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WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 3 () 22 1. DIREITO À VIDA E À SAÚDE Nos arts. 7o a 14 menciona-se o direito à vida e à saúde, e os primeiros dispositivos tratam do direito ao nascimento sadio e harmonioso, bem como das garantias oferecidas à gestante em termos de atendimento, por meio do Sistema Único de Saúde. Vejamos os dispositivos mais importantes. Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal. § 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema. § 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal. § 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem. § 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser também prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. Quero chamar sua atenção especialmente para a regra do §4º. O objetivo da norma é identificar e tratar, com a devida antecedência, casos de gestantes e mães que, por apresentarem distúrbios de ordem psicológica, que acabam por rejeitar seus filhos e, em situações extremas, podem levar a seu abandono e mesmo à prática de infanticídio, que é um crime, previsto no art. 123 do Código Penal, cometido pela mãe em estado puerperal. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 4 () 22 Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. O aleitamento materno, cujos benefícios para as crianças são enormes e não precisam nem ser comentados, deve ser estimulado, através de campanhas de orientação, diretriz prevista pelo próprio ECA em seu art. 129. Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho prevê que os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 mulheres com mais de 16 anos de idade, deverão ter local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância os seus filhos no período de amamentação. Essa exigência também pode ser suprida por meio de creches, mantidas diretamente pela empresa ou mediante convênios com outras entidades públicas ou privadas, em regime comunitário, ou a cargo dos serviços sociais autônomos ou de entidades sindicais. Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 2 () 22 V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. O correto e rigoroso registro dos procedimentos desenvolvidos nos hospitais, bem como a identificação dos bebês recém-nascidos são muito importantes, pois evitam que haja trocas e desaparecimento de crianças. Os procedimentos determinados pelo dispositivo deverão ser cumpridos por todos os estabelecimentos hospitalares, sejam eles públicos ou privados. Há dispositivos no ECA que criminalizam a conduta de quem não observa esses preceitos. Veja o que dizem os arts. 228 e 229 do ECA, que tratam dos crimes. Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Quanto à saúde da criança e do adolescente, o ECA determina que, caso seja necessário interna-los para tratamento de saúde, os WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 5 () 22 estabelecimentos deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável. Caso o estabelecimento médico conclua que houve maus tratos contra a criança ou o adolescente, deve comunicar o fato ao Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. Há também previsão de penalização para o médico ou professor que tomar conhecimento da ocorrência de maus tratos e não fizer a comunicação, mas dessa vez não se trata de crime, e sim de infração administrativa. Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Caso o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche tome conhecimento ou suspeite da ocorrência de maus tratos, deve comunicar à autoridade competente. Na realidade, podemos dizer que qualquer pessoa que tenha conhecimento da ocorrência de maus tratos contra criança ou adolescente tem a obrigação de comunicar o fato às autoridades competentes. Já houve julgados que enquadraram a omissão na conduta criminosa de omissão de socorro, tipificada pelo art. 135 do Código Penal. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 6 () 22 Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. Parágrafo único. As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamenteencaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude. A simples suspeita de maus-tratos (termo que deve ser interpretado de forma ampliativa, compreendendo a violência, em todas as suas formas e/ou o abuso sexual) já torna a comunicação obrigatória. A omissão da comunicação importa em infração administrativa, prevista no art. 245. Quanto ao parágrafo único, o objetivo do legislador foi coibir práticas ilegais, abusivas e mesmo criminosas, como a “adoção à brasileira” (registro de filho adotivo como se fosse natural) e a entrega de filho mediante pagamento. As gestantes que manifestam interesse em entregar seus filhos para adoção devem receber a devida orientação psicológica e também jurídica, de modo que a criança tenha sua paternidade identificada lhe sejam asseguradas condições de permanência junto à família de origem ou, se isto por qualquer razão não for possível, seja então encaminhada para adoção legal, junto a pessoas ou casais habilitados e cadastrados junto ao Poder Judiciário. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 7 () 22 2. DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. Embora a religiosidade e a espiritualidade se constituam em valores positivos, que mereçam ser cultivados, não é admissível que a religião seja o foco central das atividades desenvolvidas com crianças e adolescentes em situação de risco ou cumprindo medidas socioeducativas, muito menos que determinada crença ou culto religioso seja imposto às crianças, adolescentes e famílias atendidas por determinada entidade, ainda que seja esta vinculada a alguma instituição religiosa. A privação do direito à liberdade importa em maus tratos e o responsável ser punido com perda da guarda, destituição da tutela ou suspensão ou destituição do poder familiar. Além disso, há a previsão de infração administrativa: Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 8 () 22 Um dos direitos mais elementares de todas as crianças e adolescentes é o de ter, próximo de si, um adulto responsável por sua orientação, estabelecendo regras e limites, corrigindo eventuais desvios, dando bons exemplos, enfim, educando. O ECA determina ainda que é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. Além disso, também é direito da criança e do adolescente ter acesso à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. A divulgação da imagem ou de informações de criança ou adolescente que tenha cometido ato infracional não é permitida. Quem o faz comete infração administrativa, prevista no art. 247 do ECA. Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. § 1o Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. Quanto ao direito à dignidade, o ECA determina que é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 9 () 22 salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. A conduta de quem expõe criança ou adolescente a vexame ou constrangimento constitui crime, tipificado pelo art. 232. Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Em 2014 foram também incluídos novos dispositivos no ECA, que tratam da aplicação de castigo físico. O Estatuto agora estabelece que as crianças e adolescentes têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante. Chamo sua atenção em primeiro lugar para as definições do aer. 18-A, e em segundo lugar para as medidas que podem ser adotadas em relação aos pais, familiares ou responsáveis que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel, previstas no art. 18-B. Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: a) sofrimento físico; ou b) lesão; WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 1: () 22 II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: a) humilhe; ou b) ameace gravemente; ou c) ridicularize. Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; V -advertência. Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. 3. DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA Grande parte do ECA trata do direito à convivência familiar e comunitária, com foco na criação e educação no seio da família natural ou da família substituta, quando for necessário. A convivência familiar e comunitária é considerada um direito fundamental. Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 11 () 22 Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. Guarde bem as definições de família natural e de família ampliada. São conteúdos altamente “concursáveis”... ☺ FAMÍLIA NATURAL " comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA " estende-se para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. Os filhos havidos fora do casamento e os adotados terão os mesmos direitos e qualificações dos demais, proibidas quaisquer designações discriminatórias. Os filhos gerados fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação. O reconhecimento do estado de filiação é um direito personalíssimo, indisponível e imprescritível. As crianças e os adolescentes estão sujeitos ao poder familiar, que deve ser exercido em igualdade de condições por pai e mãe, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 13 () 22 recorrer à autoridade judiciária competente. O poder familiar envolve também o dever de sustento, mas o ECA é expresso no sentido de que a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. No ECA há a previsão de uma infração administrativa relacionada ao descumprimento dos deveres relacionados ao poder familiar. Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Para encerrar esta parte, quero chamar sua atenção para uma regra incluída no ECA pela Lei nº 12.962/2014. Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. [...] § 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial. A criança ou o adolescente tem direito à convivência com os pais. Essa é uma regra simples, mas o §4º, recentemente adicionado ao texto da norma, esclarece que esse direito deve ser exercido mesmo quando o pai ou mãe esteja privado de sua liberdade. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 14 () 22 De forma semelhante, a nova redação do ECA determina que a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. 3.1. Perda ou Suspensão do Poder Familiar Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. O procedimento para a decretação da perda do poder familiar é regulamentado pelo ECA a partir do art. 155. Ele pode ser iniciado por iniciativa de membro do Ministério Público ou por outro interessado. A possibilidade de atuação na condição de interessado é reservada àqueles que a quem demonstrar legítimo interesse econômico ou moral, ou seja, serão pessoas efetiva ou potencialmente afetadas patrimonialmente ou moralmente pelo mau exercício do poder familiar, a exemplo de credores da criança ou do adolescente, ou de outros membros da família. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 12 () 22 Art. 156. A petição inicial indicará: I - a autoridade judiciária a que for dirigida; II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público; III - a exposição sumária do fato e o pedido; IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos. Se a situação for grave, o magistrado pode, após ouvir o representante do Ministério Público, determinar a suspensão do poder familiar em sede de liminar, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. A seguir, o requerido deverá ser citado para oferecer resposta escrita no prazo de 10 dias. A citação deve seguir as normas de Direito Processual Civil. Há ainda a possibilidade de o requerido solicitar que seja nomeado advogado dativo para elaborar sua defesa, caso não tenha condições de arcar com os custos da contratação de defensor. Nesse caso, o prazo para apresentação da resposta começará a correr apenas a partir da intimação do despacho de nomeação. Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento. Se a resposta não for apresentada, o juiz dará vista dos autos ao Ministério Público (exceto se este for o requerente) por 5 dias, e decidirá em igual prazo. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 15 () 22 Em qualquer caso, será possível que o juiz determine, de ofício ou a requerimento das partes ou do MP, a realização de estudo social ou períciapor equipe interprofissional ou multidisciplinar. Na instrução também é possível que o juiz requisite elementos de prova que considerar necessários ao julgamento da causa, existentes em repartições públicas de todos os níveis. Art. 161, § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida. Este é um dispositivo que pode aparecer na sua prova. O próprio ECA determina que a vontade da criança ou adolescente deve ser levada em consideração, num claro esforço pela humanização das crianças e adolescentes, que devem ser encarados como sujeitos de direito. Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente na instrução do processo. A decisão será proferida na audiência, sendo possível que o juiz, excepcionalmente, determine data para sua leitura no prazo máximo de 5 dias. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 16 () 22 Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias. Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente. Acredito que este dispositivo também possa gerar uma boa questão de prova. É necessário que a perda do poder familiar seja anotada nos registros civis da criança ou adolescente, pois a certidão de nascimento comprova filiação e, em geral, é o documento apto a indicar o responsável pelo exercício das prerrogativas e deveres relacionadas ao poder familiar. 3.2. Da Família Substituta Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. A colocação de criança ou adolescente em família substituta é medida de proteção que visa beneficiar a estes, e não aos adultos que eventualmente a pleiteiem. Possui também um caráter excepcional, pois a preocupação primordial deve ser a manutenção da criança ou adolescente em sua família de origem. § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 17 () 22 § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. § 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. § 5o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. § 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. No caso de colocação de adolescente em família substituta não basta a oitiva deste, sendo necessário colher também o seu consentimento com a medida, que do contrário não poderá ser efetivada. A oitiva da criança ou adolescente que se pretende colocar em família WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 19 () 22 - Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos. A adoção é uma medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. Hoje não há mais qualquer distinção entre o filho adotado e o natural. A adoção estabelece vínculo jurídico entre o adotante e o adotado da mesma natureza que o vínculo de quem gera filho biológico. Do outro lado, o vínculo do adotado com sua família biológica é dissolvido com a adoção, exceto no que tange aos impedimentos matrimoniais. O adotado, portanto, não pode casar-se, por exemplo, com sua irmã biológica. O ECA traz ainda requisitos para o adotante e para o adotando, resumidos no quadro esquemático abaixo: WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 31 () 22 adoção (embora, no início, a aproximação entre os mesmos possa ocorrer de forma gradativa), para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. É possível dispensar o estágio de convivência, em caráter excepcional, se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo, mas a simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa do estágio. Caso a adoção esteja sendo realizada por pessoa ou casal residente no exterior, o estágio de convivência deve durar pelo menos 30 dias e ser cumprido em território nacional. A adoção será deferida por meio de sentença judicial, que será inscrita no registro civil por meio de mandado. Esse mesmo mandado cancelará o registro civil anterior do adotando. No que se refere à adoção, o ECA é bastante extenso, e por isso recomendo a leitura do trecho compreendido entre o art. 39 e o art. 52-D. 4. DIREITO À EDUCAÇÃO,À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 33 () 22 Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. O dispositivo traz alguns dos princípios que devem nortear a educação, reproduzindo em parte o enunciado do art. 205, da CF, que trata da matéria. A educação, portanto, não pode ser mero sinônimo de “ensino” das disciplinas tradicionais (português, matemática, história, geografia etc.), mas sim deve estar fundamentalmente voltada ao preparo para o exercício da cidadania, inclusive para o trabalho qualificado, através da aprendizagem/profissionalização e o ensino de seus direitos fundamentais. A educação é tarefa que não pode ficar circunscrita ao ambiente escolar, pois também é dever da família e da própria comunidade. Cabe ao Poder Público a articulação entre essas instâncias e a promoção da educação integral. O direito à permanência na escola (assim como os demais relacionados à educação), é assegurado tanto aos alunos da rede pública quanto particular de ensino, não mais sendo admissível a aplicação da “expulsão” do aluno a título de sanção disciplinar. Quanto à rede particular, o desligamento do aluno por inadimplência somente poderá ocorrer ao final do ano letivo ou, no ensino superior, ao final do semestre letivo quando a instituição adotar o regime didático semestral. Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 34 () 22 IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola. A creche e a pré-escola são modalidades da chamada educação infantil, que como todos os demais níveis de ensino, constituem-se num “direito de todos”. Assim sendo, embora não haja a obrigatoriedade dos pais matricularem seus filhos em creche e pré-escola, é dever do Poder Público oferecer vagas para os que assim desejarem, sob pena de responsabilidade. Nesse sentido é bom conhecer um interessante julgado do STJ. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA ARTIGOS 54 E 208 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. MATRÍCULA E FREQUÊNCIA DE MENORES DE ZERO A SEIS ANOS EM CRECHE DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL. 1. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 32 () 22 9.394/96, art. 4º, IV) asseguram o atendimento de crianças de zero a seis anos em creches e pré-escolas da rede pública. 2. Compete à Administração Pública propiciar às crianças de zero a seis anos acesso ao atendimento público educacional e a frequência em creches, de forma que, estando jungida ao princípio da legalidade, é seu dever assegurar que tais serviços sejam prestados mediante rede própria. 3. ‘Consagrado por um lado o dever do Estado, revela-se, pelo outro ângulo, o direito subjetivo da criança. Consectariamente, em função do princípio da inafastabilidade da jurisdição consagrado constitucionalmente, a todo direito corresponde uma ação que o assegura, sendo certo que todas as crianças nas condições estipuladas pela lei encartam-se na esfera desse direito e podem exigi-lo em juízo’ (R.Esp. nº 575.280-SP, relator para o acórdão Ministro Luiz Fux, DJ de 25/10/2004). Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Com a atual redação dada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/1996), a matrícula de crianças no ensino fundamental passou a ser obrigatória a partir dos 6 anos de idade, persistindo enquanto não concluído o ensino fundamental e não atingidos os 18 anos de idade. A falta de matrícula do filho ou pupilo, enquanto criança ou adolescente, no ensino fundamental configura ainda o crime de abandono intelectual, previsto no art. 246, do CP. Por determinação do Conselho Tutelar ou autoridade judiciária, pais ou responsável podem ser obrigados a matricular seus filhos ou pupilos e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar também no ensino médio, sob pena da prática da infração administrativa prevista no art. 249, do ECA. Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 35 () 22 Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Para cumprir esse mister, o ECA estabelece ainda obrigações aos dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental. Estes devem comunicar ao Conselho Tutelar os casos de: a) Maus-tratos envolvendo seus alunos; b) Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; e c) Elevados níveis de repetência. 5. DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Conforme Emenda Constitucional nº 20/1998, que alterou art. 7°, inciso XXXIII, da Constituição Federal, é proibido qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. Dessa forma, a idade mínima para o trabalho regular, constante do presente dispositivo, foi alterada de 14 para 16 anos. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatutoda Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 36 () 22 O ECA proibia o trabalho de menores de 14 anos, exceto na condição de aprendiz, mas desde 1998 a Constituição Federal proíbe qualquer trabalho ao menor de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos de idade. A aprendizagem é definida pelo ECA como “a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor”. A proteção ao trabalho dos adolescentes deve ser regulada por legislação especial. Esse papel é cumprido pela própria CLT, que hoje traz normas específicas acerca dos contratos de aprendizagem. Ao adolescente aprendiz são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. Além disso, a formação técnico-profissional deve obedecer aos seguintes princípios: a) Garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; b) Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; c) Horário especial para o exercício das atividades. Para concluir as regras acerca do trabalho do adolescente, é importante também conhecer o conteúdo dos arts. 67 a 69: Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso, insalubre ou penoso; WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 37 () 22 III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola. Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido. Esta diretriz está alinhada à Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, tratada pelo Decreto nº 3.298/1999. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 4: () 22 Aqui se encerra a parte teórica da nossa aula. A seguir estão questões de concursos anteriores que tratam dos assuntos que estudamos hoje. Ao final, incluí a lista das questões sem os comentários. Grande abraço! Paulo Guimarães professorpauloguimaraes@gmail.com Não deixe de me seguir nas redes sociais! www.facebook.com/pauloguimaraesfilho @pauloguimaraesf @pauloguimaraesf (61) 9607-4477 WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 41 () 22 7. QUESTÕES COMENTADAS 1. TJ-GO – Juiz Substituto – 2015 – FCC. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se tratamento cruel ou degradante dispensado à criança aquele que a a) submete ao aleitamento materno no interior de presídio onde a mãe cumpre pena. b) submeta a tratamento a toxicômanos. c) proporcione castigo e sofrimento físico desnecessário. d) humilhe, ameace gravemente ou a ridicularize. e) prive da frequência ao ensino fundamental. COMENTÁRIOS: Esta questão cobra conhecimento do art. 18-A, que foi inserido no ECA em 2014. Segundo este dispositivo, considera-se tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize. GABARITO: D 2. TJ-MS – Juiz Substituto – 2015 – Vunesp. A colocação em família substituta, nos termos dos artigos 28 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente, far-se-á a) a partir da impossibilidade permanente – e não momentânea –, de a criança ou o adolescente permanecer junto à sua família natural e mediante três formas: guarda, tutela e adoção. b) mediante comprovação de nacionalidade brasileira do requerente. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 43 () 22 c) mediante apreciação, em grau crescente de importância, de condições sociais e financeiras da família substituta e do grau de parentesco e da relação de afinidade e afetividade de seus integrantes. d) após realização de perícia por equipe multidisciplinar, que emitirá laudo com atenção ao estágio de desenvolvimento da criança e do adolescente e mediante seu consentimento sobre a medida, que condicionará a decisão do juiz. e) mediante o consentimento de maior de 12 (doze) anos de idade, colhido em audiência. COMENTÁRIOS: A alternativa A está incorreta porque a guarda, por exemplo (que é uma das formas de colocação em família substituta), é possível para suprir situações momentâneas (art. 33, § 2º). A alternativa B está incorreta porque é possível a colocação em família estrangeira, apesar de tratar-se de uma medida excepcional (art. 31). A alternativa C está incorreta porque deve ser levado em consideração o grau de parentesco e afinidade, mas não há esse escalonamento (art. 28, §3o). A alternativa D está incorreta porque nesse caso deve-se considerar a opinião da criança ou adolescente, mas não é necessário seu consentimento (art. 28, §1o). GABARITO: E 3. TJDFT – Analista Judiciário – 2013 – Cespe. A adoção, forma de colocação da criança ou adolescente em família substituta, pode ocorrer com ou sem a anuência dos pais biológicos. COMENTÁRIOS: Em regra, o consentimento é necessário (art. 45), mas pode ser dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar (§1º). WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 44 () 22 GABARITO: C 4. TJ-RR – Agente de Proteção – 2012 – Cespe. A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e terá acompanhamento posterior, realizados por equipe interprofissional a serviço da justiça da infância e da juventude. COMENTÁRIOS: A Lei n° 12.010/2009 incluiu o §5° ao art. 28 do ECA, com o seguinte teor: § 5o A colocaçãoda criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. GABARITO: C 5. TJ-ES – Comissário da Infância e da Juventude – 2011 – Cespe. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela constituída também pelos parentes próximos, observados os vínculos de afinidade e afetividade, aspecto considerado no caso de colocação de criança ou adolescente em família substituta. COMENTÁRIOS: O ECA menciona a família extensa em algumas passagens, mas sua conceituação está no teor do art. 25. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 42 () 22 Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. GABARITO: C 6. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Suponha que um médico pediatra, ao atender um bebê em seu consultório, tenha verificado a presença de hematomas e equimoses característicos de maus-tratos e comunicado o fato imediatamente ao conselho tutelar da respectiva localidade. Nessa situação, o médico agiu de forma equivocada, visto que não cabe ao conselho tutelar receber esse tipo de comunicado, devendo o fato ter sido informado obrigatoriamente à autoridade policial, a quem cabe a comunicação formal do fato ao conselho tutelar. COMENTÁRIOS: A resposta para essa questão nos é dada pelo art. 13 do ECA, adicionado do art. 245. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. [...] Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 45 () 22 conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. GABARITO: E 7. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Considere que Pedro, de cinco anos de idade, necessite de prótese coclear para correção de deficiência auditiva e que, no hospital público em que foi atendido, seus pais recebam a informação de que deveriam arcar com as despesas relativas à compra do referido dispositivo. Nessa situação hipotética, os pais da criança podem recorrer ao Ministério Público para assegurar o direito ao fornecimento gratuito, pelo poder público, da prótese coclear ao filho. COMENTÁRIOS: O ECA estabelece como incumbência do Poder Público o fornecimento gratuito de medicamentos, próteses, e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. Além disso, é competência do Ministério Público, estabelecida pelo próprio ECA, zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias assegurados às crianças e adolescentes. GABARITO: C 8. SEDU-ES – Professor – 2008 – Cespe. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n.º 8.069/1990, dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente, que devem gozar de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Com referência a essa lei, julgue os itens a seguir. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 46 () 22 É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Considera-se aprendizagem a formação técnico- profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor, ou seja, o aprendiz não pode ser caracterizado como empregado. COMENTÁRIOS: Coloquei essa questão aqui só para você ficar esperto! Perceba que a assertiva diz respeito diretamente ao ECA, e por isso deve ser respondida de acordo com o que está escrito lá, ainda que hoje a norma não seja mais aplicável for força do texto constitucional. Na época recorreram mas a resposta foi mantida. Fique esperto!!! GABARITO: C 9. MPE-SP – Promotor de Justiça – 2012 – MPE-SP. A colocação em família substituta, além da tutela, far-se-á mediante a) guarda, curatela ou adoção. b) guarda compartilhada. c) guarda, ou adoção. d) curatela ou adoção. e) curatela especial. COMENTÁRIOS: A questão nos remete ao art. 28: “A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei”. GABARITO: C WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 47 () 22 10. TJ-GO – Juiz de Direito – 2012 – FCC. Assinale a alternativa correta. a) A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, pelo órgão do Ministério Público ou pelo Conselho Tutelar, fundamentadamente. b) Os filhos em geral terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação, exceto quanto aos filhos adotivos. c) A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente em família substituta terá preferência em relação a qualquer outra providência. d) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional como regra prolongar-se-á por tempo indeterminado. e) A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. COMENTÁRIOS: Esta é uma questão bem simples. Vamos analisar as alternativas uma a uma. A alternativa A está incorreta porque a decretação da perda do poder familiar cabe unicamente à autoridade judiciária. A alternativa B está incorreta porque a lei proíbe qualquer distinção entre os filhos biológicos ou adotados. A alternativa C está incorreta porque a preferência é dada à manutenção ou reintegração da criança ou adolescente na família natural. A família substituta entra em cena em casos excepcionais. A alternativa D está incorreta porque os programas de acolhimento institucional devem ser temporários e excepcionais. GABARITO: E WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 48 () 22 11. OAB – VII Exame de Ordem Unificado – 2012 – FGV (adaptada).Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundament al comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus- tratos envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, esgotados os recursos escolares, assim como os ele vados níveisde repetência. COMENTÁRIOS: Essa obrigação consta no art. 56 do ECA. GABARITO: C 12. MPE-AL – Promotor de Justiça – 2012 – FCC (adaptada). A assistência psicológica, pelo Sistema Único de Saúde, é assegurada somente às gestantes e mães que manifestem o desejo de entregar seus filhos em adoção. COMENTÁRIOS: O art. 8º, §4º do ECA definiu que “Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal”. GABARITO: E 13. MPE-AL – Promotor de Justiça – 2012 – FCC (adaptada). O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. COMENTÁRIOS: Esta obrigação consta no art. 14 do ECA. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 49 () 22 GABARITO: C 14. MPE-AL – Promotor de Justiça – 2012 – FCC (adaptada). Em casos de internação de criança, o estabelecimento de saúde deverá propiciar condições de permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, não ocorrendo o mesmo em caso de internação de adolescente. COMENTÁRIOS: Os estabelecimentos devem providenciar essas condições tanto para crianças quanto para adolescentes. GABARITO: E WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 2: () 22 8. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1. TJ-GO – Juiz Substituto – 2015 – FCC. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se tratamento cruel ou degradante dispensado à criança aquele que a a) submete ao aleitamento materno no interior de presídio onde a mãe cumpre pena. b) submeta a tratamento a toxicômanos. c) proporcione castigo e sofrimento físico desnecessário. d) humilhe, ameace gravemente ou a ridicularize. e) prive da frequência ao ensino fundamental. 2. TJ-MS – Juiz Substituto – 2015 – Vunesp. A colocação em família substituta, nos termos dos artigos 28 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente, far-se-á a) a partir da impossibilidade permanente – e não momentânea –, de a criança ou o adolescente permanecer junto à sua família natural e mediante três formas: guarda, tutela e adoção. b) mediante comprovação de nacionalidade brasileira do requerente. c) mediante apreciação, em grau crescente de importância, de condições sociais e financeiras da família substituta e do grau de parentesco e da relação de afinidade e afetividade de seus integrantes. d) após realização de perícia por equipe multidisciplinar, que emitirá laudo com atenção ao estágio de desenvolvimento da criança e do adolescente e mediante seu consentimento sobre a medida, que condicionará a decisão do juiz. e) mediante o consentimento de maior de 12 (doze) anos de idade, colhido em audiência. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 21 () 22 3. TJDFT – Analista Judiciário – 2013 – Cespe. A adoção, forma de colocação da criança ou adolescente em família substituta, pode ocorrer com ou sem a anuência dos pais biológicos. 4. TJ-RR – Agente de Proteção – 2012 – Cespe. A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e terá acompanhamento posterior, realizados por equipe interprofissional a serviço da justiça da infância e da juventude. 5. TJ-ES – Comissário da Infância e da Juventude – 2011 – Cespe. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela constituída também pelos parentes próximos, observados os vínculos de afinidade e afetividade, aspecto considerado no caso de colocação de criança ou adolescente em família substituta. 6. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Suponha que um médico pediatra, ao atender um bebê em seu consultório, tenha verificado a presença de hematomas e equimoses característicos de maus-tratos e comunicado o fato imediatamente ao conselho tutelar da respectiva localidade. Nessa situação, o médico agiu de forma equivocada, visto que não cabe ao conselho tutelar receber esse tipo de comunicado, devendo o fato ter sido informado obrigatoriamente à autoridade policial, a quem cabe a comunicação formal do fato ao conselho tutelar. 7. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Considere que Pedro, de cinco anos de idade, necessite de prótese coclear para correção de deficiência auditiva e que, no hospital público em que foi atendido, seus pais recebam a informação de que deveriam arcar com as despesas relativas à compra do referido dispositivo. Nessa situação hipotética, os pais da criança podem recorrer ao Ministério Público para assegurar o direito ao fornecimento gratuito, pelo poder público, da prótese coclear ao filho. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 23 () 22 8. SEDU-ES – Professor – 2008 – Cespe. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n.º 8.069/1990, dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente, que devem gozar de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Com referência a essa lei, julgue os itens a seguir. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Considera-se aprendizagem a formação técnico- profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor, ou seja, o aprendiz não pode ser caracterizado como empregado. 9. MPE-SP – Promotor de Justiça – 2012 – MPE-SP. A colocação em família substituta, além da tutela, far-se-á mediante a) guarda, curatela ou adoção. b) guarda compartilhada. c) guarda, ou adoção. d) curatela ou adoção. e) curatela especial. 10. TJ-GO – Juiz de Direito – 2012 – FCC. Assinale a alternativa correta. a) A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, pelo órgão do Ministério Público ou pelo Conselho Tutelar, fundamentadamente. b) Os filhos em geral terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação, exceto quanto aos filhos adotivos. c) A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente em família substituta terá preferência em relação a qualquer outra providência. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 24 () 22 d) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional como regra prolongar-se-á por tempo indeterminado. e) A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. 11. OAB – VII Exame de Ordem Unificado – 2012 – FGV (adaptada).Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundament al comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus- tratos envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, esgotados os recursos escolares, assim como os ele vados níveis de repetência. 12. MPE-AL – Promotor de Justiça – 2012 – FCC (adaptada). A assistênciapsicológica, pelo Sistema Único de Saúde, é assegurada somente às gestantes e mães que manifestem o desejo de entregar seus filhos em adoção. 13. MPE-AL – Promotor de Justiça – 2012 – FCC (adaptada). O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. 14. MPE-AL – Promotor de Justiça – 2012 – FCC (adaptada). Em casos de internação de criança, o estabelecimento de saúde deverá propiciar condições de permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, não ocorrendo o mesmo em caso de internação de adolescente. WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Estatuto da Criança e do Adolescente p/ TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 !∀#∃% !∋()# ∗(+,∋∀−./ ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 22 () 22 GABARITO 1. D 8. C 2. E 9. C 3. C 10. E 4. C 11. C 5. C 12. E 6. E 13. C 7. C 14. E WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
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