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ATIVIDADE 2 - PETIÇÃO INICIAL - DIREITO DO CONSUMIDOR

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ESTÁGIO PRÁTICO I 
ATIVIDADE: ELABORAÇÃO DE PETIÇÃO INICIAL/ CÍVEL CONSUMIDOR 
 
CASO PRÁTICO 
Em janeiro de 2020, ESTEVÃO DA PAIXÃO, domiciliado em Vila Velha, ES, recebeu uma ligação, onde 
a operadora de telefonia móvel FALEFÁCIL LTDA, sediada em Alphaville, São Paulo, lhe ofertou um 
plano pós-pago de telefonia móvel. 
Considerando que o plano que ESTEVÃO já possuía era mais vantajoso, recusou a oferta. 
Decorridos cinco meses da ligação, ESTEVÃO tentou concretizar a compra de um veículo com oferta 
especial em razão da redução do IPI por tempo determinado, mediante financiamento, mas o 
negócio foi frustrado porque o crédito foi negado, uma vez que o nome de ESTEVÃO foi inscrito nos 
órgãos de proteção ao crédito pela empresa FALEFÁCIL, em decorrência de débito no valor de R$ 
800,00 (oitocentos reais), vencido em fevereiro de 2020. 
Ao entrar em contato com a empresa FALEFÁCIL, ESTEVÃO foi informado de que ele havia confirmado 
a contratação do serviço na data em que recebeu a ligação de oferta do plano e que estavam sendo 
emitidas faturas desde então. 
Constrangido e indignado pelo ocorrido e por perder uma excelente oportunidade de negócio, 
ESTEVÃO procura um escritório de advocacia. 
 
Considere que você é o advogado contratado por ESTEVÃO e elabore a petição inicial da ação 
competente, devidamente fundamentada, com o mínimo de duas laudas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTISSIMO(A) DR(A) JUIZ(A) DA VARA CIVEL DA COMARCA DE VILA 
VELHA/ES 
 
1. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES E INDICAÇÃO DO ADVOGADO 
 
1.1 – DAS PARTES 
 
1.2 - RECLAMANTE 
ESTEVÃO DA PAIXÃO, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., pessoa física 
regularmente inscrita no RG..., portador do CPF ..., residente e domiciliado na Rua ..., nº 
..., bairro ..., Vila Velha/ES, CEP ..., E-mail ..., por seu advogado devidamente constituído 
em instrumento procuratório anexo, onde consta endereço para as comunicações do 
Juízo e e-mail ..., vem a presença de Vossa Excelência apresentar: 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS E PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA 
 
1.3 - RECLAMADA 
Em face de FALEFACIL LTDA, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ ..., 
com sede na Rua ..., nº ..., bairro Alphavile, cidade/SP, CEP ..., E-mail ..., 
 
2. DOS FATOS 
Em janeiro de 2020, o Reclamante recebeu uma ligação da reclamada na qual lhe ofertou 
um plano pós-pago de telefone móvel, contudo o plano que o reclamante possuia era 
mais vantajoso e recusou a oferta da reclamada. Após cinco meses do ocorrido o 
reclamante tentou concretizar uma compra de um veículo com oferta especial devido a 
redução do IPI por tempo indeterminado mediante um financiamento, tendo a sua 
tentativa de negócio recusada devido a inscrição do seu nome nos órgãos de proteção 
ao crédito pela reclamada, pela alegação de um débito de R$ 800,00 vencido em 
fevereiro de 2020. 
Ao entrar em contato com a reclamada, foi informado que a contratação do serviço foi 
 
 
concluída em janeiro de 2020 e sendo emitidas as faturas desde então. 
 
3. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
Se revela de forma nítida a existência da relação de consumo, isto é, fundada entre um 
consumidor e um fornecedor de bens e serviços conforme art. 2º e 3º do Código de 
Defesa do Consumidor. 
Acrescenta-se que o consumidor é a parte vulnerável da relação, vez que esta 
vulnerabilidade decorre do princípio constitucional da isonomia, entende-se que tal 
relação tem que ser equânime. A partir dessa premissa, então, que se constitui tal relação 
e neste caso, não há dúvidas da vulnerabilidade do Reclamante perante a Reclamada, 
sendo-lhe, assim, garantida a proteção e o respeito à sua dignidade e honra pelo citado 
código. 
Ainda, no que tange a vulnerabilidade do consumidor, tem-se que esta decorre de falta 
de conhecimento técnico, jurídicos e econômicos ou contábeis. 
Assim, uma vez reconhecido ao Autor como destinatário final dos serviços contratados, 
e demonstrada sua hipossuficiência técnica, tem-se configurada relação de consumo e, 
consequentemente, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor. 
 
4. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Demonstrada a relação de consumo, resta consubstanciada a configuração da 
necessária inversão do ônus da prova, conforme dispõe o art. 6º, do CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, 
ao seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 
 
A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade ou grande dificuldade 
na obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio 
da distribuição dinâmica do ônus da prova implementada pelo Novo Código de Processo 
 
 
Civil: 
 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I – ao autor, quanto a fato constitutivo de seu direito; 
II – ao réu , quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou 
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da 
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que 
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma vez que disputa a lide 
com uma empresa de grande porte, indisponível concessão do direito à inversão do ônus 
da prova, que desde já requer. 
Considerando a hipossuficiência técnico-econômica do autor, faz-se necessária a 
inversão do ônus da prova como forma de facilitação da defesa dos interesses do autor 
em juízo, de forma que cabe a empresa comprovar documentalmente que o autor 
efetivamente celebrou o contrato descrito na inicial. 
 
5. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
Cumpre aclarar que, à luz do Código de Defesa do Consumidor, cabe ao fornecedor 
oferecer segurança na prestação de seu serviço, de forma a proteger o consumidor de 
possíveis danos. Assim, como fornecedora, deve a instituição financeira diligenciar a fim 
de proporcionar o máximo de segurança ao seu cliente. 
In casu, o requerente foi surpreendido com a cobrança indevida de R$ 800,00, referente 
a plano pós-pago de telefonia móvel (documento em anexo), ocasionando a inclusão de 
seu nome, indevidamente, junto aos órgãos de proteção ao crédito, contudo, JAMAIS 
contratou quaisquer serviços junto ao réu. 
Considerando o risco da atividade, a Ré deveria cercar-se de todas as medidas para 
evitar quaisquer equívocos ou danos ao consumidor, dispondo de sistemas de segurança 
e controle mais eficientes. 
 
 
Trata-se, portanto, de responsabilidade objetiva, nos termos do art. 14, do Código de 
defesa do Consumidor, pela qual independe de comprovação da culpa, vejamos: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, 
pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação 
dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição 
e riscos. 
Assim, por certo, o Reclamado é responsável objetivamente, nos termos do art. 14, do 
CDC, pelos danos causados ao Reclamante com a cobrança indevida de débito e 
negativação do seu nome junto aos órgãos de proteção ao crédito, porque, embora lhe 
fosse exigido agir com cautela, ele assim não procedeu, permitindo a perpetuação de 
fraude. 
De tal sorte, resta caracterizada a responsabilidade, eis que comprovado o dano de 
consumo, o serviço defeituoso prestado pelo fornecedor como fator determinante do 
prejuízo e os constrangimentos gerados ao demandante,ressaltando-se, que não há 
hipótese para exclusão da responsabilidade, conforme previsto no art. 14,§ 3º do CDC. 
Logo, resta clara a falha na prestação do serviço do Réu, já que permitiu a perpetuação 
da fraude, sendo, portanto, devida a declaração de inexistência de débito e, 
consequentemente a exclusão dos registros constantes em seu nome junto aos órgãos 
de proteção ao crédito. 
 
6. DO DANO MORAL 
Inarredável a conclusão de que, a negativação indevida do nome do autor, por dívida que 
não contraiu, causou-lhe enorme desgosto e intranquilidade. 
Ademais, a indenização é devida, pois, em casos como o dos autos que o dano é in re 
ipsa, isto é, derivado do próprio ato ofensivo, independe da comprovação de dor, 
sofrimento ou abalo psicológico, vez que a simples ocorrência de determinados fatos 
conduz a configuração do dano moral, tal como ser imputada ao autor a mácula de mau 
pagador perante o mercado de consumo. 
O direito do Reclamante está evidente, a Reclamada age de má-fé ao imputar débitos 
indevidos ao consumidor, uma vez que a responsabilidade objetiva, contida no 
art. 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, independe da comprovação da culpa ou 
 
 
dolo do agente; ainda que não exista culpa ou dolo, as pessoas jurídicas de direito 
privado, prestadoras de serviço público, responderá pelo dano causado por seus 
agentes, uma vez comprovada, simplesmente, a relação de causalidade. 
 
7. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO 
O quantum indenizatório deves ser fixado de modo a não só garantir à parte que o postula 
a recomposição do dano em face da lesão experimentada, mas igualmente deve servir 
de reprimenda àquele que efetuou a conduta ilícita, como assevera a doutrina: 
“Com efeito, a reparação de danos morais exerce função diversa daquela dos danos 
materiais. Enquanto estes se voltam para a recomposição do patrimônio ofendido, por 
meio da aplicação da fórmula “danos emergentes e lucros cessantes” (CC, art. 402), 
aqueles procuram oferecer compensação ao lesado, para atenuação do sofrimento 
havido. De outra parte, quanto ao lesante, objetiva a reparação impingir-lhe sanção, a 
fim deque não volte a praticar os atos lesivos à personalidade de outrem”. 
Nesse diapasão, consideradas as peculiaridades do caso já abordas entende-se que o 
valor da indenização deve ser arbitrado em R$... . 
 
8. DA TUTELA DE URGÊNCIA 
São requisitos essenciais da tutela de urgência, nos termos do art. 300 do Código de 
Processo Civil, a probabilidade do direito e o perigo de dano. 
No presente caso, há elementos suficientes que evidenciam a probabilidade do direito, 
conforme os pontos já elucidados, ora tratar-se de negativação em face de débito 
inexistente, oriundos de um contrato objeto de fraude. 
A probabilidade do direito restou perfeitamente demonstrada na fundamentação desta 
exordial, evidenciando a incompatibilidade da manutenção do CPF do autor, eis que, 
houve contratação da prestação dos serviços no nome do reclamante sem a autorização 
dele, permitindo a perpetuação de fraude, agindo de maneira temerária. 
Desta forma, postulamos que determine ao requerido que retire o nome do autor de todo 
cadastro de maus pagadores SPC/SERASA, haja vista o autor não ter tido nenhuma 
relação jurídica com a parte ré. 
O periculum in mora se faz presente, uma vez que o CPF do Autor está indevidamente 
 
 
inserido no rol de maus pagadores, com informações restritivas ao crédito, encontrando-
se impedido de exercer o pleno gozo de seu crédito no mercado de consumo. 
Com isso, a demora no andamento processual não outorga ao Autor o conforto da espera 
e isso certamente lhe trará ainda mais prejuízos, havendo justo receio e certeza de que 
não possa manter seus negócios, bem como a rotina da vida cotidiana. 
Desse modo, requer seja concedia tutela de urgência de caráter antecedente, nos termos 
do art. 300, do CPC, inaudita altera pars, determinando-se a imediata EXCLUSÃO das 
inscrições em nome do autor junto aos órgãos de proteção ao crédito, bem como se 
abstenha a requerida de inserir novamente qualquer informação negativa referente aos 
mesmos fundamentos, com fixação de multa diária em caso de descumprimento. 
 
9. DOS PEDIDOS 
9.1 Citação da reclamada para querendo, no prazo legal, apresente resposta, sob pena 
de aplicação dos efeitos da revelia e confissão, nos termos do art. 344, do CPC; 
 
9.2 Total procedência da ação, confirmando o pedido liminar, declarando-se a 
inexistência do débito no valor de R$ 800,00, excluindo definitivamente, os registros em 
nome do autor junto aos órgãos de proteção ao crédito; 
 
9.3 A CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA, determinando-se a EXCLUSÃO 
IMEDIATA dos registros em no nome do Autor junto aos órgãos de proteção ao crédito, 
bem como se ABSTENHA a requerida de inserir novamente qualquer informação 
negativa referente aos mesmos fatos, com fixação de multa cominatória em caso de 
descumprimento, nos termos do art. 300, do CPC; 
 
9.4 A deferida a Inversão do ônus da prova, com fundamento no Art. 6º, VIII do CDC. 
 
9.5 Seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 334, 
do CPC; 
 
9.6 A CONDENAÇÃO do réu ao pagamento de indenização a título de DANOS MORAIS, 
 
 
no valor de R$_____, tendo em vista a falha na prestação do serviço, levando em 
consideração a função compensatória, punitiva e pedagógica, bem como o potencial 
econômico da parte lesante, nos termos do art. 940, do Código Civil; 
 
9.7 Seja a parte contrária condenada ao pagamento das custas e despesas processuais, 
bem como dos honorários sucumbenciais que Vossa Excelência fixar, segundo critérios 
dosimétricos do art. 85 do CPC; 
 
10. DAS PROVAS 
Pugna pela produção de todos os meios de prova em Direito admitidos e não defesos 
em lei, especialmente documental, depoimento pessoa sob pena de confesso, 
testemunhal, cujo rol segue em anexo, requerendo desde já a intimação das referidas 
testemunhas e pericial caso haja necessidade. 
 
Dá - se à causa o valor de R$ ... 
 
Cidade, Estado, data e ano 
 
Advogado 
 
OAB/UF

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