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Líquido Cefalorraquidiano e Líquidos Cavitários Líquidos cavitários: • Pleural • Pericárdico • Peritoneal • são classificados como cavitários, por estarem presentes em cavidades fechadas do corpo e revestidos por duas membranas serosas, uma parietal em contato com a parede da cavidade e outra visceral, que reveste o órgão no interior da cavidade 2 Líquidos Cavitários Líquido Pleural • A pleura mantém os pulmões para a ventilação, trocas gasosas. • O líquido pleural, juntamente com uma pressão negativa da cavidade pleural, mantém as pleuras parietal e visceral estabilizadas e aderentes, evitando um colapso pulmonar. • A pleura é uma pequena camada de tecido fino que reveste os pulmões (pleura visceral) e a parede interna do tórax (pleura parietal). 3 Líquido Pericárdico • Pericárdio – peri (“ao redor ") e do kardia (“coração ") – membrana que reveste e protege o coração. • Pericárdio fibroso e o pericárdio seroso (que por sua vez é composto por duas lâminas: a lâmina visceral e a lâmina parietal). • Líquido pericárdico: lubrifica as superfícies, diminuindo o atrito durante os movimentos cardíacos. 4 Líquido Peritoneal • Peritônio é uma membrana serosa que reveste as paredes da cavidade abdominal e recobre órgãos abdominais e pélvicos (como estômago, intestino). • Entre as suas duas camadas - parietal e visceral - está a cavidade peritoneal. • A função do peritônio é sustentar e proteger os órgãos abdominopélvicos. 5 Líquidos Cavitários • O volume depende da localização. • Cavidades fechadas e revestidas por 2 membranas serosas. • Tipos/Volume • pleural - até 30mL • pericárdico – 20 a 50mL • peritonial – 100mL • Aspecto • Claro e aquoso • Densidade • Presença ou não de células • Excesso – é chamado de derrame - cor, densidade e celularidade. 6 Transudato Exsudato Causa desequilíbrio das pressões hidrostática e oncótica aumento da permeabilidade capilar secundária a inflamações Processo passivo ativo Aspecto Límpido e incolor branco a avermelhado [Proteína] baixa elevada Celularidade baixa elevada Tipos Normal Modificado Infeccioso Não-infeccioso 7 Derrames Cavitários • Coleta – remoção do líquido • Conservação – refrigeração • Citocentrifugação – células • Laudo descritivo • aspecto • parâmetros bioquímicos • celularidade • citologia • identificação de agente etiológico 8 Derrame Peritoneal • Transudato - Hepatopatia Esquistossomose • Hipertensão Portal < pressão osmótica coloidal - > permeabilidade dos capilares peritoneais - extravasamento • Exsudato - infecção, inflamações e tumores • lesões no peritônio - coleção • Aspecto • Amarelo – hepatopatia • Leitoso – sistema linfático • Esverdeado - bile • Avermelhado – hemorragia • Turvo – leucócitos ou bactérias 9 • Parâmetros bioquímicos • [Albumina] - aumentada • [Glicose] – semelhante a glicemia - diminuída em infecções • [Amilase] – semelhante a plasmática – aumentada em doenças pancreáticas • [Fosfatase alcalina] – aumentada em danos intestinais • marcadores tumorais 10 Derrame Pericárdico • Transudato - alteração circulatória • alteração circulatória – acúmulo • Exsudato - Pericardite infecciosa ou não • Inflamação persistente - extravasamento – acúmulo – > pressão intrapercárdica – enrijecimento do saco pericárdico - pericardite construtiva • Aspecto • Leitoso – sistema linfático • Avermelhado – hemorragia • Turvo – leucócitos ou bactérias 11 Derrame Pleural • Transudato – ICC - alteração circulatória – acúmulo - derrame - 2 pulmões • Exsudato - inflamação - pneumonia, tuberculose, câncer e doença autoimune • Inflamação persistente - extravasamento – acúmulo– 1 pulmão • Aspecto • Leitoso – sistema linfatico • Avermelhado – hemorragia • Turvo – leucócitos ou bactérias 12 Líquido Sinovial • Produzido nas articulações – lubrificação • Volume 1mL • Características: claro, transparente, sem coágulos e viscoso • Viscosidade – ácido hialurônico 13 Derrame Sinovial • Exsudato - artrite, infecção, gota • Inflamação persistente - extravasamento – acúmulo • Aspecto • Avermelhado – hemorragia • Turvo – leucócitos, bactérias, fibrina ou cristais • Esverdeada - artrites sépticas • coágulos 14 • Parâmetros Bioquímicos • (teste) Formação de coágulo de mucina - ácido acético • firme e compacto - viscosidade normal • fraco com fragmentos dispersos e solução turva – baixa viscosidade - artrites inflamatórias • [Glicose] – semelhante a glicemia – diminuída em processos inflamatórios e infecciosos • [proteína] – aumentada infecção bacteriana • [LDH] – aumentada - artrite reumatoide, gota e artrites infecciosas • [Ácido úrico] – aumentada – gota • Fator reumatoide, ASLO, FAN, complemento 15 Líquido Cefalorraquidiano (LCR) • secretado pelo epitélio ependimário dos plexos coroides • adultos - 20 mL/h - volume do LCR ~ 100 a 150 mL - renovação a cada 6hs • espaço subaracnoideo - armazena 150mL • granulações aracdônicas – absorvem o resto • produção influenciada pela pressão intracraniana 16 Líquido Cerebrospinal, Líquido Cefalorraquidiano (LCR) (líquor) • É definido como um fluído corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnóideo no cérebro e medula espinhal (entre as meninges aracnóide e pia- máter). • Formado principalmente por água, proteínas, glicose, glóbulos brancos e alguns hormônios. • A produção e a circulação desse líquido são contínuas, sendo que em algumas vezes pode ocorrer a obstrução desse fluxo e, consequentemente, seu acúmulo, causando a chamada hidrocefalia. Função • Suavizar os possíveis impactos do sistema nervoso central com os ossos. 17 • Função • proteção mecanicamente o tecido cerebral • evita atrito com o crânio • coleta de resíduos • circulação de nutrientes • composição controlada pelas barreiras hematoencefálica e hematoliquórica - invasão de agentes externos 18 Fluxo do LCR 19 Coleta de LCR • Médico anestesista – identificação do local 20 • Medição da pressão de abertura • Manômetro • Adultos - decúbito lateral - 90 a 180 mm H2O • normal – coletar até 20 ml • sem anticoagulante • Forma • 3 tubos • Tubo 1 - análises bioquímicas e sorológicas • Tubo 2 – exames microbiológicos • Tubo 3 – contagem celular • Tubo único • Bacteriologia - hematologia – bioquímica e sorologia 21 • Transporte e armazenamento • material aspirado – escasso e degradável – máximo 1h • armazenamento - entre 5°C e 12°C • Preparo da amostra • Centrifugada - análise visual • Não centrifugada e homogeneizada – contagem celular em câmaras • Lâmina • amostra total ou sedimento • preparação rápida - lise 22 Exame do LCR • Método complementar na avaliação neurológica • Laudo descritivo • Aspecto físico • Análise Celular • Parâmetros bioquímicos • Identificação de agente infeccioso • Outras alterações 23 http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/manuais/manual-de- neurodiagnosticos/Pages/liquido-cefalorraquidiano.aspx 24 Aspecto Físico • Antes e depois da centrifugação • Padrão - límpido, cristalino e inodoro • Coágulo – presente ou ausente 25 Aspecto Físico • Coloração • Incolor – normal ou infecção viral • Turvo – partículas em suspensão • Vermelho brilhante – punção de vaso ou hemorragia antiga (sobrenadante amarelo) • Vermelho-tijolo – hemorragia intracraniana • Amarelo - Xantocromia - bilirrubina 26 http://lanaebmsp.wixsite.com/neuro/single-post/2014/05/21/-L%C3%8DQUOR 27 28 Avaliação do LCR Hemorrágico 29 Parâmetros Bioquímicos • Proteínas • LCR - 80% transudato plasmático + 20% sintetizados no SNC • Frações • ~ 50% - albumina • pré-albumina ou transtirretina • proteínas sintetizadas pelo SN: • 14-3-3 - Doença de Creutsfeld-Jacob • tau (t) globulina – axônio • enolase – neurônio • proteína S-100b – glia 30 • cistatina C – meninge • proteína básica de mielina • Alterações de concentração • Aumento • produção intra-tecal de Ig • passagem proporcionalatravés da BHE • ruptura de BHE - meningites bacterianas agudas, hemorragias intracranianas, esclerose múltipla, Guillain-Barré, malignidades • imaturidade – RN • Diminuição • fisiológico - entre 6 meses e 2 anos • diminuição de volume liquórico - punções ou traumas com perda • aumento da pressão intracraniana 31 Padrão de produção intratecal de Ig Patologias relacionadas ausência de IgA, IgG e IgM meningite bacteriana, encefalite viral (início), polirradiculite predomínio de IgG esclerose múltipla, neurossífilis, encefalopatia crônica pelo HIV predomínio de IgA neurotuberculose, abscesso cerebral, adrenoleucodistrofia predomínio de IgM Doença de Lyme, caxumba presença de IgA, IgM e IgG infecções oportunistas 32 • Glicose - 2/3 da glicemia • Diminuição • consumo– meningite bacteriana ou fúngica • alterações nos mecanismos de passagem soro - LCR - hemorragia subaracnóidea • Cloro - diminuição - meningites e meningoencefalites • Lactato - aumento - produção intratecal • metabolismo anaeróbio da glicose - meningite bacteriana • acidose tecidual – destruição tecidual - marcador de traumatismo crânio- encefálico • TGO - Aumento - pós-convulsivos, necroses de parênquima cerebral, HIV 33 • Desidrogenase láctica (DHL) • Aumento • RN - hemorragias intracranianas, convulsões e hidroencefalia • Lesão cerebral por hipóxia - pós-convulsão e necroses de parênquima cerebral • diferenciação de hemorragia intracraniana e punção traumática– hemólise • Adenosina deaminase (ADA) • Aumento - processos infecciosos subagudos - meningite tuberculosa, meningite bacteriana grave, neurobrucelose, neurocriptococose 34 • Eletroforese de proteínas • determinação das frações proteicas no LCR • isoeletrofocalização • bandas oligoclonais – Ig – inflamação do SNC • esclerose múltipla • processos infecciosos subagudos ou crônicos - panencefalite pós- sarampo, neurossífilis e encefalopatias virais 35 Identificação de Agente Infeccioso • Pesquisa de antígenos bacterianos - testes rápidos • VDRL (não treponêmico) e FTAbs (fluorescência) – Treponema pallidum • Cultura de LCR • coleta sem uso prévio de antimicrobianos - meningite bacteriana ou fúngica • volume mínimo - 1,0mL • processamento - 1hora • crescimento após a incubação - agente 36 Amostra Agar Chocolate ou Agar Thayer Martin Agar MC Aerobiose a 35ºC por 18 a 24 hs Anaerobiose a 35ºC por 18 a 24 hs com umidade Neisseria meningitidis Listeria monocytogenes Streptococcus agalactiae NegativoPositivo Oxidase Enterobactérias Ziehl-Neelsen Aerobiose a 35ºC por 18 a 24 hs Gram Micobactérias Tinta da Índia Cryptococcus e Amebas Fungos e Bactérias Agar Sangue NegativoPositivo Camp Test Enterococcus spp Outros estreptococos Pneumococo, meningococos (A, B e C) e H. influenzae B Latex 37 http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/revista-medica/materias/Pages/as-pistas-do-liquor.aspx 38 Agradecimento: Profa. Maristela Tsujita, pelo material gentilmente cedido Profa. Paula Knox, pelo material gentilmente cedido 39 BIBLIOGRAFIA HENRY, J. B. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 21. ed. Barueri: Manole, 2012. MOTTA, VALTER T. Bioquímica Clínica para o Laboratório: princípio e interpretações. 5. ed. Rio de Janeiro: Medbooks, 2009. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6.ed. São Paulo: Artmed, 2011/2014. RAVEL, R. Laboratório clínico: aplicações clínicas dos dados laboratoriais. Rio de Janeiro: 6.ed. Guanabara Koogan, 2014.