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1 AULA: LANÇAMENTO E FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA JOÃO HENRIQUE BALLSTAEDT GASPARINO Advogado tributarista. Mestrando em Direito Tributário pela FGV/SP, pós-graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários – IBET. Sócio fundador do escritório Ballstaedt Gasparino & Leite Advogados, fundador da Tax Vision e sócio da Dados Legais. Contato: joao@tax.vision (21) 9 8003 6960 2 mailto:joao@tax.vision 3 PROCESSO X PROCEDIMENTO Qual a diferença? Há contencioso no procedimento? Princípios gerais: - Legalidade - Segurança jurídica - Razoabilidade - Proporcionalidade Princípios Vetores dos procedimentos: - Oficialidade - Inquisitoriedade - Cientificação - Busca pela verdade real - Subordinação Hierárquica - Dever de fundamentação 4 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 5 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 6 ESPECIES DE LANÇAMENTO - Lançamento por DECLARAÇÃO - Lançamento por HOMOLOGAÇÃO - Lançamento de OFÍCIO 7 DECRETO 70.235/72 Art. 9º A exigência de credito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e a aplicação de penalidade isolada serão formalizadas em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada imposto, contribuição ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. 8 DECRETO 70.235/72 Art. 11 – A NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO DEVE CONTER: i) Qualificação do notificado ii) O valor do credito tributário iii) Prazo para recolhimento ou impugnação iv) A disposição legal infringida, se for o caso v) Assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação do seu cargo ou função e número de matrícula. *Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. 9 DECRETO 70.235/72 Art. 11 – A NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO DEVE CONTER: i) Qualificação do notificado ii) O valor do credito tributário iii) Prazo para recolhimento ou impugnação iv) A disposição legal infringida, se for o caso v) Assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação do seu cargo ou função e número de matrícula. *Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. 10 TRIBUTARIO. LANÇAMENTO DISCAL. REQUISITOS DO AUTO DE INFRAÇÃO E ÔNUS DA PROVA. O lançamento discal, espécie de ato administrativo, goza da presunção de legitimidade; essa circunstância, todavia, não dispensa a Fazenda Pública de demonstrar, no correspondente auto de infração, a metodologia seguida para o arbitramento do imposto – exigência que nada tem a ver com a inversão do ônus da prova, resultado da natureza do lançamento fiscal, que deve ser motivado. Recurso Especial não conhecido (Ac. Um. Da 2ª T. do STJ – Rel. Ari Pargendler – Resp 48516 – DJ 13.10.1977, p. 51553) 11 PAF – ÔNUS DA PROVA – cabe à autoridade lançadora provar a ocorrência do fato constitutivo do direito de lançar do fisco. Comprovado o direito de lançar do fisco cabe ao sujeito passivo alegar fatos impeditivos, modificativos ou extintivos e além de alega-los, comprová-los efetivamente, nos termos do Código de Processo Civil, que estabelece as regras de distribuição do ônus da prova aplicáveis ao PAF, subsidiariamente. 1º Conselho de Contribuintes – 8ª Câmara Processo n°. :10855.004927/2002-91 Acórdão n°. :108-08.688 12 O que acontece se os procedimentos preparatórios para o lançamento são efetuados antes da decadência, mas a notificação ocorre após o prazo decandencial? 13 RESPOSTA: Prazo decadencial não pode ser interrompido nem suspenso. “a notificação do lançamento do crédito tributário constitui condição de eficácia do ato administrativo tributário, mercê de figurar como pressuposto de procedibilidade de sua exigibilidade”. Por isso “a sua falta implica em ausência de pressuposto válido e regular de constituição e desenvolvimento do processo” (STJ 1ª T., Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 30.10.2006, p 249) O que acontece se os procedimentos preparatórios para o lançamento são efetuados antes da decadência, mas a notificação ocorre após o prazo decandencial? 14 PROCEDIMENTO PREPARATORIO DO LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. 15 PROCEDIMENTO PREPARATORIO DO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. *Veremos mais a frente 16 Súmula 436 do STJ: “A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providencia por parte do Fisco.” Pergunta: A denúncia espontânea pode ser aplicada para tributo que não tenha sido objeto de fiscalização mas que venha a ser declarado e pago a destempo? 17 Súmula 436 do STJ: “A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providencia por parte do Fisco.” Súmula 360 do STJ: “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo” 18 O PROCEDIMENTO NOS CASOS DO LANÇAMENTO DE OFICIO Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 19 A FISCALIZAÇÃO Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavraráos termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. PERGUNTAS: a) Pode um agente fiscal entrar no domicílio de um contribuinte a força, sem autorização do fiscalizado e sem autorização judicial? b) Pode entrar na parte do estabelecimento que não é aberta ao público? 20 A FISCALIZAÇÃO O art. 200 do CTN deve ser entendido em harmonia com a CF art. 5º, XI e 145, par. 1º O STF já se posicionou nesse sentido: “[...] Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito (‘invito domino’), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova resultante da diligencia de busca e apreensão assim executada reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude material. Doutrina. Precedentes específicos, em tema de fiscalização tributária, a propósito de escritórios de contabilidade (STF)” STF, 2ª T., HC 82.788/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 12/4/2005 21 A FISCALIZAÇÃO De acordo com o art. 7º do Decreto 70.235/72, o procedimento tem início com: (I) O primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; (II) A apreensão de mercadorias, documentos ou livros; ou com (III) O começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. No caso do item I, temos o chamado “termo de inicio de fiscalização”, que pode receber nome diverso no âmbito de outras entidades tributantes e que deve conter principalmente: i) Identificação do sujeito passivo ii) O período a ser fiscalizado iii) O tempo de duração do procedimento de fiscalização iv) A identificação das autoridades fiscalizadoras v) O objeto a ser fiscalizado vi) Etc. 22 A FISCALIZAÇÃO Súmula 323 do STF: “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para o pagamento de tributo”. O STJ já se posicionou no mesmo sentido: “[...] a Fazenda Pública só poderá cobrar seus créditos através de execução fiscal e na forma da Lei n 6.830/80, não tendo a autoridade administrativa autorização para apreender, reter e leiloar mercadorias para receber multas e taxas – Sùmula 323 do STF” Ac. Um. Da 1ª T. do STJ – Rel. Min Garcia Vieira – ROMS 10.678/PB – DJ de 27.9.1999, p. 46 – RSTJ 128, p. 82. 23 FISCALIZAÇÃO E DENUNCIA ESPONTÂNEA CTN Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Dec. 70.236/72 Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: I - o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II - a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III - o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. § 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. 24 FISCALIZAÇÃO E DENUNCIA ESPONTÂNEA Pergunta: A fiscalização tem efeito de excluir a espontaneidade do sujeito passivo no que diz respeito ao descumprimento das obrigações que não sejam objeto da fiscalização? 25 FISCALIZAÇÃO E DENUNCIA ESPONTÂNEA Pergunta: A fiscalização tem efeito de excluir a espontaneidade do sujeito passivo no que diz respeito ao descumprimento das obrigações que não sejam objeto da fiscalização? Resposta: Não. “o início do procedimento não exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos demais atos não envolvidos nas infrações verificadas” Ac. Mv. Da 3ª C. do 1º CC nº 103-10.310 – DOU I 15.10.1990, p. 19570 – Repertório IOB de jurisprudência nº 22/90, p. 361, c. 01 26 A SEGURANÇA NO PROCEDIMENTO ESCRITO Por que é importante que tudo seja registrado e formalizado? 27 DEVER DE INFORMAR E LIVROS OBRIGATÓRIOS As empresas que são contribuintes do Imposto de Renta com base no Lucro Presumido não estão obrigadas ao fornecimento de informações, perante o Fisco Federal, de sua escrita contábil. II – Inteligência dos arts. 394 do Decreto nº 6.468/77, então em vigência; III – Apelação e remessa oficial improvidas” (Ac. Um. Da 3ª T. do TRF da 5ª R. – MAS 93.05.41294-7-CE – Rel. Juiz Nereu Santos, DJU 2, de 28.7.1995. p. 46.954. (Passou a ser obrigatório a partir de 2014 - IN RFB nº 1.422, de 2013) 28 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO LC 105/2001 Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (Regulamento) § 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos deste artigo: I - depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança; II - pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques; III - emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados; [...] (continua) 29 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO LC 105/2001 Art. 3º [...] § 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o fornecimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. 30 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11151539/art-3-1-lei-do-sigilo-das-operacoes-bancarias-lc-105-01 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) § 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) § 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pelaLcp nº 104, de 2001) II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 31 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO STF: “A quebra de sigilo é inválida” Cf. STF, Pleno, R 389.808, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 15.12.2010, DJe-086, de 10.5.2011 “A quebra de sigilo é válida” ADIs 2.390, 2.397, 2.859 e 2.386, e do RE 601.314 Agravamento do problema: RE 1.055.941, julgado em 2019 Tese firmada: “É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil, que define o lançamento do tributo, com os órgãos de persecução penal para fins criminais, sem a obrigatoriedade de prévia autorização judicial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicional. “ 32 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO Súmula vinculante 29 do CARF: “Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção çlegal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento”. 33 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO Necessidade de comprovação do ilícito Súmula 182 do TFR – Atual CARF “é ilegítimo o lançamento do imposto de renda com base apenas em depósitos bancários” CSRF IRPF – Omissão de rendimentos – Depósitos bancários – A existência de depósitos bancários em montante incompatível com os dados da declaração de rendimentos, por si só, não é fato gerador de Imposto de Renda. O lançamento baseado em depósitos bancários só é admissível quando ficar comprovado o nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão de rendimentos. Recurso provido. Ac. Da 1ª T. da CSRF – mv. – nº01-02.641 – Rel. Cons. Antonio de Freitas Dutra – j. 16.3.1999 – DOU-e 1 11.8.99, p12 – ementa oficial – Repertorio IOB de Jurisprudência – 1ª quinzena de outubro de 1999 – caderno 1 – p. 567. 34 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO Lei 9.430/96 Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Conselho de Contribiuntes (Atual CARF): “Insubsiste o lançamento realizado com base exclusivamente em depósitos bancários, sem vinculação deles à receita desviada, por ferir o princípio da reseva legal, consagrado nos arts. 3, 97 e 142 do Código Tributário Nacional. O lançamento por presunção de omissão de receitas com base em depósitos bancários de origem não comprovada somente tem lugar a partir do ano calendário de 1997, por força do art. 42 da lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” 35 FISCALIZAÇÃO E SIGILO BANCÁRIO Inaplicabilidade da Súmula 182 do TFR: SEJ 1ª T. REsp 792.812/RJ, Rel. Min Luiz Fux, j. em 13.3.2007, DJ de 2.4.2007, p. 242 STF: Tema 842 - Incidência de Imposto de Renda sobre os depósitos bancários considerados como omissão de receita ou de rendimento, em face da previsão contida no art. 42 da Lei 9.430/1996. 36 PRAZO PARA CONCLUSAO DA FISCALIZAÇÃO E ABUSO DO PODER DE FISCALIZAR Portaria SRF n. 6.478, de 29 de dezembro de 2017 Art. 11. Os procedimentos fiscais deverão ser executados nos seguintes prazos: I - 120 (cento e vinte) dias, no caso de procedimento de fiscalização; e II - 60 (sessenta) dias, no caso de procedimento fiscal de diligência. § 1º Os prazos de que trata o caput poderão ser prorrogados até a efetiva conclusão do procedimento fiscal e serão contínuos, excluindo-se da sua contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento, conforme os termos do art. 5º do Decreto nº 70.235, de 1972. III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) PERGUNTA: O procedimento pode ser prorrogado arbitrariamente? 37 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm PRAZO PARA CONCLUSAO DA FISCALIZAÇÃO E ABUSO DO PODER DE FISCALIZAR Prorrogação indefinida? Conselho de Contribuintes já decidiu que só é possível um segundo exame mediante ordem escrita do superintendente, do Delegado ou do Inspetor da Receita Federal (Lei n 2.354, de 1954m art. 7º, 2º, e Lei n. 3.740, de 1958, art. 34). Trecho do Acórdão n. 104-18.9938 da 4ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, Relator-Designado Nelson Mallmann, DOU 1 de 28.11.2002, p. 287) É necessário FUNDAMENTAR. 38 O “LANÇAMENTO” EFETUADO NO AMBITO DA JUSTICA DO TRABALHO E A E 20/98 Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar a julgar: [...] VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. Temas interessantes: - CPRB – períodos desonerados - Decadência – períodos decaídos - Levantamento de depósitos judiciais esquecidos 39 DECADÊNCIA Pode uma lei ordinária dispor que o prazo de decadência de determinado tributo é de 10 anos e não de 5? Lei 8.212/91 Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados: [...] 40 DECADÊNCIA Matéria de Lei Complementar “A questão da prescrição e da decadência, entretanto, parece-me pacificada. É que tais institutos são próprios da lei complementar de normas gerais (art. 146, III, b). Quer dizer, os prazos de decadência e de prescrição inscritos na lei complementar de normas gerais (CTN) são aplicáveis, agora, por expressa previsão constitucional, às contribuições parafiscais (CF, art. 146, III, b; art. 149). Voto do Min. Carlos Velloso, proferido no RE 138.284/CE, e transcrito no voto, do mesmo ministro, no julgamento da ADI 2.556/DF, STF, Pleno, ADI 2.556 MC/DF, Rel. Min. Moreira Alves, j. em 9.10.2002, m.v., DJ de 8.8.2003, p. 87 STJ - inconstitucionalidade do art. 45 da Lei 8.212/91: Arguição de Inconstitucionalidade no REsp 616.348-MG Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgada em 15.8.2007. STF - SÚMULA VINCULANTE N. 8 (2008) São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do crédito tributário. 41 DECADÊNCIA NO CTN Lançamento por homologação Art. 150 [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 42 DECADÊNCIA NO CTN No que se refere ao lançamento por declaração, ou de ofício, o prazo é o do art. 173, do CTN: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensávelao lançamento. 43 DECADÊNCIA NO CTN PERGUNTAS: 1. Quando o tributo é declarado mas não é pago, qual o termo inicial para contagem do prazo decadencial? 2. Em quais hipóteses o termo inicial do prazo de decadência é a data do fato gerador? (art. 150, par. 4º, do CTN)? 3. Em quais hipóteses é o primeiro dia do ano seguinte àquele no qual ocorrido o fato gerador? (art. 173, I do CTN) 44 DECADÊNCIA NO CTN Súmula 555 do STJ: “quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. 45 DECADÊNCIA NO CTN Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: [...] II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 46 DECADÊNCIA NO CTN São exemplos de vícios formais: i) A falta de fundamentação no ato do lançamento ou a fundamentação deficiente. ii) Ausência da assinatura da autoridade lançadora iii) Qualquer outro vício na formalização do crédito tributário, mas que não implique necessariamente a inexistência de uma obrigação tributaria subjacente 47 OBRIGADO!!! JOÃO HENRIQUE BALLSTAEDT GASPARINO Contato: joao@tax.vision (21) 9 8003 6960 48 mailto:joao@tax.vision
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