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Nefropatia ➢ Anamnese • Doença base o Insuficiência Renal Crônica Fisiologia Funções renais: ✓ Homeostasia ✓ Excretora (manutenção do volume do líquido) ✓ Recuperar substâncias essenciais: água, eletrólitos, metabólicos ✓ Manutenção do pH plasmático constante ✓ H+ → pH ácido ✓ HCO3 → pH básico ✓ Elimina resíduos metabólicos ✓ Endócrina ✓ Síntese e eliminação de eritropoetina (EPO) ✓ Síntese e secreção de renina ✓ Ativação de vitamina D Fisiologia renal • Parede posterior do abdômen • Cerca de 150g cada • Irrigação: artéria e veia renal • Cerca de 1700 L sangue/dia • 1100ml/min • 22-25% do débito cardíaco • Resultando em cerca de 1,2L de urina • Área córtex e medular • Néfron: filtração sanguínea Glomérulo (entra sangue pela arteríola aferente) → ultra-filtrado → túbulo contorcido proximal → alça de Henle → túbulo contorcido distal → ducto coletor → urina Ducto contorcido proximal → reabsorção pelo sódio, glicose e aminoácidos Alça de Henle → reabsorção/excreção sódio e potássio (homeostasia da bomba de sódio-potássio) Túbulo contorcido distal → cálcio Ducto coletor → reabsorção de água Função excretora ✓ Recuperar substâncias essenciais ✓ Excreção de água e eletrólitos deve equivaler precisamente ao aporte ✓ Se o aporte for maior: acúmulo ✓ Hábitos alimentares regulam a ingestão ✓ Os rins se adaptam para a excreção ✓ Elimina resíduos metabólicos ✓ Principal meio de eliminação de metabólitos o Ureia – metabolismos de aminoácidos o Creatinina – oriunda dos músculos o Ácido úrico – degradação de ácido nucleico o Produtos finais da hemoglobina o Metabólitos de hormônios ✓ A principal função da urina, além do equilíbrio hidro-eletrolítico: é a eliminação da amônia (NH3) o Produção de proteína → formação de amônia H+ → pH ácido HCO3 → pH básico Função endócrina ✓ Síntese e secreção de renina ✓ Aparelho justaglomerular ✓ Controle da reabsorção de Na – Sist. Renina/angiotensinaaldosterona ✓ Mácula densa – monitora a concentração de Na+ no líquido tubular ✓ Células justaglomerulares – secretam renina ✓ Células mesangiais extraglomerulares Pressão baixa – sangue circula lento – menos oxigênio e sódio na macula densa – rim libera renina – renina transforma angiotensinogênio – angiotensina I – enzima conversora de angiotensina (ECA) (pulmões) – angiotensina II – Nefropatia Quando o rim não está funcionando bem → edema Manutenção do pH plasmático constante vasoconstrição das arteríolas + liberação de aldosterona → reabsorção de Na+; excreção de K+; retenção de água → aumento da pressão arterial Pressão alta – não há ativação de renina – não há vasoconstrição ✓ Produção de eritropoetina – produção e liberação de glóbulos vermelhos o Menos hemácia – Menos O2 no sangue – Pior cicatrização ✓ Ativação de vitamina D • Vitamina D passa pelo rim e pelo fígado e quando ativada aumenta a absorção de cálcio • + paratormônio: ativa vit. D • Hiperparatireoidismo + IRC: muito paratormônio – muita ativação vit. D – mais absorção de cálcio = organismo retira cálcio dos ossos e outras áreas importantes Alterações renais • Alteração estrutural renal que implica na redução ou limitação na capacidade de filtração glomerular renal • Irreversível e progressão crônica • Taxa de filtração glomerular o Cerca de 50%: função renal diminuída o 20-50%: insuficiência renal o Abaixo de 20%: falência renal o Abaixo de 5%: doença renal terminal • Podem ser divididas em 3 componentes: 1. Doenças que afetam os vasos sanguíneos o Afetam todas as estruturas que dependem do suprimento sanguíneo o Hipertensão e diabetes o Espessamento das camadas médias e íntimas arteriolares e deposição de hialina 2. Doenças que afetam os glomérulos o Glomerulonefrite crônica: uma das causas mais comuns de insuficiência renal o Induz uma obliteração hialina dos glomérulos o Prejudica o fluxo sanguíneo através do sistema peritubular e pode lançar produtos tóxicos para os túbulos 3. Pielonefrite o Induz fibrose renal Etiologia ➢ Qualquer condição que afeta néfrons 1. Diabetes mellitus (34%) • Lesão glomerular • Espessamento da membrana basal – defeito no colágeno tipo IV • Esclerose glomerular • Lesão vascular • Espessamento da camada íntima 2. Hipertensão (25%) • Lesão em pequenos vasos sanguíneos • Seguida de necrose • Espessamento da camada íntima das arteríolas • Diminuição da luz vascular • Arteriosclerose • Isquemia induz ativação de mecanismo renina-angiotensina • Aumento na retenção de água e sódio • Provoca vasoconstrição 3. Glomerulonefrite crônica (16%) 4. LES, doença renal policística, neoplasia Bioquímica do sangue Creatinina • Aumento: indicativo de insuficiência renal e destruição muscular • VR: 0,7-1,4 mg/dl Nitrogênio uréico sanguíneo (BUN) • Indicativo de insuficiência renal • 10-20 mg/dl Fosfatase alcalina • Aumenta sempre que ocorre aumento de atividade óssea • Aumento: hiperparatireoidismo, doença hepática, tumores ósseos e osteogênese imperfeita • Redução: hipotireoidismo, má nutrição • VR: 1,5-4,5 unidades de Badonsky Cálcio • Indicativo de hiperparatireoidismo ou de tumores malignos do osso, quando aumentados • Valores referenciais (VR): 8,8-10,5 mg/dl Fósforo • Aumentado: hipoparatireoidismo • Reduzido: hiperparatireoidismo, deficiência de vit. D e má absorções • VR: 2,5-4,5mg/dl Insuficiência renal crônica BUN Creatina Normal < 20mg/100ml < 1,5mg/100ml Alteração função renal >20mg/100 ml <1,5mg/100 ml Sintomas clínicos >50mg/100 ml >5mg/100ml Necessidad e de diálise e transplante >100mg/dl >10mg/dl Exames de urina Análise química Glicose • Indicativo de estresse, diabete mellitus Hemoglobina: • Anemia hemolítica, doença renal, traumatismos • VR: ausente Cetonas: • Representa capacidade reduzida para uso da glicose • Cetoacidade diabética, certas dietas, febre • VR: ausentes Proteínas: • Lesões renais ou hemorragias do trato urinário inferior • VR: 2-8mg/dl Bilirrubina: • Aumentado em doença hepática e hemolíticas • VR: ausente Insuficiência renal crônica • Doença renal em estágio terminal • Deterioração bilateral, progressiva e crônica dos néfrons • Resulta em uremia e pode ser fatal • Manifesta quando 50-75% dos néfrons perdem a função • Reserva renal diminuída o Assintomático, creatinina moderadamente elevada, taxa de filtração glomerular (TFG) 10-20% reduzida • Insuficiência renal o TGF 20-50% reduzida, acúmulo de nitrogênio (elevação BUN e creatinina) • Falência renal o Função excretora, metabólica e endócrina deteriorada o Uremia Alterações importantes ➢ Anemia devido à redução na produção de eritropoetina • Redução na síntese de glóbulos vermelhos • Adesão plaquetária pode ser comprometida devido ao acúmulo de toxinas urêmicas que irão reduzir a função plaquetária • Plaquetometria normal (quantidade) • TS aumentado • TP e TTP normais ➢ Imunodeficiência • Diminuição na produção de linfócitos • Diminuição da resposta de linfócitos • Alteração na resposta imune celular • Uremia e acúmulo de substâncias tóxicas • Disfunção de neutrófilos • Maior susceptibilidade à infecção Tratamento Baixo índice de cárie e alto índice de cálculo → doença periodontal ✓ Controle medicamentoso e nutricional ✓ Redução de ingestão proteica ✓ Controle de líquido e eletrólitos ✓ Bicarbonato de sódio para controle de acidose metabólico ✓ Diálise ✓ Transplante renal (única terapia definitiva) Tratamento conservador: • Objetivo de retardar o progresso e manterqualidade de vida • Diminuir retenção de nitrogênio, controlar hipertensão e equilíbrio hidroeletrolítico • Modificação dietética: o Ingestão restrita de proteínas o Ingestão de líquidos, sódio e potássio monitorazadas • Tratamento de qualquer condição médica co-existente o Diabetes, hipertensão, ICC, hiperparatireoidismo secundário (2HPTH) • Dieta com baixo teor de fosfato, uso de ligantes de fosfato (carbonato de cálcio), calcitriol e preparados de vit. D • Anemia: o Eritropoetina recombinante humana Diálise: • Geralmente quando creatinina está acima de 3mg/dL • Clearence de creatinina inferior a 20mL/min • Hemodiálise – 90% dos casos • Diálise peritoneal: o Diálise peritoneal contínua cíclica o Diálise peritoneal ambulatorial crônica • Processo artificial de remoção, por filtragem, de todas as substâncias indesejáveis acumuladas no IRC • Membrana filtrante do rim artificial • Membrana peritoneal Hemodiálise: • Sangue passa por circulação extracorpórea • Retornando depurado • 3x por semana • Utilização de Heparina: Meia vida 2-4 horas • Grupos de risco para Hepatites B e C e HIV • Acesso vascular o Fístulas artériovenosa o Anastomose da artéria braquial ou radial com a veia cefálica o SHUNT/enxerto Manifestações bucais • Boca seca: o Diminuição do fluxo salivar o Ingestão limitada de água o Medicamento • Periodonto: o Cálculo dental o Altos níveis de fosfato, ureia na saliva o Periodontite o Guna • Baixa prevalência de cárie: o Saliva pH mais básico o Efeito antibacteriano da ureia • pH salivar: o pacientes em IRC 7,98 o pacientes transplantados 7,90 o pacientes saudáveis 7,77 o Ureia salivar transformada em amônia por bactérias orais • Hálito e respiração com odor urêmico: o Alta concentração de ureia na saliva • Gengiva e mucosas ligeiramente pálidas • Estomatite urêmica • Diminuição do trabeculado ósseo, com aspecto de vidro despolido: o Perda de continuidade de lâmina dura • Hipoplasia de esmalte o IRC em pacientes pediátricos o Numm et al., 2002 -22 % o Nowaiser et al., 2003 – 57% o Alteração na produção pelos ameloblastos e na calcificação o Níveis séricos diminuídos de cálcio o Níveis elevados de fosfato Aferição de PA no braço contrário ao do acesso o Deficiência no metabolismo da vitamina D e consequente aumento do PTH sérico • Fluorose o Diminuição da excreção renal de flúor • Calcificação pulpar : o Devido ao metabolismo alterado de cálcio e fosfato • Reação liquenóide: o Devido ao uso de medicamento beta- bloqueadores, diuréticos e outras drogas • Estomatite urêmica : o Complicação incomum da insuficiência renal o Níveis elevados de ureia e BUN o Enzima produzida pela microflora pode degradar ureia da saliva o Degradação resulta em amônia livre o Provoca lesão na mucosa bucal o De 562 pacientes analisados apenas 8 casos foram documentados o Tratamento o Resolução com início da hemodiálise o Uso de colutórios levemente ácidos como peróxido de hidrogênio diluído o Anestésico tópico e gelo para dor Alteração na vit. D → Osteodistrofia renal e Tumor Marrom Osteodistrofia renal • Alteração do trabeculado ósseo • Osso com aspecto de vidro despolido • Perda de lâmina dura em torno das raízes dentais • Reabsorções de cálcio e fosfato • Reabsorção osteoclástica Tumor marrom • Intensa ativação osteoclástica • Forma lesões semelhantes a lesões de células gigantes • Podem ser solitárias ou múltiplas • Mandíbula, maxila, clavícula, pelve e costelas • Detectadas em exames de rotina ou lesões antigas podem produzir expansão óssea Hiperplasia gengival: • Associado ao uso de ciclosporina e nifedipina • Prevalência entre 13-85% • Pode iniciar após 3 meses de uso (ciclosporina) • Crianças e adulto jovens são mais susceptíveis Lesões associadas ao uso de imunossupressores: Leucoplasia Pilosa • Sarcoma de Kaposi • Candidose • Herpes simples Atendimento ao paciente nefropata ➢ Primeira consulta ✓ Anamnese detalhada ✓ Dias da semana em diálise, medicamentos em uso, outras doenças associadas ✓ Aferir PA ✓ Exame clínico geral ✓ Estado geral do paciente, acesso ✓ Alteração do complexo buco-maxilo- facial ✓ Minuciosa inspeção de dentes e tecidos moles ✓ Solicitar histórico clínico (fila do transplante?) ✓ Informar ao médico plano de tratamento ✓ Solicitar radiografias ✓ Panorâmica e seriografia ✓ Exames hematológicos ✓ Hemograma completo, plaquetometria, TS, TP e TTP ✓ BUN e creatinina ➢ Segunda consulta ✓ Avaliação do histórico clínico ✓ Avaliação radiográfica ✓ Avaliação hematológica ✓ Anemia – hematócrito até 25% ✓ TS pode estar aumentado – hemostáticos locais ✓ Plaquetometria, TP e TTP – inalterados ✓ Alguns pacientes podem apresentar leucopenia ➢ Procedimentos invasivos: • Monitorar PA antes e durante procedimento • Profilaxia AB – hemodiálise • Preferencialmente dias alternados à hemodiálise (heparina) • Hematócrito abaixo de 25% - compensação ➢ Procedimentos não invasivos • Tratamento e liberação do paciente • Susceptibilidade a infecções • Tratar rápida e adequadamente • Avaliar necessidade de internação hospitalar • CD incentivar higienização e manutenção da saúde oral • Fístula não deve ser utilizada pelo CD para medicação