Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 1 CIRCULAÇÃO EXTRA CORPÓREA Prof. Antonio Osman – 2 aula – CCII - Vascular A Cirurgia Cardíaca com CEC representou uma das grandes conquistas médicas e da área biológica no século XX, criando novos horizontes para a cura de doenças cardíacas jamais imaginadas na primeira metade do século passado. DEFINIÇÃO A CEC, em um sentido mais amplo, compreende o conjunto de máquinas, aparelhos, circuitos e técnicas mediante as quais se substituem temporariamente as funções do coração e dos pulmões, enquanto esses órgãos ficam excluídos da circulação. As funções de bombeamento do coração são desempenhadas por uma bomba mecânica que impulsiona o sangue através do sistema circulatório do paciente e as funções dos pulmões são substituídas por um aparelho, o oxigenador, que permite as trocas gasosas com o sangue. Um número de tubos plásticos une os diversos componentes desse sistema entre si e ao paciente, constituindo a porção extracorpórea da circulação. “A CEC desviamos o sangue que está chegando nas cavidades cardíacas, devíamos de forma temporária, substituindo temporariamente a função do coração e pulmão = oxigenador” CIRCULAÇÃO NORMAL Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 2 CIRCULAÇÃO CORPOREA A pequena circulação transporta sangue do coração aos pulmões e, destes, novamente ao coração (coração – pulmão – coração). A grande circulação ou circulação sistêmica conduz o sangue do coração a todos os órgãos do corpo e é responsável pelo seu retorno ao coração (coração – corpo – coração). As funções de bombeamento do coração são desempenhadas por uma bomba mecânica que impulsiona o sangue através do sistema circulatório do paciente e as funções dos pulmões são substituídas por um aparelho, o oxigenador, que permite as trocas gasosas com o sangue. “nesse aparelho temos um oxigenador, nesse período de COVID, estamos usando o “ECMO” para substituir as funções dos pulmões”. Um número de tubos plásticos une os diversos componentes desse sistema entre si e ao paciente, constituindo a porção extracorpórea da circulação. E como funciona a circulação extracorpórea todo o sangue que chega no átrio direito é desviado do organismo pelas cânulas, e essa canula drena todo sangue para maquina, num reservatório venoso. Em seguida, ele passa por um dispositivo onde é retirado o gás carbônico o https://www.google.com/search?q=pequena+e+grande+circula%C3%A7%C3%A3o+cardiaca&bih=610&biw=677&rlz=1C1PRFC_pt-BRBR804BR804&hl=pt-BR&sxsrf=ALeKk039fY5lNvo6ex2IRcQz14SxSRfShA:1614606303887&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=8O8YAlx5qwYekM%252CWx1yA-xCrz1rYM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kRnstNqmC34V96TXVhqk_3g5-K0Lw&sa=X&ved=2ahUKEwjjwMeZnY_vAhWwH7kGHQldC9QQ9QF6BAgSEAE#imgrc=8O8YAlx5qwYekM https://www.google.com/search?q=pequena+e+grande+circula%C3%A7%C3%A3o+cardiaca&bih=610&biw=677&rlz=1C1PRFC_pt-BRBR804BR804&hl=pt-BR&sxsrf=ALeKk039fY5lNvo6ex2IRcQz14SxSRfShA:1614606303887&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=8O8YAlx5qwYekM%252CWx1yA-xCrz1rYM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kRnstNqmC34V96TXVhqk_3g5-K0Lw&sa=X&ved=2ahUKEwjjwMeZnY_vAhWwH7kGHQldC9QQ9QF6BAgSEAE#imgrc=8O8YAlx5qwYekM Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 3 oxigenador, em troca por oxigênio. Esse dispositivo faz a parte correspondente ao pulmão e vai para artéria Aorta e vai para circulação sistêmica. Obs: nº 10 e 11 = solução de cardioplegia = é uma solução que promove a parada dos batimentos cardíacos durante a cirurgia cardiaca. Tal solução tem a função de proteção cardiaca, tendo em vista a mesma ser rica em potassio e oxigênio promovendo assim uma parada cardiaca em diástole, entra na raiz da aorta e injeta uma solução cardio protetora, rica em potássio, gelada, alguns colocam lidocaína. OXIGENADORES Oxigenadores de bolhas O oxigênio é dispersado no interior de uma coluna do sangue, em microjatos, que produzem bolhas. As trocas gasosas se processam na superfície das bolhas. (Eu nunca participei de uma cirurgia cardíaca, é muito antigo). Causava embolia gasosa. Oxigenadores de Membrana Existe uma membrana semipermeável que separa o sangue do oxigênio e as trocas gasosas são feitas por difusão dos gases através da membrana ou através de poros existentes nas membranas. Permutador de calor e hipotermia Átrio Direito = sangue venoso Aorta = sangue oxigenado Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 4 Em Resumo o oxigenador e membrana de oxigenação. Uma vez que a canulação do paciente é concluída e o circuito da oxigenação por membrana extracorpórea estabelecido, o sangue do paciente é bombeado para o oxigenador. O oxigenador consiste em um recipiente que contém duas câmaras separadas por uma membrana semipermeável - a membrana de oxigenação. Enquanto o sangue do paciente flui por uma câmera, uma mistura gasosa, denominada fluxo de gás fresco, flui pela outra. É através da membrana de oxigenação que ocorre difusão dos gases entre o sangue do paciente e o fluxo de gás fresco, permitindo a oxigenação do sangue venoso e a remoção do dióxido de carbono. A composição da mistura gasosa no fluxo de gás fresco é determinada ajustando-se, no misturador de gases, a fração inspirada de oxigênio.O2 - oxigênio; CO2 - dióxido de carbono. PERMUTADOR DE CALOR E HIPOTERMIA A hipotermia é induzida pela circulação de água gelada no permutador térmico do oxigenador até o paciente alcançar a temperatura desejada. A reversão da hipotermia, ou seja, o reaquecimento do paciente se obtém circulando água morna no permutador de calor. VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS CONTROLÁVEIS PaO2- 100 a 200 mmHg SvO2 - > 60% PvO2 - e 30 - 40mmHg enta-amidos. Aditivos: Sangue Glicose, Albumina Drogas - Furosemida, manitol, corticoesteroides Tipo de fluxo arterial - contínuo ou pulsátil Pressão venosa central < 10 cm H2O ~ a 0 mmHg Pressão venosa pulmonar - ideal próximo a 0 mmHg Hematócrito - depende da temperatura sistêmica (quanto mais frio o paciente tiver podemos trabalhar com o hematócrito baixo: - maior ou igual a 30% - 20% a 25% Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 5 MONITORIZAÇÃO Pressão venosa central - veia jugular interna ou subclávia Pressão arterial (invasiva) - Artéria radial ou femoral Eletrocardiograma, oximetria de pulso Temperatura central - esofágica ou orofaríngea ou retal Débito urinário Coagulação - tempo de coagulação ativado (T.C.A.) Ácido-básico - gasometria arterial e venosa Metabólico - Glicemia e outros quando necessários HIPOTERMIA Definição : temperatura corporal < 35ºC - 35º a 32 ºC - 31ºC a 26ºC Hipotermia profunda - < 20ºC - 25º a 20ºC Quando vamos corrigir o defeito cardíaco congênito trabalhamos com a temperatura de 27ºC, ou se for um aneurisma cardíaco diminuímos ate 16ºC = podemos trabalhar ate 45 min, sem circular sangue VANTAGENS Protege os órgãos da isquemia Permite redução no fluxo sangüíneo sistêmico Permite redução do hematócrito ões C o n s u m o d e O x ig ê n io Paciente cardíaco é paciente grave, ter acesso central Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 6 DESVANTAGENS (distúrbios de coagulação) da curva de dissociação da Hb; SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA/ SÍNDROME PÓS-PERFUSÃO A circulação extracorpórea é "interpretada" pelo organismo como um agente agressor e desencadeia uma série de reações. Dentre estas, a resposta inflamatória sistêmica do organismo (RISO) é a mais complexa e nociva. Uma das principais características dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com CEC é a facilidade dos sistemas orgânicos serem afetados por alterações da função do sistema cardiovascular. Uma variedade de complicações pode ocorrer após a cirurgia do coração, em frequência são encontradas: hemorragias, disfunção respiratória, baixo debito cardíaco, disfunção renal, alterações neurológicas e infecções. Síndrome pós-perfusão, apresentacaracterísticas clínicas muito semelhantes ao choque séptico. Clinicamente a RISO pós-CEC se caracteriza pelo comprometimento das funções pulmonares, renais, cerebrais, cardíacas, presença de febre, taquicardia, hipotensão arterial, leucocitose, coagulopatias, suscetibilidade às infecções, alteração da permeabilidade vascular levando ao acúmulo de líquido intersticial, vasoconstricção e hemólise. É uma situação transitória após o rim esta funcionando normalmente passa a limpar e os pacientes de cirurgia cardíaca tem uma taxa de mortalidade de 3% sendo baixa. Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 7 AGENTE AGRESSOR As principais características da circulação extracorpórea incluem a perfusão dos órgãos com fluxo contínuo, não pulsátil, o contato do sangue com superfícies estranhas, diferentes do endotélio vascular, no interior do oxigenador e dos circuitos, a hipotermia, a hemodiluição e a inibição do sistema de coagulação. O aparecimento de alterações do organismo deve-se à uma resposta ou reação inflamatória generalizada, desencadeada pela interação de diversos fenômenos, como a ativação do endotélio vascular, a ativação dos leucócitos e plaquetas e a ativação de diversos sistemas humorais (sistemas do complemento, da coagulação, a cascata fibrinolítica e o sistema das cininas ou da calicreina). A ação conjunta de todos esses fatores, ocorre imediatamente após o início da perfusão; A resposta do organismo é complexa e multifatorial. Inclui desvios da produção e liberação de hormônios, desvios metabólicos, eletrolíticos e imunológicos, aumento da permeabilidade do endotélio capilar, hemólise, liberação de toxinas e substâncias vasoativas potentes (vasoconstrição), retenção hídrica, febre, disfunção de diversos órgãos, como os pulmões, rins e cérebro e redução da capacidade de defesa humoral e celular (leucocitose), contra o desenvolvimento de infecções. FISIOLOGIA DA PERFUSÃO Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 8 O contato do sangue com as superfícies dos oxigenadores e circuitos, potencializado pela hipotermia, hemodiluição, heparina e o trauma ativa os sistemas proteicos, através do Fator Hageman ou Fator XII do sistema de coagulação. O fator XII ativado, por sua vez ativa os sistemas proteicos do plasma. Os elementos celulares ativados participam da sequência de reações que vão originar a RISO. PREVENÇÃO E TRATAMENTO Sob o ponto de vista prático, a resposta inflamatória do organismo à circulação extracorpórea pode apenas ser minimizada. Existem evidências que demonstram que nos pacientes com débito cardíaco adequado no pós-operatório imediato, os efeitos deletérios da perfusão são fugazes, provavelmente devido à rápida eliminação dos restos proteicos ativos, pelo organismo. O tratamento depende da exteriorização clínica e dos órgãos mais afetados e se resume em manter a função cardíaca adequada, com apoio farmacológico ou mecânico, diuréticos, respiração mecânica prolongada, ultrafiltração para a remoção do excesso de líquidos no interstício e diálise peritonial ou hemodiálise, quando a insuficiência renal é manifesta, além de ampla cobertura antibiótica. é a redução primária no bicarbonato (HCO3−), tipicamente com diminuição compensatória da pressão parcial de dióxido de carbono (Pco2); o pH pode estar acentuadamente baixo ou ligeiramente subnormal. A acidose metabólica caracteriza-se como intervalo de ânions elevado ou normal, com base na presença ou ausência de ânions não mensurados no soro. As causas incluem acúmulo de cetonas e ácido láctico, insuficiência renal e ingestão de fármacos ou toxinas (intervalo de ânions elevado) ou perdas renais ou gastrointestinais de HCO3− (intervalo de ânions normal). Os sinais e sintomas em casos graves incluem náuseas e vômitos, letargia e hiperpneia. O diagnóstico é clínico e medido com gasometria arterial e eletrólitos séricos. A causa é tratada; pode-se indicar bicarbonato de sódio IV quando o pH está muito baixo. Dacirlene Ferrari – 5º P – CCII - 2021 9 QUESTÃO DE PROVA: Toda cânula colocada, só pode ser colocada antes de realizar a administração da Heparina, deve- se retirar o poder de coagulação sanguínea, se não ocorrerá a coagulação dentro da cânula. Antes de qualquer canulação (antes da CEC), é preciso heparinizar o paciente. Heparina não fracionada e em alta dose, de 3 a 4 mg/Kg – Heparinização plena. O objetivo é tirar toda e qualquer capacidade de coagulação do paciente que será operado. Não pode-se formar trombos dentro da máquina. Após a realização da cirurgia, realiza-se a Protamina, ela se liga a heparina formando um complexo e neutraliza a atuação da heparina. (LER HEPARINA E PROTAMINA PARA A PROVA, Ele vai cobrar mais coisas) A CEC causa uma grande resposta inflamatória, para tentar diminuir essa reação inflamatória faz- se uma alta dose de corticoide, uma hora antes de começar a CEC. Injeta Metil predinisolona em altas doses, para atenuar a resposta inflamatória da CEC, pode afetar o pulmão, insuficiência renal, coração endurecido. Saber Complicações da CEC. De uma forma geral os pacientes respondem bem e não tem prognóstico ruim. Pois a inflamação se torna auto-limitada. Fisiologia da perfusão: Baixa viscosidade (pois ocorre a hemodiluição, redução do hematócrito), pressão no limite (60), fluxo contínuo baixo e não pulsátil. A consequência disso é a liberação de catecolaminas, vasoconstrição, hipoxemia e acidose metabólica. O perfusionista deve sempre corrigir a acidose metabólica, com bicarbonato. Ao drenar o átrio com a cânula, há uma liberação do hormônio natriurético atrial e ele aumenta a vasopressina e faz uma retenção hídrica, aumentando o edema. É comum ter um paciente que operou fique mais edemaciado. Efeito da CEC sobre a coagulação: Efeito da heparina na anti-trombina. O rolete destrói as plaqueta. Desafio para o pós-operatório desse paciente. A é um anticoagulante de uso injetável, indicado para diminuir a capacidade de coagulação do sangue e ajudar no tratamento e prevenção da formação de coágulos que podem obstruir os vasos sanguíneos e causar coagulação intravascular disseminada, trombose venosa profunda ou derrame cerebral, por exemplo A é indicada para neutralizar a ação anticoagulante da heparina em casos de hemorragias graves secundárias à heparinoterapia e para neutralizar o efeito da heparina administrada no pré-cirúrgico e durante circulação extracorpórea, como na diálise e em cirurgias cardiovasculares.
Compartilhar