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Líquido Cefalorraquidiano 
e Líquidos Cavitários
Líquidos cavitários:
• Pleural
• Pericárdico
• Peritoneal
• são classificados como cavitários, por estarem presentes em cavidades
fechadas do corpo e revestidos por duas membranas serosas, uma parietal
em contato com a parede da cavidade e outra visceral, que reveste o órgão
no interior da cavidade
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Líquidos Cavitários 
Líquido Pleural
• A pleura mantém os pulmões para a ventilação, trocas gasosas.
• O líquido pleural, juntamente com uma pressão negativa da cavidade pleural, mantém
as pleuras parietal e visceral estabilizadas e aderentes, evitando um colapso
pulmonar.
• A pleura é uma pequena camada de tecido fino que reveste os pulmões
(pleura visceral) e a parede interna do tórax (pleura parietal).
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Líquido Pericárdico
• Pericárdio – peri (“ao redor ") e do kardia (“coração ") – membrana que reveste e
protege o coração.
• Pericárdio fibroso e o pericárdio seroso (que por sua vez é composto por duas lâminas: a
lâmina visceral e a lâmina parietal).
• Líquido pericárdico: lubrifica as superfícies, diminuindo o atrito durante os movimentos
cardíacos.
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Líquido Peritoneal
• Peritônio é uma membrana serosa que reveste as paredes da cavidade abdominal e
recobre órgãos abdominais e pélvicos (como estômago, intestino).
• Entre as suas duas camadas - parietal e visceral - está a cavidade peritoneal.
• A função do peritônio é sustentar e proteger os órgãos abdominopélvicos.
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Líquidos Cavitários 
• O volume depende da localização.
• Cavidades fechadas e revestidas por 2 membranas serosas.
• Tipos/Volume
• pleural - até 30mL
• pericárdico – 20 a 50mL
• peritonial – 100mL
• Aspecto
• Claro e aquoso
• Densidade
• Presença ou não de células
• Excesso – é chamado de derrame - cor, densidade e celularidade.
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Transudato Exsudato
Causa desequilíbrio das pressões 
hidrostática e oncótica
aumento da 
permeabilidade capilar 
secundária a 
inflamações
Processo passivo ativo
Aspecto Límpido e incolor branco a
avermelhado
[Proteína] baixa elevada
Celularidade baixa elevada
Tipos Normal
Modificado
Infeccioso 
Não-infeccioso
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Derrames Cavitários
• Coleta – remoção do líquido
• Conservação – refrigeração
• Citocentrifugação – células
• Laudo descritivo
• aspecto
• parâmetros bioquímicos
• celularidade
• citologia
• identificação de agente etiológico
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Derrame Peritoneal
• Transudato - Hepatopatia Esquistossomose
• Hipertensão Portal < pressão osmótica coloidal - > permeabilidade dos capilares 
peritoneais - extravasamento
• Exsudato - infecção, inflamações e tumores
• lesões no peritônio - coleção
• Aspecto
• Amarelo – hepatopatia 
• Leitoso – sistema linfático 
• Esverdeado - bile
• Avermelhado – hemorragia 
• Turvo – leucócitos ou bactérias
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• Parâmetros bioquímicos
• [Albumina] - aumentada
• [Glicose] – semelhante a glicemia - diminuída em infecções
• [Amilase] – semelhante a plasmática – aumentada em doenças
pancreáticas
• [Fosfatase alcalina] – aumentada em danos intestinais
• marcadores tumorais
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Derrame Pericárdico
• Transudato - alteração circulatória
• alteração circulatória – acúmulo
• Exsudato - Pericardite infecciosa ou não
• Inflamação persistente - extravasamento – acúmulo – > pressão intrapercárdica
– enrijecimento do saco pericárdico - pericardite construtiva
• Aspecto
• Leitoso – sistema linfático
• Avermelhado – hemorragia
• Turvo – leucócitos ou bactérias
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Derrame Pleural
• Transudato – ICC - alteração circulatória – acúmulo - derrame - 2 pulmões
• Exsudato - inflamação - pneumonia, tuberculose, câncer e doença autoimune
• Inflamação persistente - extravasamento – acúmulo– 1 pulmão
• Aspecto
• Leitoso – sistema linfatico
• Avermelhado – hemorragia
• Turvo – leucócitos ou bactérias
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Líquido Sinovial
• Produzido nas articulações – lubrificação
• Volume 1mL
• Características: claro, transparente, sem coágulos e viscoso
• Viscosidade – ácido hialurônico
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Derrame Sinovial
• Exsudato - artrite, infecção, gota
• Inflamação persistente - extravasamento – acúmulo
• Aspecto
• Avermelhado – hemorragia
• Turvo – leucócitos, bactérias, fibrina ou cristais
• Esverdeada - artrites sépticas
• coágulos
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• Parâmetros Bioquímicos
• (teste) Formação de coágulo de mucina - ácido acético
• firme e compacto - viscosidade normal
• fraco com fragmentos dispersos e solução turva – baixa viscosidade
- artrites inflamatórias
• [Glicose] – semelhante a glicemia – diminuída em processos
inflamatórios e infecciosos
• [proteína] – aumentada infecção bacteriana
• [LDH] – aumentada - artrite reumatoide, gota e artrites infecciosas
• [Ácido úrico] – aumentada – gota
• Fator reumatoide, ASLO, FAN, complemento
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Líquido Cefalorraquidiano (LCR)
• secretado pelo epitélio ependimário dos plexos coroides
• adultos - 20 mL/h - volume do LCR ~ 100 a 150 mL - renovação a cada
6hs
• espaço subaracnoideo - armazena 150mL
• granulações aracdônicas – absorvem o resto
• produção influenciada pela pressão intracraniana
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Líquido Cerebrospinal, Líquido Cefalorraquidiano (LCR) (líquor)
• É definido como um fluído corporal estéril, incolor, encontrado no espaço
subaracnóideo no cérebro e medula espinhal (entre as meninges aracnóide e pia-
máter).
• Formado principalmente por água, proteínas, glicose, glóbulos brancos e alguns
hormônios.
• A produção e a circulação desse líquido são contínuas, sendo que em algumas vezes
pode ocorrer a obstrução desse fluxo e, consequentemente, seu acúmulo, causando a
chamada hidrocefalia.
Função
• Suavizar os possíveis impactos do sistema nervoso central com os ossos.
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• Função
• proteção mecanicamente o tecido cerebral
• evita atrito com o crânio
• coleta de resíduos
• circulação de nutrientes
• composição controlada pelas barreiras hematoencefálica e
hematoliquórica - invasão de agentes externos
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Fluxo do LCR
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Coleta de LCR
• Médico anestesista – identificação do local
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• Medição da pressão de abertura
• Manômetro
• Adultos - decúbito lateral - 90 a 180 mm H2O
• normal – coletar até 20 ml
• sem anticoagulante
• Forma
• 3 tubos
• Tubo 1 - análises bioquímicas e sorológicas
• Tubo 2 – exames microbiológicos
• Tubo 3 – contagem celular
• Tubo único
• Bacteriologia - hematologia – bioquímica e sorologia
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• Transporte e armazenamento
• material aspirado – escasso e degradável – máximo 1h
• armazenamento - entre 5°C e 12°C
• Preparo da amostra
• Centrifugada - análise visual
• Não centrifugada e homogeneizada – contagem celular em câmaras
• Lâmina
• amostra total ou sedimento
• preparação rápida - lise
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Exame do LCR
• Método complementar na avaliação neurológica
• Laudo descritivo
• Aspecto físico
• Análise Celular
• Parâmetros bioquímicos
• Identificação de agente infeccioso
• Outras alterações
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http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/manuais/manual-de-
neurodiagnosticos/Pages/liquido-cefalorraquidiano.aspx 24
Aspecto Físico
• Antes e depois da centrifugação
• Padrão - límpido, cristalino e inodoro
• Coágulo – presente ou ausente
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Aspecto Físico
• Coloração
• Incolor – normal ou infecção viral
• Turvo – partículas em suspensão
• Vermelho brilhante – punção de vaso ou hemorragia antiga
(sobrenadante amarelo)
• Vermelho-tijolo – hemorragia intracraniana
• Amarelo - Xantocromia - bilirrubina
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http://lanaebmsp.wixsite.com/neuro/single-post/2014/05/21/-L%C3%8DQUOR
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Avaliação do LCR Hemorrágico
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Parâmetros Bioquímicos
• Proteínas
• LCR - 80% transudato plasmático + 20% sintetizados no SNC
• Frações
• ~ 50% - albumina
• pré-albumina ou transtirretina
• proteínas sintetizadas pelo SN:
• 14-3-3 - Doença de Creutsfeld-Jacob
• tau (t) globulina – axônio
• enolase – neurônio
• proteína S-100b – glia
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• cistatina C – meninge
• proteína básica de mielina
• Alterações de concentração
• Aumento
• produção intra-tecal de Ig
• passagem proporcionalatravés da BHE
• ruptura de BHE - meningites bacterianas agudas, hemorragias
intracranianas, esclerose múltipla, Guillain-Barré, malignidades
• imaturidade – RN
• Diminuição
• fisiológico - entre 6 meses e 2 anos
• diminuição de volume liquórico - punções ou traumas com perda
• aumento da pressão intracraniana 31
Padrão de produção 
intratecal de Ig
Patologias relacionadas
ausência de IgA, IgG e IgM meningite bacteriana, 
encefalite viral (início), 
polirradiculite
predomínio de IgG esclerose múltipla, 
neurossífilis, encefalopatia 
crônica pelo HIV
predomínio de IgA neurotuberculose, abscesso 
cerebral, adrenoleucodistrofia
predomínio de IgM Doença de Lyme, caxumba 
presença de IgA, IgM e IgG infecções oportunistas
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• Glicose - 2/3 da glicemia
• Diminuição
• consumo– meningite bacteriana ou fúngica
• alterações nos mecanismos de passagem soro - LCR - hemorragia
subaracnóidea
• Cloro - diminuição - meningites e meningoencefalites
• Lactato - aumento - produção intratecal
• metabolismo anaeróbio da glicose - meningite bacteriana
• acidose tecidual – destruição tecidual - marcador de traumatismo crânio-
encefálico
• TGO - Aumento - pós-convulsivos, necroses de parênquima cerebral, HIV
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• Desidrogenase láctica (DHL)
• Aumento
• RN - hemorragias intracranianas, convulsões e hidroencefalia
• Lesão cerebral por hipóxia - pós-convulsão e necroses de parênquima
cerebral
• diferenciação de hemorragia intracraniana e punção traumática– hemólise
• Adenosina deaminase (ADA)
• Aumento - processos infecciosos subagudos - meningite tuberculosa, meningite
bacteriana grave, neurobrucelose, neurocriptococose
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• Eletroforese de proteínas
• determinação das frações proteicas no LCR
• isoeletrofocalização
• bandas oligoclonais – Ig – inflamação do SNC
• esclerose múltipla
• processos infecciosos subagudos ou crônicos - panencefalite pós-
sarampo, neurossífilis e encefalopatias virais
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Identificação de Agente Infeccioso
• Pesquisa de antígenos bacterianos - testes rápidos
• VDRL (não treponêmico) e FTAbs (fluorescência) – Treponema pallidum
• Cultura de LCR
• coleta sem uso prévio de antimicrobianos - meningite bacteriana ou
fúngica
• volume mínimo - 1,0mL
• processamento - 1hora
• crescimento após a incubação - agente
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Amostra
Agar Chocolate ou 
Agar Thayer Martin
Agar MC Aerobiose 
a 35ºC por 
18 a 24 hs
Anaerobiose 
a 35ºC por 
18 a 24 hs
com umidade
Neisseria 
meningitidis 
Listeria monocytogenes
Streptococcus agalactiae
NegativoPositivo
Oxidase
Enterobactérias
Ziehl-Neelsen
Aerobiose 
a 35ºC por 
18 a 24 hs
Gram Micobactérias
Tinta da Índia
Cryptococcus e 
Amebas
Fungos e 
Bactérias
Agar Sangue
NegativoPositivo
Camp Test
Enterococcus spp
Outros 
estreptococos 
Pneumococo, 
meningococos 
(A, B e C) e H. 
influenzae B
Latex
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http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/revista-medica/materias/Pages/as-pistas-do-liquor.aspx
38
Agradecimento:
Profa. Maristela Tsujita, pelo material gentilmente cedido
Profa. Paula Knox, pelo material gentilmente cedido
39
BIBLIOGRAFIA
HENRY, J. B. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 21. ed. Barueri: Manole, 2012.
MOTTA, VALTER T. Bioquímica Clínica para o Laboratório: princípio e interpretações. 5. ed. Rio de Janeiro: Medbooks,
2009.
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6.ed. São Paulo: Artmed, 2011/2014.
RAVEL, R. Laboratório clínico: aplicações clínicas dos dados laboratoriais. Rio de Janeiro: 6.ed. Guanabara Koogan,
2014.

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