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Pr2 MT3 P2 - Erros inatos do metabolismo

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1 
Objetivos: 
1. Conhecer o teste do pezinho 
2. Conhecer e explicar os erros inatos do metabolismo (exames) 
3. Compreender a fisiopatologia da fenilcetonúria (exames) 
4. Entender o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas da fenilcetonúria 
 
1. Conhecer o teste do pezinho 
Teste de triagem neonatal 
Definição de triagem: 
Método de detecção através de testes aplicados numa população que permita a identificação de um grupo de 
indivíduos com probabilidade elevada de apresentarem determinadas patologias. 
Doenças que deveriam ser frequentes, sem achados clínicos precoces, melhora clínica com tratamento introduzido 
precocemente, disponibilidade de teste de triagem adequado e acompanhamento clínico e tratamento adequado. 
Testes de triagem disponíveis: 
Obrigatórios: triagem neonatal biológica (pezinho), teste do reflexo vermelho (olhinho), triagem auditiva neonatal 
(orelhinha) e triagem da cardiopatia congênita (coraçãozinho). 
Em 2014 foi sancionada uma lei que obriga o teste do frênulo lingual – teste da linguagem 
Teste neonatal biológico (do pezinho): 
Primeiro teste implantado no brasil em 2001 
1ª fase: triagem de fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito 
2ª fase: anemia falciforme 
3ª fase: fibrose cística 
4ª fase: hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase 
 
Coleta: punção do calcanhar, nas laterais. Colhe a amostra de sangue em papel filtro, 5 círculos que precisam ser 
preenchidos de forma homogenia e encaminhada para análise. 
 
Período ideal para coleta é 3º ao 5º dia de vida, pelo menos depois de 48hrs de amamentação. No máximo até o 28º 
ao 30º dia de vida, depois disto não faz mais. 
 
 
2 
PRÉ-MATUROS 
Coleta de sangue venoso periférico, três amostras em tempos diferentes 
1ª amostra: ao nascimento à admissão na UTI neonatal 
2ª amostra: entre 48-72 hrs de vida 
3ª amostra: à alta hospitalar ou aos 28 dias de vida 
 
Confirmação de cada doença: 
1. Fenilcetonúria 
erro inato do metabolismo- doença autossômica recessiva. Ausência de fenilalanina hidroxilase, o que deixa 
a criança incapaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina que está presente em toda forma de proteína da 
alimentação (carne, leite, ovos). Acúmulo de fenilalanina que leva a lesões irreversíveis do SNC, atraso do 
desenvolvimento neuropsicomotor, comportamento agitado. 
Tratamento: dieta pobre em fenilalanina, suplementada com fórmula de aminoácidos isenta de fenilalanina. 
Triagem: dosagem da fenilalanina 
Falso positivo: em crianças que está em nutrição parietal, hepatopatias 
Falso negativo: coleta precoce, pós-transfusão sanguínea ou ECMO 
Confirmação: dosagem da fenilalanina no sangue 
2. Hipotireoidismo congênito 
Defeito na formação da tireoide ou na síntese dos hormônios tireoidianos 
Essencial para desenvolvimento do SNC 
Triagem: dosagem de TSH e T4 livre (filtro) 
Falso positivo: prematuridade, baixo peso ao nascer, coleta precoce, exposição ao iodo e/ou corticoides 
Falso negativo: prematuridade e ECMO 
Confirmação: TSH e T4 livre EM AMOSTRA DE sangue 
Feito de preferência até a 2-6 semanas de vida 
Etiologia: USG ou cintilografia com captação de iodo radioativo 
3. Doença falciforme e hemoglobinopatias 
Alterações estruturais na hemoglobina. 
Doença falciforme: autossômica recessiva, defeito estrutural da cadeia beta da globina. Hemácias em foice 
não transportam efetivamente o O2 
Infecções, crise álgica, síndrome torácica aguda, sequestro esplênico ou AVC 
Tratamento: hidroxiureia, penicilina oral, transfusões sanguíneas profiláticas (graves). 
Triagem: eletroforese de hemoglobina, a hemoglobina predominante em adultos é a hemoglobina A em 
recém-nascido é a hemoglobina F (fetal), vai se modificando ao longo do tempo. 
HbFA Hb normal RN/ HbA Hb normal HbFS anemia falciforme RN 
HbSS e HbS anemia falciforme HbFAS traço falciforme RN HbAS traço falciforme 
Falso negativo: transfusao sanguínea ou ECMO 
Confirmação: eletroforese de Hb dos pais 
4. Fibrose cística 
Doença autossômica recessiva, CFTR: canal de cloro das células epiteliais 
Infecção de repetição, insuficiência pancreática exócrina e distúrbio hidroeletrolítico 
Tratamento: reposição das enzimas pancreáticas, medidas de clearance mucociliar, tratamento de 
exacerbações pulmonares. 
Triagem: dosagem do IRT (tripsina imuno reativa) aumentada quando tem lesão pancreática exócrina 
Falso positivo: hipoxia, estresse neonatal, trissomias 13, 18 e 21 
Falso negativo: íleo meconial, FC pancreatossuficiente 
Alterado: realiza a segunda coleta IRT até a 4ª semana de vida, se novamente alterado 
Confirmação: teste do cloro no suor (teste ouro) 
 
 
3 
5. Hiperplasia adrenal congênita 
Doença autossômica recessiva, deficiência enzimática na síntese dos esteroides adrenais 
Mais comum: deficiência 21-hidroxilase (aumento de hormônios andrógenos) 
Síndrome perdedora de sal (redução de cortisol e hormônios mineralocorticoides) 
Meninas podem cursar com virilização, clitóris grande 
Tratamento: reposição de corticoides e mineralocorticoides 
Triagem: 17-hidroxiprogesterona (filtro) 
Falso positivo: situações de estresse, prematuridade, baixo peso, coleta precoce 
Falso negativo: uso de corticoides 
Confirmação: 17-hidroxiprogesterona (no sangue) 
6. Deficiência de biotinidase 
Doença autossômica recessiva, distúrbio do metabolismo da biotina 
Distúrbios precoces neurológicos e cutâneos, epilepsia, hipotonia, atraso DNPM (desenvolvimento 
neuropsicomotor) 
Distúrbios cutâneos, alopecia, dermatite eczematoide 
Tardio: deficiência auditiva, visual e cognitiva 
Tratamento: reposição diária de biotina 
Triagem: biotina (filtro) 
Falso positivo: transfusão sanguínea e ECMO 
Confirmação: atividade da biotinidade (no sangue) 
 
2. Conhecer e explicar os erros inatos do metabolismo 
Conceito: 
Os erros são distúrbios de natureza genética que geralmente correspondem a um defeito enzimático capaz de 
acarretar a interrupção de uma via metabólica. 
Significa a deficiência da enzima ou do transporte do metabolito, o acumulo ou falta deste substrato (que pode ser 
até mesmo um produto clinico) podendo levar a uma manifestação de um quadro clinico. 
Fisiopatologia: 
Metabolito A → metabolito B (se eu não tiver uma enzima + cofator, não consigo transformar o metabolito A no B) 
Erro inato do metabolismo é: deficiência de uma enzima ou cofator, que leva uma dificuldade de “uma coisa” em 
“outra coisa”, e o excesso ou falta dessa coisa leva a um sintoma. 
Exemplo: 
Intolerância à lactose. Lactose → glicose + galactose (→lactase) a falta da enzima lactase, causa um excesso de 
lactose no organismo e este excesso leva a sintomas, flatulência, cólica, diarreia. [excesso de metabolito A, que leva 
a sintomas] 
Glicogênio → glicose (→glicose-6-fosfatase) a falta da enzima (glicogenólise), em uma situação de jejum sem glicose 
acontecera uma hipoglicemia. [falta do metabolito B] 
Epidemiologia: 
São considerados doenças RARAS 
Conjunto que cerca possuem 500 doenças diferentes. 1 a cada 5.000 nascidos. Padrão autossômico recessivo. 
Manifestações gerais: a suspeita desse diagnostico é fundamental. O diagnostico exato pode direcionar o 
tratamento de suporte ou específico. Os sinais e sintomas tendem a ser inespecíficos. 
 
 
4 
Mais comuns: 
1. Mitocondriopatias (20,3/100.000) 
2. Doenças de deposito lisossomal (19,3/100.000) 
3. Aminoacidopatias (excluindo fenilcetonúria) (18,7/100.000) 
4. Acidemias orgânicas (12,6/100.000) 
5. Fenilcetonúria (8,1/100.000) 
6. Distúrbios peroxisossomais (7,4/100.000) 
7. Glicogenoses (6,8/100.000) 
8. Defeitos do ciclo da ureia (4,5/100.000) 
NÃO EXISTE TRABALHOS NACIONAIS QUE EVIDENCIE QUAL MAIS COMUM NO BRASIL 
Idade de apresentação, pode aparecer em qualquer idade. Defeitos graves levam a apresentação neonatal, mas 
pode se apresentar em qualquer momento da vida. 
Classificação de Saudubray (1995), reconhecida mundialmenteClassificação Alteração metabólica 
Grupo I Síntese ou catabolismo de moléculas complexas 
Grupo II Metabolismo intermediário - intoxicação aguda ou crônica 
Grupo III Deficiência na produção ou utilização de energia 
 
Grupo I: sintomas permanentes que tendem a se acentuar com o passar do tempo, doenças de deposito lisossômico. 
Quadro clínico: costuma se apresentar não muito cedo, dismorfias/fáceis grosseiras, visceromegalias, 
neurodegeneração, alterações esqueléticas, alterações cardiorrespiratórias e alterações oftalmológicas 
Exemplo: Mucopolissacaridose, vários subtipos, baixa estatura, manifestações sistêmicas. 
Tratamento: terapia de reposição enzimática. 
Vários desses erros inatos do grupo I podem ter manifestações na idade adulta. Doença de Gaucher, Fabry 
(distúrbio do metabolismo de lipídio) e Pompe (distúrbio do metabolismo de glicogênio) 
Grupo II: caracterizam-se por apresentarem intervalos livres de sintomas e relação evidente com o aporte alimentar. 
As manifestações levam, de maneira geral, a intoxicação água e recorrente ou crônica e progressiva. 
Exemplo: Aminoacidopatias, defeitos dos ácidos orgânicos, defeito do ciclo da ureia e intolerância aos açúcares. 
Doenças que podem ser tratadas com dietas especificas 
Grupo III: caracterizam-se por hipoglicemia, miopatia, hepatopatia, alterações de sistema nervoso e cardiovascular. 
Exemplo: Glicogenoses, doenças mitocondriais (hiperlacticemias), defeitos na oxidação de ácidos graxos. 
Doenças que podem ser tratadas com dietas especificas e prevenção de déficit energético. 
 
Insuficiência hepática aguda neonatal: 
✓ 1ª semana: hemocromatose neonatal 
✓ Depois da 1ª e 2ª semana: galactosemia 
✓ Em qualquer momento depois da 1ª semana: Tirosinemia 
✓ Depois da 3ª semana: Deficiência de A1AT (alfa um tripsina), Niemann-Pick e defeitos da síntese de sais 
biliares. 
 
 
5 
Quadro clínico 
✓ Neurológico com sintomas como letargia, coma, convulsão, atraso do desenvolvimento, neuropatia 
periférica, tônus anormal, miopatia, ataxia/distonia, neuropsiquiátrico (os mais diversos, como 
esquizofrenia, transtorno do espectro autista). 
✓ Gastrointestinal com sintomas como vomito e perda de peso, organomegalia, icterícia 
✓ Cardiomiopatias 
✓ Dismorfismo 
✓ Oftalmológico 
✓ Dermatológico 
✓ Hidropsia fetal 
Odores anormais 
✓ Xarope de bordo 
✓ Queijo – acidemia isovalerica 
✓ Amoníaco – acidose metilmalônica 
✓ Urina – fenilcetonúria 
Achados laboratoriais, tanto para levantar a suspeita quando para investigar 
Suspeitar se alterações não explicadas 
✓ Distúrbio ácido-base 
✓ Hiperamonemia 
✓ Hipoglicemia 
✓ Distúrbio hematológico 
✓ Disfunção hepática 
✓ Doença renal 
Exames de triagem (teste do pezinho) e diagnósticos 
✓ Perfil Tandem (teste do pezinho COMPLETO) 
✓ Cromatografia de aminoácidos e acilcarnitinas 
✓ Ácidos orgânicos 
✓ Galactose total/GALT – triagem ou diagnostico de galactosemia 
✓ Trec/Krec – imunodeficiências 
✓ Painel genético – se exames anteriores não trouxeram resposta efetiva, é um grupo de genes que você pede 
para aquela doença especifica 
✓ Exoma – analise de todos os genes do corpo, todas os ÉXONS (4-5 mil reais, demora em media 1 mês para 
sair o resultado, urgência 2 semanas) 
✓ Genoma – quando a deficiência pode estar nos INTRONS, diretamente no DNA 
Galactosemia: 
GAOS → Gal1P → Gli1P 
• GAOS * galactose total, precisa dela para algumas enzimas e principalmente para usá-la como energia, em 
forma de glicose (leite, galactose e lactose) 
→ No final é transformado em Galactose-1-fosfato 
→ GALT, galactose oroniu transferase, transforma em glicose-1-fosfato 
• GLI1P, glicose-1-fosfato consegue usar para o que quiser 
• Deficiência da GALT vou ter pouca glicose-1-fosfato, hipoglicemia 
• Excesso de Gal-1-P (toxico) e GAOS 
 
 
6 
Succinil Acetona 
FAH 
Quadro clínico: colestase neonatal (bilirrubina direta), desnutrição, hipoglicemia, infecção por E. coli, vômitos, 
diarreia, catarata, icterícia e colestase. 
Tratamento: restrição de lactose, restringe o leite. 
Tirosinemia 
Tirosina Acetoacetato + Fumarato 
 
 
Deficiência da FAH 
Quadro clínico: Insuficiência hepática grave com coagulopatia e pouca elevação de bilirrubina 
Tratamento: Nitisinona (NTBC) e dieta pobre em tirosina 
- Transplante hepático 
 
3. Compreender a fisiopatologia da fenilcetonúria (exames) 
Erro inato do metabolismo- doença autossômica recessiva. Ausência de fenilalanina hidroxilase, o que deixa a 
criança incapaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina que está presente em toda forma de proteína da 
alimentação (carne, leite, ovos). Acúmulo de fenilalanina que leva a lesões irreversíveis do SNC, atraso do 
desenvolvimento neuropsicomotor, comportamento agitado. 
Tratamento: dieta pobre em fenilalanina, suplementada com fórmula de aminoácidos isenta de fenilalanina. 
O que é Fenilcetonúria? Fenilcetonúria é uma doença rara, congênita e genética, na qual a pessoa nasce sem a 
capacidade de quebrar adequadamente moléculas de um aminoácido chamado fenilalanina. Uma pessoa com 
Fenilcetonúria nasce com a atividade prejudicada da enzima que processa fenilalanina em tirosina. 
Sinônimos: PKU, Fenilcetonúria neonatal. 
As maiores taxas são encontradas na Irlanda (1:4.500) e na Turquia (1:2.600), e as menores, na Finlândia, no Japão e 
na Tailândia (1:200.000, 1:143.000 e 1:212.000 RN, respectivamente). Segundo estudo de 2005 incluindo 
informações referentes aos serviços de referência em triagem neonatal dos 27 estados brasileiros, foi encontrada 
uma incidência de 1:25.326 RN. Segundo o Ministério da Saúde (MS), 94 novos casos de FNC foram diagnosticados 
em 2016, o que corresponde a uma incidência de 1:30.402 RN, considerando que houve 2.857.800 nascimentos no 
Brasil naquele ano. Desde a descoberta desse transtorno metabólico, houve enorme progresso em relação a seu 
diagnóstico precoce, tratamento e seguimento. 
Causas: A Fenilcetonúria é causada por uma mutação genética. É uma doença genética onde o pai e a mãe devem 
passar o gene defeituoso para que o bebê apresente a doença. 
Os bebês com fenilcetonúria não possuem uma enzima chamada fenilalanina hidroxilase, necessária para quebrar 
fenilalanina, um aminoácido importante, pois é parte integral de todas as proteínas do nosso corpo. 
Sem essa enzima, os níveis de fenilalanina e de duas substâncias associadas a ela automaticamente crescem no 
organismo. Níveis elevados de fenilalanina são tóxicos ao sistema nervoso central e podem causar dano cerebral. 
Fatores de risco: Ambos os pais devem passar o gene mutado ao filho para que este desenvolva a doença. Se apenas 
um dos pais tem o gene mutado da fenilcetonúria, não há risco da criança desenvolver a fenilcetonúria 
 
 
7 
O defeito genético ocorre principalmente em pessoas da Europa e nos EUA. A doença é muito menos comum em 
países asiáticos e latinos. Além disso, a África tem as menores taxas de fenilcetonúria do mundo. 
Sintomas de Fenilcetonúria: 
Crianças recém-nascidas com fenilcetonúria inicialmente não apresentam sintomas. Sem tratamento, porém, os 
bebês geralmente desenvolvem sinais da doença dentro de alguns meses. Os sintomas de podem ser leves ou graves 
e podem incluir: 
• Deficiência intelectual 
• Problemas comportamentais ou sociais 
• Convulsões, tremores ou movimentos espasmódicos nos braços e pernas 
• Hiperatividade 
• Alteração no crescimento 
• Dermatite atópica 
• Tamanho da cabeça pequena (microcefalia) 
• Um odor desagradável na respiração da criança, pele ou urina, causado pelo excesso de fenilalanina no 
organismo 
• Pele clara e olhos claros se comparados com outros membros da família, isso ocorre porque fenilalanina não 
pode se transformar em melanina - o pigmento responsável pela cor dos cabelos e tom de pele. 
A forma mais grave é conhecida como fenilcetonúria clássica. Crianças com esse tipo da doença,se não receberem 
tratamento, podem desenvolver deficiência intelectual permanente. 
Formas menos graves da doença podem apresentar alterações neurológicas e comportamentais em níveis variáveis, 
mas a maioria das crianças com estas formas da doença ainda necessitam de uma dieta especial para evitar o atraso 
intelectual, entre outras complicações. 
Diagnóstico e Exames: 
Recém-nascidos: Se os testes de triagem neonatal de rotina (“teste do pezinho”) mostrarem que seu bebê pode ter 
fenilcetonúria, o médico poderá começar o tratamento dietético de imediato para evitar problemas no longo prazo. 
Os recém-nascidos com a doença são tratados com uma fórmula especial de aminoácidos. 
Crianças e adolescentes: Crianças e adolescentes com a doença devem manter o tratamento com a dieta restrita em 
fenilalanina e fórmula de aminoácidos. Em pacientes específicos pode haver tratamento medicamentoso. 
Adultos: Fenilcetonúria é uma doença crônica, portanto deve ser tratada por toda a vida. Pacientes que pararam a 
dieta na adolescência por qualquer motivo devem fazer visitas regulares ao médico, para retomarem o tratamento e 
se beneficiarem com uma melhora na função mental e comportamental. 
Mulheres: É especialmente importante que as adolescentes e mulheres em idade reprodutiva e que têm 
fenilcetonúria sejam acompanhadas por um especialista. Mesmo nas mulheres com casos leves da doença podem 
representar um sério risco para os bebês que ainda não nasceram. As mulheres grávidas com fenilcetonúria que não 
estão seguindo a dieta especial também estão sob um risco maior de aborto espontâneo. 
Diagnóstico de Fenilcetonúria: 
Fenilcetonúria pode ser facilmente detectada por meio de um simples exame de sangue. Em todos os estados 
brasileiros, o exame de triagem para a doença, chamado popularmente de teste do pezinho, é exigido para todos os 
recém-nascidos como parte do painel de triagem neonatal. O teste normalmente é realizado por meio da retirada de 
algumas gotas de sangue do bebê antes da saída dele do hospital, preferencialmente com 48 horas de vida 
completas. Caso o paciente tenha recebido alta antes da realização do teste do pezinho, é recomendado que 
procure uma unidade de saúde para realizar o teste na primeira semana de vida. 
Se o teste inicial é positivo, exames de sangue e urina são feitos para confirmar o diagnóstico. 
 
 
8 
Tratamento de Fenilcetonúria: 
A fenilcetonúria é uma doença tratável. O tratamento consiste em uma dieta com baixo teor em fenilalanina, de 
acordo com a orientação médico-nutricional, especialmente durante o crescimento da criança. A dieta deve ser 
seguida rigorosamente, pois desvios podem prejudicar e levar à recorrência dos sintomas e a complicações mais 
graves. Considerando que é uma doença crônica, a dieta durante a vida adulta beneficia a saúde física e mental dos 
pacientes. 
A fenilalanina é encontrada principalmente em alimentos proteicos como leites, ovos e carnes, assim como em uma 
série de alimentos comuns à mesa. Adoçante com aspartame também contém fenilalanina, por isso todos os 
produtos com aspartame devem ser evitados. 
Complicações possíveis: 
Fenilcetonúria não tratada pode levar a danos cerebrais irreversíveis e atraso no desenvolvimento neurológico, 
psicológico e motor nos primeiros meses de vida. Caso o paciente siga sem tratamento ao longo da vida, evolui com 
deficiência intelectual e problemas comportamentais, de memória e atenção, psiquiátricos e convulsões. 
A fenilcetonúria é uma doença que não tem cura, porém é possível manter a qualidade de vida com o tratamento 
adequado para cada paciente. 
4. Entender o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas da fenilcetonúria 
Existem várias formas de classificação da FNC. Os critérios geralmente incluem as concentrações plasmáticas da 
fenilalanina no diagnóstico (paciente ainda sem tratamento), na tolerância à fenilalanina e no grau de deficiência da 
FAH. 
Entretanto, apenas os graus de hiperfenilalaninemia mais elevados são prejudiciais para o desenvolvimento 
cognitivo do paciente, aqui definidos como níveis superiores a 8 mg/dL. 
Para este protocolo, a seguinte classificação foi adotada: 
• FNC clássica: o paciente apresenta níveis plasmáticos de fenilalanina acima de 20 mg/dL no diagnóstico (sem 
tratamento); 
• FNC leve: o paciente apresenta níveis plasmáticos de fenilalanina entre 8 mg/dL e 20 mg/dL no diagnóstico 
(sem tratamento); 
• Hiperfenilalaninemia não-FNC: o paciente apresenta níveis plasmáticos de fenilalanina entre 2 mg/dL e 8 
mg/dL no diagnóstico (sem tratamento). 
Muitas vezes, níveis inferiores a 10 mg/dL (sem tratamento e nos primeiros 6 meses de vida) podem significar 
hiperfenilalaninemia transitória devido à imaturidade hepática ou enzimática. Nas formas transitórias, os pacientes 
não necessitam de dieta restrita em fenilalanina porque os níveis tendem a diminuir nos primeiros meses de vida, e 
os pacientes têm desenvolvimento psicomotor norma 
O excesso de fenilalanina interferiria no crescimento cerebral, no processo de mielinização, na síntese dos 
neurotransmissores e no desenvolvimento sináptico e dendrítico 
O tratamento da fenilcetonúria consta de intervenção dietética com restrição de fenilalanina. Resultados de estudos 
não-randomizados demonstraram que a dieta é efetiva em reduzir níveis séricos de fenilalanina, melhorar o 
quociente de inteligência e desfechos neuropsicomotores. 
Classificação CID 10: E70.0 
Diagnostico: O diagnóstico ideal é aquele realizado através de programas de triagem neonatal, pois permite 
tratamento precoce e prevenção do desenvolvimento do quadro clínico. A triagem neonatal é realizada através da 
dosagem quantitativa da FAL sanguínea, obtida de amostras colhidas em papel filtro (teste do pezinho). Para que o 
aumento da FAL possa ser detectado, é fundamental que a criança tenha tido ingesta proteica, portanto recomenda-
 
 
9 
se que a coleta seja feita após 48 horas do nascimento da criança. Neste momento, mesmo em crianças de risco que 
ainda não tiveram contato com o leite materno, pode ser colhido material desde que elas estejam sob dieta 
parenteral (rica em aminoácidos essenciais). 
Diagnóstico Clínico 
Idealmente o diagnóstico não deve aguardar até a fase de manifestações clínicas para que seja realizado, uma vez 
que lesões irreversíveis podem ocorrer. Para casos que não foram diagnosticados durante a triagem neonatal, os 
seguintes sintomas devem fazer com que se pesquise o diagnóstico de fenilcetonúria em crianças que não tenham 
realizado triagem neonatal (diagnóstico tardio): 
• atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (de qualquer intensidade); 
• deficiência mental; 
• comportamento agitado, agressivo ou padrão autista; 
• quadro convulsivo sem etiologia definida. 
Diagnóstico Laboratorial 
Várias metodologias podem ser utilizadas para dosagem da fenilalanina: fluorimetria, enzimáticocolorimétrico ou 
espectrometria de massa. O valor de referência para a população normal é FAL igual ou inferior a 4 mg/dl. O 
diagnóstico de fenilcetonúria (formas clássica ou leve) é feito pela dosagem de fenilalanina com valores superiores a 
10 mg/dl, em pelo menos duas amostras laboratoriais distintas. 
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 
Serão incluídos neste protocolo pacientes que apresentarem o diagnóstico de fenilcetonúria, forma leve ou clássica, 
através de duas medidas laboratoriais de fenilalanina com resultados superiores a 10 mg/dl 
CASOS ESPECIAIS: Durante a gestação de uma paciente portadora de hiperfenilalaninemia permanente (níveis de FAL 
com resultados entre 4 mg/dl e 10 mg/dl), as quantidades aumentadas da FAL materna (valores acima de 4 mg/dl) 
levam a uma maior incidência de complicações fetais. Desta forma, meninas em idade fértil que planejem gestar 
devem ser orientadas a iniciar a dieta para pacientes fenilcetonúricos e a manter níveis iguais ou inferiores a 4 mg/dl 
antes da concepção, assim como durantetoda a gestação. 
TRATAMENTO 
O tratamento consiste basicamente de uma dieta com baixo teor de FAL, porém com níveis suficientes deste 
aminoácido para promover crescimento e desenvolvimento adequados. Uma dieta isenta de FAL poderia levar à 
síndrome da deficiência, caracterizada por eczema grave, prostração, ganho de peso insuficiente capaz de causar 
desnutrição, deficiência mental e crises convulsivas. Além da fórmula de aminoácidos são dadas as seguintes 
orientações: 
• os lactentes recebem as fórmulas especiais e a elas pode ser adicionado leite integral modificado 
com a menor quantidade de FAL possível; 
• amamentação materna pode ocorrer desde que exista controle semanal da FAL sanguínea; 
• a introdução de outros alimentos deve ocorrer aos 4 meses de idade, utilizando-se alimentos que 
contenham baixos teores de FAL, tais como vegetais e frutas, sempre com controle diário da 
quantidade de ingesta permitida de FAL. 
Produto terapêutico: Trata-se de uma fórmula láctea, ou solução que permite a formulação láctea, servindo para 
reposição dos aminoácidos essenciais (todos, com exceção da FAL) que serão retirados da dieta instituída no 
paciente. Alimentos fontes de proteína (ricos em FAL) são eliminados da dieta e a fonte de aminoácidos essenciais 
passa a ser controlada através do fornecimento desta fórmula especial de aminoácidos. A reposição permite que o 
paciente mantenha o desenvolvimento somático e neurológico adequado apesar da importante restrição dietética 
que lhe será imposta. O produto normalmente é liofilizado e deve ser reconstituído com água de acordo com a 
 
 
10 
quantidade a ser consumida (cada consumo deve ser preparado conforme as orientações da nutricionista da equipe 
que acompanha o caso). 
Esquema de administração A dieta é individualizada, sendo calculada para cada paciente, pois a tolerância à FAL 
varia de acordo com a idade, o peso e o grau da deficiência enzimática. O cálculo inicial baseia-se na quantidade de 
proteínas necessárias para a faixa etária, de acordo com tabela II. Usualmente a dieta deve conter entre 250 e 500 
mg de FAL/dia, quando o normal de ingesta para um paciente não portador de fenilcetonúria é de 2.500 mg de 
FAL/dia. 
 
Tempo de tratamento: o tratamento preconizado deverá ser mantido por toda a vida. 
Benefícios esperados com o tratamento 
• Manutenção da normalização dos parâmetros neuropsicomotores nos pacientes com diagnóstico 
precoce (através da triagem neonatal) e instituição do tratamento adequado antes dos três meses 
de vida; 
• Desenvolvimento pôndero-estatural adequado para a idade do paciente apesar da restrição 
dietética imposta; 
• Melhoria gradual das alterações neuropsicológicas observadas nos pacientes cujo tratamento inicia-
se a partir de três meses de idade (pacientes não submetidos à triagem neonatal). 
MONITORIZAÇÃO 
O acompanhamento da dieta dos pacientes portadores de fenilcetonúria deve ser feito por uma equipe 
multidisciplinar formada por no mínimo pediatra e nutricionista. 
Logo após o diagnóstico, o acompanhamento clínico recomendado deve ser quinzenalmente até o primeiro ano de 
vida, para que a mãe seja esclarecida sobre a dieta e os riscos das transgressões para o desenvolvimento de seu 
filho. Após este período, o acompanhamento pode ser bimestral ou trimestral, dependendo da evolução da criança e 
das dificuldades da família. Conforme decisão da equipe multidisciplinar do Serviço de Referência que orienta o 
tratamento da fenilcetonúria, algumas situações especiais de dificuldade no seguimento podem definir uma rotina 
diferenciada de acompanhamento clínico e/ou laboratorial, com a redução dos prazos acima definidos. 
Referências: 
Aula SANAR pediatria – introdução aos erros inatos 
Aula SANAR neonatologia – triagem neonatal 
Aula SANAR genética – Erros inatos do metabolismo 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/fenilcetonuria#:~:text=Fenilceton%C3%BAria%20%C3%A9%20uma%2
0doen%C3%A7a%20rara,que%20processa%20fenilalanina%20em%20tirosina. 
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatrio_PCDT_Fenilcetonria_CP16_2019.pdf 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/fenilcetonuria#:~:text=Fenilceton%C3%BAria%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a%20rara,que%20processa%20fenilalanina%20em%20tirosina
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/fenilcetonuria#:~:text=Fenilceton%C3%BAria%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a%20rara,que%20processa%20fenilalanina%20em%20tirosina
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatrio_PCDT_Fenilcetonria_CP16_2019.pdf

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