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Bianca Abreu- MD4 1 
 
 
1. Descrever embriologia, anatomia, 
histologia, vascularização, inervação das 
adrenais 
2. Sobre o cortisol: 
2.1 Eixo 
2.2 Síntese 
2.3 Composição 
2.4 Transporte 
2.5 Armazenamento 
2.6 Secreção 
2.7 Mecanismo de ação 
2.8 Regulação (sexuais, catecolaminas, 
T3/T4, GH, PTH....) 
2.9 Efeitos biológicos 
2.9.1 Relacionar com estresse agudo e 
crônico 
2.9.2 Explicar a lipogênese central e 
lipólise periférica 
2.9.3 Diferencias os efeitos anti-
inflamatório, imunodepressor e 
imunossupressor e quando eles 
ocorrem 
2.9.4 Efeito no osso, crescimento, na pele 
e anexos..... 
2.10 Conceituar alostase 
2.11 Diferenciar as alterações dos níveis de 
cortisol (Cushing, Addison, Hiperplasia 
adrenal congênita) 
2.12 Diferenciar doença de Cushing de 
síndrome de Cushing 
2.13 Por que deve ser feito o desmame dos 
corticoides? 
2.14 Qual o impacto do uso prolongado de 
corticoides? 
3. Sobre as catecolaminas 
3.1 Eixo 
3.2 Síntese 
3.3 Composição 
3.4 Transporte 
3.5 Armazenamento 
3.6 Secreção 
3.7 Mecanismo de ação 
3.8 Regulação 
3.9 Efeitos biológicos 
3.10 Relacionar com estresse 
3.11 Qual impacto do uso prolongado das 
catecolaminas? 
3.12 Explicar a teoria do “botão vermelho” 
4. Explicar os sintomas da paciente 
estressada (redução de libido, queda de 
cabelo, ganho de peso, irregularidade 
menstrual, acne, aumento da PA, 
hiperglicemia e instabilidade emocional) A 
paciente tem um quadro de 
hipercortisolismo. 
 
 
 
 
 
 
 
Bianca Abreu- MD4 2 
 
 
A glândula suprarrenal (adrenal) se desenvolve de 
dois componentes: (1) uma porção mesodérmica, 
que forma o córtex; e (2) uma porção 
ectodérmica, que forma a medula. 
Durante a quinta semana do desenvolvimento, as 
células mesoteliais entre a raiz do mesentério e a 
gônada em desenvolvimento começam a 
proliferar e penetram o mesênquima subjacente 
Nesse ponto, elas se diferenciam em grandes 
células acidófilas, que formam o córtex fetal, ou 
córtex primitivo, da glândula suprarrenal. Um 
pouco depois disso, uma segunda onda de células 
do mesotélio penetra o mesênquima e envolve a 
massa celular acidófila original. Essas células, 
menores que as da primeira onda, formam mais 
tarde o córtex definitivo da glândula 
Essas são células que produzem esteroide e no 
segundo trimestre começam a secretar 
desidroepiandrosterona (DHEA), que é convertida 
em estrógeno pela placenta. 
Logo após o nascimento, o córtex fetal regressa 
rapidamente, enquanto as células restantes se 
diferenciam em três camadas definitivas do 
córtex: a zona glomerulosa, a zona fasciculada e 
a zona reticular 
O córtex secreta basicamente cortisol, 
aldosterona e andrógenos. Enquanto o córtex 
fetal está sendo formado, as células da crista 
neural invadem sua região medial, onde ficam 
arranjadas em cordões e grupos para formar a 
medula da glândula 
Os sinais que regulam a migração dessas células 
e sua especificação para a medula adrenal 
emanam da aorta dorsal e incluem BMPs. Quando 
diferenciadas, essas células adquirem uma 
coloração amarelo-amarronzada quando coradas 
com sais de cromo e são chamadas, portanto, de 
células cromafins. Essas células representam 
neurônios simpáticos pós-ganglionares 
modificados que são inervados por fibras 
simpáticas e, quando estimuladas, produzem 
epinefrina (adrenalina) e norepinefrina 
(noradrenalina), que são liberadas diretamente na 
corrente sanguínea. Durante a vida embrionária, 
as células cromafins estão amplamente 
espalhadas por todo o embrião, mas, no adulto, o 
único grupo que persiste se encontra na medula 
suprarrenal. 
As glândulas suprarrenais, de cor amarelada em 
pessoas vivas, estão localizadas entre as faces 
superomedial dos rins e o diafragma, onde são 
circundadas por tecido conjuntivo contendo 
considerável cápsula adiposa. 
As glândulas suprarrenais são revestidas por 
fáscia renal, pelas quais estão fixadas aos pilares 
do diafragma. Embora o nome “suprarrenal” 
sugira que os rins são a relação primária, a 
principal fixação das glândulas é aos pilares do 
diafragma. Elas são separadas dos rins por um 
septo fino (parte da fáscia renal 
O formato e as relações das glândulas 
suprarrenais são diferentes nos dois lados. A 
glândula direita piramidal é mais apical (situada 
sobre o polo superior) em relação ao rim 
esquerdo, situa-se anterolateralmente ao pilar 
direito do diafragma e faz contato com a VCI 
anteromedialmente e o fígado antero-
lateralmente. A glândula esquerda em formato de 
crescente é medial à metade superior do rim 
esquerdo e tem relação com o baço, o 
estômago, o pâncreas e o pilar esquerdo do 
diafragma. 
Bianca Abreu- MD4 3 
 
Cada glândula tem um hilo, pelo qual as veias e 
vasos linfáticos saem da glândula, ao passo que as 
artérias e nervos entram nas glândulas em 
diversos locais. As margens mediais das glândulas 
suprarrenais estão distantes 4 a 5 cm. Nessa área, 
da direita para a esquerda, estão a VCI, o pilar 
direito do diafragma, o gânglio celíaco, o tronco 
celíaco, a AMS e o pilar esquerdo do diafragma. 
 
A função endócrina das glândulas suprarrenais 
torna necessária sua abundante irrigação. As 
artérias suprarrenais ramificam-se livremente 
antes de entrarem em cada glândula, de modo 
que 50 a 60 artérias penetram a cápsula que 
cobre toda a superfície das glândulas. 
As artérias suprarrenais têm três origens: 
 Artérias suprarrenais superiores (6 a 8) das 
artérias frênicas inferiores 
 Artérias suprarrenais médias (≤ 1) da parte 
abdominal da aorta, perto do nível de origem 
da AMS 
 Artérias suprarrenais inferiores (≤ 1) das 
artérias renais. 
A drenagem venosa das glândulas suprarrenais se 
faz para veias suprarrenais calibrosas. A veia 
suprarrenal direita curta drena para a VCI, 
enquanto a veia suprarrenal esquerda, mais longa, 
que frequentemente se une à veia frênica 
inferior, drena para a veia renal esquerda. 
Na cápsula, as artérias ramificam-se para dar 
origem a três padrões principais de distribuição 
sanguíneal. Os vasos formam um sistema que 
consiste em: 
 Capilares capsulares que suprem a 
cápsula. 
 Capilares sinusoides corticais fenestrados 
que suprem o córtex e, em seguida, 
drenam para os sinusoides capilares 
medulares fenestrados. 
 Arteríolas medulares que atravessam o 
córtex, seguindo um curso dentro das 
trabéculas, e trazem sangue arterial para 
os sinusoides capilares medulares 
A medula, portanto, tem um suprimento 
sanguíneo duplo: sangue arterial proveniente das 
arteríolas medulares e sangue “venoso” 
proveniente dos capilares sinusoidais corticais que 
já supriram o córtex. 
As vênulas que se originam dos sinusoides 
corticais e medulares drenam nas pequenas veias 
coletoras adrenomedulares que se unem para 
formar a grande veia adrenomedular central, que, 
em seguida, drena diretamente para a veia cava 
inferior no lado direito e para a veia renal 
esquerda no lado esquerdo. 
Nos seres humanos, a veia adrenomedular central 
e suas tributárias são incomuns, uma vez que elas 
têm uma túnica média contendo feixes evidentes 
de células musculares lisas dispostos 
longitudinalmente. A contração sincronizada dos 
feixes longitudinais dos músculos lisos ao longo da 
Bianca Abreu- MD4 4 
 
veia adrenomedular central e de suas tributárias 
faz com que o volume da glândula suprarrenal 
diminua. 
Essa diminuição de volume aumenta o efluxo de 
hormônios da medula da suprarrenal para a 
circulação, uma ação comparável a espremer 
uma esponja molhada. 
Os vasos linfáticos estão presentes na cápsula e 
no tecido conjuntivo ao redor dos vasos 
sanguíneos maiores da glândula. Os vasos 
linfáticos também são demonstrados no 
parênquima da medula da suprarrenal. Estudos 
fisiológicos recentes indicam um papel importante 
dos vasos linfáticos na distribuição de produtos 
secretóriosde alto peso molecular das células 
cromafins, como a cromogranina A, na circulação. 
A rica inervação das glândulas suprarrenais 
provém do plexo celíaco e dos nervos 
esplâncnicos abdominopélvicos (maior, menor e 
imo). As fibras simpáticas pré-ganglionares 
mielínicas — derivadas principalmente do núcleo 
intermediolateral (IML), ou corno lateral, da 
substância cinzenta dos segmentos medulares 
T10–L1 — atravessam os gânglios paravertebrais 
e pré-vertebrais, sem fazer sinapse, e são 
distribuídas para as células cromafins na medula 
suprarrenal 
 
O tecido parenquimatoso secretor ocorre em 
duas regiões distintas 
 O córtex é a porção secretora de esteroide. 
Ele se situa abaixo da cápsula e constitui quase 
90% do peso da glândula. 
 A medula é a porção secretora de 
catecolaminas. Ela se situa profundamente ao 
córtex e forma o centro da glândula. 
As células cromafins localizadas na medula da 
suprarrenal são inervadas pelos neurônios 
simpáticos présinápticos. 
A porção central da glândula suprarrenal, a 
medula, é composta de um parênquima de 
grandes células epitelioides, de coloração pálida, 
denominadas células cromafins (células 
medulares), tecido conjuntivo, vários capilares 
sanguíneos sinusoidais e nervos. 
As células cromafins são, com efeito, neurônios 
modificados.. Numerosas fibras nervosas 
simpáticas pré-sinápticas mielinizadas passam 
diretamente até as células cromafins da medula. 
Quando os impulsos nervosos transportados pelas 
fibras simpáticas alcançam as células cromafins 
secretoras de catecolamina, elas liberam seus 
produtos secretórios. Consequentemente, as 
células cromafins são consideradas o equivalente 
dos neurônios pós-sinápticos. Entretanto, elas não 
contam com prolongamentos axônicos. 
Consequentemente, as células cromafins 
assemelham-se mais intimamente às células 
endócrinas típicas já que seus produtos 
secretórios entram na corrente sanguínea 
através dos capilares fenestrados. 
As células ganglionares também estão presentes 
na medula. Seus axônios estendem-se 
Bianca Abreu- MD4 5 
 
perifericamente até o parênquima do córtex da 
suprarrenal para modular sua atividade secretora 
e inervar os vasos sanguíneos, e se estendem 
para fora da glândula até os nervos esplâncnicos 
que inervam os órgãos abdominais. 
As células cromafins da medula da suprarrenal 
têm uma função secretora. 
As células cromafins estão organizadas em 
agrupamentos ovoides e em cordões 
interconectantes curtos. Os capilares sanguíneos 
estão dispostos em íntima relação com o 
parênquima. Eles se originam quer dos capilares 
corticais ou como ramificações das arteríolas 
corticais. 
Ultraestruturalmente, as células cromafins são 
caracterizadas por numerosas vesículas 
secretoras com diâmetros entre 100 e 300 nm, 
perfis de RER e um aparelho de Golgi bem 
desenvolvido. O material secretório nas vesículas 
pode ser corado especificamente para 
demonstrar, histoquimicamente, que as 
catecolaminas epinefrina e norepinefrina 
secretadas pelas células cromafins são produzidas 
por tipos celulares diferentes 
O MET também revela duas populações de 
células cromafins distinguidas pela natureza de 
suas vesículas limitadas por membrana: 
 Uma população de células contém apenas 
grandes vesículas com uma porção central 
densa. Essas células secretam norepinefrina. 
 A outra população de células contém 
vesículas que são menores, mais 
homogêneas e menos densas. Essas células 
secretam epinefrina. 
A exocitose das vesículas secretoras é 
desencadeada pela liberação de acetilcolina pelos 
axônios simpáticos pré-sinápticos que fazem 
sinapse com cada célula cromafim. 
Os glicocorticoides secretados no córtex induzem 
a conversão de norepinefrina em epinefrina nas 
células cromafins. Os glicocorticoides produzidos 
no córtex da suprarrenal alcançam a medula 
diretamente através da continuidade dos capilares 
sinusoidais corticais e medulares. Eles induzem a 
enzima que catalisa a metilação da norepinefrina 
a produzir epinefrina. 
A natureza do fluxo sanguíneo correlaciona-se 
com diferenças regionais na distribuição das 
células cromafins contendo norepinefrina e 
epinefrina. Essas células contendo epinefrina são 
mais numerosas em áreas da medula supridas 
com sangue que já passou pelos sinusoides 
corticais e, portanto, contém glicocorticoides 
secretados. 
As catecolaminas, em conjunto com os 
glicocorticoides, preparam o corpo para a 
resposta de “luta ou fuga”. 
 O córtex da suprarrenal é dividido em três zonas 
com base no arranjo de suas células: 
 Zona glomerular, a zona externa estreita que 
constitui até 15% do volume cortical 
 Zona fasciculada, a zona média espessa que 
constitui quase 80% do volume cortical 
 Zona reticular, a zona interna que constitui 
apenas 5% a 7% do volume cortical, porém 
é mais espessa que a zona glomerular devido 
a sua localização mais central 
As células da zona glomerular estão arranjadas 
em agrupamentos ovoides firmemente 
acondicionados e em colunas encurvadas que são 
contínuas com os cordões celulares na zona 
fasciculada. 
As células da zona glomerular são relativamente 
pequenas e colunares ou piramidais. Seus núcleos 
esféricos aparecem densamente dispostos e se 
coram intensamente. 
Bianca Abreu- MD4 6 
 
Uma rica rede de capilares sinusoidais fenestrados 
circunda cada agrupamento celular. As células têm 
retículo endoplasmático liso (REL) em abundância, 
múltiplos complexos de Golgi, mitocôndrias 
grandes com cristas semelhantes a prateleiras, 
ribossomos livres e algum RER. As gotículas 
lipídicas são esparsas. 
A zona glomerular secreta aldosterona, que 
funciona no controle da pressão arterial. As células 
da zona glomerular secretam mineralocorticoides, 
compostos que funcionam na regulação da 
homeostase do sódio e do potássio e no equilíbrio 
hídrico. 
A principal secreção, a aldosterona, age sobre os 
túbulos distais do néfron no rim, na mucosa 
gástrica e nas glândulas salivares e sudoríparas 
para estimular a reabsorção de sódio nesses 
locais, bem como estimular a excreção de 
potássio pelos rins. 
As células da zona fasciculada são grandes e 
poliédricas. Elas estão dispostas em longos 
cordões retos, com uma ou duas células de 
espessura, e estão separadas pelos capilares 
sinusoidais. As células da zona fasciculada têm um 
núcleo esférico levemente corado. As células 
binucleadas são comuns nessa zona. Estudos com 
o MET revelam características típicas das células 
secretoras de esteroides, isto é, um RER 
altamente desenvolvido (mais do que as células da 
zona glomerular) e mitocôndrias com cristas 
tubulares. 
Elas também têm um aparelho de Golgi bem 
desenvolvido e numerosos perfis de RER que 
podem conferir uma ligeira basofilia a algumas 
partes do citoplasma. Entretanto, em geral, o 
citoplasma é acidofílico e contém numerosas 
gotículas lipídicas, o que são denominados os 
espongiócitos, apesar de habitualmente parecer 
vacuolado nos cortes histológicos de rotina devido 
à extração de lipídios durante a desidratação. As 
gotículas lipídicas contêm gorduras neutras, 
ácidos graxos, colesterol e fosfolipídios que são 
precursores dos hormônios esteroides 
secretados por essas células. 
A principal secreção da zona fasciculada é 
constituída de glicocorticoides que regulam o 
metabolismo da glicose e dos ácidos graxos. 
A zona fasciculada secreta glicocorticoides, assim 
denominados por causa de seu papel na 
regulação da gliconeogênese (síntese de glicose) 
e da glicogênese (polimerização do glicogênio). 
Um dos glicocorticoides secretados pela zona 
fasciculada, o cortisol age sobre muitas células e 
tecidos diferentes para aumentar a disponibilidade 
metabólica da glicose e dos ácidos graxos, ambos 
os quais são fontes imediatas de energia 
A secreção e a produção de glicocorticoides e 
dos esteroides sexuaispela zona fasciculada estão 
sob controle por retroalimentação do sistema 
CRH-ACTH. O ACTH é necessário para o 
crescimento e manutenção celulares e também 
estimula a síntese de esteroide e aumenta o fluxo 
sanguíneo através da glândula suprarrenal. O 
ACTH exógeno mantém a estrutura e a função 
na zona fasciculada após hipofisectomia 
A zona reticular produz glicocorticoides e 
androgênio. As células da zona reticular são 
notadamente menores que aquelas da zona 
fasciculada, e seus núcleos são mais 
profundamente corados. 
Eles são dispostos em cordões anastomosantes 
separados por capilares fenestrados. As células 
têm uma quantidade relativamente pequena de 
gotículas lipídicas. São observadas células tanto 
claras quanto escuras. As células escuras têm 
grandes grânulos de pigmento lipofuscina 
abundantes, e núcleos profundamente corados 
são evidentes. 
As células dessa zona são pequenas porque têm 
menos citoplasma que as células da zona 
Bianca Abreu- MD4 7 
 
fasciculada; portanto, o núcleo aparece mais 
densamente disposto. Elas exibem características 
de células secretoras de esteroide, isto é, um REL 
bem desenvolvido e numerosas mitocôndrias 
alongadas com cristas tubulares, porém têm 
pouco RER. 
As principais secreções da zona reticular são 
androgênios fracos. A principal secreção das 
células da zona reticular consiste em androgênios 
fracos, principalmente dihidroepiandrosterona 
(DHEA). 
Essas células também secretam alguns 
glicocorticoides, em quantidades muito menores 
que aquelas da zona fasciculada. Aqui, também, o 
principal glicocorticoide secretado é o cortisol. 
A zona reticular também é regulada por controle 
por retroalimentação do sistema CRH-ACTH e se 
atrofia após hipofisectomia. O ACTH exógeno 
mantém a estrutura e a função da zona reticular 
após hipofisectomia. 
A secreção de glicocorticoides, pela zona 
fasciculada/reticular, é regulada exclusivamente 
pelo eixo hipotálamo-hipofisário 
O CRH é secretado pelo hipotálamo e age nos 
corticotrofos da hipófise anterior, provocando a 
secreção de ACTH. Por sua vez, o ACTH atua 
sobre as células do córtex suprarrenal para 
estimular a síntese e a secreção dos hormônios 
adrenocorticais. 
 
O CRH é polipeptídeo que contém 41 
aminoácidos. É secretado por células dos núcleos 
paraventriculares do hipotálamo. Como outros 
hormônios hipotalâmicos que agem sobre a 
adenohipófise, o CRH chega à hipófise pelo 
sangue porta hipotalâmico-hipofisário. No lobo 
anterior, atua sobre os corticotrofos por meio do 
mecanismo de adenilil ciclase/AMPc que causa 
secreção de ACTH para a corrente sanguínea. 
O ACTH, o hormônio da adenohipófise, tem 
vários efeitos sobre o córtex suprarrenal. Os 
efeitos imediatos do ACTH são o de estimular a 
transferência do colesterol armazenado para a 
mitocôndria, para estimular a ligação do colesterol 
ao citocromo P-450 e para ativar a colesterol 
desmolase. Os efeitos, a longo prazo, do ACTH 
incluem a estimulação da transcrição dos genes 
para o citocromo P-450 e para adrenoxina e 
regulação para cima dos receptores de ACTH. 
Os efeitos crônicos dos níveis elevados de ACTH 
incluem hipertrofia e hiperplasia das células 
corticais suprarrenais, mediado por fatores de 
crescimento locais (p. ex., IGF-2). 
Como notado, ACTH tem padrão secretor 
pulsátil e diurno que gera o padrão paralelo de 
secreção de cortisol. O pico noturno de ACTH 
(i.e., anterior ao despertar) é produzido, por sua 
vez, pelo surto da secreção de CRH. O “relógio 
interno” que determina o padrão diurno pode ser 
deslocado por alternância do ciclo sono-vigília (p. 
ex., variando o horário de dormir e de despertar). 
Bianca Abreu- MD4 8 
 
O padrão diurno é abolido por coma, cegueira ou 
exposição constante à luz ou ao escuro. 
A retroalimentação negativa é exercida pelo 
cortisol em três pontos no eixo hipotálamo-
hipófise. (1) O cortisol inibe diretamente a secreção 
de CRH do hipotálamo. (2) O cortisol inibe, 
indiretamente, a secreção de CRH, pelos efeitos 
sobre os neurônios do hipocampo, que fazem 
sinapse no hipotálamo. (3) O cortisol inibe a ação 
do CRH na adenohipófise, resultando em inibição 
da secreção de ACTH. Assim, a deficiência 
crônica de cortisol leva à estimulação do eixo 
CRH-ACTH e a níveis aumentados de ACTH; 
excesso crônico de cortisol leva à inibição 
(supressão) do eixo CRH-ACTH e diminuição dos 
níveis de ACTH. 
1. Feedback Negativo de Alça Longa 
2. Feedback Negativo de Alça Curta 
3. Feedback Negativo de Alça Ultracurta 
Os hormônios esteroides compartilham uma 
etapa inicial em seu processo de biossíntese 
(esteroidogênese), que consiste na conversão do 
colesterol em pregnenolona 
O colesterol utilizado para a síntese dos 
hormônios esteroides pode originar-se da 
membrana plasmática ou derivar do reservatório 
citoplasmático esteroidogênico de ésteres de 
colesteril. 
O colesterol livre é produzido pela ação da 
enzima colesterol-éster-hidrolase. O colesterol é 
transportado da membrana mitocondrial externa 
para a membrana mitocondrial interna, sendo 
esse processo seguido de sua conversão em 
pregnenolona pela enzima P450scc; essa 
membrana mitocondrial interna é encontrada em 
todas as células esteroidogênicas. 
Essa etapa é considerada como a etapa limitadora 
de velocidade na síntese dos hormônios 
esteroides e necessita da proteína reguladora 
aguda de esteroides (StAR, de steroid acute 
regulatory). A StAR é de importância crítica na 
mediação do transporte de colesterol para a 
membrana mitocondrial interna e no sistema 
enzimático de clivagem da cadeia lateral do 
colesterol. 
Essa conversão do colesterol em pregnenolona 
constitui a primeira etapa em uma sequência de 
múltiplas reações enzimáticas envolvidas na 
síntese dos hormônios esteroides. Como as 
células que compõem as diferentes partes do 
córtex suprarrenal exibem características 
enzimáticas específicas, a via de síntese dos 
hormônios esteroides resulta na síntese 
preferencial dos glicocorticoides, 
mineralocorticoides ou androgênios, dependendo 
da região. 
 
As células da zona fasciculada e da zona reticular 
da suprarrenal sintetizam e secretam os 
glicocorticoides cortisol ou corticosterona pela via 
indicada a seguir 
A pregnenolona, presente nas mitocôndrias, é 
convertida em progesterona ou 17a-OH-
pregnenolona. A conversão da pregnenolona em 
progesterona é mediada pela 3β-
Bianca Abreu- MD4 9 
 
hidroxiesteroide-desidrogenase. A progesterona é 
convertida em 11-desoxicorticosterona pela 21-
hidroxilase; a seguir, a 11-desoxicorticosterona é 
convertida em corticosterona pela 11β-hidroxilase. 
A conversão da pregnenolona em 17a-OH-
pregnenolona é mediada pela 17α-hidroxilase; a 
17a-OH-pregnenolona é convertida em 17a-OH-
progesterona pela 3b-hidroxiesteroide-
desidrogenase; a 17a-OH-progesterona é 
convertida em 11-desoxicortisol ou 
androstenediona. 
A enzima 21-hidroxilase medeia a conversão da 
17a-OH-progesterona em 11-desoxicortisol, que, a 
seguir, é convertido em cortisol pela 11b-
hidroxilase. Tanto a 17a-OH-pregnenolona quanto 
a 17a-OH-progesterona podem ser convertidas 
nos androgênios DHEA e androstenediona, 
respectivamente. A DHEA é convertida em 
androstenediona pela 3b-hidroxiesteroide-
desidrogenase. 
Alguns corticosteroides circulam no plasma 
ligados a uma α-globulina específica, denominada 
transcortina. 
A capacidade de transporte da transcortina para 
o cortisol e a corticosterona é limitada, de modo 
que o excesso hormonal passa a ser transportado 
pela albumina. Os corticosteroides são inativados 
no fígado, onde sua molécula é quebrada e os 
derivados conjugados com ácido glicurônico* 
(moléculas lipossolúveis, que não podem ser 
eliminadas na urina ou bile -soluções aquosas-, 
devem reagir com ácido glicurônico, para que sua 
excreção ocorra. Esse processo que ocorre no 
fígadoé conhecido como conjugação com o 
ácido glicurônico) são excretados na urina. Pela 
degradação urinária e hepática, os 
corticosteroides apresentam uma meia-vida muito 
curta. A meia-vida do cortisol é de somente 90 
minutos. 
Os hormônios mineralocorticoides (mcs), como a 
aldosterona; e glicocorticoides (gcs), como o 
cortisol, por serem hormônios esteroides, 
penetram livremente o citoplasma e se ligam aos 
receptores específicos intracelulares, os quais 
compartilham 57% de homologia no domínio de 
ligação do ligante e 94% de homologia no 
domínio de ligação do dna. 
O cortisol se liga ao receptor de 
mineralocorticoides (mr) com alta afinidade. Os 
receptores tipo i são expressos 
predominantemente no rim e são específicos 
para os mineralocorticoides, porém exibem alta 
afinidade pelos glicocorticoides. 
Os receptores tipo ii são expressos em 
praticamente todas as células e são específicos 
para os glicocorticoides. Após a ligação deste, eles 
sofrem dimerização antes de sua translocação 
nuclear e ligação aos elementos de resposta do 
dna, aumentando ou suprimindo a transcrição de 
genes específicos. Ao se ligarem ao núcleo, 
determina a síntese de rna e de proteínas 
citoplasmáticas. 
 Resume-se então, o mecanismo de ação dos 
glicocorticoides: 
1. O cortisol se difunde através da membrana celular 
e entra na célula-alvo, onde se liga a proteínas 
Bianca Abreu- MD4 10 
 
receptoras específicas situadas no citoplasma. A 
proteína receptora (receptor de glicocorticoide 
tipo ii) consiste em uma cadeia longa de 
aminoácidos formada por 6 domínios distintos, 
com uma porção aminoterminal e 
carboxiterminal, caracterizada como uma 
fosfoproteína monomérica pertencente à 
superfamília de receptores intracelulares. O sítio 
de ligação do cortisol está localizado no domínio 
e da proteína, próximo de sua porção 
carboxiterminal; com a formação do complexo 
hormônio-receptor, esse passa por alteração 
conformacional e entra no núcleo celular; 
2. Dentro do núcleo, o complexo hormônio-
receptor se dimeriza e se liga, através de seu 
domínio c (região central da fosfoproteína que 
contém dois dedos de zinco, essenciais para a 
ligação do complexo hormônio receptor ao dna-
alvo), a sequências específicas de dna 
denominadas rge (elementos de resposta aos 
glicocorticoides, localizadas na região 5’ dos 
genes-alvo); 
3. Ao se ligar em seus genes-alvo, o complexo 
hormônio-receptor se transforma, de fato, em 
um fator de transcrição, que regula o processo 
de transcrição gênica para a formação de futuros 
rnas mensageiros responsáveis pela síntese de 
proteínas específicas que realizarão a ação do 
cortisol. 
Regulação da Secreção 
A secreção de Glicocorticoides pela Zona 
Fasciculada e Reticular é regulada exclusivamente 
pelo Eixo Hipotálamo-Hipofisário. O Hormônio 
Liberador de Corticotropina (CRH) é secretado 
pelo Hipotálamo e age nas Células da 
Adenohipófise chamadas Corticotrofos, 
provocando a secreção do Hormônio 
Adrenocorticotrofico, ou 
Adrenocorticotrofina (ACTH). O ACTH, 
por sua vez, atua sobre as Células do 
Córtex Adrenal para estimular a síntese 
e secreção dos Hormônios 
Adrenocorticais. 
 Hormônio Liberador de Corticotropina (CRH): é 
um polipeptídeo secretado pelas Células dos 
Núcleos Paraventriculares do Hipotálamo. É 
liberado por meio da Eminência Mediana do 
Hipotálamo, chegando à Hipófise através do 
Sistema Porta Hipotalâmico-Hipofisário. Na 
Adenohipófise, o CRH atua sobre os 
Corticotrofos, numa ligação que se dá através do 
mecanismo de Adenilato Ciclase/AMPcíclico, 
promovendo a secreção do Hormônio 
Adrenocorticotróofico (ACTH) à Corrente 
Sanguínea. A secreção de CRH é controlada por 
diversos fatores químicos e neurais considerados 
agressivos, os quais liberam Neurotransmissores 
no Hipotálamo -tais como a Acetilcolina-, os quais 
determinam a secreção de CRH. 
 Hormônio Adrenocorticotrófico/ 
Adrenocorticotrofina (ACTH): um Hormônio 
Peptídico, Hidrossolúvel que é captado por 
Receptores de Membrana, ativando o Sistema 
Adenilato Ciclase/AMPcíclico no Córtex 
Suprarrenal e que, por ação da Proteína Quinase 
A (PKA), determina, imediatamente, a síntese de 
proteína no Ribossomo que age como 
Transportador do Colesterol armazenado nas 
Gotículas Lipídicas até as Mitocôndrias, iniciando a 
síntese dos Hormônios Esteroides. Além disso, ele 
estimula a ligação do Colesterol ao Citocromo P-
450 e ativa a Enzima Colesterol Desmolase, a qual 
cliva o Colesterol em Pregnolona. Os efeitos, a 
longo prazo, do ACTH incluem a estimulação da 
transcrição dos genes para o Citocromo P-450 e 
para Adrenoxina e Regulação para cima dos 
Receptores de ACTH. Os efeitos crônicos dos 
níveis elevados de ACTH incluem Hipertrofia e 
Hiperplasia das Células Corticais Suprarrenais, 
mediado por Fatores de Crescimento Locais, 
como o IGF-2. 
Bianca Abreu- MD4 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPOTÁLAMO
(núcleo paraventricular)
CRH
(hormônio liberador de 
corticotropina)
ADENHIPÓFISE
ACTH
(corticotropina ou 
adrenocorticotropin)
CORTISOL
O ACTH estimula a liberação de Cortisol por meio de um 
Receptor de Melanocortina 2 da membrana plasmática das 
Células Adrenocorticais, via Proteína Gs.
1o mensageiro se liga ao receptor da 
proteina G
domínio α desliza e encontra Adenilato Cilcase
que produz
⬆AMPc (2o mensageiro) ativa 
Enzima Proteína Quinase A (PKA) a qual causa a conversão 
inicial de Colesterol em Pregnenolona, por meio da Enzima 
StAR (etapa limitante da síntese de hormônios 
adrenocorticais)
Bianca Abreu- MD4 12 
 
Relação entre Cortisol, as 
Catecolaminas e o Estresse 
 A resposta ao estresse desenvolve-se numa 
escala temporal que vai de milissegundos a dias. 
A primeira onda de efeitos deve-se à liberação 
de monoaminas, pelo SNA e pelos Peptídeos 
(CRH), começando alguns segundos após o 
estressor. A segunda onda compreende efeitos 
moleculares, principalmente pela secreção de 
Glicocorticoides, que ativam os Fatores de 
Transcrição, produzindo Efeitos Genômicos e 
Estruturais. Os Glicocorticoides produzidos no 
Córtex da Suprarrenal alcançam a Medula 
diretamente através da continuidade entre os 
Capilares Sinusoidais Corticais e Medulares. Eles 
induzem a enzima que catalisa a reação Metilação 
da Noradrenalina para produzir Adrenalina. A 
natureza do Fluxo Sanguíneo correlaciona-se 
com diferenças regionais na distribuição das 
Células Cromafins contendo Noradrenalina e 
Adrenalina. As Células que contêm Adrenalina são 
mais numerosas em áreas da Medula supridas 
com sangue que já passou pelos Sinusóides 
Corticais e, portanto, contém Glicocorticoides 
secretados. 
Relação entre Cortisol, GH e 
Estresse 
Outra alteração provocada pelo Cortisol, que varia 
em situações de estresse, é sobre a 
Somatotrofina (GH): o Estresse Agudo conduz a 
um aumento na secreção e síntese de GH por 
aumentar a responsividade dos Somatotrofos ao 
estímulo do GHRH, elevando a expressão de GH; 
entretanto, o Estresse Crônico ou prolongado 
aumenta a produção de Somatostatina pelo 
Hipotálamo. Essa inibição do GH está de acordo 
com as ações biológicas dos Glicocorticoides em 
aumentar o Catabolismo Proteico e inibir o 
Crescimento e Deposição Óssea, sendo essas 
ações contrárias ao que o GH realiza, pois se trata 
de um Hormônio Anabólico. 
Relação entre Cortisol e 
Hormônios Sexuais 
No Sistema Reprodutor, os Efeitos Inibitórios são 
observados predominantemente com 
Glicocorticoides em altas doses. A diminuição da 
Concentração Plasmática de Testosterona 
encontrada em pacientes masculinos resulta da 
inibição da produção de LH e a ações diretas nos 
testículos, além da potencialização do Feedback 
Negativo exercido por esse Andrógenona 
produção das Gonadotrofinas. Por outro lado, em 
pacientes femininos, ocorre supressão dos níveis 
plasmáticos de LH basal e 
Ação dos Glicocorticoide 
Os Glicocorticoides são essenciais para a vida. Se 
o Córtex Suprarrenal for removido ou se não 
estiver funcionando, Glicocorticoides Exógenos 
devem ser administrados ou ocorrerá morte. As 
ações dos Glicocorticoides, como o Cortisol, são 
essenciais para a Gliconeogênese, Reatividade 
Vascular às Catecolaminas, supressão das 
Respostas Inflamatórias e Imunológicas e 
modulação da função do SNC. O Cortisol, principal 
Glicocorticoide, exerce efeitos Multissistêmicos, 
haja visto que, praticamente todas as Células 
expressam Receptores para Glicocorticoides. Seu 
efeito essencial é o de provocar Hiperglicemia, daí 
o nome “Glicocorticoide”. 
Cortisol e estresse 
 Estágio Alarme (Estresse Agudo): o Estresse 
Agudo pode ser entendido como uma ameaça 
imediata, a curto prazo, comumente conhecida 
como resposta à luta ou fuga. A “ameaça” pode 
ser qualquer situação considerada como 
perigosa e, após o evento (que dura de minutos 
a horas), há uma resposta de relaxamento. Em 
Bianca Abreu- MD4 13 
 
geral, como consequências fisiológicas imediatas 
devido a alterações hormonais na resposta ao 
estresse, ocorre aumento do Ritmo Cardíaco e 
Frequência Respiratória, ativação da Resposta 
Imune, mobilização de energia, aumento do 
Fluxo Sanguíneo Cerebral e da utilização da 
Glicose, perda de apetite, do interesse sexual e 
maior retenção de água e Vasoconstrição (para 
o caso de perda de fluidos). Estes fenômenos 
ocorrem em períodos que vão de segundos a 
poucos minutos. 
 Estágio de Exaustão (Estresse Crônico): 
caracteriza-se pela persistência da resposta ao 
Estresse (Cronicidade), que leva à 
Imunodepressão. A Imunodepressão ocorre 
devido ao Potencial Imunossupressor dos Glico-
corticoides, estes que inibem a ação dos Glóbulos 
Brancos por meio de Receptores Celulares e 
podem dimi-nuir a Produção Linfocitária. Por 
outro lado, o Estresse é denominado Crônico 
quando persiste por vários di-as, semanas ou 
meses. 
Efeitos Metabólicos 
 Metabolismo Glicídico: o Cortisol promove, 
em geral, efeitos Catabólicos e 
Diabetogênicos. Esses efeitos se dão pela 
estimulação da Proteólise e da 
Gliconeogênese, bem como pela inibição da 
síntese de Proteínas Musculares e aumento 
da mobilização de Ácidos Graxos. No Fígado, 
o Cortisol aumenta a expressão de Enzimas 
Gliconeogênicas, tais como as Transminases, 
que convertem os Aminoácidos em Alfa-
Cetoácidos, e, logo depois, outras enzimas-
chave: Fosfoenolpiruvato-Carboxiquinase, a 
Tirosina-Aminotransferase e a Glicose-6-
Fosfatase. No Músculo, o Cortisol interfere na 
Translocação do Transportador de Glicose 4 
(GLUT-4) para a Membrana Plasmática, o que 
interefere diretamente na captação de 
Glicose pelos Músculos. No Tecido Adiposo, o 
Cortisol aumenta a Lipólise, o que fornece 
Glicerol adicional ao Fígado, para a 
Gliconeogênese. O Cortisol é essencial para a 
sobrevida durante o jejum. 
Correlação Clínica-Disfunções na produção de 
Cortisol: no Hipocortisolismo (Insuficiência 
Suprarrenal Primária, Doença de Addison), 
ocorrem Hipoglicemia. No Hipercortisolismo 
(Síndrome de Cushing), ocorre Hiperglicemia, o 
que pode produzir um quadro de Diabetes 
Esteroidal. 
 Metabolismo de Lipídeos: no Tecido Adiposo, 
o Cortisol apresenta Atividade Lipolítica e, ao 
mesmo tempo, a Lipogênese é deprimida 
pela entrada reduzida de Glicose nos 
Adipócitos, esta que é necessária para a 
formação do α-Glicerolfosfato, requisito 
importante para a formação do Glicerol. 
 Metabolismo Proteico: altas concentrações de 
Cortisol determinam Catabolismo Proteico em 
vários tecidos, como o Músculo Esquelético, 
o Tecido Linfoide e o Tecido Ósseo, cujos 
aminoácidos são utilizados pelo Fígado para a 
Gliconeogênese. Além disso, há um Efeito 
Antianabólico, pois o Cortisol inibe a 
incorporação de aminoácidos à molécula 
proteica destes tecidos, levando, de modo 
geral, a uma redução da massa proteica 
tecidual. São 4 as ações dos Glicocorticoides 
sobre o Metabolismo Proteico: 
1. Redução das Proteínas Celulares: em 
praticamente todos os tecidos, com 
exceção do Fígado. Isso é causado pela: (1) 
Redução da Síntese Proteica; atrelada ao 
(2) aumento do Catabolismo Proteico nas 
Células. Esse efeito é nítido pela ação dos 
Glicocorticoides em diminuir a formação 
de RNAm e a subsequente tradução deste 
em Proteínas Celulares, principalmente 
nos Músculos (tornam-se fracos) e nos 
Tecidos Linfoides (diminuindo Funções 
Imunológicas); 
2. Aumento das Concentrações Plasmáticas 
e Hepáticas de Proteínas: resulta da ação 
do Cortisol em estimular o transporte de 
Bianca Abreu- MD4 14 
 
Aminoácidos para os Hepatócitos e 
reduzir para os demais tecidos; 
3. Redução no Transporte de Proteínas para 
as Células Extra-Hepáticas: esse efeito 
diminui as Concentrações Intracelulares de 
Proteínas e, consequentemente, a Síntese 
Proteica nos Tecidos Extra-Hepáticos. 
Entretanto, o Catabolismo Proteico 
continua a aumentar a degradação de 
Proteínas em Aminoácidos, liberando-os 
para a Circulação Sanguínea; esse efeito, 
atrelado ao aumento da síntese e 
liberação proteica pelo Fígado, eleva a 
Concentração Plasmática de Aminoácidos. 
Portanto, os Glicocorticoides mobilizam 
aminoácidos nos Tecidos Não-Hepáticos 
e, dessa forma, reduzem as Reservas 
Intracelulares de Proteínas; 
4. Aumento das Proteínas Hepáticas: a 
elevação na Concentração Plasmática de 
Aminoácidos e seu transporte aumentado 
para as Hepatócitos, induzidos pelo 
Cortisol, são os responsáveis pela maior 
utilização celular de aminoácidos pelo 
Fígado, causando os seguintes efeitos no 
Fígado: maior desaminação de 
aminoácidos; aumento da Síntese 
Proteica; maior formação de Proteínas 
Plasmáticas (principalmente a Albumina); e 
aumento da conversão de Aminoácidos 
em Glicose (Gliconeogênese). 
 Metabolismo Hidroeletrolítico: isso se dá pela 
atuação do Cortisol sobre os Sistemas 
Cardiovascular e Urinário (retenção de Na+ e 
água; e excreção de K+). O Cortisol aumenta 
a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) por 
diminuição da Resistência Pré-Glomerular ao 
Fluxo Sanguíneo e diminuição da secreção 
do Hormônio Antidiurético/ Vasopressina 
(ADH). Esses efeitos, somados à elevação da 
síntese de Angiotensinogênio, induzida pelo 
cortisol, que potencializa a ação do Sistema 
Renina-Angiotensina-Aldosterona (através da 
Angiotensina II) na indução de elevada 
vasoconstrição, provoca alterações na 
dinâmica do Sistema Cardiovascular: aumento 
da Pressão Arterial pela retenção de Na+ 
(aumento da Volemia Intravascular), excreção 
aumentada de K+ (causa de Taquicardia), 
redução de Prostaglandinas (potente Ação 
Vasodilatadora) e Ação Vasoconstritora da 
Angiotensina II. Além disso, o Cortisol também 
diminui a captação tecidual de Noradrenalina, 
o que potencializa ainda mais a Taquicardia e 
a P.A elevada. 
Efeitos Orgânicos 
 Sistema Nervoso Central: diversas estruturas 
neurais apresentam Receptores para 
Glicocorticoides, particularmente no Sistema 
Límbico. O Cortisol diminui o Sono REM, 
aumenta o Sono de Ondas Lentas e aumenta 
o tempo de Vigília. Uma situação que ilustra o 
papel do Cortisol sobre o SNC é o que 
ocorrem com os indivíduos portadores da 
Síndrome de Addison (Insuficiência 
Adrenocortical), onde o indivíduo tem 
tendência à insônia. 
 Sistema Digestório: o Cortisol aumenta a 
secreção gástrica de HCl e Pepsinogênio* 
(quando em contato com o HCl, o 
Pepsinogênio, forma inativa, transforma-se na 
Pepsina, que é ativa), de modo que, em 
situação de alto nível de Estresse, produzem-
se facilmente Úlceras Gástricas. 
 Sistema Hematológico: o Cortisol tem a 
propriedade de estimular a Medula Óssea, 
aumentando a Eritropoese e a Leucopoese 
(Leucócitos)e, moderadamente, o número 
de Plaquetas circulantes. Entretanto, outros 
elementos sanguíneos como Eosinófilos e 
Linfócitos diminuem sob o efeito do Cortisol. 
A Eosinopenia ocorre devido ao maior 
sequestro nos tecidos. Por outro lado, a 
Linfopenia resulta da Depressão do Sistema 
Linfático em geral, pois o Cortisol produz 
atrofia do Timo, Gânglios e Nódulos Linfáticos, 
e age, com menos efeito, no Baço. 
Bianca Abreu- MD4 15 
 
 Sistema Ósseo: no Osso e na Cartilagem, o 
Cortisol diminui a expressão e a ação do 
Fator de Crescimento Semelhante à Insulina 
do tipo I, da Proteína de Ligação do IGF-1 e 
do Hormônio do Crescimento. Desse modo, o 
excesso de Glicocorticoides resulta em 
Osteoporose por redução da Matriz Orgânica 
e compromete o crescimento ósseo em 
crianças (Condrogênese e Osteogênese) ao 
inibir a síntese de Colágeno do tipo I e de 
Osteoblastos, por meio da inibição das Células 
Osteoprogenitoras. Além disso, induz o 
aumento da Atividade Osteoclástica, 
acelerando o processo de Reabsorção Óssea. 
Além disso, apresenta ação antagônica à 
Vitamina D3, diminuindo a absorção intestinal 
de Ca+2. 
O cortisol possui Efeitos Agudos Anti-inflamatórios 
(inibição da Via de Sinalização NF-kb, que suprime 
a síntese e secreção de Interleucinas Pró-
Inflamatórias) com potente ação inibitória na 
Reabsorção Óssea: ao suprimir a IL-1, IL-6 e TNF, 
o Cortisol impede a diferenciação de Pré-
Osteoclastos e atenua a atividade de Osteoclastos 
maduros. Por outro lado, em um quadro de 
Hipercortisolismo Crônico, como na Doença de 
Cushing não tratada, ocorre intensa perda de 
Massa Óssea por atuação direta do cortisol. Essa 
ação se dá a partir do efeito dos Glicocorticoides 
em inibir a secreção de OPG (Osteoprotegerina) 
pelos Osteoblastos Ativos, o que reduz a 
captação de RANK-L pela OPG e maior ligação 
desse com seu Receptor RANK (presente em 
Osteoclastos maduros e pré-Osteoclastos), 
elevando a atividade e diferenciação de 
Osteoclastos. 
 Sistema Vascular: o Cortisol é necessário para a 
manutenção da Pressão Arterial normal e 
desempenha papel permissivo nas Arteríolas 
Regulando para Cima os Receptores α1-
adrenérgicos. Dessa maneira, o Cortisol é 
necessário para a Resposta Vasoconstritora das 
Arteríolas às Catecolaminas. No Hipocortisolismo, 
ocorre Hipotensão; no Hipercortisolismo, ocorre 
Hipertensão. 
 Efeito Antiinflamatório e Antialérgico: o 
Processo Inflamatório tem cinco estágios 
principais: (1) a liberação de substâncias químicas 
que ativam o Processo Inflamatório, liberadas 
pelas células de tecidos lesados, tais como a 
Histamina, Bradicinina, Enzimas Proteolíticas, 
Prostaglandinas e Leucotrienos; (2) aumento do 
Fluxo Sanguíneo na área inflamada, 
denominado Eritema; (3) extravasamento de 
grandes quantidades de Plasma para as áreas 
lesadas, inundando-a de líquidos devido ao 
aumento da Permeabilidade Capilar; (4) 
Infiltração Leucocitária na região inflamada; e, 
por fim, após dias o semanas, (5) o crescimento 
de Tecido Fibroso que frequentemente 
contribui para o Processo Regenerativo. 
Quando uma grande quantidade de Cortisol é 
secretada ou injetada no organismo, ocorrem 
dois grandes efeitos Anti-Inflamatórios básicos: (1) 
o bloqueio dos Estágios Iniciais do Processo 
Inflamatório, antes mesmo do início da inflamação; 
e, se a inflamação já se iniciou, (2) a rápida 
resolução do processo com aumento da 
Regeneração Tecidual. Em detalhes, o Cortisol 
apresenta os seguintes efeitos na prevenção da 
inflamação: 
1. O Cortisol estabiliza as membranas dos 
Lisossomos, tornando-as muito mais difíceis 
de se romper. Assim, a maior parte das 
Enzimas Proteolíticas liberadas pelas células 
lesada que provocam e agravam o Processo 
Inflamatório, agora tem suas quantidades 
muito reduzidas; 
2. O Cortisol reduz a Permeabilidade Capilar, 
provavelmente como efeito secundário da 
diminuição na liberação de Enzimas 
Proteolíticas; o que impede a perda de Plasma 
para os tecidos. A Permeabilidade Capilar 
também é reduzida pela ação dos 
Glicocorticoides em diminuir os níveis de NO 
e a liberação de Histamina, principais 
Substâncias Vasodilatadoras do Processo 
Inflamatório; 
Bianca Abreu- MD4 16 
 
3. O Cortisol reduz a migração de Leucócitos 
para a Área Inflamada e a Fagocitose das 
Células Lesadas, sendo resultados direto do 
fato de que os Glicocorticoides reduzem a 
formação de Prostaglandinas e Leucotrienos 
que aumentariam a Vasodilatação, a 
Permeabilidade Capilar e, consequentemente, 
a mobilidade dos Leucócitos. Além disso, há 
supressão das principais Interleucinas Pró-
Inflamatórias responsáveis pelo recrutamento 
das Células de Defesa, tais como o IL-1, IL-2, 
IL-6, IL-8, IFN-γ e TNF-α; 
4. O Cortisol provoca Imunossupressão, 
reduzindo acentuadamente a reprodução de 
Linfócitos T. Assim, menores quantidades de 
Células T e Anticorpos penetram na Área 
Inflamada e reduzem as Reações Teciduais 
que promovem o Processo Inflamatório. Esse 
efeito se dá, predominantemente, por 
redução da liberação de IL-2, a principal 
citocina que prolifera os Linfócitos T; assim, 
não ocorre clonagem das Células T e sua 
diferenciação em subtipos pró-inflamatórios 
(Th1 e Th17) não acontece; 
5. O Cortisol atenua a febre, principalmente por 
reduzir a liberação de IL-1 a partir dos 
Leucócitos, que é uma das principais 
substâncias estimuladoras do Sistema 
Termorregulador Hipotalâmico. A diminuição 
e estabilização da temperatura, por sua vez, 
reduz o grau de dilatação dos capilares, 
tornando mais difícil a mobilização de 
Leucócitos para a Área Inflamada e atenuando 
o Edema e Eritema; 
6. O Cortisol aumenta a expressão, a síntese e 
a secreção da Proteína Lipocortina/Anexina-1, 
um polipeptídeo anti-inflamatório que inibe a 
Enzima Fosfolipase A2, suprimindo a 
produção de Prostaglandinas e Leucotrienos. 
Além disso, os Glicocorticoides também 
diminuem a expressão da Enzima COX-2, 
responsável pela síntese de Prostaglandinas; 
7. O cortisol diminui a expressão das proteínas 
componentes do Sistema Complemento, 
reduzindo assim a ação do mesmo em 
eliminar Corpos Estranhos Opsonizados por 
Anticorpos e outras substâncias. 
Além de provocar Imunossupressão e causar a 
reversão do Processo Inflamatório, o Cortisol 
também dá impulso para a resolutividade do 
Processo Inflamatório, através da aceleração da 
regeneração do tecido lesado que desencadeou 
as subsequentes etapas da inflamação. Esse efeito 
resulta, principalmente, da mobilização de 
aminoácidos e de seu uso para reparar os 
Tecidos Lesados, além do estímulo à 
Gliconeogênese no Fígado que disponibiliza 
maiores quantidades de glicose aos Sistemas 
Metabólicos essenciais; ao lado dessas duas ações, 
o Efeito Anti-Inflamatório do Cortisol em diminuir 
a quantidade de Substâncias Pró-Inflamatórias 
auxilia na Regeneração Tecidual. 
Obs.: 
O Cortisol aumenta a síntese de Lipocortina (ou 
anexina = são sinônimos) na membrana celular 
das células imunológicas, fazendo com que a 
lipocortina estabilize a fosfolipase A2 (FA2) e 
evite que ela se quebre em alguns metabólitos, 
dentre eles, o Ácido araquidônico responsável 
pelos sinais flogísticos típicos da inflamação, assim 
tendo efeito anti-inflamatório ESTEROIDAL 
Também agem diminuindo a IL-12, age diminuindo 
os estímulos para Musculoconstrição, 
Vasodilatação (que geram Dor, Rubor, Calor e 
facilitam a passagem de líquidos e (as vezes) 
proteínas, gerando o Edema. 
 Pelo Cortisol ser feito a partir de Lipídio 
(colesterol), ele passa facilmente pela membrana 
celular das células imunológicas, entrando em seu 
núcleo e impedindo que o nkfb se ligue a seu 
receptor e inicie a transcrição de interleucinas 
pró inflamatórias (IL-1,IL-6, IL-2, IL-12 e TNFa). É 
Bianca Abreu- MD4 17 
 
importante lembrar que o estímulo de cortisol a 
longo prazo gera uma ativação dosestímulos b-
adrenérgicos vindos das catecolaminas. Ambos os 
mecanismos atuam em conjunto reduzindo a 
produção de ILs inflamatórias e derivando a 
resposta imune para th-2, que é extracelular. 
Reduzindo assim, a resposta por meio da redução 
de IL-2 que é responsável pela expansão clonal, 
prejudicando tanto resposta Th1 quanto Th2, 
levando o organismo a uma resposta falha a 
quaisquer patógenos. 
Lipogênese e Lipólise 
O Hipercortisolismo causa Lipogênese Central e 
Lipólise Periférica, pois há mais Receptores para 
Glicocorticoides nos Adipócitos da Gordura 
Periférica do que na Gordura Central, bastante 
escassa da ação do Cortisol. Dessa forma, o 
Cortisol age na Gordura Periférica, causando 
Lipólise e Resistência a utilização de Glicose, 
enquanto que na Gordura Central, apresenta 
ações ínfimas. 
Nesse sentido, o Hipercortisolismo, que eleva a 
Gliconeogênese no Fígado, provoca a 
transformação da Glicose excessiva que não foi 
transportada para a Corrente Sanguínea (ou que 
não foi estocada na forma de Glicogênio) em 
gordura, que então é levada por Lipoproteínas 
LDL para a Gordura Central. Como a resistência 
à utilização de Glicose e o efeito de “Diabetes 
Adrenal’’ não se desenvolve na Gordura Central, 
essa pode utilizar a Glicose para armazenar 
gordura na forma de Triglicerídeos (visto que a 
Enzima α-Glicerolfosfato não tem sua atividade 
reduzida, aumentando assim a captação e o 
armazenamento lipídico nos Adipócitos da 
Gordura Central). 
O cortisol endógeno é quem gera a 
imunodepressão, já o cortisol exógeno 
(glicocorticoide) é o que gera a imunossupressão. 
Alostase 
Diferentemente dos sistemas homeostáticos que 
priorizam a regulação por meio de mecanismos 
de retroalimentação negativa, os sistemas 
alostáticos dão relevância também aos 
mecanismos de regulação por retroalimentação 
positiva e por meio de ajustes antecipatórios que 
podem funcionar acoplados e simultaneamente 
em diferentes sistemas fisiológicos. Dessa forma, 
além de: (a) identificar e corrigir os erros, os 
sistemas alostáticos dispõem de meios para (b) 
produzirem um ajuste estreito e que serve a 
eficiência do mecanismo, prevendo, integrando e 
ajustando demandas, (c) dividir recursos entre os 
sistemas fisiológicos, evitando assim a exaustão de 
alguns sistemas e subutilização de outros, e (d) 
armazenar informações de erros e minimizar 
tanto a magnitude quanto a frequência dos 
mesmos em momentos posteriores 
A teoria da alostase distingue que os organismos 
podem funcionar em diferentes condições de 
ajustes, desde que estas novas condições 
possibilitem melhor adaptação dos organismos ao 
meio. A demanda para o estabelecimento de uma 
nova condição de ajuste pode ser desencadeada 
por agentes internos (mecanismos genéticos, 
neurais ou hormonais) ou externos (ambiente 
físico e social), previsíveis ou não, como acontece 
nos casos de incidência de um agente estressor 
Diferenciar as alterações dos 
níveis de cortisol (Cushing, 
Addison, Hiperplasia adrenal 
congênita) 
DOENÇA DE ADDISON (INSUFICIÊNCIA 
ADRENOCORTICAL PRIMÁRIA OU 
HIPOADRENALISMO): resulta da incapacidade do 
Córtex Adrenal de produzir Hormônios 
Adrenocorticais suficientemente, o que é, na 
maioria das vezes, causado por Atrofia Primária 
Bianca Abreu- MD4 18 
 
ou Lesão do Córtex Adrenal. Em cerca de 80% 
dos casos, a Atrofia é causada por Destruição 
Autoimune das Zonas Corticais; e em minoria, 
por Destruição Tuberculosa das Adrenais ou por 
cânceres metastáticos invasores. Nessa doença, 
ocorre diminuição da síntese dos Hormônios 
Corticais, dentre eles, de Cortisol, Androgênios 
Sexuais e Aldosterona. A Doença de Addison 
provoca os seguintes dis-túrbios: 
 Deficiência de Mineralocorticoides: a ausência 
da secreção de Aldosterona reduz a 
Reabsorção Tubular de Na+ e, 
consequentemente, permite que íons Na+, Cl- 
e água sejam eliminados em grandes 
quantidades pela Urina. Quais os efeitos disso? 
Grande redução do volume do Líquido 
Extracelular (LEC), Hiponatremia*, Hiper-
calemia e Acidose leve; devido à incapacidade 
de secretar íons K+ e H+, em troca da 
Reabsorção de Na+. À medida que o LEC vai 
sendo depletado, o Volume Plasmático cai e a 
concentração de Hemácias aumenta, o que 
leva à diminuição do Débito Cardíaco e da 
Pressão Arterial, fazendo com que o paciente 
morra por Choque Circulatório Cardiogênico. 
 Deficiência de Glicocorticoides: a perda da 
secreção de Cortisol torna impossível aos 
pacientes portadores da Doença de Addison 
normalizar a Glicemia no período entre as 
refeições, pois são incapazes de sintetizar 
quantidades significativas de Glicose, restando, 
apenas, a ação do Glucagon. Além disso, 
reduz-se a mobiliza-ção de Proteínas e 
Lipídeos nos tecidos, deprimindo outras 
funções metabólicas do organismo. Na 
ausência de secreção adequada de Cortisol, o 
indivíduo fica suscetível aos efeitos deletérios 
dos diferentes tipos de Estresse, de modo 
que até mesmo uma Infecção Respiratória 
leve pode causar a morte. 
INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL SECUNDÁRIA: 
ocorre quando: (1) o CRH é insuficiente; ou (2) o 
ACTH é insuficiente, quadro resultante da falta de 
Corticotrofos na Adenohipófise. Nesse caso, a 
produção de Aldosterona e de Cortisol diminuem; 
e, por falta de estímulo do ACTH, as Glândulas 
Adrenais podem atrofiar. Dessa forma, ilustra-se o 
princípio do Desmame Farmacológico, pois 
durante a administração exógena de 
Glicocorticoides no tratamento de Doenças 
Crônicas, há supressão do CRH e do ACTH. 
Consequentemente, a súbita interrup-ção do 
tratamento pode se manifestar sob a forma de 
Caso Agudo de Insuficiência Suprarrenal. A 
deficiência de Cortisol produz diversos sintomas 
que também ocorrem na Síndrome de Addison 
(Ex: Hipoglicemia). 
Quais as diferenças entre a Insuficiência 
Suprarrenal Primária e Secundária? (1) Na 
Insuficiência Suprarrenal Secundária, os níveis de 
ACTH são baixos, e não altos; (2) na Insuficiência 
Adrenocortical Secundária, os níveis de 
Aldosterona, geralmente, estão normais porque a 
síntese de Aldosterona, pela Zona Glomerulosa, 
requer apenas níveis tônicos de ACTH. Se os 
níveis de Aldosterona forem normais, 
Hipercalemia, Acidose Metabólica e contração do 
volume de LEC não estarão presentes. (3) Na 
Insuficiência Adrenocortical Secundária, não 
ocorre hiperpigmentação porque os níveis de 
ACTH (que contêm fragmento do Hormônio Alfa 
Estimulante de Melanócitos- α-MSH) estão 
baixos, e não altos, como ocorre na Doença de 
Addison. 
SÍNDROME DE CUSHING (HIPERADRENALISMO): 
resulta da Hipersecreção dos Hormônios 
Adrenocorticais pela Glândula Adrenal. Ela pode 
ser causada por um excesso da produção 
espontânea de Cortisol pelo Córtex Suprarrenal; 
ou devido à administração de doses 
farmacológicas de Glicocorticoides Exógenos. No 
que tange ao aumento da produção de Cortisol 
(Hipercortisolismo), temos como causas: (1) 
Adenomas na Adenohipófise que secretam 
grandes quantidades de ACTH, o que, por sua 
vez, causa Hiperplasia Adrenal e secreção 
excessiva de Cortisol; (2) função anormal do 
Hipotálamo, o que resulta em altos níveis de CRH- 
que estimula a produção de ACTH-; (3) 
Bianca Abreu- MD4 19 
 
Secreção Ectópica de ACTH por tumores (ex: 
Carcinoma Abdominal); (4) Adenomas no Córtex 
Adrenal. 
Há diferenças entre a Síndrome de Cushing e a 
Doença de Cushing. A Síndrome e a Doença de 
Cushing apresentam características clínicas 
semelhantes, mas diferem nos níveis circulantes 
de ACTH. 
SÍNDROME DE CUSHING: nela, o Defeito Primário 
é no Córtex Suprarrenal, que produz Cortisol em 
excesso. Desse modo, os níveis de ACTH estão 
baixos, porque o Cortisol exerce Feedback 
Negativo sobre a Adenohipófise, ini-bindo a 
secreção de ACTH. Por ser comumente causada 
por Adenomas Adrenocorticais, é dita causada 
por Hipercortisolismo ACTH-independente, ou 
seja, semrelação com o Hipotálamo e a 
Adenohipófise. 
DOENÇA DE CUSHING: nela, o Defeito Primário 
está na Adenohipófise, que produz ACTH em 
excesso. Desse modo, é dita causada por 
Hipercortisolismo ACTH-dependente, como por 
um Adenoma Hipofisário ou tumores em outras 
regiões do corpo que causam Secreção Ectópica 
de ACTH. 
Curiosidade! O Teste de Supressão com 
Dexametasona, um glicocorticoide sintético, pode 
ser usado para distinguir a Síndrome e a Doença 
de Cushing. Em pacientes com superprodução de 
ACTH devido ao Adenoma Hipofisário Secretor 
ou à Disfunção Hipotalâmico-Hipofisária, grandes 
doses de Dexametasona não suprimem a 
secreção de ACTH (por Feedback Negativo). Ao 
contrário, pacientes com Superprodução Adrenal 
Primária de Cortisol (independente de ACTH) 
geralmente apresentam níveis baixos ou 
indetectáveis de ACTH. Assim, no caso de 
suspeita de Cushing, o primeiro teste pedido é o 
de Dexametasona, para diferenciar se o paciente 
possui a doença ACTH-dependente ou ACTH-
independente: no primeiro, os níveis de ACTH 
não serão alterados, e no segundo, o ACTH 
estará bastante reduzido após o teste. 
IMPORTANTE! toda Doença de Cushing é um 
tipo de Síndrome de Cushing. A secreção 
excessiva de ATCH é a causa mais comum de 
Síndrome de Cushing, enquanto que a 
Superprodução Primária de Cortisol é 
responsável por 20% a 25 % dos casos clínicos 
dessa doença, estando em geral associada a 
níveis reduzidos de ACTH, devido à inibição por 
Feedback Negativo causada pelo 
Hipercortisolismo Primário na Adenohipófise, que 
suprime a liberação de ACTH. 
O excesso de Cortisol causa Hiperglicemia, 
aumento da Proteólise e perda de massa 
muscular, Obesidade Central, rosto redondo, 
gordura supraclavicular, giba de búfalo, má 
cicatrização de feridas, Osteoporose e estrias 
(causadas por perda de Tecido Conjuntivo). A 
Hipertensão ocorre porque o Cortisol tem 
Atividade Mineralocorticoide fraca e por aumentar 
a reatividade das Arteríolas às Catecolaminas (Up-
Regulation dos Receptores α1). O excesso de 
Androgênios causa virilização, hirsutismo e 
distúrbios menstruais em mulheres. Os principais 
distúrbios de Cushing são: 
1. Hiperglicemia: a abundância de Cortisol pode 
provocar Hiperglicemia, gerando ocasionalmente 
valores de até 200 mg/dl após as refeições – 
cerca de duas vezes o normal, sendo resultado 
direto do efeito dos Glico-corticoides em 
estimular a Gliconeogênese Hepática e diminuir a 
utilização e Oxidação de Glicose pelos Te-cidos 
Periféricos; 
2. Catabolismo Proteico: o Hipercortisolismo causa 
grande redução das Proteínas Teciduais em 
todos os Tecidos Extra-Hepáticos, especialmente 
nos músculos. A perda de Proteínas Musculares 
causa, em particu-lar, Fraqueza Intensa; o 
bloqueio da Síntese Proteica nos Tecidos 
Linfoides leva à Imunossupressão, provocando a 
morte por infecções em diversos pacientes. Até 
mesmo as proteínas das Fibras de Colágeno no 
Tecido Subcutâneo são reduzidas, resultando em 
grandes Estrias Arroxeadas nos locais lesados; 
Bianca Abreu- MD4 20 
 
3. Osteoporose: frequentemente, o 
Hipercortisolismo causa Osteopenia e 
Osteoporose, devido à diminuição na síntese de 
Proteínas Colágeno tipo I (componente da Matriz 
Óssea), aumento da Atividade Osteoclástica 
(aumento da Reabsorção Óssea), diminuição da 
Atividade Ostebolástica (diminuição da Deposição 
Óssea) e redução na absorção de Ca+ pelo Trato 
Gastrintestinal (Antagonismo à vitamina D3), 
provocando fragilidade e fraqueza das estruturas 
ósseas; 
4. Edema: o Hipercortisolismo faz um balanço 
hidroeletrolítico de Na+ positivo e de K+ negativo, 
além de estimular a secreção de 
Angiotensinogênio, diminuir a 
captação tissular de Noradrenalina e 
aumentar a TFG. Todos esses 
efeitos, somados, elevam a Pressão 
Arterial e causam o extravasamento 
de Líquido Plasmático para o 
Interstício, provocando Anasarca; 
além disso, o próprio Cortisol tem 
Atividade Mineralocorticoide fraca 
que, quando em excesso, contribui 
para a Hipertensão e Edema; 
5. Obesidade: o Hipercortisolismo 
causa Lipogênese Central e Lipólise 
Periférica, pois há mais Receptores 
para Glicocorticoides nos Adipócitos 
da Gordura Periférica do que na Gordura Central, 
bastante escassa da ação do Cortisol. Dessa 
forma, o Cortisol age na Gordura Periférica, 
causando Lipólise e Resistência a utilização de 
Glicose, enquanto que na Gordura Central, 
apresenta ações ínfimas. 
Nesse sentido, o Hipercortisolismo, que eleva a 
Gliconeogênese no Fígado, provoca a 
transformação da Glicose excessiva que não foi 
transportada para a Corrente Sanguínea (ou que 
não foi estocada na forma de Glicogênio) em 
gordura, que então é levada por Lipoproteínas 
LDL para a Gordura Central. Como a resistência 
à utilização de Glicose e o efeito de “Diabetes 
Adrenal’’ não se desenvolve na Gordura Central, 
essa pode utilizar a Glicose para armazenar 
gordura na forma de Triglicerídeos (visto que a 
Enzima α-Glicerolfosfato não tem sua atividade 
reduzida, aumentando assim a captação e o 
armazenamento lipídico nos Adipócitos da 
Gordura Central). Pessoas com Hipercortisolismo 
desenvolvem um tipo peculiar de Obesidade, com 
deposição excessiva de gordura no Tórax e na 
Cabeça, gerando sinais clínicos chamados “giba de 
búfalo” e “face em lua cheia”, foi sugerido que 
essa Obesidade resulta do estímulo excessivo à 
ingestão alimentar, de modo que a gordura seja 
gerada em alguns tecidos mais rapidamente do 
que é mobilizada e oxidada. 
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA (HAC) 
A hiperplasia adrenal congênita (HAC) é um 
distúrbio genético que afeta as glândulas 
suprarrenais, localizadas próximas aos rins. No 
Brasil, o diagnóstico é feito por meio do teste do 
pezinho, já que o tratamento deve ser iniciado o 
mais precocemente possível., 
Na HAC, ocorre a deficiência de uma enzima 
responsável pela produção desses hormônios. 
Dessa forma, temos uma redução na produção 
do cortisol e da aldosterona, e o aumento da 
produção dos andrógenos. 
Existem 3 tipos diferentes de HAC: 
 
Bianca Abreu- MD4 21 
 
 Forma Clássica Perdedora de Sal – é a forma 
mais grave da doença e que deve ser tratada 
mais precocemente. As meninas podem nascer 
com a genitália semelhante à masculina (genitália 
ambígua). É nesse tipo que pode ocorrer a “crise 
adrenal”, que surge de forma súbita com perda 
de apetite, vômito, dor de barriga, fraqueza, febre, 
confusão e desmaio. Nessa situação, o 
atendimento imediato é essencial. 
 Forma Clássica Virilizante Simples – nesse tipo 
também pode ocorrer a genitália ambígua nas 
meninas. Devido ao baixo nível de cortisol, os 
bebês têm baixo nível de açúcar no sangue e 
pressão arterial baixa, e não ganham peso como 
deveriam. Em crianças de ambos os sexos, se a 
doença não for diagnosticada e tratada 
precocemente, a puberdade pode acontecer 
mais cedo do que deveria. Isso pode fazer com 
que a criança seja menor do que o esperado, 
porque ela para de crescer muito cedo. 
 Forma Não Clássica – pode não ter sintomas ou 
se manifestar com o aparecimento precoce de 
pelos pubianos, antes de 8 anos em meninas e 9 
anos em meninos. 
Desmame do corticoide 
É importante retirar de maneira gradual o 
Glicocorticoide é com o intuito de evitar a 
complicação mais temida, quando da retirada 
abrupta da Corticoterapia Prolongada ou em altas 
doses, é a ocorrência de Supressão do eixo HHA, 
a qual leva à Insuficiência Adrenal Secundária. A 
supressão pode ser parcial ou total, como 
resultado de atrofia das Glândulas Adrenais. Como 
existe uma grande variabilidade individual na 
susceptibilidade para Supressão do eixo HHA 
após o uso Exógeno de Corticoides, não se pode 
predizer com segurança quais pacientes irão 
desenvolvê-la, até mesmo quando se levam em 
conta fatores como dose e duração da 
Corticoterapia. 
Obs.: 
 
A chamada "síndrome de retirada"do GC foi 
inicialmente descrita para pacientes que pioram 
da doença de base ou que apresentam uma série 
de sintomas sugestivos de insuficiência adrenal 
quando a terapia esteróide é interrompida ou 
quando a dose utilizada é reduzida rapidamente 
Efeito do uso prolongado do 
uso de corticoides 
Existe uma extensa lista de efeitos 
indesejáveis1, durante a corticoterapia, em geral 
relacionados ao tempo de tratamento e uso de 
glicocorticóides de ação mais prolongada. 
 Alterações da distribuição de gordura 
Obesidade centrípeta, fácies em lua cheia, giba ou 
corcunda de búfalo, deposição supraclavicular. 
 Sistema músculo-esquelético 
Osteoporose, fraturas ósseas, fraqueza, miopatia, 
atrofia muscular proximal; necrose asséptica de 
cabeça de fêmur e úmero. 
 Disfunção hipofisária/gonadal 
Alterações menstruais, diminuição da libido, 
impotência, hipotireoidismo, interrupção do 
crescimento e baixa estatura (crianças). 
 Manifestações cutâneas 
Estrias purpúreas, pletora, hiperpigmentação, 
hirsutismo ou hipertricose, acne, equimoses. 
 Sistema endócrino-metabólico 
Supressão do eixo HHA, interrupção do 
crescimento (em crianças), intolerância aos 
carboidratos (resistência à insulina, 
hiperinsulinemia, tolerância à glicose anormal, 
diabetes melito); estigmas cushingóides (fácies 
em lua cheia, pletora facial, obesidade central, giba, 
acne, pele fina e frágil, estrias violáceas), 
irregularidade menstrual, impotência, hipocalemia; 
alcalose metabólica; calculose renal. 
https://www.google.com/search?q=S%C3%ADndrome+da+retirada+do+glicocortic%C3%B3ide&sa=X&biw=1366&bih=600&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=UFlfBenB1w8wkM%252CqVk9Taj3F_EqEM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kSh-cTyaItIoQtcTpLfLQmIqQfFDA&ved=2ahUKEwiOkeGSpKjvAhUzL7kGHUqWDzoQ9QF6BAgMEAE#imgrc=UFlfBenB1w8wkM
https://www.google.com/search?q=S%C3%ADndrome+da+retirada+do+glicocortic%C3%B3ide&sa=X&biw=1366&bih=600&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=UFlfBenB1w8wkM%252CqVk9Taj3F_EqEM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kSh-cTyaItIoQtcTpLfLQmIqQfFDA&ved=2ahUKEwiOkeGSpKjvAhUzL7kGHUqWDzoQ9QF6BAgMEAE#imgrc=UFlfBenB1w8wkM
Bianca Abreu- MD4 22 
 
 Sistema gastrointestinal 
Irritação gástrica, úlcera péptica; pancreatite 
aguda (rara); infiltração gordurosa do fígado e 
hepatomegalia (rara). 
 Sistema hematopoiético 
Leucocitose (com neutrofilia); linfocitopenia; 
eosinopenia; monocitopenia. 
 Sistema imunológico 
Supressão da hipersensibilidade tardia; supressão 
da resposta antigênica primária; supressão da 
função dos linfócitos T helper 1 (Th1) e 
predominância dos Th2. 
 Sistema oftálmico 
Catarata subcapsular posterior (comum em 
crianças); aumento da pressão intra-ocular; 
glaucoma; coroidopatia serosa central. 
 Alterações neurológicas e psiquiátricas 
Distúrbios do sono e insônia; irritabilidade; euforia 
e depressão; mania e psicose; pseudotumor 
cerebral (aumento benigno da pressão 
intracraniana). 
 Sistema renal 
Nefrocalcinose; nefrolitíase; uricosúria; euforia 
(labilidade emocional), insônia, psicoses. 
 Sistema cardiovascular 
Hipertensão arterial; infarto do miocárdio (raro); 
acidente vascular cerebral (raro). 
 Sinais e sintomas mais freqüentes na síndrome 
de Cushing endógena 
Hipertensão arterial; acne e hirsutismo; 
irregularidade menstrual; estrias; equimoses; 
pletora. 
 Sinais e sintomas virtualmente exclusivos da 
administração exógena 
Hipertensão intracraniana; glaucoma; catarata; 
necrose asséptica de ossos; pancreatite; 
paniculite. 
 
Síntese 
As catecolaminas são hormônios derivados de um 
aminoácido, sendo sintetizadas a partir do 
aminoácido tirosina. A tirosina é transportada 
ativamente nas células, onde sofre quatro reações 
enzimáticas citosólicas para sua conversão em 
adrenalina, que são as seguintes: 
Hidroxilação da tirosina em 3,4-di-
hidroxifenilalanina (l-dopa) pela enzima tirosina-
hidroxilase. Essa enzima é encontrada no citosol 
das células produtoras de catecolaminas e 
representa o principal ponto de controle na 
síntese das catecolaminas. A atividade dessa 
enzima é inibida pela noradrenalina, 
proporcionando um controle da síntese das 
catecolaminas por retroalimentação. 
Descarboxilação da l-dopa em dopamina pela 
enzima dopa-descarboxilase, em uma reação que 
necessita de fosfato de piridoxal como cofator. 
Esse produto final é acondicionado em vesículas 
secretoras. 
Hidroxilação da dopamina em noradrenalina pela 
dopamina-β-hidroxilase, uma enzima ligada à 
membrana encontrada nas vesículas sinápticas, 
que utiliza a vitamina C como cofator. Essa reação 
ocorre no interior das vesículas secretoras. 
Metilação da noradrenalina em adrenalina pela 
feniletanolamina-N-metiltrans ferase. A atividade 
dessa enzima citosólica é modulada pela produção 
adjacente de esteroides suprarrenais, ressaltando 
a importância do fluxo arterial radial do córtex 
para a medula. 
A conversão da noradrenalina em adrenalina 
ocorre no citoplasma e, portanto, requer a saída 
Bianca Abreu- MD4 23 
 
da noradrenalina dos grânulos secretores por um 
mecanismo de transporte passivo. A adrenalina 
produzida no citoplasma deve penetrar 
novamente nas vesículas secretoras por 
transporte ativo impulsionado pelo trifosfato de 
adenosina. Os transportadores envolvidos são os 
de monoamina vesiculares, expressos 
exclusivamente nas células neuroendócrinas. 
Devido à expressão desses transportadores em 
tecidos simpaticomedulares, sua função pode ser 
utilizada para fins diagnósticos (como a do 
transportador de iodeto) para radioimagem e 
localização dos tumores produtores de 
catecolaminas (feocromocitomas). As 
catecolaminas nas vesículas secretoras 
encontram-se em equilíbrio dinâmico com o 
citoplasma circundante, sendo a captação das 
catecolaminas nas vesículas equilibrada com sua 
liberação no citoplasma. No citoplasma, a 
adrenalina é convertida em metanefrina, e a 
noradrenalina, em normetanefrina pela enzima 
catecolamina-O-metiltransferase (COMT). 
Em seguida, os metabólitos das catecolaminas 
saem continuamente da célula, tornando-se 
metanefrinas livres. A síntese das catecolaminas 
pode ser regulada por alterações na atividade da 
tirosina-hidroxilase por meio da liberação da 
inibição do produto final (aguda) ou por um 
aumento na síntese enzimática (crônico) 
Transporte e metabolismo 
A meia-vida das catecolaminas circulantes é curta 
(< 2 minutos). A maior parte (> 50%) das 
liberadas circula ligada à albumina com baixa 
afinidade. As catecolaminas circulantes podem 
sofrer recaptação por locais extraneuronais, 
degradação nas células-alvo pela catecolamina-O-
metiltransferase (COMT) ou pela 
monoaminoxidase (MAO) ou filtração direta na 
urina 
A MAO catalisa a primeira etapa de desaminação 
oxidativa das catecolaminas. A COMT catalisa a 
conversão da adrenalina e da noradrenalina em 
metanefrina e normetanefrina. A ação conjunta 
da MAO, da COMT e da aldeído-desidrogenase 
sobre a noradrenalina e a adrenalina, 
particularmente no fígado, produz o metabólito 
ácido vanililmandélico (VMA), o principal produto 
final do metabolismo da noradrenalina e da 
adrenalina. 
A dopamina metabolizada por essa via produz 
ácido homovanílico (HVA, de homovanillic acid). O 
VMA e o HVA são hidros solúveis e são 
excretados na urina em altos níveis. Sua taxa de 
excreção urinária constitui um importante índice 
e um marcador clínico útil para a detecção de 
tumores, como os feocromocitomas, que 
produzem catecolaminas em excesso. 
Armazenamento 
Ocorre grande estocagem de Catecolaminas 
(Adrenalina, Noradrenalina e Dopamina) em 
Grânulos Secretórios, derivados do Complexo de 
Golgi, aparentemente específicos para cada 
Hormônio, pois apresentam características 
morfológicas distintas. As Catecolaminas se fixam 
aos Grânulos por meio da Proteína Cromogranina. 
Secreção 
A liberação das catecolaminas representa uma 
resposta direta à estimulação nervosa simpáticada medula suprarrenal. A acetilcolina liberada das 
terminações nervosas simpáticas pré-
ganglionares liga-se a receptores colinérgicos 
nicotínicos (canais iônicos regulados por ligantes) 
na membrana plasmática das células cromafins, 
levando ao rápido influxo de Na+ e à 
despolarização da membrana celular. 
A despolarizção das células leva à ativação dos 
canais de Ca2+ regulados por voltagem, 
produzindo um influxo de Ca2+. As vesículas 
sinápticas que contêm as catecolaminas pré-
formadas ficam atracadas sob a membrana 
sináptica e se tornam estreitamente associadas 
aos canais de Ca2+ regulados por voltagem. O 
Bianca Abreu- MD4 24 
 
influxo de Ca2+ desencadeia o processo de 
exocitose dos grânulos secretores, que liberam 
as catecolaminas no espaço intersticial, a partir do 
qual são transportadas na circulação até os 
órgãos-alvo. 
Mecanismo de ação 
As Catecolaminas podem se ligar a Receptores 
Adrenérgicos denominados α 
e β, subdivididos em α1 e α2, 
e β1, β2 e β3, sendo ambos 
os grupos classificados como 
Receptores Metabotrópicos 
(Acoplados à Proteína G). Os 
Receptores β-adrenérgicos 
são acoplados à Proteína Gs, que estimula a 
Enzima Adenilil-Ciclase e gera AMPc como 
segundo mensageiro; já os Receptores α1 
Adrenérgicos são Acoplados à Proteína Gq, que 
estimula a Enzima Fosfolipase C (PLC) e resulta 
em aumento do cálcio intracelular, enquanto que 
os Receptores α2 Adrenérgicos estão acoplados 
à Proteína Gi, que inibe a liberação de cálcio 
intracelular e a atividade da Enzima Adenilil-Ciclase. 
a. Receptor Adrenérgico α1: causa Vasoconstrição, 
dilatação da pupila, aumento da Resistência 
Vascular Periférica, aumento da PA e contração 
do Esfíncter Interno da Bexiga, sendo um 
Receptor Pós-Sináptico; 
b. Receptor Adrenérgico α2: causa a inibição da 
liberação de Noradrenalina e inibição da liberação 
de Insulina, sendo um Receptor Pré-Sináptico; 
c. Receptor Adrenérgico β1: causa Taquicardia, 
aumento da Lipólise, aumento da Contratilidade 
Miocárdica e aumento da liberação de Renina 
pelo Aparelho Justaglomerular dos Rins; 
d. Receptor Adrenérgico β2: causa vasodilatação, 
leve redução da Resistência Vascular Periférica, 
Broncodilatação, aumento da Glicogenólise 
Hepática e Muscular (principalmente muscular), 
aumento da liberação de Glucagon pelo Pâncreas 
e relaxamento da Musculatura Uterina e Intestinal; 
e. Receptor Adrenérgico β3: realiza alterações na 
termogênese por seu Efeito Lipolítico no Tecido 
Adiposo. É o Receptor Adrenérgico presente em 
maior quantidade no Tecido Adiposo, sendo o 
principal na estimulação da Lipólise; entretanto, os 
Receptores β1 e β2 também realizam essa 
função, porém, por estarem em menores 
quantidades nos Adipócitos, possuem Ação 
Lipolítica pouco eficaz. 
 
Regulação 
O principal mecanismo regulador da Secreção 
Medular é o Sistema Nervoso Simpático 
Adrenérgico, o qual mantêm uma Ação Tônica 
sobre a Glândula, cujas Terminações Pré-
Ganglionares colinérgicas incitam a liberação dos 
Grânulos de Catecolaminas. Desse modo, quando 
se aumenta a Atividade Simpática, aumenta-se a 
liberação de Catecolaminas. O Sistema Nervoso 
Simpático, por sua vez, é controlado por diversos 
Núcleos Superiores, sendo eles: 
 Centro Medular: localiza-se sobre T3, exerce 
Ação Tônica sobre a Medula Adrenal; 
 Centro Bulbar: age pela Via do Nervo Esplâncnico 
Maior, que quando excitado, produz 
Hiperglicemia, Vasoconstrição e Taquicardia. 
 Centro Hipotalâmico: especialmente do 
Hipotálamo Posterior via Núcleos Torácicos 
Medulares; 
 Neurônios Corticais: quando estimulados, 
provocam excitação secretora sobre a Medula 
Adrenal; 
 Locus coeruleus (Cerúleo): age através de 
Sinapses com os Núcleos Hipotalâmicos ou 
Bianca Abreu- MD4 25 
 
diretamente sobre a Medula Adrenal. O 
mecanismo é tão importante que se denomina 
Sistema Cerúcleo-Simpático-Adrenal. 
Regulação dos receptores 
adrenérgicos 
A liberação das catecolaminas e seus efeitos são de 
curta duração em condições fisiológicas normais. 
Todavia, a estimulação crônica leva a elevações 
sustentadas das catecolaminas circulantes, e a 
consequente estimulação dos receptores 
adrenérgicos pode levar a alterações na 
responsividade dos tecidos. 
Alterações semelhantes na responsividade podem ser 
induzidas pela produção endógena de agonistas ou 
pela administração exógena de agonistas 
farmacológicos. São exemplos a dessensibilização 
promovida por agonistas b na asma e a taquifilaxia 
estimulada por agonistas a em pacientes em uso de 
descongestionantes nasais simpaticomiméticos. A 
exposição persistente a um agonista do receptor 
adrenérgico também pode resultar em perda efetiva 
de receptores, devido à degradação ou à 
dessensibilização dos receptores. 
Foram descritos vários mecanismos de 
dessensibilização. Por exemplo, depois de apenas 
alguns minutos de exposição a um agonista b2-
adrenérgico, o receptor é fosforilado 
Essa fosforilação interfere no acoplamento do 
receptor com a proteína G. Após exposição mais 
prolongada a agonistas receptores adrenérgicos, 
esses receptores são internalizados abaixo da 
superfície celular. Por fim, com exposição crônica a 
agonistas dos receptores, pode-se verificar uma 
redução do número de receptores na membrana 
plasmática, devido à síntese diminuída do receptor 
(downregulation). 
Os receptores adrenérgicos também podem sofrer 
upregulation, devido a um aumento na transcrição do 
gene do receptor. Dois hormônios produzem esse 
efeito: os glicocorticoides e o hormônio da tireoide. 
Além disso, esses dois hormônios podem regular a 
expressão de vários tipos de receptores adrenérgicos 
por eventos pós-transcrição. Os vários subtipos de 
receptores adrenérgicos diferem quanto à sua 
suscetibilidade a esses eventos promovi dos por 
agonistas. 
A upregulation dos receptores pelo hormônio da 
tireoide é crítica nos pacientes hipertireóideos, visto 
que os efeitos combinados desse hormônio e das 
catecolaminas podem exacerbar as manifestações 
cardiovasculares da doença. 
Efeitos fisiológicos 
As catecolaminas são liberadas em resposta à 
estimulação simpática e são fundamentais na 
resposta de estresse a uma agressão física ou 
psicológica, como perda grave de sangue, 
diminuição do nível de glicemia, lesão traumática, 
intervenção traumática, intervenção cirúrgica ou 
experiência desagradável. 
Como elas fazem parte da resposta de “luta ou 
fuga”, seus efeitos fisiológicos consistem em 
alerta, dilatação das pupilas, piloereção, sudorese, 
dilatação brônquica, taquicardia, inibição da 
atividade do músculo liso e constrição dos 
esfincteres no trato gastrintestinal 
 A maioria dos eventos envolvidos no 
enfretamento de uma situação estressante exige 
o gasto de energia. As catecolaminas asseguram 
a mobilização de substrato do fígado, do músculo 
e da gordura, estimulando a degradação do 
glicogênio (glicogenólise) e da gordura (lipólise). 
Por conseguinte, o aumento das catecolaminas 
circulantes está associado a elevações dos níveis 
plasmáticos de glicose, glicerol e ácidos graxos 
livres. Alguns dos efeitos mais importantes das 
catecolaminas são exercidos no sistema 
cardiovascular, onde aumentam a frequência 
cardíaca (taquicardia), produzem vasoconstrição 
periférica e elevam a resistência vascular 
 
Bianca Abreu- MD4 26 
 
Ação das Catecolaminas 
As ações das Catecolaminas no organismo 
podem ser resumidas em três grandes funções: 
(1) manutenção do estado de alerta, (2) ações 
Metabólicas e (3) ações Cardiovasculares. Em 
detalhes, cada uma delas engloba o seguinte 
conjunto de ações mediados por diferentes tipos 
de Receptores: 
1. Manutenção do Estado de Alerta: os efeitos da 
Adrenalina no estado de alerta incluem a dilatação 
da pupila, Piloereção, Sudorese, Dilatação 
Brônquica, Taquicardia, inibição da Musculatura 
Lisa

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