepática 25-Hidroxilase dos 
Hepatócitos. Essa etapa de 
Hidroxilação ocorre no Retículo 
Endoplasmático dos Hepatócitos e 
requer NADPH, O2 e Mg+2; 
5. A 25-Hidroxivitamina D é novamente 
transportada, através da Corrente 
Sanguínea, do fígado para os Túbulos 
Contorcidos Proximais dos Rins, onde 
sofre Hidroxilação no Carbono 1 e 
produz a 1,25-Di-Hidroxivitamina D 
(Calcitriol), que é a forma mais ativa e 
biologicamente potente da Vitamina D. 
Essa conversão é catalisa pela Enzima 
1-α-Hidroxilase e ocorre nas 
Mitocôndrias Renais. 
Curiosidade!No Rim, o 25-
Hidroxicolecalciferol passa por uma de duas 
vias de hidroxilação: pode ser Hidroxilado, na 
Posição C1, produzindo 1,25-Di-
Hidroxicolecalciferol, que é a Forma Ativa, ou 
pode ser Hidroxilado, na Posição C24, 
produzindo 24,25-Dihidroxicolecalciferol, que 
é inativo. 
 
Regulação da Síntese de Vitamina D: a 
produção do Metabólito Ativo, 1,25-Di-
Hidroxicolecalciferol, é regulada para 
alteração da atividade da Enzima 1α-
Hidroxilase. A atividade da 1α-Hidroxilase é 
aumentada por cada um dos seguintes três 
fatores: (1) diminuição da Concentração 
Plasmática de Ca+2, (2) aumento dos níveis 
circulantes de PTH e (3) diminuição da 
Concentração Plasmática de Fosfato. 
Enquanto que sua redução é estritamente 
controlada ao nível transcricional pela própria 
1,25-Di-Hidroxicolecalciferol. Esse metabólito, 
quando sintetizado nos Rins, inibe a expressão 
da 1-α-hidroxilase e estimula a expressão de 
24-Hidroxilase, reduzindo, portanto, a 
conversão de 25-Hidroxivitamina D em 
Calcitriol e estimulando sua conversão em 
metabólitos de potência reduzida. 
IMPORTANTE! Hipocalcemia e PTH: baixas 
concentrações séricas de Ca+2 estimulam 
indiretamente a expressão da Enzima 1-α-
Hidroxilase Renal ao aumentar os níveis de 
Paratormônio (PTH), o qual, por ativação da 
Proteína Gs, eleva a Expressão Gênica do 
gene Cyp1α; enquanto que um aumento do 
nível sérico de Ca+2 inibe a atividade da 1-α-
Hidroxilase diretamente por meio da ativação 
dos CaSRs no Túbulo Convoluto Proximal, 
reduzindo a expres-são gênica do gene 
Cyp1α. 
Mecanismo de Ação da Vitamina D: a 
1,25-Di-Hidroxivitamina D (Calcitriol) exerce 
suas ações principalmente se ligando ao 
Receptor Nuclear da Vitamina D (VDR), que 
constitui um dos receptores para este 
hormônio. O VDR é um Fator de Transcrição 
que, quando ativado pela ligação com o 
Calcitriol, forma um Heterodímero com o 
Receptor do Retinoide X (RXR) e, então, liga-
Bianca Abreu- MD4 6 
 
se à sequências específicas do DNA, 
denominadas Elementos de Resposta à 
Vitamina D. Assim, a principal ação do Calcitriol 
é regular a expressão de genes em seus 
Tecidos-Alvo, que incluem o Intestino 
Delgado, os Ossos, Rins e Glândulas 
Paratireoides. 
As ações genômicas da 1,25-Di-
Hidroxivitamina D, quando mediadas pelo VDR, 
ocorrem em algumas horas ou dias. O 
Calcitriol, entretanto, também possui efeitos 
rápidos que ocorrem de segundos até no 
máximo 10 minutos. Por exemplo, a 1,25-Di-
Hidroxivitamina D induz rapidamente a 
Absorção Duodenal de Ca+2, processo 
denominado Transcaltaquia. Esse mecanismo 
de ação rápida se dá porque o VDR também 
está expresso na membrana plasmática das 
Células-Alvo e está associado a vidas de 
sinalização rápida (Acoplado à Proteína Gs ou 
Gq), que ativam Canais de Ca+2 Dependentes 
de Voltagem, iniciando assim a fosforilação 
das Proteínas Quinases A e C (PKA e PKC). 
Efeitos da vitamina D 
Seu papel global é o de aumentar as 
Concentrações Plasmáticas tanto de Ca+2 
quanto de PO4-2, e, assim, aumentar o 
produto Cálcio-Fosfato, para promover a 
Mineralização Óssea. Para a ocorrência 
desses objetivos, a Vitamina D tem ações 
coordenadas no Intestino, nos Rins e nos 
Ossos. 
 Intestino Delgado: 
no Intestino Delgado, o 
Calcitriol induz a 
síntese de uma 
Proteína Dependente 
de Vitamina D, 
chamada Calbindina, 
uma Proteína 
Citoplasmática que 
tem a capacidade de 
ligar 4 íons Ca+2 a sua molécula. O Ca+2 se 
difunde do lúmen intestinal até a Célula por 
meio de seu Gradiente Eletroquímico. Na 
Célula, liga-se à Calbindina e, posteriormente, 
é bombeado através da Membrana 
Basolateral pela Ca+2 ATPase. A Calbindina 
funciona, portanto, como transportador, que 
desloca o Ca+2, através da Célula, do Lúmen 
à Circulação Sanguínea, ou pode agir como 
um Mecanismo Tampão de Ca+2 para 
manter o Ca+2 livre intracelular baixo e, assim, 
manter o Gradiente Eletroquímico na 
Membrana Luminal para a Difusão de Ca+2. 
 Rins: o Calcitriol promove ações paralelas 
àquelas intestinais nos Rins, atua, desse modo, 
estimulando a Reabsorção Renal de Ca+2 e 
PO4-2. O Paratormônio (PTH), por sua vez, 
estimula apenas a Reabsorção Renal de Ca+2, 
inibindo a de PO4-2. 
 Tecido Ósseo: nos ossos, o Colecalciferol 
age sinergicamente com o Paratormônio 
(PTH), ou seja, estimula a Atividade 
Osteoclástica. Essa ação pode parecer 
paradoxal, uma vez que a ação global do 
Colecalciferol é o de promover a 
Mineralização Óssea. No entanto, Osso 
“Velho” Mineralizado é Reabsorvido 
fornecendo mais Ca+2 e Fosfato para o LEC, 
de modo que o Osso “Novo” pode ser 
Bianca Abreu- MD4 7 
 
mineralizado (Remodelagem Óssea). Os 
efeitos sobre a Reabsorção Óssea são 
divididos em rápidos e lentos, e nenhum deles 
é exercido sobre Osteoclastos Maduros. 
Como não foram encontrados receptores 
para o Colecalciferol em Osteoclastos, o papel 
da Vitamina D na Reabsorção Óssea se dá 
por mecanismos indiretos dependentes de 
ações locais e por ações diretas sobre as 
Células Precursoras de Osteoclastos e em 
Osteoclastos. Nos Osteoblastos, o Calcitriol 
provoca o aumento da Fosfatase Alcalina, da 
síntese de Osteocalcina (estimula a 
Reabsorção Óssea), inibe a síntese de 
Colágeno do Tipo I e aumento do número 
de Receptores para o Fator de Crescimento 
Epidérmico. 
O Colecalciferol estimula a fusão e a 
diferenciação de Células Precursoras 
Hematopoiéticas de Osteoclastos, 
principalmente o CFU-GM (Fator de 
Crescimento de Colônias de Monócitos), 
presente na Medula Óssea e em 
Osteoclastos Maduros, sendo essa ação 
inteiramente depende de IL-1 e IL-6 
(estimuladas diretamente pelo Calcitriol) por 
Osteoblastos e Células do Estroma da Medula 
Óssea que possuem Receptores para a 
Vitamina D3. 
Ademais, é comprovado o efeito da Vitamina 
D em amplificar a ação do PTH, pois esse 
Hormônio Esteroide estimula a síntese de 
RANK-L pelos Osteoblastos, promovendo a 
Osteoclastogênese. 
a Remodelagem Óssea, nos adultos, envolve: 
(1) a destruição do Osso Pré-Formado com 
liberação subsequente de Ca+2 e PO4-2 ao 
sangue, além de Fragmentos Hidrolisados da 
Matriz (Osteóide); e (2) nova síntese de 
Osteóide no local de Reabsorção e a 
subsequente calcificação de Osteóide através 
do Ca+2 e PO4-2 provenientes do sangue. 
As Células envolvidas na Remodelagem 
Óssea podem ser divididas em: (1) Células que 
promovem a formação de osso (Osteoblas-
tos); e (2) Células que promovem a 
Reabsorção Óssea (Osteoclastos). As Células 
que compõem os ossos são: 
Osteoprogenitoras:dão origem aos 
osteoblastos e vem das células tronco 
mesenquimais; precursora do osteócito; são 
responsáveis pela osteogênese, seu fator de 
diferenciação é o fator de ligação central alfa 
1; ela é uma célula em repouso que pode se 
diferenciar; nos ossos em crescimento são 
células achatadas ou escamosas com núcleos 
alongados ou ovoides. 
Osteoblastos: secretam a matriz extracelular; 
podem ser referidas também como 
osteócito; precursora do osteócito; os 
osteoblastos são as células que sintetizam a 
parte orgânica (colágeno tipo 1, 
proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz 
óssea. Sintetizam também osteonectina e 
osteocalcina. Osteonectina facilita a deposição 
de cálcio e osteocalcina estimula a atividade 
dos osteoblastos. Dispõem-se sempre nas 
superfícies ósseas, lado a lado, em um arranjo 
que lembra um epitélio simples. Quando em 
intensa atividade sintética, são cuboides, com 
citoplasma muito basófilo. Em contrapartida, 
em estado pouco ativo, tornam-se achatados 
e a basofilia citoplasmática diminui. Uma vez 
aprisionado pela matriz recém-sintetizada, o 
Bianca Abreu- MD4 8 
 
osteoblasto passa a ser chamado de 
osteócito. 
Obs.: A matriz óssea recém-formada, 
adjacente aos osteoblastos ativos e que não 
está ainda calcificada, recebe o nome de 
osteoide. 
Osteócitos: são células maduras envoltas pela 
matriz óssea que é secretada pelo 
osteoblasto; responsáveis pela manutenção 
da matriz óssea e pela Mecanotransdução 
(resposta as forças mecânicas aplicadas ao 
osso); os osteócitos são as células 
encontradas no interior da matriz óssea, 
ocupando as lacunas das quais partem 
canalículos. Cada lacuna contém apenas um 
osteócito. Dentro dos canalículos os 
prolongamentos dos osteócitos estabelecem 
contatos por meio de junções comunicantes, 
por onde podem passar pequenas moléculas 
e íons de um osteócito para o outro. Os 
osteócitos são células achatadas, que exibem 
pequena quantidade de retículo 
endoplasmático granuloso, complexo de Golgi 
pouco desenvolvido e núcleo com cromatina 
condensada. Os tipos são quiescentes; 
formadores e de reabsorção. 
Matriz Orgânica: compreende a Matriz 
Extracelular, formada por Colágeno do tipo I, 
Proteoglicanos e Prote-ínas não Colagenosas. 
Essa matriz também contém Fatores de 
Crescimento e Citocinas, que desempenham 
importante papel regulador na Remodelagem 
Óssea ou na formação de novo osso. 
Matriz Inorgânica: é composta principalmente 
de Hidroxiapatita de Cálcio, que atua como 
reservatório dos íons de cálcio e fosfato e 
desempenha importante papel na 
homeostasia desses minerais. A maior parte 
do esqueleto (80%) é composta de Osso 
Cortical, encontrado principalmente nas 
Diáfises dos Ossos Longos e na superfície 
dos Ossos Planos. O osso cortical consiste em 
Osso Compacto em torno de canais centrais 
(Sistemas de Havers) que contêm Vasos 
Sanguíneos, Tecido Linfático, Nervos e 
Tecido Conectivo. 
Envolve a remoção contínua de osso 
(Reabsorção Óssea) seguida de síntese de 
nova Matriz Óssea e Mineralização 
subsequente (Formação Óssea). O 
acoplamento das funções dos Osteoblastos e 
Osteoclastos é essencial para avaliar a 
regulação hormonal da Renovação Óssea, e 
qualquer alteração. O Osteoclastos são 
estimulados hormonalmente e localmente por 
Fatores de Crescimento e Citocinas. A 
Atividade Osteoclástica induzida pelo PTH é 
mediada indiretamente pela ativação dos 
Osteoblastos. A Reabsorção Óssea pelos 
Osteoclastos consiste em múltiplas etapas, 
incluindo o Recrutamento e a Diferenciação 
dos Precursores dos Osteoclastos em 
Osteoclastos Mononucleares (Pré-
Osteoclastos), bem como a fusão dos Pré-
Osteoclastos para formar Osteoclastos 
Multinucleados Funcionais. 
Como isso ocorre? Os Osteoblastos 
expressam Fatores que induzem a 
diferenciação de Células Da Linhagem dos 
Monócitos/Macrófagos em Osteoclastos e, 
em seguida, ativam a função desses 
Osteoclastos. Os Osteoblastos liberam o Fator 
Estimulador de Colônias de Monócitos (M-
CSF), que induz os primeiros processos de 
diferenciação que levam à formação dos 
precursores dos Osteoclastos. O M-CSF 
também atua em conjunto com outro fator, 
Bianca Abreu- MD4 9 
 
o RANKL (Ligante do Receptorativador do 
NF-κB), para promover a Osteoclastogênese. 
O RANKL liga-se ao seu receptor RANK 
situado nas membranas dos Precursores dos 
Osteoclastos e induz a Osteoclastogênese. 
Esse processo envolve o agrupamento e a 
fusão de vários precursores dos Osteoclastos 
e dá origem a um único Osteoclasto 
Multinucleado. A área da membrana do 
Osteoclasto voltada para o osso adere 
intimamente a ele selando completamente a 
superfície de contato. 
Eventos: 
1. Reconhecimento de uma área precisa da 
superfície óssea e sua preparação para o 
processo de Remodelação. O início dessa 
fase é de responsabilidade de Citocinas Pró-
Inflamatórias (IL-1, IL-6, IL-11, TNF-alfa) 
produzidas pelos Osteócitos que estão 
morrendo. Isso leva ao recrutamento de 
Osteoclastos; 
2. Fixação dos Osteoclastos à superfície do 
osso, após seu recrutamento; 
3. A ligação do PTH aos Osteoblastos 
desencadeia a síntese de do FDO ou RANK-
L ou Ligante da Osteoprotegerina. O PTH 
estimula a expressão dessa proteína de 
membrana nas Células Osteoblásticas. Esse 
ligante liga-se ao receptor de FDO (Receptor 
Ativador do Fator Nuclear kB [RANK, de 
Receptor Activator of Nuclear Factor-kB]) 
expresso nos Precursores Hematopoiéticos 
dos Osteoclastos e estimula sua diferenciação 
em Osteoclastos Funcionais. Essas duas 
proteínas de superfície celular, o RANK 
expresso nas Células Precursoras dos Oste-
oclastos e seu parceiro RANKL, expresso nos 
Osteoblastos, representam os reguladores 
essenciais da formação e da função dos 
Osteoclastos; 
4. A ativação do RANKL aumenta a expressão 
de genes específicos, que levam à 
maturação dos Osteoclastos. Nesse sentido, 
quando um Precursor dos Osteoclastos entra 
em contato com um Osteoblasto, a interação 
resultante entre RANK e RANKL estimula 
esse precursor a sofrer maturação em um 
Osteoclasto totalmente diferenciado de 
Reabsorção Óssea; 
5. A Osteoprotegerina (OPG) é uma proteína 
pertencente à família do Receptor do Fator 
de Necrose Tumoral (TNF), também 
secretada pelos Osteoblastos, que atua como 
Antagonista Natural do RANKL e que, portan-
to, contribui na regulação da Reabsorção 
Óssea. Ela funciona como Fator Inibitório da 
Osteoclastogênese e atua como proteína 
“chamariz” solúvel, que se liga ao RANKL, 
impedindo sua ligação ao RANK e, dessa 
maneira, inibindo efetivamente a maturação 
dos Osteoclastos mediada pelo RANKL; 
#OBS: o Paratormônio (PTH) e os 
Glicocorticoides diminuem a produção de 
Osteoprotegerina (OPG), enquanto os 
Estrogênios aumentam sua expressão. 
6. A Reabsorção Óssea pelos Osteoclastos 
envolve a fixação dessas células à superfície 
celular por proteínas, denominadas b-
Integrinas, gerando, assim, um microambiente 
extracelular isolado entre os Osteoclastos e a 
superfície óssea que, na verdade, funciona 
como um Lisossomo; 
7. As Vesículas Intracelulares Ácidas fundem-se 
com a Marguem Pregueada da Membrana 
Celular voltada para a Matriz Óssea, sob a qual 
ocorre a Reabsorção Óssea. A Acidificação 
desse microambiente extracelular é mediada 
Bianca Abreu- MD4 10 
 
por H+ATPases recrutadas na Membrana 
Pregueada da Célula; 
8. Durante o processo de Reabsorção Óssea, 
os íons H+ gerados pela Enzima Anidrase 
Carbônica II são liberados, através da 
Membrana Plasmática, por uma bomba de 
prótons, a fim de dissolver o Mineral Ósseo. 
A redução do pH (pH= 4) no compartimento 
fechado favorece a dissolução da 
Hidroxiapatita desse mineral e propicia 
condições ideais à ação das Proteases 
Lisossomais, incluindo a Colagenase e as 
Catepsinas secretadas pelos 
Osteoclastos; 
9. Os produtos da Degradação Óssea 
(incluindo Ca+2 efosfato) são 
transportados por Endocitose pelo 
Osteoclasto e liberados na superfície 
antirreabsortiva celular, por meio de um 
processo denominado Transcitose 
(trânsito através da célula), a partir da 
qual alcançam a Circulação Sistêmica; 
#OBS: durante o processo de 
degradação óssea, Enzimas Intracelulares, 
como a Fosfatase Alcalina, também são 
liberadas no Espaço Intersticial para a 
Circulação. Clinicamente, pode-se utilizar a 
elevação dos níveis circulantes de Fosfatase 
Alcalina como marcador de aumento da 
Atividade Osteoclástica. 
10. Os Osteoblastos, finalmente, migram para a 
área que sofreu Reabsorção, agora esvaziada 
pelos Osteoclastos, e começam a depositar 
Osteóide. Alguns dos componentes do 
Osteóide promovem a sua calcificação, um 
processo que remove Ca+2 e PO4-2 do 
sangue. À medida que os Osteoblas-tos são 
circundados por osso e ficam aprisiona-dos 
dentro dele, transformam-se em Osteócitos 
que repousam no interior de pequenos 
espaços denominados Lacunas Haversianas. 
 Cortisol e metabolismo ósseo 
Os GC inibem a replicação das células da 
linhagem osteoblástica, diminuem a produção 
de pré-osteoblastos, osteoblastos e induzem 
apoptose de osteoblastos maduros e 
osteócitos. Além disso, os GC prejudicam a 
diferenciação das células do estroma para a 
linhagem de osteoblastos e diminuem a 
diferenciação terminal dos osteoblastos, com 
isso, provocando uma diminuição no número 
de osteoblastos maduros 
Os GC inibem a atividade da fosfatase alcalina, 
produção do colágeno tipo I e a síntese de 
outras proteínas ósseas, como a osteocalcina, 
que são marcadores da função dos 
osteoblastos. Adicionalmente, aumentam a 
osteoclastogênese, aumentando a expressão 
do ligante do ativador do receptor do NF-kB 
(RANK-L) e diminuindo a expressão de seu 
receptor solúvel, a osteoprotegerina, nas 
células osteoblásticas. Também aumentam a 
expressão do fator estimulador de colônias 1, 
que, na presença de RANK-L, induz 
osteoclastogênese. Assim, em vigência de 
uso crônico de GC, a diminuição do 
Bianca Abreu- MD4 11 
 
remodelamento ósseo que se desenvolve é 
devida principalmente a uma ação direta dos 
GC nos osteoblastos 
Ele também reduz a absorção intestinal de 
Ca+2 e aumenta a excreção renal de Ca+2, 
resultando em uma perda líquida de Ca+2 no 
corpo. 
 Citocinas e metabolismo ósseo 
O sistema imune também influencia a 
regulação da osteoclastogênese. O TNF-α, a 
IL-1 e a IL-6 estimulam diretamente a 
osteoclastogênese, a reabsorção óssea e a 
produção de RANKL pelos osteoblastos. Foi 
ainda provado que a IL-20 é uma citocina 
osteoclastogênica, que favorece a expressão 
do RANK nos precursores osteoclásticos e a 
de RANKL nos osteoblastos, afetando a 
função de ambos os tipos de células. 
Também o complemento, nomeadamente 
C3a e C5a, influenciam a interação 
osteoblasto-osteoclasto, particularmente num 
ambiente pró-inflamatório, como o que existe 
em diversas patologias, e parecem ainda ter 
um papel direto na osteoclastogênese, não 
dependente do RANKL ou do M-CSF. 
Também os osteoclastos e osteoblastos 
influenciam o sistema imune. Os osteoclastos 
são capazes de ativar o complemento num 
ambiente pró-inflamatório e o RANKL 
estimula a produção de IL-1 e TNF-α em 
precursores de osteoclastos. Estas 
considerações permitem por um lado ver o 
sistema imune como um alvo terapêutico nas 
patologias ósseas associadas a inflamação, 
mas é preciso também ter em conta que 
tratamentos que influenciam o sistema imune 
podem ter efeitos nefastos no metabolismo 
ósseo 
O eixo RANKL/RANK/OPG é sem dúvida o 
principal regulador da diferenciação 
osteoclástica, sendo este eixo afetado por 
muitas outros agentes. Os estimuladores da 
produção de RANKL incluem a vitamina D, a 
hormona paratireoide, o TNF-α, os 
glicocorticoides, a interleucina-1 e 11, hormonas 
da tireoide (T3 e T4), prostaglandina E2, 
lipossacáridos, fator de crescimento dos 
fibroblastos 2, histamina, fator de crescimento 
insulina-like, histamina e situações de força 
gravítica baixa. Como inibidores da produção 
do RANKL temos essencialmente os 
estrogénios e o TGF-β. 
Estrógeno e metabolismo ósseo 
Androgênios e estrogênios aumentam a 
atividade da 1α-hidroxilase, diminuem a 
reabsorção óssea e aumenta a síntese de 
OPG. 
O estrogênio estimula a proliferação dos 
osteoblastos, bem como a expressão do 
colágeno tipo I e da fosfatase alcalina. Além 
disso, ele diminui o número e a atividade dos 
osteoclastos bem como a síntese das 
citocinas que afetam a reabsorção óssea e 
estimula a absorção intestinal de cálcio, 
promovendo também aumento na sobrevida 
dos osteoblastos e a apoptose dos 
osteoclastos, o que favorece a formação 
óssea em detrimento da reabsorção. 
Os androgênios têm efeitos anabólicos e 
calciotrópicos ósseos idênticos aos 
estrogênios, embora com menor intensidade 
e ainda que alguns desses efeitos sejam 
resultantes da conversão periférica de 
androgênios em 17-β-estradiol, por ação da 
enzima aromatase. 
 
Bianca Abreu- MD4 12 
 
Peptídeo Linear com 84 aminoácidos, 
considerado como um Hormônio Calciotró-
pico. O principal sinal que estimula a secreção 
do PTH é a baixa concentração sanguínea de 
Ca+2 (Hipocalcemia), detectada por 
Receptores Sensíveis ao Ca+2 nas Células 
Principais das Paratireoides. Nas Células-Alvo, 
como os Osteoblastos, liga-se a um Receptor 
Específico para o PTH e interage com a 
Proteína Gs para ativar um Sistema de 
Segundos Mensageiros. Após a ligação, 
temos o aumento da concentração de Ca+2 
no sangue. 
Síntese do PTH: inicialmente, o PTH é 
sintetizada como um Polipeptídeo de 115 
aminoácidos, conhecido como Pré-Pró-PTH. 
Os 25 aminoácidos que constituem o 
Peptídeo Sinalizador são clivados/quebrados 
da molécula de PTH no interior do Retículo 
Endoplasmático Rugoso das Células Principais, 
ainda durante o processo de Transcrição do 
RNAm, originando o Pró-PTH. Após ser 
sintetizado e processado parcialmente, o Pró-
PTH, com 90 aminoácidos é, então, 
transportado ao Complexo de Golgi, onde 
mais 6 aminoácidos são clivados, gerando sua 
forma final com 84 aminoácidos, o Hormônio 
PTH. O Pró-PTH contém 6 aminoácidos em 
sua Extremidade Aminoterminal e apresenta 
atividade biológica desprezível, o que faz com 
que a conversão de Pró-PTH em PTH seja 
um Processo Ativador do Peptídeo Hormonal. 
Ainda dentro do Citoplasma, o Hormônio 
Ativo pode sofrer clivagem entre os 
aminoácidos 33 e 40 produzindo fragmentos 
também secretados pelas Células Principais. 
Armazenamento e Ritmo de 
Secreção: o PTH é armazenado em 
Grânulos Secretores, para liberação 
subsequente. A síntese e a liberação de PTH 
são contínuas, com cerca de 6 a 7 pulsos 
superpostos a cada hora. Quando a 
concentração sérica de Ca+2 está na faixa 
normal (10 mg/dL) ou mais alta, o PTH é 
secretado em níveis basais. Entretanto, 
quando a concentração plasmática de Ca+2 
diminui para menos de 10 mg/dL, a secreção 
de PTH é estimulada, chegando às 
intensidades máximas quando a 
concentração de Ca+2 atinge 7,5 mg/dL. 
Ressalta-se, ainda, que quanto mais rápida a 
redução do Ca+2 ionizado, maior será a 
resposta secretória do PTH. 
Metabolismo: o PTH é rapidamente 
metabolizado, sendo degradado pelos Rins e 
Fígado em Fragmentos Aminoterminais e 
Carboxiterminais. Os Fragmentos 
Aminoterminais representam 10% dos 
fragmentos circulantes de PTH, sendo uma 
parte biologicamente ativa que apresentam 
Meia-Vida biológica curta, de cerca de 4 a 20 
minutos; enquanto que os Fragmentos 
Carboxiterminais representam 80%, não 
possuindo atividade biológica e apresentando 
Meia-Vida mais longa, de cerca de 20 vezes 
mais do que a de um Fragmento 
Aminoterminal. De modo global, o Hormônio 
Intacto representa 10% dos Peptídeos 
Circulantesrelacionados com o PTH. 
Controle da Secreção de PTH: o 
principal fator que controla a secreção de 
PTH é a concentração sanguínea de Ca+2 
sob a forma ionizada. A concentração 
extracelular de Ca+2 é detectada por 
Bianca Abreu- MD4 13 
 
Receptores Sensíveis ao Ca+2 (CaSRs), 
presentes na membrana das Células 
Principais. Dessa forma, através de um 
Sistema de Feedback Negativo, o Ca+2 em 
altas concentrações extracelular inibe a 
secreção de PTH, enquanto que as baixas 
concentrações extracelulares de Ca+2 
estimulam a secreção de PTH. Assim, a via 
de sinalização que é ativada pela ligação do 
Ca+2 ao CaSR leva, no final, à inibição da 
expressão do gene e da síntese do PTH. 
Acredita-se que os Receptores Sensíveis ao 
Ca+2 (CaSRs) estejam Acoplados à Proteína 
Gq, ativando a Fosfolipase C e inibindo, ao 
mesmo tempo a Enzima Adenilato Ciclase. 
Quando a Fosfolipase C é ativada por 
Hipercalcemia –por exemplo-, ela libera os 
íons de seus compartimentos intracelulares, 
aumentando o Ca+2 intracelular e inibe a 
secreção dos Grânulos de PTH; enquanto 
isso, quando a Adenilato Ciclase é inibida, 
reduz-se a concentração intracelular de 
AMPcíclico, que constitui o principal estímulo 
para a secreção de PTH, o qual está 
presente em grandes quantidades durante 
situações de Normocalcemia e Hipocalcemia. 
Alguns Fatores Parácrinos e Endócrinos, 
secundários aos níveis de Ca+2 sérico, 
regulam diretamente a secreção de PTH por 
agir nos mecanismos de AMPc, CaSRs e 
fosfolipase C já descritos acima. Substâncias 
como a Dopamina, Prolactina, Secretina e 
PGE2, mesmo na ausência do Cálcio 
Extracelular, estimulam a secreção de PTH 
por aumento na concentração intracelular de 
AMPc, enquanto que Agonistas α-
Adrenérgicos, PGE2-α e o Ca+2 deprimem 
essa secreção por diminuição dos níveis de 
AMPcíclico. Dentre estes fatores, temos: 
Vitamina D3 (Colecalciferol): o gene do 
PTH é inibido pela Forma Ativa da Vitamina 
D, reduzindo a transcrição do gene desse 
hormônio e, portanto, a secreção de PTH. 
Esse mecanismo é reforçado por outra ação 
própria da Vitamina D, ao atuar no núcleo das 
Células Principais da Paratireoide, aumentando 
a expressão gênica dos Receptores Sensíveis 
ao Ca+2 (CaSRs) e, assim, aumentando a 
inibição da síntese de PTH; 
Cortisol: os Hormônios Glicocorticoides 
promovem a Reabsorção Óssea e a perda 
Renal de Ca+2, além de inibir a Reabsorção 
Intestinal desse íon (antagoniza as ações da 
Vitamina D), estimulando a secreção de PTH 
e causando uma condição semelhante ao 
Hiperparatiroidismo Secundário; 
Íons Magnésio (Mg+2): exerce 
importante papel na regulação da secreção 
de PTH, apresentando um comportamento 
bifásico: (1) Alta concentração de Mg+2 se 
comporta do mesmo modo que a 
Hipercalcemia Extracelular, inibindo a 
secreção de PTH; por outro lado, (2) Baixa 
concentração de Mg+2 também deprimem 
a secreção de PTH, pois este íon atua como 
cofator nas Reações Enzimáticas necessárias 
para a geração de energia nas Paratireoides, 
o que deprime a função da Glândula e, 
portanto, reduzindo a secreção de PTH; 
Íons Fosfato (Pi/ PO4-2): se os níveis 
de fosfato aumentarem a Secreção de PTH 
aumenta, em razão da redução da atividade 
da Fosfolipase A2 e pela formação do Ácido 
Araquidônico, removendo, assim o Efeito 
Inibitório sobre a secreção de PTH. As 
elevações nos níveis de PO4-2 também 
Bianca Abreu- MD4 14 
 
podem afetar a liberação de PTH 
indiretamente pela redução dos níveis 
plasmáticos de Ca+2 e pela ativação da 
Vitamina D. Por outro lado, a Hipofosfatemia 
diminui de modo acentuado o RNAm do PTH 
e os níveis plasmáticos desse hormônio; 
Estrogênio (Estradiol): o 17-β-
estradiol possui Efeitos Anabólicos e 
Calciotrópicos sobre os ossos e estimula a 
Reabsorção Intestinal de Ca+2, promovendo 
a sobrevida dos Osteoblastos e a Apoptose 
dos Osteoclastos, o que favorece a 
Formação Óssea em detrimento da 
Reabsorção Óssea. Em mulheres pós-
menopausa, a deficiência de estrogênio leva 
a uma fase inicial de perda óssea rápida que 
dura cerca de 5 anos, seguida por uma fase 
mais lenta de perda óssea que provoca 
Hipocalcemia em razão da baixa Absorção 
Intestinal de Ca+2 e da perda renal desse íon. 
Esses eventos podem desencadear um 
quadro de Hiperparatiroidismo Secundário, 
condição que exacerba a perda óssea; 
Curiosidade! Os Androgênios Gonadais e 
Adrenais têm Efeitos Anabólicos e 
Calciotrópicos ósseos idênticos aos 
Estrogênios, embora com menor intensidade 
e ainda que alguns desses efeitos sejam 
resultantes da conversão periférica de 
Androgênios em 17-β-estradiol, por ação da 
Enzima Aromatase. 
Prolactina: o excesso de Prolactina 
(Hiperprolactinemia) leva à supressão da 
secreção do Hormônio Liberador de 
Gonadotrofinas (GnRH) pelo Hipotálamo, o 
que reduz a síntese dos Hormônios Gonadais 
Estrogênios e Androgênios e, 
consequentemente, atinge indiretamente a 
secreção de PTH, elevando-a. 
Mecanismo de Ação do PTH: 
1. A Porção Aminoterminal da molécula 
de PTH se liga ao Receptor de Membrana de 
PTH (PTHrP), Acoplado à Proteína G, com 
estimulação tanto da Fosfolipase C quanto da 
Adenilato Ciclase. Esse Receptor de PTH 
possui grande homologia, em sua estrutural 
espacial e sequência de aminoácidos, com ao 
Receptores de Calcitonina, Secretina, 
Glucagon, GHRH e outros, sendo diretamente 
estimulados por essas substâncias e 
provocando Hipercalcemia; 
2. A interação do PTH com o seu 
Receptor resulta em um aumento de 
AMPcíclico, o qual ativa a Proteína Quina-se 
A (PKA), a qual fosforila proteínas 
intracelulares; outros segundos mensageiros, 
tais como o IP3 e o DAG, também são 
formados a partir da ação da Fosfolipase C 
em hidrolisar os Fosfatidilinositois da 
Membrana Celular, como o PIP2, 
promovendo aumento do Ca+2 Intracelular e 
ativação da Enzima PKC, com modificação 
final da função celular. 
Importante! Receptores: PTHR1, PTHR2 e 
PTHR3; PTHR, de Parathyroid Hormone 
Receptor), que consistem em Receptores 
Acoplados à Proteína G. Os efeitos fisiológicos 
importantes do PTH são mediados pelo 
PTHR1, enquanto a importância fisiológica do 
PTHR2 e do PTHR3 ainda não foi bem 
esclarecida. 
Ações do PTH: 
Tecido Ósseo: o PTH tem várias ações 
sobre os ossos, sendo elas diretas e indiretas. 
No Tecido Ósseo, os Receptores de PTH 
estão localizados nos Osteoblastos, e não nos 
Bianca Abreu- MD4 15 
 
Osteoclastos. Inicial e transitoriamente, o PTH 
provoca um aumento na Formação Óssea 
por meio da ação direta sobre os 
Osteoblastos (essa breve ação é a base para 
a utilização de PTH Sintético no tratamento 
de Osteoporose). Numa segunda ação, de 
longa duração, provoca-se o aumento da 
Reabsorção Óssea mediada pelos 
Osteoclastos. Essa ação sobre os 
Osteoclastos é indireta e mediada por 
Citocinas liberadas pelos Osteoclastos que, 
por sua vez, aumentam o número e a 
atividade dos Osteoclastos. 
Como isso ocorre? A ligação do PTH a seus 
Receptores nos Osteoblastos aumenta a 
produção local de RANK e diminui a secreção 
de Osteoprotegerina (OPG). Essas alterações 
então estimulam a diferenciação dos 
Osteoclastos, o que leva a maior Reabsorção 
Óssea e liberação de Ca+2 e PO4-2 no 
Líquido Extracelular; 
Rins: a Reabsorção de Ca+2 ocorre nos 
Túbulos Contorcidos Distais, já nos Túbulos 
Contorcidos Proximais ocorre principalmente 
por uma Via Paracelular, ou seja, nessa área 
não é regulada nem por hormônios nem por 
medicamentos. No Ramo Ascendente 
Espesso, o Ca+2 é absorvido por uma 
combinação das Vias Transcelular e 
Paracelular. O PTH regula o componente 
Transcelular Ativo, enquanto a Via Paracelular 
Passiva é determinada pela extensão da 
Reabsorção concomitante de sódio. 
Além disso, o PTH tem duas ações sobre os 
Rins: (1) inibe a Reabsorção de PO4-2 através 
da inibição do Cotransportador de Na+-
Fosfato na MembranaLuminal das Células do 
Túbulo Contorcido Proximal, promovendo, 
dessa forma, Fosfatúria, ou seja, aumento da 
Excreção Renal de PO4-2, mecanismo 
denominado Ação Fosfatúrica do PTH. A 
excreção de PO4-2 possibilita o aumento da 
concentração plasmática de Ca+2 ionizado. 
(2) estimula a Reabsorção de Ca+2 nos 
Túbulos Contorcidos Distais e complementa 
o aumento da concentração plasmática de 
Ca+2 que resultou da combinação da 
Reabsorção Óssea com a Fosfatúria. 
Curiosidade! Nos Túbulos Contorcidos Distais, 
a absorção de Ca+2 é totalmente 
Transcelular e regulada pelo PTH, pela 
Vitamina D e pela Calcitonina; também pode 
ser afetada por fármacos poupadores de 
Ca+2, como os Diuréticos Tiazídicos. O PTH 
estimula a inserção e a abertura do Canal de 
Ca+2 Apical, facilitando a entrada de Ca+2 no 
interior celular. 
No interior da Célula Epitelial Tubular, o Ca+2 
liga-se à Calbindina-D28K e, a seguir, difunde-
se através da Membrana Basolateral. A 
Calbindina-D28K é uma proteína de ligação 
do cálcio dependente de vitamina D, 
encontrada no Citosol das Células que 
revestem a Parte Distal do Néfron. A 
Calbindina facilita a difusão Citosólica do Ca+2 
dos locais de Influxo Apical para os de Efluxo 
Basolateral. Acredita-se que ela atue como 
Proteína de Transporte ou como Tampão 
para impedir uma elevação excessiva dos 
níveis de Ca+2 no Citosol. O transporte do 
Ca+2 da Célula ao Espaço Intersticial é 
mediado por um Trocador Na+Ca+2 e por 
uma Ca+2-Adenosina-Trifosfatase. 
Intestino Delgado: o PTH não possui 
ações diretas sobre o Intestino Delgado, mas, 
indiretamente, estimula a Absorção Intestinal 
de Ca+2 pela ativação da Vitamina D. O PTH 
estimula a 1α-Hidroxilase Renal, a Enzima que 
converte 25Hidroxicolecalciferol à forma 
Bianca Abreu- MD4 16 
 
ativa, 1,25-Di-Didroxicolecalciferol, que, por sua 
vez, estimula a Absorção Intestinal de Ca+2. 
Ocorre em duas formas principais, a Primária 
e a Secundária, e, menos comumente, como 
Hiperparatireoidismo Terciário. A primeira 
condição representa uma Produção 
Excessiva Autônoma e Espontânea de PTH, 
enquanto as duas últimas ocorrem como 
Fenômeno Secundário em pacientes com 
Insuficiência Renal Crônica. 
 Hiperparatiroidismo Primário: 
é um Distúrbio Endócrino comum e 
constitui importante causa de 
Hipercalcemia. É mais comumente 
causado por Adenomas da Paratireoide 
(85% a 95% dos casos), que secretam 
quantidades excessivas de PTH, seguido 
por Hiperplasia Primária, sendo Nodular ou 
Difusa (5% a 10% dos casos) e, em 1% dos 
casos, derivada de Carcinoma 
Paratireoideano. As consequências dessa 
condição são: aumento dos níveis 
circulantes de PTH, Hipercalcemia e 
Hipofosfatemia. A Hipercalcemia é 
derivada do aumento da Reabsorção 
Óssea, da Reabsorção Renal de Ca+2 e da 
Absorção Intestinal de Ca+2. A 
Hipofosfatemia resulta da diminuição da 
Reabsorção Renal de PO4-2 e da 
Fosfatúria. 
Diz-se que as pessoas com 
Hiperparatireoidismo Primário têm “Cálculos 
Renais”, “Ossos Doloridos”, “Gemidos 
Gastrointestinais” e “Lamentos Psíquicos” - 
sendo os Cálculos Renais decorrentes de 
Hipercalciúria, Ossos Doloridos decorrentes 
do aumento da Reabsorção Óssea 
(Osteoporose) ou da Osteíte Fibrose Cística 
–deposição de Tecido Fibroso na Medula 
Óssea-; Gemidos decorrentes da Obstipação, 
Náusea, Úlceras Pépticas, Pancreatite e 
Cálculos Biliares; e Lamentos Psíquicos 
derivados de alterações do Sistema Nervoso 
Central, incluindo Depressão, Letargia e 
Convulsões. O tratamento do 
Hiperparatireoidismo Primário, em geral, é a 
Paratireoidectomia (Remoção Cirúrgica das 
Glândulas Paratireoides). 
Correlação Clínica: 
Hipercalciúria e Litíase Renal: a presença de 
Hipercalciúria pode parecer surpreendente, 
uma vez que o efeito do PTH sobre o Túbulo 
Renal é de aumentar a Reabsorção de Ca+2, 
diminuindo, portanto, a Excreção Renal de 
Ca+2. Entretanto, a alta concentração 
plasmática de Ca+2 (Hipercalcemia) resulta 
em alta carga filtrada de Ca+2, o que supera 
a capacidade de Reabsorção do Néfron, logo, 
o Ca+2 que não é Reabsorvido é eliminado na 
Urina. A Litíase Renal, então, resulta da 
possibilidade do Ca+2 se precipitar sob a 
forma de Oxalato de Cálcio ou Fosfato de 
Cálcio. 
 Hiperparatiroidismo Secundário: é 
provocado por qualquer condição 
associada a uma Depressão Crônica do 
nível sérico de Ca+2, uma vez que a 
Hipocalcemia constitui um fator 
importante para a Hiperatividade 
Compensatória das Paratireoides. A 
Insuficiência Renal é, de longe, a causa 
Bianca Abreu- MD4 17 
 
mais comum de Hiperparatiroidismo 
Secundário. A Insuficiência Renal Crônica 
está associada a uma redução da 
Excreção de PO4-2, o que, por sua vez, 
resulta em Hiperfosfatemia. Os níveis 
séricos elevados de Fosfato deprimem 
diretamente os níveis séricos de Cálcio, 
estimulando, assim, a atividade da Glândula 
Tireoide. Além disso, a perda da Massa 
Renal reduz a disponibilidade da Enzima a1-
Hidroxilase, necessária para a síntese de 
forma ativa da Vitamina D, o que, por sua 
vez, reduz a Absorção Intestinal de Ca+2. 
Curiosidade! Balanço de Fosfato na IRC: para 
agravar ainda mais a situação, os pacientes 
portadores de IRC e, especialmente aqueles 
dependente de Diálise Crônica apresentam 
grande retenção de Fosfato, pois a Taxa de 
Excreção desse íon é proporcional ao Ritmo 
de Filtração Glomerular e, também, porque a 
sua Absorção Intestinal é muito menos 
dependente de Vitamina D do que a de Ca+2. 
A elevação dos Níveis Séricos de Fosfato 
aumenta o produto Fosfato de Cálcio 
[Ca3(PO4)2)] acima do nível crítico de 
70mg/dL, o que provoca uma queda na 
concentração de Ca+2 livre, estimulando, 
ainda mais, a Secreção de PTH e agravando 
o Hiperparatiroidismo. 
 É uma Disfunção Endócrina bem menos 
comum que o Hiperparatiroidismo. 
As principais causas de Hipoparatireoidismo 
são: (1) Hipoparatiroidismo Cirurgicamente 
Induzido –consiste na remoção cirúrgica 
inadvertida das Paratireoides durante a 
Tireoidectomia ou outras dissecações 
cirúrgicas no Pescoço-; (2) Ausência 
Congênita -ocorre em conjunção com a 
Aplasia do Timo (síndrome de Di George) e 
Defeitos Cardíacos Secundários a Deleções 
no Cromossomo 22q11; e (3) 
Hipoparatiroidismo Autoimune, é uma 
síndrome de Deficiência Poliglandular 
Hereditária proveniente de Autoanticorpos 
contra múltiplos Órgãos Endócrinos 
(Paratireoides, Tireoide, Suprarrenais e 
Pâncreas), sendo as duas últimas menos 
comuns. 
Nessa condição, a concentração sérica de 
PO4-2 está aumentada; enquanto a de Ca+2 
está diminuída. Além disso, ocorrem baixos 
níveis circulantes de PTH. A Hipocalcemia 
resulta da diminuição da Reabsorção Óssea, 
da diminuição da Reabsorção Renal de Ca+2 
e da diminuição da Absorção Intestinal de 
Ca+2. A Hiperfosfatemia resulta do aumento 
da Reabsorção de Fosfato. Esse distúrbio, 
geralmente, é tratado com a combinação de 
suplemento oral de Ca+2 e a forma ativa da 
Vitamina D, 1,25-dihidroxicolecalciferol. Como 
consequência, os ossos se tornam mais 
densos e mineralizados, o paciente pode 
apresentar Tetania, Câimbras, Espasmos, etc. 
Correlação Clínica 1- Sinal de Chvostek: 
consiste na presença de Espasmos dos 
Músculos Faciais em resposta à percussão do 
Nervo Facial na Região Zigomática. É 
indicativo de Tetania, observado na 
Hipocalcemia. 
Correlação Clínica 2- Sinal de Trousseau: 
consiste no Espasmo Carpopédico, 
manifestado pela Flexão dos Punhos e das 
Articulações Metacarpofalangeanas, que 
ocorre quando ocorre a insuflação do 
manguito para a aferição da Pressão Arterial. 
Bianca Abreu- MD4 18 
 
Hormônio Peptídico de Cadeia Linear com 32 
aminoácidos produzido pelas Células 
Parafoliculares ou também chamadas Células 
C da Glândula Tireoide, embora 
imunorreatividade para a Calcitonina possa ser 
observada, também, em outros tecidos, 
como: Pulmão, Timo, Adrenaise Sistema 
Nervoso Central. Isso explica o fato de ainda 
se encontrar níveis circulantes de Calcitonina 
em indivíduos Tireoidectomizados. As suas 
ações são opostas às do Paratormônio (PTH). 
A Calcitonina é importante durante o 
crescimento na Infância, quando uma 
Deposição Óssea líquida é necessária, e 
durante a Gestação e a Lactação, quando o 
corpo da mãe precisa de suprimento de Ca+2 
para ela e para o seu filho.
Síntese de Calcitonina: é sintetizada, 
inicialmente, sob a forma de um Pré-Pró-
Hormônio e, em seguida, sofre um 
processamento enzimático no Retículo 
Endoplasmático Rugoso, com a liberação de 
Fragmentos Carboxi e Aminoterminais, 
originando o Pró-Hormônio. Em seguida, é 
modificada no Complexo de Golgi gerando a 
forma madura de 32 aminoácidos, o 
Hormônio Final. A Calcitonina, por sua vez, é 
empacotada em Grânulos Citoplasmáticos 
Secretórios para posterior liberação. Sua 
síntese é determinada a partir do gene 
localizado no Cromossomo 11. 
Controle da Secreção de Calcitonina: o 
principal estímulo para a secreção de 
Calcitonina é a elevação aguda da Calcemia. 
Quando os níveis de Ca+2 se elevam 
agudamente no sangue, ocorre elevação 
proporcional das concentrações de 
Calcitonina circulantes. Esta é a base do teste 
de estímulo utilizada na prática clínica para a 
detecção do Carcinoma de Células C, 
denominado Carcinoma Medular de Tireoide. 
Além desse, outras duas vi-as estão 
envolvidas com o controle da secreção 
aguda de Calcitonina, totalizando, então, três 
vias: 
 Hipercalcemia: as Células Parafoliculares 
da Tireoide são sensíveis a pequenas 
variações da concentração de Ca+2 sérica, 
mesmo que dentro dos limites fisiológicos, 
que são transmitidas ao interior das células 
através de Canais de Ca+2 Dependentes 
de Voltagem, bem como pelo aumento 
do K+ extracelular, ambos acarretando em 
Despolarização da Célula Parafolicular e 
consequente Exocitose dos Grânulos de 
Calcitonina. 
 AMPcíclico: alguns Peptídeos 
Secretagogos (Glucagon, GHRH, 
Histamina, PGE2, Gastrina, etc.) ou 
Contrarreguladores (como a 
Somatostatina), ligam-se a Receptores 
presentes na membrana das Células C, 
Acoplados à Proteína Gs, aumentando ou 
diminuindo os níveis de AMPcíclico 
intracelular, por meio da ativação da 
Enzima Adenilato Ciclase. A geração de 
AMPcíclico causa a ativação da Proteína 
Quinase A (PKA), a qual aumenta a 
Exocitose dos grânulos de Calcitonina e 
atua no Núcleo Celular, aumentando a 
expressão do gene da Calcitonina e de 
seu RNAm específico; 
 Metabolismo de Fosfatidilinositois: a 
terceira e última via da secreção e síntese 
de Calcitonina se faz por meio do 
Metabolismo de Fosfatidilinositois 
Bianca Abreu- MD4 19 
 
presentes na Membrana Celular. O PIP2, 
principal Fosfatidilinositol, localiza-se na 
membrana das Células C e, sob ação da 
Fosfolipase C, ativada a partir de um 
Receptor Acoplado à Proteína Gq, é 
hidrolisado em IP3 e DAG. O DAG, por sua 
vez, ativa a Proteína Quinase C (PKC) 
presente no Citoplasma, desencadeando 
uma série de reações que culminam no 
aumento da secreção de Peptídeos e 
efeitos sobre a Proliferação Celular. O IP3, 
por outro lado, promove o aumento dos 
níveis citoplasmáticos de Ca+2 a partir dos 
Compartimentos Intracelulares, levando à 
Fosforilação de Proteínas por Quinases 
Proteicas Dependentes de Ca+2, causando 
a Exocitose dos Grânulos de Calcitonina. 
Ações da Calcitonina: o principal efeito 
da Calcitonina é o de reduzir os níveis 
circulantes de Ca+2 e PO4-2, o que se dá, 
principalmente, por uma inibição da saída 
destes minerais do Tecido Ósseo. As ações 
biológicas da Calcitonina se fazem por meio 
da ligação desta aos seus Receptores 
Específicos Acoplados à Proteína Gs nas 
Células-Alvo, que ativa a Enzima Adenilato 
Ciclase e, assim, aumenta os níveis 
intracelulares de AMPcíclico. 
 Tecido Ósseo: no Tecido Ósseo, os 
Receptores de Calcitonina estão presentes 
nos Osteoclastos e em Células do Estroma 
da Medula Óssea, inibindo a Reabsorção 
Óssea e induzindo a modificações na 
morfologia dos Osteoclastos, reduzindo sua 
característica de Borda em Escova 
necessária para a Atividade Osteoclástica. 
Todas as alterações induzidas pelo PTH ou 
outros agentes (Prostaglandinas, Vitamina D, 
AMPc, etc.), tais como: mudanças da 
Atividade Lisossômica, liberação de minerais 
e degradação do Colágeno, são abolidas na 
presença de Calcitonina. Entretanto, é 
comprovado o aparecimento de um 
Fenômeno de Escape/Resistência dos 
Osteoclastos e Células Do Estroma Medular 
em relação às ações da Calcitonina, atribuído 
a uma Regulação para Baixo/Down Regulation 
de Receptores que diminui sua sensibilidade 
ao Hormônio, acompanhado do 
desenvolvimento de linhagens de 
Osteoclastos resistentes à sua ação. 
 Rins: Receptores Específicos de Calcitonina 
também são expressos nos Rins, 
especificamente no Segmento Ascendente 
da Alça de Henle, no Trecho Final do Túbulo 
Contorcido Distal e na Porção Cortical do 
Ducto Coletor. A ativação desses Receptores 
provoca a elevação dos níveis de AMPcíclico 
por meio da Enzima Adenilato Ciclase Renal. 
As ações biológicas da Calcitonina nos Rins 
ainda permanecem desconhecidas, pois de 
um lado esse Hormônio possui a capacidade 
de estimular a Enzima 1-α-Hidroxilase, 
aumentando a produção de 1,25-Di-
Hidroxivitamina D (que aumenta a Absorção 
Intestinal de Ca+2, estimulando ainda mais a 
secreção de Calcitonina); por outro lado, 
ocorre uma ação supressiva do Calcitriol 
sobre a síntese de Calcitonina, atuando direta-
mente sobre as Células C. 
Correlação Clínica- Doença de Paget: o 
Receptor da Calcitonina está intimamente 
relacionado ao Receptor do PTH/PTHrP. Mas, 
diferentemente do Receptor do PTH/PTHrP, 
o Receptor da Calcitonina está expresso nos 
Oste-oclastos. A Calcitonina age rápida e 
diretamente sobre os Osteoclastos 
interrompendo a Reabsorção Óssea. A 
Doença de Paget é caracterizada por uma 
Renovação Óssea excessiva regida por 
Osteoclastos grandes e bizarros. 
Bianca Abreu- MD4 20

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